Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

8 de Julho

 

Santo Eugênio

 

A história dos papas acompanha de perto a própria história da Igreja, chamada pelo Vaticano II santa e pecadora, pois é composta de criaturas sujeitas ao pecado, mas por vocação chamadas à santidade. Mais do que qualquer outra instituição, o papado é marcado por homens santos. Em cada três papas, um foi elevado à honra dos altares, isto é, declarado oficialmente perfeito na santidade.

Veneramos hoje a memória do Papa Santo Eugênio III. Nasceu pelo fim do século XI, em Pisa, centro da Itália e recebeu no batismo o nome de Pedro Bernardo, nome que trocou por Eugênio, quando papa. Jovem ainda, se consagrou ao serviço de Deus, ingressando no estado eclesiástico e chegou a ser nomeado cônego na catedral de Pisa. Poderia ter vivido folgado na privilegiada condição de cônego, no entanto, ele sentiu os impulsos do Espírito Santo que o convidava a maior intensidade de vida espiritual.

Naquele tempo, resplandecia como luzeiro de ciência e de santidade o abade São Bernardo, reformador da vida monástica e fundador do famoso Mosteiro de Claraval, na França. Eugênio, sequioso de maior santidade, abandonou as vantagens e conforto de sua vida de cônego e se fez monge, discípulo dócil e fiel de São Bernardo. Passaram-se alguns anos na escola do grande santo, quando Eugênio foi designado por Bernardo superior do mosteiro dos Santos Vicente e Anastácio, em Roma.

Na Cidade Eterna, Eugênio, embora vivendo na humildade do claustro, patenteou seus altos dotes (de ciência e de virtude, tanto assim, que, ao falecer o Papa Lúcio II, os cardeais, unanimemente, o elegeram sucessor na Cátedra de Pedro. Foi uma eleição inesperada, pois o eleito não estava entre o número de cardeais, nem sequer era bispo, mas simples monge.

No entanto, o Senado Romano, por indevida interferência, se opôs a esta eleição, impedindo que a sagração a bispo e coroação se realizasse em Roma. De gênio brando, bondoso e pacífico, teve que enfrentar os movimentos populares suscitados pelo revolucionário e agitador Arnaldo de Bréscia que inflamava o povo romano para a restauração em Roma de uma república, à semelhança das comunas na Itália no Norte. Eugênio, com habilidade e paciência, conseguiu contornar pacificamente a situação e pôde, uns meses depois, ingressar na Cidade Eterna, acolhido triunfalmente pelo povo.

Nos 8 anos de pontificado (1145-1153), o Papa Eugênio teve várias vezes que deixar sua sede por causa da prepotência do turbulento Arnaldo de Bréscia, que fingia reconciliação e perdão, para depois provocar outras rebeliões entre o povo.

Eugênio aproveitou de sua ausência de Roma, para visitar pastoralmente igrejas da Itália e da França, reunir sínodos de bispos, a fim de incentivar a reforma dos costumes e a evangelização do povo. Seu santo mestre Bernardo o animava nas múltiplas contrariedades e provações: dedicou-lhe inclusive um livro com o título em latim: De consideratione, contendo normas, conselhos, sugestões relativas ao bom governo pastoral da Igreja.

Nenhum período da história da Igreja foi de governo fácil para os papas; no entanto, o tempo de Eugênio III foi, sem dúvida, um dos mais agitados e sofridos. Mas Deus, providencialmente, proporciona o homem certo, no tempo devido. Assim foi Eugênio III na cátedra de São Pedro.

Duramente provado pelos trabalhos e sofrimentos, Eugênio faleceu em Roma, no dia 8 de julho de 1153. Seu corpo foi sepultado na Basílica de São Pedro, no Vaticano.