3 de maio
A liturgia romana une estes apóstolos numa só festividade, desde que suas relíquias foram depositadas na igreja dos Doze Apóstolos em Roma (570).
São Filipe de Betsaida, na Galiléia, foi um dos primeiros discípulos chamados por Cristo (Jo 1, 43). Seu nome ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado mais de uma vez no Evangelho de São João. Filipe era da mesma cidade de Pedro e André, e talvez fosse também pescador. Bem no início de sua vida pública, Jesus, ao se encontrar na Galiléia com Filipe, dirige-lhe imediatamente o chamado: “Segue-me!” (Jo 1, 43). Este encontro cativou-o de tal forma que ao encontrar-se com o amigo Natanael (chamado depois Bartolomeu) com certa euforia lhe comunica a notícia: “Achamos aquele a quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré”. E o convida: “Vem e vê” (Jo 1, 45-46). A Segunda referência a Filipe deu-se por ocasião da multiplicação dos pães e peixes. Jesus, ao constatar a situação de fome do povo que o seguia, dirigiu-se diretamente a Filipe: “Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?” Filipe respondeu: “Duzentos denários de pão não lhes bastam para que cada um receba um pedaço” (Jo 6, 5-7). Noutra ocasião se aproximaram dos apóstolos alguns gregos desejosos de ver mais de perto Jesus e recorreram diretamente a Filipe, dizendo: “Nós queremos ver Jesus”. Filipe então junto com André referiram o pedido a Cristo que atendeu benevolamente (Jo 12, 21-23). A última intervenção de Filipe registrada pelos Evangelhos deu-se durante a última Ceia: quando os apóstolos escutavam em silêncio as palavras de despedida do Mestre, Filipe atreveu-se a pedir um esclarecimento: “Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta”. Jesus respondeu: “Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheceis? Quem me viu, viu o Pai, não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim:” (Jo 14, 8). Estes poucos elementos fornecidos pelo Evangelho nos permitem esboçar o perfil espiritual do apóstolo Filipe, homem simples e aberto, primário e sincero, que gozou da intimidade espontânea com Jesus. Nada sabemos dele depois da Ressurreição; a tradição acha que ele tenha pregado o Evangelho na Ásia Menor, onde teria morrido mártir.
São Tiago Menor, filho de Alfeu, é comumente identificado como primo-irmão de Jesus (Mc 6, 3). Os Evangelhos só falam dele nas listas dos apóstolos. Esta carência de informações está, porém, amplamente compensada pelas valiosas referências à figura e à ação de Tiago contida nos Atos dos Apóstolos e na Carta de São Paulo aos Gálatas. Por elas sabemos que Tiago era com São Pedro a principal figura da Igreja de Jerusalém. São Paulo chega a citar seu nome em primeiro lugar, dizendo: “Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja” (Gl 2, 9). No Concílio de Jerusalém, onde se discutiu o problema da circuncisão e da lei mosaica a serem impostas ou não aos convertidos do paganismo, Tiago deu sua opinião, aceita por todos (At 15). Ele era oficialmente considerado bispo de Jerusalém onde foi apedrejado por volta do ano 62. A São Tiago somos devedores de suaves, práticos e convincentes ensinamentos. Eis uma advertência sempre atual: “Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia sua língua e engana seu coração, então é vã sua religião. A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo” (Tg 1, 26-27).
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