8 de maio
São Vítor
É ambição de toda mãe dar um nome expressivo ao filho. Um nome que inclua os votos de sucesso na vida. Eis porque o nome Vítor, que significa “vencedor”, era muito usado sobretudo na antigüidade. O Martirológio Romano comemora nada menos que 35 santos com o nome de Vítor. Quase todos morreram mártires. Entre estes se encontram papas, bispos, monges e, sobretudo, soldados que conseguiram a grande vitória da fé pelo martírio. Um deles é o santo comemorado hoje e que foi chamado Vítor, o Mouro, por sua terra de origem, a Mauritânia, província romana, no norte da África, que hoje corresponde ao Marrocos. A história apresenta-o como cristão desde a infância e soldado militante no exército de Maximiano, por volta do ano 300. Este imperador, colega no comando com Diocleciano, empenhado em reprimir uma insurreição na Gália, recrutou forte contingente de soldados no Oriente e no norte da África. Antes de iniciar a operação militar, o imperador exigiu dos soldados juramento de fidelidade, que consistia em prestar um sacrifício aos ídolos protetores do Império Romano. Em suas fileiras havia muitos cristãos, entre os quais os soldados da famosa Legião Tebana que se recusaram terminantemente a sacrificar aos ídolos. Centenas de soldados tombaram mártires, começando pelos comandantes Maurício, Exupério, Vidal e Vítor. O lugar da chacina ficou sendo chamado de “Martigny” da palavra mártir. Este primeiro Vítor mártir foi sepultado em Marselha, no sul da França, onde teve honrosa sepultura, granjeando grande fama e taumaturgo. Sua festa celebra-se no dia 21 de julho. Contudo, nem todos os mártires do exército de Maximiano faleceram naquele lugar; outros foram executados mais tarde em várias localidades, como Alexandre em Bérgamo, e Vítor, o Mouro, em Milão no dia 8 de maio de 303. Submetido ao interrogatório, Vítor confessou lealmente sua fé reafirmando ao mesmo tempo sua fidelidade ao imperador no que diz respeito à disciplina militar. Ameaçado de torturas, não se intimidou; foi então gravemente espancado com paus, regado em seguida com chumbo derretido, mas ficou milagrosamente ileso e, por fim, foi decapitado. Foi sepultado num mato, nos arredores de Milão, onde surgiu pouco depois uma igreja em sua memória, hoje incorporada a um dos maiores bairros da cidade. Santo Ambrósio, bispo de Milão, no fim daquele mesmo século, enaltecia a glória de São Vítor, reconhecendo-o como protetor da cidade; falava do seu sepulcro como lugar de proteção divina, e centro de romaria por parte dos cristãos. A popularidade de São Vítor estendeu-se em toda a Itália e seu nome, traduzido em italiano por Vittore, foi dado ao tristemente famoso cárcere maior de Milão, a fim de que pudesse inspirar confiança de conversão e redenção aos maiores criminosos.
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