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					Índia - A 
					tensão está prendendo a atenção da comunidade cristã do 
					Estado indiano de Orissa (Índia), depois que 
					militantes hindus desferiram uma recente onda de violência 
					contra moradores cristãos. 
					  
					
					Na última semana de novembro, cerca de uma 
					dúzia de membros do Partido Bharatiya Janata e do Bajrang 
					Dal, um grupo acusado de cumplicidade na morte do 
					missionário australiano, Graham Staines, invadiu uma igreja 
					local em Deogarh. Eles saquearam as estantes de livros 
					da igreja e queimaram centenas de livros religiosos, 
					disse a polícia. 
					
					Foi dada queixa contra os doze suspeitos 
					ligados ao incidente. Um repórter de um jornal diário de 
					Orissa está entre as cinco pessoas que a polícia identificou 
					até agora entre os agressores. “Estamos dando os 
					passos necessários para capturá-los”, disse o 
					oficial. 
					
					De acordo com a polícia, militantes 
					hindus da área ficaram ressentidos com a recente conversão, 
					supervisionada pelo pregador do Evangelho Para a Ásia, John 
					Nayak, de quatro famílias tribais no vilarejo de Ambulpani. 
					Eles invadiram a casa alugada de Nayak e saquearam-na 
					aproveitando que o pregador estava fora, levando pacotes de 
					folhetos e livretos e queimando-os. 
					
					Os oficiais de polícia de Deogarh disseram 
					que os manifestantes também foram à residência do coletor 
					B.P. Mishra, mas não conseguiram encontrá-lo. Lá o grupo 
					vestido de açafrão – a veste açafrão é o símbolo do Hindutva, 
					ou da ideologia nacionalista hindu – queimou uma 
					imagem de Jesus Cristo e alguns exemplares da Bíblia. 
					
					Logo depois, a multidão marchou para a praça 
					Rajamunda na cidade de Deogarh e atacou uma pequena 
					igreja. A polícia disse que eles agrediram uma 
					freira e quebraram vidraças da igreja. Eles também 
					queimaram mais panfletos e gritaram slogans anti-conversão. 
					
					Mais tarde o grupo encontrou-se com o 
					magistrado distrital e entregou um memorando, 
					protestando contra o número crescente de conversões na área. 
					Entretanto, os porta-vozes da polícia disseram que as 
					autoridades tinham sido informadas sobre as conversões e que 
					os povos tribais não haviam feito nada ilegal. 
					
					Em uma declaração manuscrita à imprensa, um 
					líder local do Bajrang Dal disse se que a polícia não agisse 
					contra os que estão convertendo pessoas tribais pobres ao 
					cristianismo, “o povo pode fazer justiça pelas 
					próprias mãos”. 
					
					O Conselho Global de Cristãos Indianos (CGCI) 
					protestou contra o ataque de Orissa e pediu medidas 
					policiais para proteger as minorias dos fundamentalistas 
					hindus. 
					
					“Estamos preocupados com a segurança 
					dos cristãos do Estado de Orissa, que parece ter aprendido 
					com Gujarat como aterrorizar as minorias religiosas”, 
					disse Sajan George, presidente do CGCI. Ele pediu também a 
					intervenção da Comissão Nacional para Minorias da Comissão 
					Nacional para os Direitos Humanos. 
					
					“A tensão está aumentando no quarteirão 
					Tileibani, e a patrulha policial tem sido intensificada”, 
					disse aos repórteres o Superintendente de Polícia de Deogarh, 
					Laxmidhar Nayak. Ele afirmou que providências adequadas de 
					segurança foram tomadas em torno das igrejas localizadas em 
					todas as áreas sensíveis. 
					
					O Estado de Orissa tem uma população de 36 
					milhões de habitantes, a maioria hindu. É governado por 
					Bharatiya Janata Dal com o apoio do Partido Bharatiya Janata 
					hindu, que se opõe fortemente à conversão dos hindus 
					ao cristianismo ou ao budismo. 
					
					Em outubro último, um tribunal de 
					Orissa condenou à morte o importante líder do Bajrang Dal, 
					Dara Singh, pela morte brutal do missionário australiano, 
					Graham Staines e seus dois filhos. Doze cúmplices de Singh 
					foram condenados à prisão perpétua pelo crime, que fontes 
					dizem ter sido inspirado pelo movimento anti-conversão. 
					
					O Estado de Orissa, Gujarat e Tâmil 
					Nadu aprovaram leis que obrigam os que querem mudar de 
					religião a conseguirem permissão por escrito do magistrado 
					local. As minorias religiosas, incluindo os cristãos, 
					discordam da lei. 
					
					Em outra parte da Índia, a polícia 
					fechou uma igreja em Hyderabad, capital de Andhra Pradesh. 
					
					Sam Vinton, da Ministérios da Graça 
					Internacional, disse que a polícia havia dado ordens de 
					despejo à sua igreja. 
					
					“Isso foi depois que moradores hindus 
					se queixaram que não queriam um grupo cristão reunindo-se em 
					sua vizinhança”, disse ele. 
					“Agora nossos membros estão encontrando dificuldade para 
					alugar um local para os cultos”. 
					
					“Uma vez despejados, outros 
					proprietários hindus estão exigindo aluguéis exorbitantes 
					para que os cristãos não possam alugar um local”, 
					acrescentou Vinton. 
					  
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