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					Quinta-feira, 1º 
					de abril de 2010 – O presidente do Paquistão, Ali Zardari,
					
					
					anunciou a disponibilização de um número de telefone para 
					ajudar as minorias religiosas oprimidas, 
					informou a agência das Missões Exteriores de Paris. 
					 
					
					Em 22 de março 
					passado, Zardari anunciou a implementação desta linha 
					telefônica, 
					
					diretamente ligada ao Ministério das Minorias. 
					
					Membros de 
					minorias religiosas no Paquistão, vítimas de discriminação, 
					poderão recorrer ao serviço para fazer denuncias e solicitar 
					proteção às autoridades. 
					
					O presidente do 
					Paquistão, o viúvo da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, 
					morta num atentado em dezembro de 2007, 
					
					vive recluso no palácio presidencial em meio a um forte 
					esquema de segurança. 
					
					Ali Zardari 
					requisitou ao Ministro das Minorias, Shahbaz Bhatti – 
					católico – que os contatos entre o ministério e seu gabinete 
					sejam intensificados, a fim de possibilitar uma rápida 
					reação das autoridades em caso de necessidade. 
					
					Solicitou ainda a 
					criação de uma comissão nacional de caráter inter-religioso 
					que será encarregada de analisar os entraves que ainda 
					dificultam a harmonia religiosa no país. Analistas 
					consideram que a capacidade de resposta do Estado ante ao 
					problema é ainda insuficiente. 
					
					O secretário 
					executivo da Comissão Justiça e Paz da Conferência dos 
					Bispos Católicos do Paquistão lamentou, em particular, o 
					silêncio do ministro Shahbaz Bhatti diante da recente onda 
					de violência anti-cristã que assola o país. 
					
					“O governo ainda não tomou as medidas necessárias para 
					prevenir as violências cometidas contra minorias”, 
					declarou. 
					
					Desde o início do 
					ano, foram registrados vários atos de violência contra 
					cristãos.  
					
					
					Em 22 de janeiro, 
					uma menina católica de 12 anos morreu em decorrência de 
					maus-tratos infligidos por seu empregador, um rico advogado 
					muçulmano de Lahore, para quem trabalhava como empregada 
					doméstica. 
					
					
					Em 1º de março, 
					outra jovem cristã foi morta pela dona de um bordel, que a 
					vendeu a um muçulmano que pretendia convertê-la à força ao 
					islamismo para desposá-la. 
					
					Grávida, a jovem 
					chegou a procurar a polícia, mas recusou-se a registrar 
					queixa. O homem, seu 
					
					“proprietário”, 
					ao 
					
					saber da denúncia, queimou-a viva com gasolina. 
					
					
					Em 23 de março, 
					um casal de cristãos que trabalhava para um rico muçulmano 
					de Rawalpindi 
					
					foi brutalmente atacado por se negarem a se converter. 
					
					Arshed Masih e 
					sua esposa Martha trabalhavam a cerca de 5 anos para xeique 
					Mohammad Sultan – ele como motorista e ela como empregada 
					doméstica. 
					
					
					
					Sultan exigiu que se convertessem ao Islã para que pudessem 
					continuar a trabalhar para ele. 
					Diante da recusa do casal, Sultan ameaçou-os, proibindo-os 
					ainda de deixar seu posto de trabalho – 
					
					dizendo que, caso tentassem, ele “os mataria”.
					 
					
					Em 19 de março,
					
					
					um grupo de fanáticos, aparentemente com apoio de alguns 
					policiais, atacou o casal, ateando fogo ao corpo de Arshed e 
					violentando Martha diante de seus três filhos. 
					Arshed morreu após agonizar por 3 dias no hospital. 
					
					Membros de outras 
					minorias religiosas também têm sido alvo de violências, 
					especialmente nas regiões próximas à fronteira com o 
					Afeganistão. 
					
					No final de 
					fevereiro, 
					
					dois fiéis sikhs foram sequestrados e decapitados, 
					uma vez que suas famílias não tinham condições de pagar pelo 
					resgate exigido. 
					
					
					Em 10 de março, 
					nas imediações da fronteira noroeste do Paquistão com o 
					Afeganistão, um grupo armado aparentemente ligado ao Talibã 
					invadiu a sede da ONG cristã World Vision, matando seis 
					funcionários e deixando outros sete feridos. 
					 
		 
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