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					Cidade do Vaticano, 16 
					outubro (RV) – A declaração do bispo sudanês Dom Edward 
					Hiiboro Kussala, da diocese de Tombura-Yambio, 
					chocou ontem os participantes do 
					Sínodo e os jornalistas que acompanham a assembléia. 
					Hoje, a imprensa dá grande destaque à denúncia do bispo: 
					naquela região, os cristãos sofrem 
					contínuos ataques, e muitas destas agressões são feitas por 
					homens da Al Qaeda, treinados no Afeganistão. A 
					violência e o desprezo pela vida naquela região não têm 
					limites. 
					
					“No último dia 13 de agosto, os rebeldes entraram na minha paróquia, 
					tomaram vários fiéis como reféns; ao fugir pela floresta, 
					mataram sete e crucificaram-nos nas árvores. Estão matando 
					as pessoas, queimando as suas casas, as igrejas: isto é 
					martírio” – 
					disse o padre sinodal, segundo o qual, os rebeldes 
					estão sendo ajudados pelo governo do norte, e por isso, 
					possuem fuzis, armas e tudo mais. 
					“A intenção é dificultar a paz 
					necessária para preparar o referendo marcado para o ano que 
					vem. Depois de seis séculos, o cristianismo foi praticamente 
					destruído no norte do Sudão, e nós sofremos em nome do 
					Senhor”. 
					
					Dom Kussala apela pela ajuda 
					da comunidade internacional
					e pede preces a todos para fortalecer a 
					comunidade cristã, que continua em seu caminho de fé. 
					
					Em setembro passado, o 
					bispo convocou uma oração-protesto de três dias que reuniu 
					cerca de vinte mil cristãos sudaneses numa caminhada 
					descalça de três quilômetros: um protesto silencioso pela 
					incapacidade ou falta de vontade do governo em proteger a 
					região dos conflitos tribais. 
					
					Em agosto também se verificaram vários atentados mortais e atrozes.
					Em uma ocasião, um grupo do 
					Exército de Resistência do Senhor invadiu a igreja de Nossa 
					Senhora da Paz e profanou o edifício antes de sequestrar 17 
					pessoas, a maioria adolescentes e jovens. 
					Pouco depois, um deles foi encontrado morto, atado a uma 
					árvore e mutilado. Apenas três dos reféns 
					voltaram no dia seguinte; não se conhece o paradeiro dos 
					outros. 
					
					A situação 
					dos cristãos no Sudão é constantemente denunciada pela Ajuda 
					à Igreja que Sofre (AIS), organização internacional de 
					caridade que se dedica aos cristãos perseguidos e oprimidos 
					e tem o Sudão como prioridade na África. 
					 
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