Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

-012-

Novo massacre de inocentes em Nag Hammadi,

Egito - África

 

"Eu instilarei terror nos corações dos infiéis, golpeai-os acima dos seus pescoços e arrancai todas as pontas dos seus dedos. Não fostes vós quem os matastes; foi Alá" (Alcorão, Sura 8: 13-17).

 

 

Janeiro de 2010. Nunca antes como hoje senti tão próximo o abraço da Igreja através da oração, da solidariedade e comunhão espiritual na dor pelos meus irmãos coptas, atacados e mortos por fundamentalistas muçulmanos na noite do Santo Natal.

Este abraço é um suporte necessário para continuar a dar testemunho do Evangelho do amor e do perdão em nossa terra, a qual foi abençoada pela presença dos antigos Patriarcas e Profetas, e hospedou a Sagrada Família quando fugia perseguida de Belém.

Infelizmente nossa comunidade copta tem sido continuamente atacada e ferida. Lembro-me ainda que, na noite da Páscoa passada, no vilarejo de Hagazza, a 25 quilômetros de Luxor, os fundamentalistas islâmicos assassinaram três coptas, um deles católico e os outros dois ortodoxos. Foram alvejados na estrada, enquanto caminhavam em direção à igreja copta católica para participar da missa.

Infelizmente, é preciso reconhecer que existe um plano terrorista islâmico, que pretende transformar nossa alegria nas celebrações cristãs em luto e tristeza. As seis pessoas assassinadas em Nag Hammadi eram dois meninos, dois jovens, uma senhora e um ancião. Além destes, nove pessoas ficaram feridas, duas das quais se encontram em estado muito grave. São integrantes da comunidade copta ortodoxa, intimamente ligada às famílias coptas católicas por laços de parentesco.

As duas comunidades coptas são, de fato, muito próximas, e frequentemente celebram matrimônios “mistos” entre jovens ortodoxos e católicos, de modo que, quando uma comunidade é atingida pela dor, é inevitável que a outra também sofra.

Depois dos massacres ocorridos no Natal, nos reunimos para orar pelos mortos em 8 de janeiro, uma data muito especial na qual a Igreja Copta, segundo seu calendário litúrgico, lembra as crianças martirizadas em Belém, o massacre dos inocentes ordenado por Herodes na tentativa de eliminar o Menino Jesus. Foi impressionante participar deste momento em que todos os cristãos de Luxor, ortodoxos, católicos e protestantes, se reuniram na catedral ortodoxa para orar pelo descanso eterno de nossos mortos, verdadeiros mártires de nosso tempo, e para partilhar da dor de suas famílias.

Eu estava pessoalmente presente, acompanhado de uma multidão de sacerdotes, religiosas e fiéis católicos. Minhas reflexões nessa circunstância se voltaram para o massacre das crianças de Belém: após o nascimento de Jesus, Maria, José e seu pequeno bebê encontraram refúgio e paz no Egito, enquanto em Belém só havia prantos e lamentações.

Hoje, cabe a nós sacrificar nossas vidas por Jesus e participar da dor das mães de Belém. Nossos antepassados, nos primeiros séculos cristãos, durante as perseguições, ofereceram seu sangue e suas vidas a Cristo.

Não podemos nos esquecer que hoje, no mundo, não somos os únicos a sofrer, e que em muitos outros países os cristãos estão sendo perseguidos e discriminados, como ocorre no Iraque, no Paquistão, no Afeganistão, na Malásia, no Sudão...

Esta situação exige de todos, em toda parte do mundo, orações incessantes pedindo a Deus a graça da Paz.

 

Caso o leitor necessite da fonte, peça e a enviaremos.

 

“O sangue dos mártires é semente de novos cristãos” (Tertuliano).

 

Católico, reze todos os dias pelos cristãos que são perseguidos pelos muçulmanos. Reze também pela conversão dos próprios muçulmanos: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mt 5, 44).

 

O Papa lembra que em muitos países, os fiéis (estima-se que 200 milhões de cristãos) são “discriminados e perseguidos por causa do nome de Cristo”.

 

 

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