O convento de Roma que ficou famoso por ter freiras que dançavam durante cerimônias será fechado por ordem expressa do Papa Bento XVI, noticiaram nesta sexta-feira jornais italianos. Segundo o "La Stampa", a causa do fechamento do monastério da Basílica di Santa Croce in Gerusalemme (Basílica da Santa Cruz de Jerusalém) seriam "irregularidades" litúrgicas, financeiras e morais. O antigo abade do convento, Simone Fioraso, um famoso e polêmico ex-estilista de Milão, que já foi transferido do local há dois anos, seria o criador das mudanças em rituais católicos tradicionais. De acordo com o jornal "Il Messaggero", o abade teria reformado o convento após muitos anos de abandono, e aberto também um hotel no local, onde se realizam shows e concertos. Fioraso também convidava celebridades para conhecer o monastério, além de criar uma maratona de leitura da Bíblia, transmitida pela televisão. Teriam sido realizadas também apresentacões de dança das freiras, conduzidas por uma delas, Anna Nobili, ex-dançarina erótica.
De acordo com fontes internas do Vaticano, Bento XVI teria expressado várias vezes sua insatisfação e desaprovação das práticas do monastério.
Uma investigação descobriu provas de irregularidades litúrgicas e financeiras, além de (irregularidades de) estilo de vida, que provavelmente não estavam de acordo com o de um monge - disse ao jornal britânico "Guardian" o padre Ciro Benedettini, um porta-voz do Vaticano. Segundo ele, o fechamento do convento foi uma decisão direta do Papa, após ser informado dos resultado do inquérito realizado pela Congregação dos Institutos de Vida Consagrada do Vaticano. A Basílica de Santa Croce foi construída em torno de uma capela do século VI e é uma das mais famosas e antigas de Roma, guardando relíquias sagradas e recebendo anualmente visitas de milhares de peregrinos.
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