Anápolis, 04 de julho de 2012
Ao Revmo. Pe. Franz Hörl
Estimado sacerdote, façamos o bem enquanto é tempo,
porque a vida passa para não mais voltar. Chegará o amanhã, mas o
hoje jamais voltará... realizemos tudo com o máximo de perfeição,
porque se não tivermos tempo de fazer as coisas bem feitas, onde
arranjaremos tempo para consertá-las? “Os
meus dias como sombras vão passando, e aos poucos vou murchando como
a erva” (Sl 102, 12).
Agradeço-lhe, imensamente, pela preciosa palestra
(Santa Missa segundo o Rito Gregoriano (“Missa Tridentina”)
dada no Santo Retiro de junho/julho no Patronato Madre Mazzarello,
Anápolis-GO, para 93 pessoas. Deus lhe pague pelo esforço,
clareza e disponibilidade.
Não deixemos nos intimidar nem nos amedrontemos com
os uivos dos lobos furiosos e sanguinários, mas, unidos a Cristo
Jesus, perseveremos até o fim... passando sobre os obstáculos e
enfrentando todas as dificuldades com o coração cheio de alegria e
convicção.
Sabemos que sem a perseverança é impossível chegar à
santidade ou à salvação: não basta sermos virtuosos e generosos
alguns dias ou alguns anos; necessário é perseverarmos sempre, até o
fim. Nada nesse mundo deve nos afastar do bem começado, do caminho
da fé e do seguimento de Cristo... se isso acontecesse, colocaríamos
em perigo a própria salvação. Aquele que retrocede condena-se
voluntariamente e jamais atingirá a meta: quem retrocede é fraco,
vil, desertor... mas o que avança é forte, intrépido e perseverante.
Não devemos nos assustar com os ataques dos covardes,
porque esses “morrem” várias vezes durante a vida; mas
sim, devemos seguir o bom exemplo dos fortes que morrem uma só vez.
Prezado, não há dúvida: quem quiser ganhar sua alma
para a vida eterna deve perseverar no bem sem se assustar com a
aspereza das provações: “Ó Senhor, serei
certamente salvo se perseverar até o fim, mas há de ser virtuosa
esta perseverança para merecer a salvação; de vós me vem a virtude
que me salva; sois vós que me fazeis perseverar até obter a
salvação” (Santo Agostinho) (cfr.
Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina).
É vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo que sejamos
luzeiros nesse mundo tão violento, paganizado e
indiferente; precisamos arregaçar as mangas e
entesourar tesouros no céu enquanto o coração ainda está pulsando...
precisamos ser “violentos”:
“... o Reino dos Céus sofre violência, e
violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12).
São João Bosco diz que
“nenhum preguiçoso entrará no céu”, e Clemente de
Alexandria escreve: “O Reino dos Céus não
pertence aos que dormem e vivem dando-se todos os gostos, mas aos
que lutam contra si mesmos”.
Permaneçamos unidos ao Senhor que morreu na cruz para
nos salvar; que nada nesse mundo nos separe d’Ele:
“Sou cristão e cristão permanecerei. Honra
maior não conheço que esta, de sacrificar não só meus bens e minha
fortuna, como também minha vida pela glória de Jesus Cristo”
(São Flaviano, mártir), e:
“Sou cristã e meu empenho é servir a Cristo,
meu Deus” (Santa Cristina), e
também: “Os cristãos têm por honra
desprezar as coisas desta vida terrestre, mas em recompensa esperam
a glória da vida eterna” (São Marciano, mártir),
e ainda: “Estive, estou e estarei sempre
com Cristo” (São Teodoro, mártir).
Esperamos pelo senhor no
Santo Retiro de setembro, onde dará uma palestra com o tema:
Catequese litúrgica da
Missa “Tridentina”.
Que o Deus Eterno lhe dê forças para lutar e
perseverar até o último suspiro: “Por
rivalidade e inveja, aqueles que eram as maiores e mais firmes
colunas sofreram perseguição e lutaram até a morte”
(São Clemente I, Papa, Da Epístola aos Coríntios).
Rezemos pelo Santo Padre
Bento XVI para que persevere na luta contra os lobos furiosos:
“Meus
queridos amigos – neste momento, só posso dizer: orai por mim, que
eu possa aprender a amar o Senhor mais e mais. Orai por mim, para
que eu possa aprender a amar Seu rebanho mais e mais – em outras
palavras, a Santa Igreja, cada um de vós e todos vós juntos. Orai
por mim, para que eu possa não fugir com medo dos lobos”
(Bento XVI).
Com gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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