Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 54

 

Anápolis, 04 de julho de 2012

 

Ao Revmo. Pe. Franz Hörl

 

Estimado sacerdote, façamos o bem enquanto é tempo, porque a vida passa para não mais voltar. Chegará o amanhã, mas o hoje jamais voltará... realizemos tudo com o máximo de perfeição, porque se não tivermos tempo de fazer as coisas bem feitas, onde arranjaremos tempo para consertá-las? “Os meus dias como sombras vão passando, e aos poucos vou murchando como a erva” (Sl 102, 12).

 

Agradeço-lhe, imensamente, pela preciosa palestra (Santa Missa segundo o Rito Gregoriano (“Missa Tridentina”) dada no Santo Retiro de junho/julho no Patronato Madre Mazzarello, Anápolis-GO, para 93 pessoas. Deus lhe pague pelo esforço, clareza e disponibilidade.

Não deixemos nos intimidar nem nos amedrontemos com os uivos dos lobos furiosos e sanguinários, mas, unidos a Cristo Jesus, perseveremos até o fim... passando sobre os obstáculos e enfrentando todas as dificuldades com o coração cheio de alegria e convicção.

Sabemos que sem a perseverança é impossível chegar à santidade ou à salvação: não basta sermos virtuosos e generosos alguns dias ou alguns anos; necessário é perseverarmos sempre, até o fim. Nada nesse mundo deve nos afastar do bem começado, do caminho da fé e do seguimento de Cristo... se isso acontecesse, colocaríamos em perigo a própria salvação. Aquele que retrocede condena-se voluntariamente e jamais atingirá a meta: quem retrocede é fraco, vil, desertor... mas o que avança é forte, intrépido e perseverante.

Não devemos nos assustar com os ataques dos covardes, porque esses “morrem” várias vezes durante a vida; mas sim, devemos seguir o bom exemplo dos fortes que morrem uma só vez.

Prezado, não há dúvida: quem quiser ganhar sua alma para a vida eterna deve perseverar no bem sem se assustar com a aspereza das provações: “Ó Senhor, serei certamente salvo se perseverar até o fim, mas há de ser virtuosa esta perseverança para merecer a salvação; de vós me vem a virtude que me salva; sois vós que me fazeis perseverar até obter a salvação” (Santo Agostinho) (cfr. Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina).

É vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo que sejamos luzeiros nesse mundo tão violento, paganizado e indiferente; precisamos arregaçar as mangas e entesourar tesouros no céu enquanto o coração ainda está pulsando... precisamos ser “violentos”: “... o Reino dos Céus sofre violência, e violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12).

São João Bosco diz que “nenhum preguiçoso entrará no céu”, e Clemente de Alexandria escreve: “O Reino dos Céus não pertence aos que dormem e vivem dando-se todos os gostos, mas aos que lutam contra si mesmos”.

Permaneçamos unidos ao Senhor que morreu na cruz para nos salvar; que nada nesse mundo nos separe d’Ele: “Sou cristão e cristão permanecerei. Honra maior não conheço que esta, de sacrificar não só meus bens e minha fortuna, como também minha vida pela glória de Jesus Cristo” (São Flaviano, mártir), e: “Sou cristã e meu empenho é servir a Cristo, meu Deus” (Santa Cristina), e também: “Os cristãos têm por honra desprezar as coisas desta vida terrestre, mas em recompensa esperam a glória da vida eterna” (São Marciano, mártir), e ainda: “Estive, estou e estarei sempre com Cristo” (São Teodoro, mártir).

Esperamos pelo senhor no Santo Retiro de setembro, onde dará uma palestra com o tema: Catequese litúrgica da Missa “Tridentina”.

Que o Deus Eterno lhe dê forças para lutar e perseverar até o último suspiro: “Por rivalidade e inveja, aqueles que eram as maiores e mais firmes colunas sofreram perseguição e lutaram até a morte” (São Clemente I, Papa, Da Epístola aos Coríntios).

Rezemos pelo Santo Padre Bento XVI para que persevere na luta contra os lobos furiosos: “Meus queridos amigos – neste momento, só posso dizer: orai por mim, que eu possa aprender a amar o Senhor mais e mais. Orai por mim, para que eu possa aprender a amar Seu rebanho mais e mais – em outras palavras, a Santa Igreja, cada um de vós e todos vós juntos. Orai por mim, para que eu possa não fugir com medo dos lobos (Bento XVI).

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Página Inicial | Escritos | Cartas | Cartas aos Sacerdotes