Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 57

 

Anápolis, 06 de dezembro de 2012

 

Ao Revmo. Pe. Franz Hörl

 

Prezado sacerdote, fechemos os nossos corações para as coisas passageiras e  consumamo-nos pelo Deus Criador... somente Ele merece todo o nosso amor: “Como sois felizes por terdes compreendido que Deus é tudo e a criatura nada, que só Deus merece a homenagem suprema do coração, da vida e de todos os bens... A terra, a vida, todas as qualidades, tudo, com efeito, só vale como meios de glorificar a Deus durante o exílio... A vida mais longa, mais bela, mais rica, não passa de uma morte, digna de lágrimas, quando não tem a Jesus Cristo por fim” (São Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. III).

 

Agradeço-lhe, imensamente, pela preciosa palestra (Catequese Litúrgica da Missa (“Tridentina”) dada no Santo Retiro, início de dezembro, no Patronato Madre Mazzarello, Anápolis-GO, para 81 pessoas. Deus lhe pague pelo esforço e disponibilidade. Precisamos de sua ajuda para o Santo Retiro de fevereiro que será realizado aqui na nossa Cidade Missionária (Palestra e Santas Missas no rito Tridentino). Ainda não concluímos as construções, mas vamos usar as salas mesmo estando incompletas. Além dos brasileiros, estamos esperando bolivianos e paraguaios. Dois sacerdotes bolivianos pediram para participar do Santo Retiro.

Estimado sacerdote, sabemos que a frieza, a indiferença e o desprezo para com Nosso Senhor Jesus Cristo invadiu os corações de milhões de pessoas, também de muitos bispos e sacerdotes. Confiantes na força do alto, trabalhemos com coragem, afinco, insistência e perseverança para aquecermos esses corações gélidos e tiritantes... não deixemos o torpor aninhar no nosso coração, mas sejamos missionários incansáveis, intrépidos e destemidos.

Coloquemos em prática essas palavras do grande Santo Agostinho: “À desgarrada não reconduzistes; e à que se perdia não fostes procurar’. Aqui às vezes caímos em mãos dos ladrões e nos dentes dos lobos rapaces; rogamos, pois, que oreis por estes nossos perigos. Também as ovelhas são rebeldes. Quando procuramos as erradias, declaram não serem nossas, para seu erro e perdição. ‘Que quereis de nós? Por que nos procurais?’. Como se não fosse o mesmo motivo que nos faz querê-las e procurá-las; porque se desviam e se perdem. ‘Se estou no erro, diz, se na morte, que queres de mim? Por que me procuras?’ Justamente porque estás no erro, quero reconduzir-te; porque te perdeste, quero encontrar-te ‘Quero ficar assim no erro, quero perder-me assim’.
Queres vaguear assim, queres perder-te assim? Muito bem, mas eu não quero. Ouso dizer isto mesmo: sou importuno. Escuto o Apóstolo que diz: ‘Prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo’. Com quem, a tempo? Com quem, fora de tempo? A tempo com os desejosos, fora de tempo com os que não querem ouvir. Sou inteiramente importuno, ouso dizer: ‘Tu queres errar, tu queres perecer; eu não quero’. E afinal não quer aquele que me amedronta. Se eu o quisesse, vê o que me dirá, vê o que repreenderá: ‘Ao desgarrado não reconduzistes, ao que se perdera não fostes procurar’. Temerei mais a ti do que ele? ‘Teremos todos de nos apresentar ao tribunal de Cristo’.
Reconduzirei a desgarrada, procurarei a perdida. Quer queiras quer não, assim farei. E se, em minha busca, os espinhos dos bosques me rasgarem, eu me obrigarei a ir por todos os atalhos difíceis; baterei todos os cercados; enquanto me der forças o Senhor que me ameaça, percorrerei tudo sem descanso. Reconduzirei a desgarrada, procurarei a perdida. Se não me queres atrás de ti, não te desgarres, não te percas. É pouco dizer que tenho pena de ti, desgarrada e perdida. Tenho medo de que, se te abandonar, venha a matar o que é forte. Escuta o que se segue. ‘E ao que era forte, matastes’. Se eu abandonar a desgarrada e perdida, o que é forte terá gosto em desgarrar-se e perder-se” (Do sermão sobre os pastores).
A vida passa como um relâmpago para não mais voltar; por isso, não imitemos muitos sacerdotes que vivem na “poltronice”, mas trabalhemos com amor e zelo pela salvação das almas.

Muitos padres e poucos padres: muitos no nome, poucos nas obras. Está o mundo cheio de padres, mas poucos dentre eles trabalham por ser verdadeiros padres, isto é, por satisfazerem a grande obrigação que o sacerdócio impõe, a obrigação de salvar almas.

É uma alta dignidade a dos padres, visto que são cooperadores do próprio Deus. Que há de mais nobre, diz o Apóstolo, que trabalhar com Jesus Cristo na salvação das almas que Ele resgatou com o seu sangue? É por isso que São Dionísio Areopagita chamava à dignidade sacerdotal a mais divina de todas as dignidades.

São Jerônimo chamava aos padres os salvadores do mundo, e São Próspero dava-lhes o título de intendentes da casa real de Deus. E primeiro Jeremias os tinha designado com o nome de pescadores e caçadores do Altíssimo: Hei de enviar muitos pescadores, diz o Senhor, e eles os pescarão; e depois, hei de enviar-lhes caçadores, e eles os procurarão, para os retirarem de todos os montes e de todas as colinas e das cavernas. É precisamente aos padres que Santo Ambrósio aplica esta passagem. Os bons sacerdotes reconduzem a Deus os pecadores mais pervertidos e libertam-nos de todos os seus vícios.

Falando de Deus, diz Pedro de Blois: Na obra da criação, não teve Deus nenhum auxiliar, mas no mistério da redenção quis ter cooperadores. Ao rei, diz São João Crisóstomo, foram confiadas as coisas da terra, mas a mim, a mim sacerdote, as coisas do Céu. Ainda que a bem-aventurada Virgem é superior aos apóstolos, diz Inocêncio III, nem por isso lhe confiou Deus as chaves do reino dos Céus, mas sim aos apóstolos.

O padre é chamado por São Pedro Damião — guia do povo de Deus; por São Bernardo guarda da Igreja, que é a Esposa de Jesus Cristo; e por São Clemente um Deus terreno. É na verdade por meio dos padres que se formam os santos na terra. Afirma São Flaviano que a esperança e a salvação dos homens estão nas mãos dos sacerdotes. E São João Crisóstomo diz: Os nossos pais geraram-nos para a vida presente, os padres para a eterna. Sem os padres, diz Santo Inácio Mártir, não haveria santos na terra. Muito antes tinha dito Judite que dos padres está dependente a salvação dos povos. Ensinam os padres aos seculares a prática das virtudes, e é delas que depende a salvação deles. Isto fez dizer a São Clemente: Honrai os padres que vos guiam pelo caminho da santidade.

Bem alta pois é a dignidade do padre, mas à mesma altura está também a obrigação que lhe incumbe de trabalhar na salvação das almas. Ouçamos o que diz o Apóstolo: Todo o Pontífice escolhido dentre os homens, é estabelecido a favor dos homens no que respeita ao culto divino, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Depois ajunta: É necessário que o padre saiba condoer-se dos que estão na ignorância e se acham extraviados. O padre, pois, recebeu de Deus uma dupla missão: a de o honrar pelos sacrifícios e a de salvar as almas, instruindo os ignorantes e convertendo os pecadores.

Há uma diferença completa entre os seculares e os eclesiásticos: aqueles se aplicam às coisas terrenas e só cuidam de si próprios; estes formam o povo eleito encarregado de adquirir tesouros, mas que tesouros? O ofício de clérigo, responde Santo Ambrósio, é ganhar, não dinheiro, mas almas. O mesmo nome de padre, em latim sacerdos, exprime a natureza das suas funções: segundo Santo Antonino, que faz derivar esta palavra de sacradocens, e segundo Santo Tomás de Aquino, que a explica por sacra dans. Honório de Autum pensa que presbyter vem de praebens iter, — o que mostra ao povo o caminho por onde se chega do exílio à pátria. Está isto de acordo com o sentir de Santo Ambrósio, que chama aos padres os guias e dirigentes do rebanho de Jesus Cristo . Donde o santo tira esta conclusão: Que a vida corresponda ao nome, que o nome não seja uma palavra vã; o que não poderia dar-se sem um crime enorme. Se, pois, os nomes de sacerdos e de presbyter significam que o padre deve servir de sustentáculo às almas, guiá-las no caminho da salvação, e conduzi-las ao Céu, necessário é, segundo a reflexão de Santo Ambrósio, que o nome seja justificado pelas obras, para não ser um título vão; não aconteça que a honra das funções sacerdotais se torne um crime ou uma ignomínia, como diz São Jerônimo.

Se quereis cumprir os deveres do sacerdócio, continua ainda São Jerônimo, procedei de modo a salvardes a vossa alma, salvando os outros. Preservar as almas da corrupção do mundo e conduzi-las para Deus, tal é, segundo Santo Anselmo, a função própria do padre. E segundo o abade Filipe da Boa Esperança, o Senhor separou os padres do resto dos homens, para que eles trabalhassem, não só na sua própria salvação, mas ainda na dos outros. Nasce o zelo do amor, como diz Santo Agostinho; assim como a caridade nos obriga a amar a Deus e ao próximo, também o zelo nos obriga primeiro a procurar a glória de Deus, e impedir que se ultraje o seu nome; depois a promover o bem do próximo e preservá-lo do mal.

Não digais: Sou um simples padre, sem cura de almas, basta que cuide de mim. Não; todo o padre é obrigado a trabalhar na salvação das almas, segundo as suas forças e a necessidade em que elas se encontrarem. Assim, quando as almas por falta de confessores se encontram em grande necessidade espiritual, até o simples padre está obrigado a confessar. Se não tem a ciência precisa, para exercer esta função do seu ministério, está obrigado a adquiri-la. É o sentir do Pe. Pavone, da Companhia de Jesus, e que não é destituído de razão. Com efeito, assim como o Pai eterno enviou Jesus Cristo à terra para salvar o mundo, assim também Jesus Cristo destinou os padres para converterem os pecadores: Assim como meu Pai me enviou, assim eu vos envio. Razão esta por que o Concílio de Trento exige dos que aspiram ao sacerdócio, que sejam julgados idôneos para a administração dos sacramentos. Estabeleceu Deus a Ordem sacerdotal neste mundo, diz o Doutor angélico, para que haja cá homens encarregados de santificar os outros, pela administração dos sacramentos. E é especialmente para a administração do sacramento da Penitência que os padres estão colocados na terra, porque a seguir às palavras — Eu vos envio como meu Pai me enviou, — São João ajunta imediatamente: Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo; aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados. Mas, se o perdoar os pecados é um dos principais deveres do padre, segue-se que é uma das suas principais obrigações aplicar-se a cumpri-lo, ao menos quando a necessidade o exigir; do contrário, merecerá a censura de ter faltado ao aviso que São Paulo dirigia aos seus irmãos no sacerdócio: Nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus.

São os padres destinados por Deus a serem o sal da terra, e assim preservarem as almas da corrupção dos pecados, conforme a reflexão do venerável Beda. Mas, se o sal já não tem a propriedade do sal, para que serve ele, no dizer do Evangelho, senão para ser lançado fora da casa do Senhor e calcado aos pés de todos os transeuntes?

O padre, diz São João Crisóstomo, é como que o pai do mundo inteiro; deve pois tomar cuidado de todas as almas, que pelo seu ministério puder ajudar a salvar, correspondendo assim às vistas de Deus, de quem faz as vezes. Além disto, os padres são os médicos encarregados por Deus da cura das enfermidades de todas as almas. Assim os chama Orígenes: Médicos animarum; do mesmo modo São Jerônimo: Medicos spirituales. E São Boaventura ajunta: Se o médico abandona os doentes, quem tomará cuidado deles?

Demais, são os padres chamados muros da Igreja. Santo Ambrósio diz: Habet et Ecclesia muros suos (In 118, s. 22); e o autor da Obra imperfeita: Muri illius sunt sacerdotes (Hom. 10). Por Jeremias são também chamados as pedras que sustentam a Igreja de Deus; e por Santo Euquério as colunas que sustentam o mundo e o impedem de desabar. Finalmente São Bernardo os chama casa do próprio Deus. Dizemos pois com o autor da Obra imperfeita que se não cair senão parte do edifício, será fácil repará-lo; mas se as paredes da casa, se os alicerces, se as colunas que a sustentam vierem a cair, que reparação será ainda possível?

Também na Obra imperfeita os padres são chamados da vinha do Senhor. Mas, ó Céu! exclama em gemidos São Bernardo, os vinhateiros não se poupam nem a suores nem a fadigas, trabalham dia e noite na cultura das suas vinhas; pela sua parte, porém, que fazem os padres, a quem o Senhor encarregou o cultivo da sua vinha? Adormecem ociosos e consomem as suas forças no meio dos prazeres terrenos!

É grande a seara, mas são poucos os obreiros. É certo que nem os bispos nem os pastores seriam bastante para as necessidades dos povos; se Deus não tivesse mandado outros sacerdotes em socorro das almas, não estaria a sua Igreja bem provida.

Diz Santo Tomás de Aquino (2. 2. q. 184. a. 6) que os doze apóstolos, encarregados por Jesus Cristo da conversão do mundo, figuravam os bispos, e que os setenta e dois discípulos representavam todos os padres. Estes estão estabelecidos para trabalharem na salvação das almas, — fruto que o Redentor espera do ministério deles: Eu vos estabeleci para que vades pelo mundo e façais fruto. Tal a razão por que Santo Agostinho chama aos padres administradores dos interesses de Deus. Receberam eles a missão de extirpar os vícios e as máximas perniciosas do meio dos povos, fazendo florescer em seu lugar as virtudes e as máximas eternas. No dia em que Deus eleva algum ordinando ao sacerdócio, impõe-lhe a mesma obrigação que outrora a Jeremias: Eis que hoje te estabeleci sobre as nações e os reinos, para que arranques, e destruas, e dissipes, e edifiques e plantes.

Não sei como se poderá desculpar um padre que vê as necessidades iminentes das almas, onde habita; que pode socorrê-las, quer ensinando-lhes as verdades da fé, quer pregando-lhes a palavra de Deus, ou ainda ouvindo-as em confissão, e que o não faz por preguiça. Não sei, repito, como no dia do juízo um tal padre poderá escapar à reprovação e castigo com que o Senhor, no Evangelho, ameaça o servo negligente que escondeu o talento. Tinha-lhe o senhor confiado o talento para que negociasse com ele, mas o servo deixou-o estéril, e, quando lhe pediu conta dos lucros, respondeu: Escondi o vosso talento na terra; ei-lo, entrego-vos o que vos pertence. Ora, é precisamente o que seu senhor lhe censura: Como assim, lhe diz, dei-te um talento para negociares; está aqui o talento, mas onde está o lucro? — Mandou então que lhe tirasse o talento, e deu-o a outro; depois fez lançar nas trevas exteriores esse servo inútil: Tirai-lhe o talento, dai-o ao que tem dez e quanto ao servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores. Por trevas exteriores, entende-se o fogo do inferno, que é privado de luz, isto é, que está fora do Céu, como explicam os intérpretes.

Santo Ambrósio e outros, como Calmet, Cornélio e Tirin, aplicam esta passagem do Evangelho aos que podem trabalhar na salvação das almas, e por uma negligência culpável, ou vão temor de pecar, deixam de o fazer. Que prestem atenção a esta passagem, diz Cornélio a Lápide, os que por moleza ou temor de pecar, nem para a sua salvação nem para a do próximo, fazem uso dos talentos, ciência e outros dons que receberam de Deus; de tudo lhes há de pedir contas Jesus Cristo no dia do juízo. E São Gregório diz: Notem os padres ociosos, quem não quiser empregar o seu talento será privado dele e além disso condenado. E Pedro de Blois diz: O que faz servir à utilidade de outrem o dom que recebera de Deus, merece que lhe seja acrescentado o que já tem; mas o que enterra o talento do Senhor, ver-se-á despojado do que parecia ter. São João Crisóstomo afirma não se poder persuadir de que um padre, que nada faz pela salvação do seu próximo, possa salvar-se. Pois, aludindo, à parábola do talento, ajunta que a negligência dum tal padre, em usar do talento que lhe foi confiado, será o seu crime e a causa da sua condenação. Pouco lhe aproveitará, diz o santo, não ter perdido o talento que recebera; o servo foi condenado precisamente por não ter aumentado e duplicado o seu. Em resposta aos que dizem — basta que salve a minha alma — escreveu Santo Agostinho: Que dizeis vós? Esqueceis o que aconteceu ao servo que tinha escondido o seu talento?

Segundo São Próspero, ao padre não lhe basta para se salvar que viva santamente, porque se perderá com os que se perderem por sua culpa; e de que lhe servirá, ajunta ainda, não ser castigado pelas suas faltas pessoais, se o é pelos pecados dos outros? Lemos nos Cânones apostólicos: O padre que não tomar cuidado, nem do clero nem do povo, será separado dos seus irmãos e, se continuar na sua negligência, será deposto. Como se atrevem a pretender a honra do sacerdócio, pergunta São Leão, se não querem trabalhar pelas almas?

Um decreto do Concílio de Colônia determinou que quem se introduzir no sacerdócio sem a intenção de exercer as funções de vigário de Jesus Cristo, isto é, de trabalhar na salvação das almas, é um lobo e um bandido, segundo a expressão do Evangelho, e deve esperar um castigo tão terrível como certo.

Santo Isidoro não hesita em declarar culpados de falta grave os padres que descuram ensinar os ignorantes ou converter os pecadores. E São João Crisóstomo exprime o mesmo pensamento: Estão condenados muitos, não por seus próprios pecados, mas por pecados alheios, que não impediram. Falando dos simples padres, diz o Doutor angélico que aquele que, por negligência ou ignorância, não presta às almas os socorros do seu ministério, torna-se responsável diante de Deus pelas que podia salvar, e por sua falta não salvou. É ainda o sentir de São João Crisóstomo: Se o padre se contenta com salvar a sua alma, negligenciando as dos outros, será precipitado no inferno com os ímpios.

Um sacerdote que tinha passado uma vida piedosa e retirada, encontrando-se em Roma prestes a morrer, interrogado a respeito dos seus terrores, respondeu: “Tremo, porque não tenho trabalhado em salvar almas”. Tinha razão para temer, porque o Senhor estabeleceu os sacerdotes para salvar as almas e libertá-las dos vícios. Se o padre não desempenhar a sua missão, terá de dar contas a Deus de todas as almas que se perderem por sua culpa: Quando digo ao ímpio: Tu morrerás, se pela tua parte o não advertires e não instares para que se converta e viva, morrerá o ímpio por causa da sua iniquidade, mas Eu te pedirei contas do seu sangue. Assim, diz São Gregório, ao falar dos padres preguiçosos, que eles serão responsáveis diante de Deus por todas as almas que podiam socorrer, e de cuja perda se tornaram causa por sua negligência.

Jesus Cristo resgatou as almas à custa do seu sangue. Depois, como Redentor, confiou-as à guarda dos padres. Desgraçado de mim, exclamava São Bernardo, vendo-se padre, se negligenciar a guarda deste depósito, isto é, as almas que o Salvador julgou mais preciosas que o seu sangue! Os simples fiéis só hão de prestar contas dos seus próprios pecados, diz o autor da Obra imperfeita, mas o padre há de responder pelos pecados de todos. É o que o Apóstolo nos declara nesta passagem: Vigiam eles sobre vós, como quem há de dar contas a Deus das vossas almas. Deste modo, ajunta São João Crisóstomo, são atribuídos ao padre os pecados dos outros, a que ele por negligência não deu remédio. Daí a reflexão de Santo Agostinho: Se no dia do juízo cada um há de ter dificuldade em responder por si, — que será dos padres, a quem se pedirá conta das almas de todos os fiéis? E São Bernardo, ao considerar os que se fazem padres, não para salvarem almas, mas para terem uma vida mais cômoda, exclama com dor: Ai! Melhor seria para eles cavar a terra ou mendigar, do que serem revestidos do sacerdócio; porque no dia do juízo se levantarão contra eles as lamentações de todas as almas que a sua preguiça fez condenar.

Para se conhecer quanto Deus deseja a salvação das almas, basta considerar o que Ele fez na obra da redenção dos homens. Esse desejo bem o patenteou Jesus Cristo, quando disse: Tenho de ser batizado com um batismo de sangue, e quanto estou ansioso de que ele se consuma! Sentia-se como desfalecer, em razão do desejo que tinha de levar a cabo a obra da redenção, para ver os homens salvos. Donde com razão conclui São João Crisóstomo que nada há mais caro aos olhos de Deus que a salvação das almas. E antes dele tinha dito São Justino: Nada agrada tanto a Deus como os esforços que se fazem para tornar os homens melhores. Um dia que o Pe. Bernardo Colnago se dava a grandes trabalhos pela conversão dos pecadores, o próprio Senhor lhe dirigiu estas palavras: Trabalha na salvação dos pecadores, porque nada me é mais agradável. Trabalhar na salvação das almas é uma obra tanto do agrado de Deus, acrescenta São Clemente de Alexandria, que parece não ter Ele outro pensamento senão o de ver todos os homens salvos. Por isso São Lourenço Justiniano dá este aviso ao padre: Se desejas honrar a Deus, o mais seguro meio que para isso tens é trabalhar na salvação dos homens.

Aos olhos de Deus, diz São Bernardo, mais vale uma alma que o universo inteiro. Também, segundo São João Crisóstomo, quem converte uma só alma torna-se mais agradável ao Senhor, que quem reparte todos os seus bens em esmolas. E Tertuliano afirma que o regresso duma só ovelhinha desgarrada é tão caro a Deus como a salvação de todo o rebanho. Neste sentido dizia o Apóstolo: Ele me amou e se entregou por mim. Queria assim significar que Jesus Cristo teria morrido por uma só alma, como morreu por todos os homens, conforme a interpretação de São João Crisóstomo. Foi o que o nosso Redentor nos deu bem a entender na parábola da moeda perdida, sobre a qual diz o Doutor angélico: Tendo encontrado a moeda, reuniu todos os anjos e convidou-os a regozijarem-se, não com o homem, mas com Ele próprio, como se o homem fosse o Deus de Deus, como se a salvação do próprio Deus dependesse de tornar a encontrar o homem perdido, e não pudesse ser feliz sem ele.

Conforme o testemunho de muitos autores, o bispo São Carpo teve uma visão, em que parecia representar-se-lhe, que um pecador escandaloso tinha arrastado ao crime um inocente. Levado do seu zelo, ia o Santo a precipitá-lo num abismo, à beira do qual esse criminoso se achava, quando apareceu Jesus Cristo e o segurou com a sua mão, dizendo a São Carpo estas palavras: Percute me, quia iterum pro peccatoribus mori paratus sum. Era como se tivesse dito: Parai lá; sou antes eu que quero sofrer, porque já uma vez dei a minha vida por esse pecador, e estou pronto a dá-la de novo para evitar a perda dele.

O espírito eclesiástico, segundo Luís Habert, consiste essencialmente num grande zelo de aumentar a glória de Deus e salvar o maior número de almas. A Moisés mandou o Senhor que fizesse trazer aos sacerdotes uma vestimenta toda premiada de figuras circulares, em forma de olhos, para significar, segundo um autor, que o sacerdote deve ser todo olhos para vigiar pela salvação dos povos. Segundo Santo Agostinho, o zelo pela salvação das almas, assim como o desejo de ver Deus amado de todos os homens, nasce do amor; quem, pois, não ama, está perdido. Quem cuida da sua alma torna-se agradável a Deus; mas muito mais quem atende também à alma do seu próximo, diz São Bernardo.

Nada prova melhor ao Senhor o amor e fidelidade duma alma, diz São João Crisóstomo, que um zelo ardente pelo bem do próximo. Até três vezes perguntou o Salvador a São Pedro se o amava, e assegurado do seu amor, não lhe exigiu outra garantia senão o tomar cuidado das almas. Eis a reflexão de São João Crisóstomo: Podia dizer-lhe: Se me amas, deixa o teu dinheiro, entrega-te ao jejum, castiga o teu corpo com trabalhos; mas não, diz-lhe apenas: Apascenta as minhas ovelhas. Sobre a palavra minhas, nota Santo Agostinho que o Salvador quis dizer: Apascenta-as como minhas e não como tuas, pondo nisso a minha glória e não a tua, o meu proveito e não o teu. Por isso o santo Doutor nos ensina que quem quer agradar a Deus, trabalhando na salvação das almas, não deve ter em vista nem a sua própria glória, nem as suas vantagens pessoais, mas somente o acréscimo da glória de Deus.

Santa Teresa dizia que, ao ler a vida dos santos mártires e dos santos missionários, tinha mais inveja aos últimos que aos primeiros, por causa da glória imensa que alcançavam para Deus os que trabalhavam na conversão dos pecadores . Santa Catarina de Sena beijava a terra tocada pelos pés dos sacerdotes que consagravam os seus trabalhos ao bem das almas. Estava esta santa abrasada dum zelo tão ardente pela salvação dos pecadores, que desejava ser colocada à porta do inferno, para impedir que lá caíssem mais almas. E nós que somos padres, que dizemos? Que fazemos? Vemos tantas almas que se perdem, e permaneceremos espectadores ociosos?

Dizia São Paulo que, para obter a salvação de seus irmãos, teria consentido até em ser separado de Jesus Cristo, — por algum tempo — conforme a explicação dos intérpretes. São João Crisóstomo desejava ser olhado com execração, contanto que as almas confiadas aos seus cuidados se convertessem.

São Boaventura protesta que aceitaria tantas mortes quantos os pecadores que há no mundo, para salvar a todos. Quando São Francisco de Sales se encontrava no meio dos hereges, não hesitou, durante o inverno, em atravessar um riacho, agarrando-se e escorregando por uma trave gelada, a servir de pontilhão. Afrontou as maiores fadigas e perigos para ir levar ao povo a palavra do Evangelho. São Caetano encontrava-se em Nápoles, durante a revolução terrível de 1547; ao ver que tantas pobres almas se perdiam, por ocasião destas perturbações, sentiu-se tão profundamente magoado que morreu de dor. Por sua parte, Santo Inácio de Loiola dizia: Ainda que tivesse a certeza de que, morrendo agora, me salvaria, quereria antes ficar na terra, incerto da minha salvação, para continuar a socorrer as almas.

Eis o zelo de que estão animados pelo bem das almas todos os padres que amam a Deus; e, contudo, muitos há que, sob o menor pretexto, para não se exporem a um pequeno incômodo, descuram tão graves obrigações! Até entre os que têm cargo de almas se encontram alguns réus desta indiferença! Dizia São Carlos Borromeu que um pároco, dado às comodidades, e que toma todas as precauções possíveis a respeito da saúde, nunca poderá cumprir os seus deveres. Acrescentava ainda, que um pastor não se deve acamar, senão depois de três acessos de febre.

Se amais a Deus, dizia Santo Agostinho, levai o mundo inteiro a amar a Deus. Quem ama verdadeiramente a Deus faz todos os esforços para levar os outros a amá-lo; pede-os e diz a todos com Davi: Glorificai comigo ao Senhor, e de comum acordo exaltemos o seu nome. O sacerdote que ama a Deus vai por toda a parte, exortando a todos e repetindo sem cessar no púlpito, no confessionário, nas praças públicas e nas casas: Irmãos meus, amemos a Deus; glorifiquemos o seu santo nome pelas nossas palavras e pela nossa vida.

Não pode morrer mal um sacerdote que gastou a sua vida a trabalhar na salvação das almas. Se empregaste a tua vida, diz o Profeta, a socorrer uma alma nas suas necessidades, se a consolaste nas suas aflições, o Senhor, no meio das trevas da tua morte temporal, te encherá de luz e te livrará da morte eterna. Era o que dizia Santo Agostinho: Animam salvasti, animam tuam praedestinasti. E antes dele tinha dito o apóstolo São Tiago: Quem houver convertido um pecador extraviado, salvará a sua alma e cobrirá a multidão dos seus pecados.

Um padre da Companhia de Jesus, José Scamaca, tinha consagrado a sua vida a trabalhos relativos à conversão dos pecadores; à hora da morte, mostrou-se tão alegre e seguro da sua salvação, que alguns olharam como demasiada a sua confiança e disseram-lhe que, em tal situação, devia a confiança andar acompanhada do temor. Como, respondeu ele! é porventura a Maomé que eu tenho servido? Terei razão para temer, depois de haver servido um Deus tão bom e tão fiel? Como está acima, Santo Inácio de Loiola declarou um dia que, para socorrer as almas, de bom grado permaneceria na terra incerto da sua própria salvação, embora morrendo primeiro tivesse a certeza de se salvar. Houve quem lhe dissesse: Não é prudente arriscar a salvação própria pela dos outros. — Ora essa! Respondeu o Santo, seria Deus um tirano? Tendo-me visto expor a minha salvação para lhe ganhar almas, quereria depois me mandar para o inferno?

Tinha Jônatas salvado os Hebreus das mãos dos Filisteus, vencendo-os com o máximo risco da própria vida. Foi condenado à morte por seu pai Saul, em razão de ter, contra a sua proibição, comido um pouco de mel. O povo porém começou a clamar a Saul: Como pode ser isso! Quereis tirar a vida a Jônatas que nos salvou da morte? Foi assim que obteve o seu perdão. Eis o que pode esperar com fundada razão o padre que, pelos seus trabalhos, chegou a salvar algumas almas. Ao tempo da sua morte, elas se apresentarão a Jesus Cristo e lhe dirão: Senhor, quereis acaso precipitar no inferno quem de lá nos livrou? E se Saul perdoou a Jônatas, a pedido do seu povo, por certo não recusará Deus o perdão a esse padre por quem pedem as almas benditas. Os padres que trabalham na salvação das almas ouvirão, no momento da morte, o próprio Senhor a anunciar-lhe o repouso eterno. Que consolação! Que motivo de confiança, no leito mortuário, pensar que se ganhou alguma alma para Jesus Cristo! É doce o repouso depois da fadiga. Assim, para o sacerdote que trabalhou por Deus é muito doce a morte.

Quanto mais um pecador tiver contribuído para libertar as almas da escravidão do pecado, diz São Gregório, tanto mais facilmente conseguirá o perdão dos seus próprios pecados. Ter a felicidade de trabalhar na conversão dos pecadores, é um sinal claro de que se está predestinado e escrito no Livro da vida, como o Apóstolo o manifesta, quando fala dos que com ele cooperavam na conversão dos povos, dizendo: Também te rogo, meu irmão amantíssimo, que venhas em auxílio dos que têm trabalhado comigo no Evangelho, com Clemente e com os restantes cooperadores meus, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida . Notem-se estas últimas palavras.

Quanto às magníficas recompensas reservadas aos obreiros evangélicos, escutemos o que diz Daniel: Brilharão como estrelas, por eternidades infindas, os que instruem a muitos na justiça.

Vemos agora as estrelas a brilhar no firmamento; assim na mansão dos bem-aventurados hão de resplandecer, com uma glória ainda mais deslumbrante, os que trabalharam em reconduzir as almas para Deus. Se se merece uma grande recompensa quando se livra um homem da morte temporal, diz São Gregório, quanto maior quando se livra uma alma da morte eterna, e se lhe alcança uma vida sem fim! Foi o que o nosso Salvador declarou expressamente: Quem houver ensinado e praticado, será chamado grande no reino dos céus. Quando um mau padre vem a condenar-se, depois de ter pervertido uma multidão de almas com os seus escândalos, — que tremendo castigo tem a sofrer no inferno! Ao contrário, Deus, que é mais liberal nas suas recompensas, do que severo nos seus castigos, — como não retribuirá magnificamente no Paraíso um padre que, pelos seus trabalhos lhe tiver ganhado um grande número de alma?

São Paulo apoiava toda a esperança da sua coroa eterna, na salvação das almas, que tinha convertido para o Senhor, e estava persuadido de que elas lhe haviam de obter uma grande recompensa do Céu: Qual é pois a nossa esperança, a nossa alegria, a nossa glória? Não sois vós que haveis de ser tudo isso diante de Nosso Senhor Jesus Cristo no dia da sua vinda? Assegura São Gregório que um pregador do Evangelho há de alcançar tantas coroas quantas as almas que tiver ganhado para Deus. Lemos nos Cânticos: Vem do Líbano, ó esposa minha, vem do Líbano, vem; hão de contribuir para a tua coroa... os covis dos leões, os montes dos leopardos. Tal é a promessa magnífica que o Senhor faz a quem se dedica à conversão dos pecadores: almas que outrora eram como bestas ferozes e monstros infernais, converteram-se e tornaram-se agradáveis a Deus. Um dia hão de ser elas no Céu outras tantas pérolas preciosas, destinadas a ornar a coroa do padre, que as encaminhou para a virtude.

Um padre que se condena, não se condena só; e um padre que se salva, com certeza  não se salva só. Quando São Filipe Néri morreu e subiu ao Céu, enviou o Senhor ao encontro da sua alma todas as almas que se tinham salvado pelo seu ministério. O mesmo se conta dum outro grande servo de Deus, — o irmão Querubim de Spoleto: viram-no entrar na glória, acompanhado de muitos milhares de almas, que aos seus trabalhos deviam a salvação. Conta-se também do venerável Pe. Luís La Nuza, que fora visto no Céu, assentado num trono elevado, cujos degraus estavam ocupados pelas almas que havia convertido.

Para cultivarem os seus campos, semeá-los e ceifá-los, sofrem os pobres lavradores duros trabalhos; mas todas as suas penas são depois amplamente compensadas pela alegria da colheita: Lá iam eles e choravam ao lançarem as sementes; mas voltavam na alegria, trazendo os seus feixes. Também, para levar as almas para Deus, é necessário sofrer muitas penas e fadigas; mas os obreiros evangélicos hão de ser abundantemente recompensados pela alegria de apresentarem a Jesus Cristo, no Vale de Josafat, todas as almas salvas pelo seu zelo.

E que não afrouxe nem desista de tão importante missão o padre que, depois de ter trabalhado em reconduzir os pecadores para Deus, não vir os seus esforços coroados de bom êxito. Padre de Jesus Cristo, lhe diz São Bernardo, para reanimar o seu zelo, não te desanimes; a recompensa que te espera, está garantida; Deus não exige de ti a conversão das almas; contenta-se com lhes dispensares os teus cuidados; não é o êxito dos esforços que será coroado, serão antes os próprios esforços a medida da recompensa. É o que São Boaventura confirma, dizendo que o padre não será menos recompensado com respeito aos que tiverem desprezado ou aproveitado mal os seus trabalhos, do que em relação aos que souberam colher os maiores frutos. O mesmo Santo acrescenta que o lavrador, que cultiva uma terra árida e pedregosa, não é menos digno de recompensa, embora colha dela pouco fruto. Quer dizer com isso que um padre que trabalha, ainda que sem fruto, em reconduzir um pecador obstinado, receberá uma recompensa tanto maior, quanto mais penosos tiverem sido os seus trabalhos (cfr. Santo Afonso Maria de Ligório, A selva).

Prezado, como já foi mencionado, trabalhemos com fervor para a glória de Deus e pelo bem das almas; não deixemos que a frieza dos corações atinja o nosso.

Envio-lhe os documentos que prometi sobre a rebeldia e guerra contra o Papa Bento XVI, de alguns padres e freiras que se julgam tradicionais. Estão comentando que Dom Richard Williamsom vai sagrar bispos para continuar com a “legítima” tradição. Que Deus não permita tamanha desgraça!

Existem muitas pessoas despreparadas rezando pela conversão do Santo Padre e o afrontando. Rezemos para que o Papa Bento XVI tenha muita paciência com esses “iluminadores”.

Envio também um “livrinho” de pormenores sobre a Missa Tridentina; peço-lhe, caso tenha tempo, que leia e faça as devidas correções.

Muitas pessoas que participaram do Santo Retiro elogiaram a sua piedade durante a celebração da Santa Missa, Rito “Tridentino”.

Quando eu era seminarista, ficava encantado com a piedade do Revmo. Pe. Eberhard Joachin Ingo Dollinger durante a celebração da Santa Missa; e, hoje, encanta-me também a sua piedade durante a celebração da Santa Missa. O elogio das pessoas é verdadeiro.

Existem muitos sacerdotes que celebram horrorosamente a Santa Missa (missal Paulo VI ou São Pio V); parecem mais uns “brucutus”, primatas, grosseiros... são desajeitados: “E vós, sacerdotes, deveis temer a justiça de Deus, quando, por uma pressa exagerada ou por negligência irreverente, executardes mal as santas cerimônias, precipitardes as palavras, confundirdes os movimentos, numa palavra, despachardes a Missa. Refleti que consagrais, que tocais e recebeis o Filho do Altíssimo, e que não podeis, sem falta, omitir a menor cerimônia ou fazê-la de modo negligente ou defeituoso” (As excelências da Santa Missa).

Está claro que lugar de estrupício não é no altar.

Reze por nós.

Respeitosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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