Anápolis, 14 de março de 2013
Ao Revmo. Pe. Luís Lima de Sousa
Estimado sacerdote, sejamos amigos de Jesus Cristo,
nosso Rei e Senhor. A pessoa que escolheu a Jesus por amigo pôs-se à
sombra de boa árvore; pois, em Jesus, terá uma defesa que a toda
hora do dia e da noite a estará protegendo contra os assaltos de
seus inimigos. Professemos o nosso Mestre sem medo nem respeito
humano... sigamos a Cristo carregando as nossas cruzes com amor e
alegria: “Quando caminhamos sem a cruz
edificamos sem a cruz, confessamos ao Senhor sem a cruz, não estamos
mais com Cristo. Tudo se torna mundano” (Papa
Francisco, 1.ª Santa Missa, 14 de março de 2013).
Deus lhe pague pela preciosa palestra
(Condições para seguir a Jesus Cristo) dada no Santo Retiro
de fevereiro, dia 10, na Casa de Retiro Madre Beatriz de Nossa
Senhora das Dores (Cidade Missionária do Santíssimo Crucifixo)-Anápolis-GO,
para 100 pessoas. Obrigado pela colaboração!
Precisamos de sua ajuda para o Santo Retiro de
abril que será realizado aqui na nossa Cidade Missionária; além dos
brasileiros, estamos esperando bolivianos e paraguaios.
Prezado, façamos o bem enquanto é tempo e busquemos a
santidade com afinco. É vontade do Senhor Deus que sejamos santos...
evitando tudo o que Lhe desagrada.
Sabemos que é extremamente grave o pecado do padre,
porque peca com pleno conhecimento: sabe bem o mal que faz. Ensina
Santo Tomás de Aquino que o pecado dos fiéis é mais grave que o dos
infiéis, precisamente porque os fiéis conhecem melhor a verdade;
ora, as luzes dum simples fiel são bem inferiores às de um
sacerdote. O padre é tão instruído na lei de Deus, que a ensina aos
outros: Porque os lábios do sacerdote hão de guardar a ciência, e é
da sua boca que os outros aprenderão a lei. É muito grave o pecado
de quem conhece a lei, porque de nenhum modo pode desculpar-se com a
ignorância. Pecam os pobres seculares, no meio das trevas do mundo,
afastados dos sacramentos, pouco instruídos nas coisas espirituais,
envolvidos nos negócios do século. Como apenas têm um fraco
conhecimento de Deus, não vêem bem o mal que fazem, pecando:
arremessam as suas flechas na obscuridade como diz Davi. Os padres,
ao contrário, estão cheios de luz, pois eles mesmos são os luzeiros
destinados a alumiar os outros: Vós sois a luz do mundo.
Sem dúvida, devem os padres estar muito instruídos,
depois de terem lido tantos livros, ouvido tantos sermões, feito
tantas meditações e recebido dos seus superiores tantos avisos! Numa
palavra, foi-lhes dado conhecer a fundo os divinos mistérios.
Sabem, pois, perfeitamente quanto Deus merece ser
servido e amado, conhecem a malícia do pecado mortal, que é um
inimigo tão contrário a Deus que, se Deus pudesse ser aniquilado, o
seria por um só pecado mortal, como ensina São Bernardo:
“O pecado tende a destruir a divina bondade”;
e noutro lugar: “O pecado, quanto lhe é
possível, aniquila a Deus”. Diz o autor da Obra
imperfeita “que o pecador, tanto quanto
depende da sua vontade, faz morrer Deus”. De fato, ajunta
o Pe. Medina, “... o pecado mortal tanto
desonra e desagrada a Deus que, se Deus fosse susceptível de
tristeza, o pecado o faria morrer de pura dor”. Tudo isso
sabe o padre muito bem, e conhece por igual a obrigação em que está,
como padre, cumulado de benefícios de Deus, de o servir e amar.
Assim, diz São Gregório, “... quanto
melhor vê a enormidade da injúria que faz a Deus, pecando, mais
grave é o seu pecado”.
Todo o pecado da parte do padre é um pecado de
malícia, semelhante ao dos anjos que pecaram na presença da luz. É
ele o anjo do Senhor, diz São Bernardo, falando do padre, e de certo
modo peca no Céu, pecando no estado eclesiástico. Peca no meio da
luz, o que faz que o seu pecado, como fica dito, seja um pecado de
malícia: não pode, pois, alegar ignorância, porque sabe que mal é o
pecado mortal; também não pode alegar fraqueza, porque conhece os
recursos para se tornar forte, se quiser valer-se deles. Se o não
quer, a culpa é sua: Não quis entender para praticar o bem.
Pecado de malícia, diz Santa Teresa, é aquele a que o pecador se
decide cientemente; e afirma noutro lugar que todo o pecado de
malícia é pecado contra o Espírito Santo. Ora, da boca do Senhor
sabemos que o pecado contra o Espírito Santo não será perdoado, nem
na vida presente nem na futura; quer dizer, tal pecado será de muito
difícil perdão, por causa da cegueira que o pecado de malícia traz
consigo.
Pregado na cruz, rogou o nosso Salvador pelos seus
perseguidores: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Mas esta oração não aproveitou para os maus padres; foi antes a sua
sentença de condenação, porque os padres sabem o que fazem. Nas suas
lamentações, exclamava Jeremias: Como se embaciou o ouro, como
perdeu o seu brilho? Esse ouro embaciado é precisamente, diz
o cardeal Hugues, o sacerdote pecador, que devia luzir com todo o
brilho do amor divino, mas pelo pecado se tornou escuro, horrível,
objeto de horror para o próprio inferno, e mais odioso aos olhos de
Deus que todos os outros pecadores. Diz São João Crisóstomo
“que nunca Deus é tão ofendido como quando
os que o ultrajam estão revestidos da dignidade sacerdotal”.
O que agrava a malícia do pecado no padre é a
ingratidão de que se torna culpado para com Deus, que o elevou a
funções tão sublimes. Santo Tomás de Aquino ensina que a enormidade
do pecado aumenta à medida da ingratidão de quem o comete. Nenhuma
ofensa, diz São Basílio Magno, nos fere tanto, como a que nos é
feita por nossos amigos e parentes.
Os padres são chamados por São Cirilo — Dei intimi
familiares. A que dignidade mais alta poderia Deus erguer a um
homem, do que fazê-lo sacerdote?
Passai revista a todas as honras e dignidades, diz
Santo Efrém, e vereis que não há nenhuma que não seja eclipsada pelo
sacerdócio. Que honra maior, que nobreza mais assinalada, que ser
constituído vigário de Jesus Cristo, seu coadjutor, santificador das
almas e ministro dos sacramentos?
Dispensadores regiae domus: é assim que São Próspero
chama aos padres.
Escolheu o Senhor o padre do meio de tantos outros
homens, para ser ministro seu, e para lhe oferecer em sacrifício o
seu próprio Filho. Escolheu-o entre todos os homens viadores para
oferecer o sacrifício a Deus. Deu-lhe poder sobre o corpo de Jesus
Cristo; depôs em suas mãos as chaves do Paraíso; elevou-o acima de
todos os reis da terra e de todos os anjos do Céu; numa palavra, o
fez um Deus na terra.
Que mais poderia eu fazer à minha vinha que não tenha
feito? Não parece que estas palavras são dirigidas unicamente ao
padre? Depois disso, que monstruosa ingratidão quando esse padre,
tão amado de Deus, o ofende na sua própria casa, como o mesmo Deus
se lamenta pela boca de Jeremias. A este pensamento, exclama São
Bernardo de Claraval, com gemidos:
“Ai, Senhor, os que têm a
vanguarda na vossa Igreja são os primeiros a perseguir-vos!”
Ao que parece, é ainda dos maus padres que se queixa
o Senhor, quando convida o Céu e a terra para testemunhas da
ingratidão que os seus filhos usam com Ele: Ó céus, escutai, ó
terra, presta ouvidos... criei filhos, cumulei-os de honras, e eles
desprezaram-me! De fato, que filhos poderiam ser esses senão
os padres que Deus elevou a tão alta dignidade, e com a sua carne
alimentou à sua mesa, e que depois ousaram desprezar o seu amor e a
sua graça? É ainda desta ingratidão que se lamenta quando diz pela
boca de Davi: Se o meu inimigo tivesse falado mal de mim, eu o
teria sofrido... mas tu que eras como que metade da minha alma, tu,
um dos chefes do meu povo, meu amigo íntimo, que partilhavas das
delícias da minha mesa! Sim, o Salvador parece dizer: se um
inimigo, quer dizer um idólatra, um herege, um mundano, me
ofendesse, eu o suportaria, mas como poder sofrer que me ultrajes
tu, sacerdote, meu amigo, meu comensal?
É o que Jeremias deplora igualmente, exclamando:
Os que se alimentavam delicadamente... que se tinham nutrido na
púrpura, abraçaram a podridão. Que miséria, que
horror, diz o Profeta! O que se alimentava duma iguaria celeste e se
revestia de púrpura, ei-lo coberto com os andrajos do pecado, a
nutrir-se de lodo e estrume! (cfr.
Santo Afonso Maria de Ligório, A selva).
Rezemos pelo Santo Padre
Francisco, para que Deus lhe dê força, coragem e perseverança diante
dos ventos contrários. Já existe uma campanha difamatória contra o
Papa Francisco na Internet, dizendo que ele apoiou a ditadura na
Argentina, que era amigo do ex-ditador Jorge Rafael Videla. A
maligna Maçonaria está por trás de tudo.
Rezemos também pelo Papa
Emérito Bento XVI, para que a Virgem Maria o proteja de todos os
males.
Com
gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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