Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 60

 

Anápolis, 20 de maio de 2013

 

Ao Revmo. Pe. Luís Lima de Sousa

 

Prezado sacerdote, trabalhemos para a glória de Deus e pelo bem das almas com fervor, convicção e perseverança: “Que chegueis a conhecer plenamente a vontade de Deus, com toda a sabedoria e com o discernimento da luz do Espírito. Pois deveis levar uma vida digna do Senhor, para lhe serdes agradáveis em tudo. Deveis produzir frutos em toda a boa obra e crescer no conhecimento de Deus, animados de muita força, pelo poder de sua glória, de muita paciência e constância, com alegria” (Cl 1, 9b-11).

 

Deus lhe pague pela preciosa palestra (O inferno é eterno) dada no Santo Retiro de abril, dia 27, na Casa de Retiro Madre Beatriz de Nossa Senhora das Dores (Cidade Missionária do Santíssimo Crucifixo)-Anápolis-GO, para 95 pessoas. Obrigado pela colaboração! Precisamos de sua ajuda para o Santo Retiro de junho que será realizado aqui na nossa Cidade Missionária; além dos brasileiros, estamos esperando bolivianos, paraguaios e argentinos.

Estimado, não deixemos de realizar o bem por causa dos obstáculos que surgem pelo caminho, confiemos em Cristo Jesus que fortalece quem n’Ele confia: “Sobrevêm muitas ondas e fortes procelas; mas não tememos afundar, pois estamos firmes sobre a pedra. Enfureça-se o mar, não tem forças para dissolver a pedra; ergam-se as vagas, não podem submergir o navio de Cristo... Cristo comigo, a quem temerei? Mesmo que as ondas se agitem contra mim, mesmo os mares, mesmo o furor dos príncipes: tudo isto me é mais desprezível que uma aranha” (São João Crisóstomo, Homilias).

É vontade de Deus que sejamos convictos, corajosos e ousados, no meio desse mundo seguidor da mentira: “De Cristo nos vem o nome de cristãos... não deveremos então seguir o caminho que Cristo seguiu?” (São Bernardo de Claraval), e: “Aqueles que vivem mal e se dizem cristãos, fazem uma injúria a Cristo. Deles foi dito que blasfemam o nome do Senhor” (Santo Agostinho), e também: “O ser cristão é coisa que deve ser grande e não só ter aparência disso” (São Jerônimo), e ainda: “Embora na terra, o cristão deve ser como que do céu” (São Gregório Magno), e: “Seremos cristãos se formos imitadores de Cristo” (São Cipriano), e também: “O cristão é outro Cristo” (Tertuliano).

Preguemos a Palavra de Deus com clareza e sinceridade, deixando de lado as AMBIGUIDADES. Milhares de sacerdotes escondem a verdade, deixando o povo viver na ignorância.

Dom Rafael Llano Cifuentes escreve sobre a AMBIGUIDADE RELIGIOSA: “Às vezes, infelizmente, encontramos essa duplicidade nos ambientes religiosos. Parece que há medo de falar com clareza; fazem-se concessões que o Magistério da Igreja nunca fez; ‘barateiam-se’ as exigências morais para não afastar as pessoas, ou perder adeptos, ou, melhor, por temor de se receber a alcunha de ‘duro’, ‘intransigente’, ‘quadrado’, ‘ultrapassado’ e ‘pouco arejado’... Por outro lado, há pessoas que tendem a questionar tudo, a submeter tudo a uma espécie de ‘dúvida metódica’, à Descartes. A este fenômeno referia-se o Papa Paulo VI quando afirmava: ‘A dúvida – parece estranho dizê-lo neste nosso século iluminista, orgulhoso e seguro das suas conquistas científicas – é uma doença contagiosa e bastante difundida no pensamento especulativo, e por isso também no religioso do nosso tempo... O estado mental de dúvida converteu-se em algo comum e mesmo de moda hoje em dia, como uma elegante modéstia do pensamento, satisfeito mais com opiniões do que com a verdade e disposto a substituir empiricamente as exigências lógicas de uma doutrina segura pelos lugares-comuns da mentalidade corrente: daí que produza efeitos graves e imprevisíveis’. O questionamento, a dúvida, não é o destino da inteligência humana; é uma situação de passagem. E ninguém constrói a sua casa definitiva num lugar de passagem. Temos de alicerçar a nossa personalidade em fundamentos sólidos, não em enunciados ambíguos. Essas mesmas pessoas surpreendem-se de que haja ambientes religiosos em que se fale de uma maneira clara de temas que para eles são ‘questionáveis’. Acham isso ‘pouco honesto’, ‘artificial’, ‘excessivamente contundente’. E não deveriam surpreender-se, porque essas verdades – como a afirmação do celibato eclesiástico, da castidade conjugal, da não-aceitação do divórcio, dos anticoncepcionais, das relações pré-matrimoniais, da masturbação etc. – nunca foram verdades ‘questionadas’ pela Igreja, mas sempre confirmadas explicitamente. Não se pode falar da verdade de Deus de maneira morna, melancólica e insegura. As verdades do cristianismo apóiam-se na própria autoridade de Deus que revela e que não pode enganar-se nem enganar-nos. Ele nunca quis deixar-nos entregues a um estado nebuloso, indefinido, de dúvidas e incertezas. Quando um médico está convencido de que determinado tratamento pode salvar a vida de um ente querido, não permite que o tratamento seja aplicado timidamente, de forma incompleta; vai a fundo! Que querem esses cristãos que têm obrigação de transmitir as verdades eternas, as únicas verdades que levam à saúde espiritual? Sacrificar as certezas do Magistério da Igreja às suas dúvidas particulares? Dizer meias-verdades, deixando que as almas se arrastem nas suas enfermidades espirituais, numa situação de meia-saúde, de meia-vida e de meia-morte? Permitir que o metabolismo espiritual dos que lhe pedem critério fique condenado a uma fraqueza e languidez crônicas, que a sua ofegante respiração sobrenatural mal lhes consinta oxigenar o seu organismo? Que deseja esse tipo de pessoas: deixar as almas oscilarem entre um pouco de verdade e um pouco de erro? Entre um pouco de pecado e um pouco de virtude? Entre um pouco de vida e um pouco de morte? Nesta última década do século XX, padecemos de uma doença social de agudíssima gravidade: uma pavorosa crise de valores; vivemos num mundo melancólico que perdeu os grandes ideais, as verdades-mestras. Vivemos num mundo de relativismo onde tudo se justifica, tudo se desculpa, porque em nada se acredita. Não podemos permitir que alguém traga ao coração da Igreja essa névoa de perplexidade e de ambiguidade amorfa! Temos que lutar com todas as forças para que todos irradiemos ‘o esplendor, a segurança e o calor do sol da fé’. Temos que fitar de frente a Verdade, procurar vivamente o rosto de Deus e dilatar as nossas pupilas para mergulhar no olhar amabilíssimo do Senhor, e terminar apaixonando-nos por essa Verdade Infinita que é ao mesmo tempo a infinita Beleza de Deus. O Senhor sempre proclamou a verdade de maneira nítida, e os homens de Deus de todas as épocas dela se fizeram eco como fidedignos transmissores. Eles encarnaram essas verdades, eles as sentiram nas suas vísceras de tal forma e com tal intensidade que não podiam silenciá-las. Eram verdades que transbordavam deles como transbordam as águas de um lago dilatadas pelo temporal. A verdade de Deus não é uma verdade que se possa dizer timidamente, tepidamente, ambiguamente... É uma avalanche de força avassaladora” (Vidas Sinceras).

O Papa Bento XVI também escreveu sobre a hipocrisia religiosa e a fraqueza de muitos pregadores de pregarem com a intenção de agradar as pessoas: “Jesus põe em evidência aquilo que qualifica a autenticidade de cada gesto religioso, dizendo que é a qualidade e a verdade do relacionamento com Deus. Por isso, denuncia a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer dar nas vistas, as atitudes que buscam o aplauso e a aprovação” (Homilia, 13 de fevereiro de 2013).

Rezemos pelo Papa Francisco, para que seja corajoso, ousado e firme, em condenar com rigor tudo o que desagrada a Deus, principalmente o atrevimento dos gays que querem que seus pecados sejam aplaudidos e glorificados pelo mundo inteiro: “Apesar de conhecerem a sentença de Deus que declara dignos de morte os que praticam semelhantes ações, eles não só as fazem, mas ainda aplaudem os que as praticam” (Rm 1, 32).

Até agora não li nenhum pronunciamento do Santo Padre sobre essa aberração. Respeitar os gays não significa ficar calado diante de seus gravíssimos pecados. Eles não cometem “coisas” leves; mas sim, pecados gravíssimos: “... nem os efeminados, nem os sodomitas... herdarão o Reino de Deus” (1 Cor 6, 10).

Por que será que o Papa Francisco mantém o silêncio diante de tanta depravação? Ele disse algo contra quando era cardeal em Buenos Aires. E agora?

Rezemos pelo Brasil que está se tornando uma fossa repugnante.

Atenciosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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