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            CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO, ANÁPOLIS-GO 
              
            
            Circular n° 15 - 25/01/2006 
            
              
            
            Caríssimo (a) benfeitor (a), que Cristo Sofredor 
            esteja na vossa alma imortal, para que possas carregar pacientemente 
            as cruzes de cada dia: “Foi maltratado, mas livremente 
            humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro conduzido ao 
            matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença dos seus 
            tosquiadores ele não abriu a boca” (Is 
            53,7).  
            
              
            
            Hoje, infelizmente, milhões de pessoas que se dizem 
            cristãs são inimigas da cruz de Cristo: “Pois há muitos dos quais 
            muitas vezes eu vos disse e agora repito, chorando, que são inimigos 
            da cruz de Cristo” (Fl 3,18), 
            reclamam de tudo e de todos, e chegam até murmurarem contra Deus; 
            são os discípulos da mulher de Jó que o aconselhou: “Amaldiçoa a 
            Deus e morre duma vez!” (Jó 2,9), 
            mas a mesma ouviu da boca do marido as seguintes palavras: “Falas 
            como uma idiota” (Jó 2,10). 
            
            Sim, prezado (a) benfeitor (a), é grande idiotice 
            reclamar da cruz ou então carregá-la com o semblante sisudo e 
            amargo, quem a carrega assim, com certeza irá para o inferno eterno: 
            “É preciso sofrer e todos têm de sofrer; seja justo ou pecador, 
            cada um deve carregar sua cruz. Quem a carrega com paciência, 
            salva-se; quem a carrega com impaciência, perde-se” 
            (Santo Afonso Maria de Ligório, A Prática do Amor a 
            Jesus Cristo, Capítulo V), e : “As mesmas 
            misérias levam alguns para o céu, e outros para o inferno”
            (Santo Agostinho, Sermo 52, nº 4. ML 39-1845). 
            
            Ao invés de reclamar do sofrimento, é preciso 
            contemplar a Jesus Crucificado e beber do seu exemplo. Ele sendo 
            Deus (cf. Jo 1,1), 
            Inocente (cf. 1 Pd 2, 22) 
            e Luz (cf. At 10, 38), 
            sofreu durante toda a sua vida: “Nem ainda Jesus Cristo Nosso 
            Senhor esteve, enquanto viveu, uma hora sem padecer… Toda a vida de 
            Cristo foi cruz e martírio” (Tomás de 
            Kempis, Imitação de Cristo, Livro II, Capítulo XII, 6 e 7), 
            em Lc 24, 26 diz também: “Não era preciso que 
            o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?”, 
            e no mesmo Evangelho 24, 46 diz ainda: “Assim está escrito que o 
            Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia”, e 
            Santo Afonso escreve: “No dia do julgamento de nossa salvação, 
            nossa vida deverá ser igual à vida de Jesus Cristo, para merecermos 
            o Paraíso… O Verbo Eterno desceu à terra para nos ensinar, com seu 
            exemplo, a carregar com paciência as cruzes que Deus nos manda”
            (A Prática do Amor a Jesus Cristo, Capítulo V). 
            
            Caríssimo (a) benfeitor (a), abaixemos a nossa cabeça 
            diante de Cristo Crucificado e bebamos com fé de seu exemplo, e com 
            certeza, de nossos lábios jamais sairão palavras de reclamação ou de 
            murmuração contra Deus por causa dos sofrimentos. 
            
            Mergulhemos na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, e 
            então veremos o quanto Ele sofreu por nosso amor. 
            
              
            
            1. Jesus Cristo começou a sofrer quando ainda estava 
            no Seio Puríssimo da Virgem Maria 
            
              
            
            Santo Afonso Maria de Ligório diz que “O Coração 
            de Jesus Menino devia sentir-se amargurado, atormentado e oprimido 
            no Seio da Virgem Maria, quando no primeiro instante da Encarnação o 
            Pai Eterno Lhe mostrou toda a série de desprezos, de dores e de 
            angústias que no correr da Sua vida devia sofrer” 
            (Meditações). 
            
            Tudo o que Jesus Cristo sofreu no correr da Sua vida 
            e em Sua Paixão, foi-Lhe posto diante dos olhos quando ainda se 
            achava no Seio de Maria Santíssima. Ele aceitou tudo com amor. 
            
              
            
            2. Jesus Cristo sofreu na pobre Gruta de Belém 
            
              
            
            Nosso Senhor podia salvar-nos sem padecer, nem 
            morrer; mas não. Afim de nos fazer conhecer até que ponto nos amava, 
            quis escolher uma vida toda de tribulações. 
            
            Assim que nasceu, foi colocado em uma manjedoura, 
            onde tudo concorria para O atormentar: “É atormentado na vista, 
            que não descobre na gruta senão paredes grosseiras e negras. É 
            atormentado no olfato, pelo fedor das imundícias dos animais. É 
            atormentado no tato, pelas picadas da palha que Lhe servia de cama. 
            A Gruta era também úmida e fria” (Santo 
            Afonso Maria de Ligório, Meditações). 
            
              
            
            3. Jesus Cristo sofreu na fuga para o Egito 
            
              
            
            Jesus Cristo, apenas nascido, é perseguido de morte 
            por Herodes: “…o Anjo do Senhor manifestou-se em sonho a José e 
            lhe disse: ‘Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito. 
            Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino 
            para o matar” (Mt 2, 13). 
            
            A viagem da Judéia até o Egito era muito longa. 
            Sebastião Barradas fala em mais de cem horas de caminho. Por isso 
            durou pelo menos trinta dias. 
            
            Estava no inverno, e o Menino Jesus teve de viajar 
            debaixo de aguaceiros e ventos, por estradas alagadas e lamacentas. 
            
            Durante a viagem teve de dormir no relento ou então 
            debaixo de alguma árvore. 
            
            Segundo Burcardo de Saxônia e Jansênio Gandense, no 
            Egito, o Menino Jesus habitou em Matarieh, embora Strabo diga que 
            foi em Heliópolis. Ele sofreu muito com a pobreza durante sete anos 
            que permaneceu ali, isso, segundo Santo Antonino e Santo Tomás de 
            Aquino. 
            
            Ludolfo de Saxônia diz que a pobreza era tão grande, 
            que muitas vezes Nossa Senhora não tinha nem um pedaço de pão para 
            dar ao Menino Jesus . 
            
              
            
            4. Jesus Cristo sofreu na volta do Egito para Nazaré 
            
              
            
            São Boaventura diz que a viagem de volta foi mais 
            penosa que a viagem de ida, porque o Menino Jesus já estava com sete 
            anos de idade, e São José e Nossa Senhora não podiam carregá-lo por 
            muito tempo nos braços; e assim, o Menino Jesus se via obrigado a 
            parar para descansar muitas vezes por falta de forças. 
            
            São Boaventura diz também que o Menino Jesus durante 
            a noite se descansava em terra nua, porque não tinha mais o colo de 
            Maria Santíssima para dormir. Para alimentação não tinha leite, mas 
            um pouco de pão duro. 
            
              
            
            5. Jesus Cristo sofreu em Nazaré 
            
              
            
            Voltando do Egito, Jesus Cristo foi para Nazaré, 
            cidade da Galiléia, onde fixou Sua morada numa pobre casa. Ali viveu 
            o resto de sua infância e de Sua mocidade. 
            
            Em Nazaré, Ele viveu pobre e desprezado pelos homens, 
            quão simples oficial, escreve Santo Afonso, obedecendo a Nossa 
            Senhora e a São José. 
            
            Ele buscava água, abria e fechava a loja, varria a 
            casa, ajudava São José no trabalho de marceneiro. 
            
              
            
            6. Jesus sofreu durante a vida pública 
            
              
            
            Foram três anos de intenso sofrimento: “Toda a 
            vida, portanto, e todos os anos do Redentor foram  vida e anos de 
            dores e tormentos” (Santo Afonso Maria de 
            Ligório, Meditações), e o mesmo Santo 
            acrescenta: “O Seu Coração não teve um instante livre de 
            padecimento. Quer vigiasse, quer dormisse, sempre tinha diante dos 
            olhos aquela triste representação que lhe atormentava mais a 
            Santíssima alma do que os santos mártires foram atormentados por 
            todos os seus suplícios” (Meditações). 
            
            A - Ele foi chamado de glutão e beberrão: “Eis aí 
            um glutão e beberrão” (Mt 11,19). 
            
            B - Foi expulso e ameaçado de morte: “Diante 
            dessas palavras, todos na sinagoga se enfureceram. E, levantando-se, 
            expulsaram-no para fora da cidade e o conduziram até um cimo da 
            colina sobre a qual a cidade estava construída, com a intenção de 
            precipitá-lo de lá” (Lc 4, 28-29). 
            
            C - Tentaram  apedrejá-lo: “Então apanharam pedras 
            para atirar nele” (Jo 8, 59), 
            e: “Os judeus, outra vez, apanharam pedras para apedrejá-lo”
            (Jo 8, 31). 
            
            D - Foi chamado de possesso: “Muitos diziam: ‘Ele 
            tem um demônio” (Jo 10, 20). 
            
            E - Foi desprezado em Nazaré: “E escandalizavam-se 
            dele. E Jesus lhes dizia: ‘Um profeta só é desprezado em sua pátria, 
            em sua parentela e em sua casa” (Mc 6,3-4). 
            
            F - Foi chamado de louco pelos próprios familiares: “E 
            voltou para casa. E de novo a multidão se apinhou, de tal modo que 
            eles não podiam se alimentar. E quando os seus tomaram conhecimento 
            disso, saíram para detê-lo, porque diziam: ‘Enlouqueceu!” 
            (Mc 3,20-21). 
            
            G - Abandonado pelos discípulos: “A partir daí, 
            muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele”
            (Jo 6, 66). 
            
            H - Foi traído por um apóstolo: “Satanás entrou em 
            Judas, chamado Iscariotes, do número dos Doze. Ele foi conferenciar 
            com os chefes dos sacerdotes e com os chefes da guarda sobre o modo 
            de lho entregar” (Lc 22, 3-4). 
            Em Lc 22, 47 diz: “À frente estava o chamado Judas, um dos Doze…” 
            
            São Leão Magno diz que Jesus Cristo sentiu mais esta 
            falsidade de Judas do que todos os demais ultrajes da Sagrada 
            Paixão. 
            
            I - Foi negado por uma apóstolo: “Pedro seguia de 
            longe… Ora, uma criada viu-o sentado perto do fogo e, encarando-o, 
            disse: ‘Este também estava em companhia dele! Ele, porém, negou: 
            ‘Mulher, eu não o conheço” (Lc 22, 54. 
            56-57). Em Mt 26, 74 diz: “Então ele 
            começou a praguejar e a jurar, dizendo: ‘Não conheço o homem”. 
            
            J - Foi abandonado por todos: “Então todos os 
            discípulos, abandonando-o, fugiram” (Mt 
            26,56). 
            
            K - Humilharam-no, escolhendo um bandido: “Quem 
            quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo… 
            Disseram: ‘Barrabás” (Mt 27, 17. 21). 
            
            L - Apanhou no rosto: “…um dos guardas, que ali se 
            achavam, deu uma bofetada em Jesus…” (Jo 
            18, 22). 
            
            M - Foi flagelado, coroado de espinhos e esbofeteado: 
            “Pilatos, então, tomou Jesus e o mandou flagelar. Os soldados, 
            tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça e jogaram 
            sobre ele um manto de púrpura. Aproximando-se dele, diziam: ‘Salve, 
            rei dos judeus!’ E o esbofetearam” (Jo 19, 
            1-3). 
            
            N - Carregou a cruz e foi crucificado: “E ele 
            saiu, carregando a sua cruz… onde o crucificaram” 
            (Jo 19, 17-18). 
            
            O – Sofreu sede: “Tenho sede!” 
            (Jo 19, 28). 
            
            Caríssimo (a) benfeitor (a), aquele que quiser ser 
            santo, deve se esforçar por imitar a vida de Nosso Senhor Jesus 
            Cristo. 
            
            Ele sofreu por amor, aprendamos também a carregar a 
            nossa cruz por amor a Ele, suportando as contrariedades com alegria 
            e paciência, e ao mesmo tempo pedindo-Lhe graças para perseverarmos 
            até o fim. 
            
            Carregue a cruz com paciência e fé, não se desespere 
            jamais, não pense em desanimar, olhe para o alto e lembre-se de que 
            existe um Deus que cuida de nós, lança-se em Seus Braços e Ele te 
            ajudará a vencer os obstáculos: “Junto convosco eu enfrento os 
            inimigos, com vossa ajuda eu transponho altas muralhas” 
            (Sl 17, 30), e: “Quanto a 
            vós, sede firmes, e que vossas mãos não se enfraqueçam, pois vossas 
            ações terão sua recompensa” (2 Cr 15, 7). 
            
            Desejo-lhe muita paz e felicidade, e rezo para que a 
            vossa alma imortal esteja continuamente mergulhada em Deus. 
             
            
            Eu te abençôo e te guardo no Sagrado Coração de Nosso 
            Senhor Jesus Cristo: “Coração divino, gravai em meu coração as 
            penas tão amargas que por mim sofrestes durante os anos de vossa 
            vida mortal, a fim de que eu chegue a desejar ou ao menos a suportar 
            pacientemente, por amor de vós, todas as penas desta vida”
            (Santo Afonso Maria de Ligório, Visitas ao 
            Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora, 25). 
            
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
             
    
      
      
          
        
      
      Este texto não pode ser reproduzido sob 
      nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por 
      escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Depois de autorizado, é preciso citar:
       
      
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Associação 
      de benfeitores São José -  
      Circular nº 15 
      - 25/01/2006”. 
      
      
      
      www.filhosdapaixao.org.br/circulares/circulares_03_15.htm 
         
       
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