CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS
– GO
Circular n° 28 – 06-03-2011
Caríssimo (a) benfeitor (a), visitemos com frequência
a Nosso Senhor sacramentado... Ele é o prisioneiro do amor:
“Na companhia de Jesus sacramentado só acha
tédio quem não O ama. Os santos encontraram junto d’Ele o seu
paraíso... O Santíssimo Sacramento é, pois, o nosso paraíso na
terra” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Deve nos causar grande sofrimento ver o quanto Jesus
sacramentado é desprezado pelos católicos... ver o Deus Imenso ser
tratado com tanta indiferença, desprezo
e frieza.
Em muitas cidades, Nosso Senhor sacramentado é
completamente ignorado. Se São João Batista voltasse hoje para
pregar, com certeza diria aos católicos:
“No meio de vós está aquele a quem vós ignorais” (Jo
1, 26).
Nosso Salvador ainda não se tinha manifestado
publicamente como Messias e Filho de Deus; ainda que alguns O
conhecessem enquanto homem, São João Batista pode afirmar que
realmente não O conheciam.
Milhões de pessoas, depois de se passarem dois mil
anos, não conhecem o prisioneiro do amor; nosso melhor Amigo que dá
vida ao templo: “Queres um amigo, amigo
confidente, fiel e dedicado? Acredita-me: só um podes encontrar com
esses predicados: é Jesus. – Feliz de quem entrou na sua amizade!”
(Pe. Alexandrino Monteiro).
Como é encantador e alegre entrar numa igreja e ver
a lâmpada acesa... é sinal que o Rei dos reis está presente... que o
Amor dos amores reside naquela abençoada casa... que o prisioneiro
do amor está ali para ser adorado. A alma apaixonada por Ele canta
de alegria porque sabe que o Deus Infinito está presente:
“Julgam-se muito felizes os peregrinos por
poderem trazer dos lugares santos um pouco de terra do presépio ou
do sepulcro onde foi sepultado Jesus; e nós, com que ardor não
devemos visitar o Sacramento, onde se acha o mesmo Jesus em pessoa,
e isso sem fadigas nem perigos para nós” (São
Paulino), e: “Muitos cristãos
suportam grandes fadigas e expõem-se a inúmeros perigos para visitar
os lugares da Terra Santa, onde o nosso bondoso Salvador nasceu,
padeceu e morreu. Nós, porém, não precisamos fazer uma viagem tão
longa nem expor-nos a tantos perigos; o mesmo Senhor reside
pessoalmente junto de nós, na igreja, a poucos passos de nossas
casas” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Por mais bela que seja uma igreja, se falta o
prisioneiro do amor é um templo frio e sem vida... falta a Vida
Eterna... falta a Luz que aquece os corações... falta o Rei para ser
adorado. Toda beleza do templo não pode ser comparada à Beleza
Eterna... ao divino Esposo de nossa alma:
“O celeste Esposo queria durante sua
prolongada ausência, deixar à alma, sua esposa, uma companhia a fim
de que ela não ficasse só: por isso deixou este sacramento, onde
reside em pessoa, pois, era essa a melhor companhia que lhe podia
deixar” (São Pedro de Alcântara).
A lâmpada acesa diz que o Rei está presente... pronto
para o diálogo com as almas piedosas e fervorosas... diz também que
Ele atende todas ao mesmo tempo e que não é preciso formar filas nem
marcar horário: “A ninguém é permitido
falar pessoalmente com o rei: o muito que alguém pode esperar é
falar-lhe por meio duma terceira pessoa. Mas, para vos falar, Rei da
glória, não se requer terceira pessoa; aí no Santíssimo Sacramento
sempre vos achais pronto a dar audiência a todos. Todo aquele que
vos procura, a vós encontra e vos fala com toda a singeleza. De mais
a mais, se alguém consegue falar com o rei, para isso quanto não é
necessário esperar? Os reis dão audiência poucas vezes ao ano; mas
vós neste sacramento dais audiência dia e noite, sempre que
desejamos” (Santa Teresa de Jesus).
Jesus está no meio de nós para ser visitado...
adorado... Não desprezemos o Senhor, mas paguemos tanto amor com
amor... que o nosso coração seja outra lâmpada ardente de amor pelo
Rei dos reis... lâmpada alimentada não com óleo, mas sim, com o
verdadeiro amor: “Felizes de vós, almas
amantes, que não encontrais neste mundo consolação mais doce do que
a de estar aos pés de Jesus Sacramentado!” (Santo
Afonso Maria de Ligório).
Não são as imagens sacras, a pintura, os arcos, as
flores, os bancos, os altares... mas sim, é Nosso Senhor
sacramentado, o prisioneiro do amor, quem dá a uma igreja a grandeza
e majestade que a distingue.
Onde Ele está presente tudo se torna acolhedor,
piedoso e perfumado... perfume de santidade. Ele nos convida a
ajoelharmos e respeitarmos o templo abençoado:
“Louvai o Senhor Deus porque ele é bom,
cantai ao nosso Deus porque é suave: ele é digno de louvor, ele o
merece!” (Sl 146, 1).
Caríssimo (a) benfeitor (a), Nosso Senhor é o Deus
Eterno e Rei dos corações... mas é um Rei muito desprezado pelos
homens. Poucos são os que entram no “Palácio” do Rei Eterno
para visitá-Lo; é grande a indiferença e frieza:
“Mas ouço que vos queixais, Jesus
sacramentado, que viestes à terra para ser nosso hóspede e nos
cumular de bens, e não fostes acolhido por nós: ‘Eu estava entre vós
e não me recebestes’ (Mt 25, 43)” (Santo Afonso
Maria de Ligório).
Nosso amado Senhor foi desprezado na sua vida pública
pelos homens, mas esse desprezo continua... agora são milhões de
católicos que viram as costas para Ele.
Os católicos empregam boa parte do dia para ouvirem
rádio e ver televisão... para perambularem de loja em loja, de casa
em casa... e não reservam, sequer, um pequeno horário para visitar o
prisioneiro do amor: “Passam-se as longas
horas do dia... e não sentis desejo de ir ter com Jesus, e fazer-lhe
um pouco de companhia? Não experimentai um tal desejo? Que mau
indício...” (Frei Antonino de Castellammare).
Os Santos Anjos adoram o Deus Infinito, enquanto os
homens correm atrás do que passa... por isso, estão cada dia mais
vazios e desorientados.
Jesus sacramentado é desprezado por milhões de
católicos... o Rei do céu vive só em seu “Palácio”; vive só
entre milhões de católicos indiferentes e servidores do mundo.
Na gruta de Belém o Senhor deitou sobre palhas, e
agora é recebido em corações duros; a gruta era fria... e o coração
do homem que O recebe não é diferente.
Muitos, não satisfeitos em desprezá-Lo no sacrário,
profanam, com ódio no coração, os altares onde o Senhor se oferece
por nós a seu Eterno Pai.
Como o Senhor é desprezado e abandonado pelos
católicos! Em Nazaré tinha a companhia da Santíssima Virgem e de São
José; e agora no sacrário passa dias e dias na solidão dos
templos... muitos templos fechados... templos abertos para o
“vento”... abertos para o turismo... mas os católicos não entram
neles para adorar o Senhor. Visitam os prisioneiros assassinos,
ladrões, beberrões... mas não visitam o prisioneiro do amor.
Caríssimo (a) benfeitor (a), não sigamos a ingratidão
e indiferença de milhões de católicos que desprezam a Jesus
sacramentado, mas reservemos um horário para visitar a Nosso Senhor
na igreja mais próxima de nossa casa.
Visitemos o prisioneiro do amor: vindo para o
trabalho... voltando para casa... na folga do almoço... quando
saímos para uma compra: “Cem mil vezes ao
dia deveríamos ir visitar a Jesus no Santíssimo Sacramento”
(São Francisco de Sales).
É triste ver católicos sentados na porta de casa...
nos bares... na sombra de uma árvore... andando pelos jardins...
jogando cartas nos clubes... perambulando sem compromisso...
sentados diante de uma televisão... sem sequer pensar no Senhor
sacramentado. Quanta indiferença e frieza!
Por que os católicos estão tão vazios? Porque
desprezam a Jesus Eucarístico: “No Horto
das Oliveiras, não foi dirigida a estranhos, senão aos preferidos
entre os discípulos a censura: ‘Não pudestes vigiar comigo nem
sequer uma hora’ (Mt 26, 40)” (Frei Antonino de
Castellammare).
O Venerável Alvarez observou um dia a Jesus Cristo no
Santíssimo Sacramento, tendo as mãos cheias de graças e não podendo
dá-las por não haver quem as buscasse.
Jesus é o nosso Mestre. A doutrina, que do sacrário
nos está pregando, é tão sublime como a que ensinava aos povos da
Judéia. Ali nos ensina a humildade em ser desconhecido, desestimado
e, sobretudo, em ser ofendido, ultrajado e blasfemado!
Ensina, de um modo maravilhoso, o amor que nos tem, e
quanto se interessa por nós, apesar de saber que tão mal lhe
corresponderemos.
Ensina o recolhimento e a oração que dali está
elevando continuamente ao céu pelos pecadores.
Visitemos com frequência a Nosso Senhor. Ao pé do
sacrário abrandam-se muitas penas, acabam-se muitas dores e
derramam-se muitas lágrimas, que se convertem em verdadeiros rios de
consolação, com que se reanimam os espíritos mais deprimidos.
Ali se retempera a alma para entrar em novas lutas.
Dali sai a paz que serena as grandes tempestades que se levantam em
nosso coração; a luz que nos ilumina em meio dos infortúnios.
Se queremos paz... a verdadeira paz... aproximemo-nos
de Jesus.
Em Cristo Jesus encontraremos forças para vencermos
os inimigos, pois Ele é o Pão dos Fortes.
Se nos sentimos sozinhos neste mundo, abandonados,
desprotegidos... aproximemo-nos do prisioneiro do sacrário e
passaremos junto d’Ele os mais doces momentos da vida.
Jesus é amor... amor verdadeiro... amor Eterno...
amor Infinito... amor esquecido... São milhões os que desprezam o
Amor dos amores: “É verdade, Senhor,
tendes razão: eu mesmo sou um desses ingratos que vos hão deixado
só, que não vos têm visitado. Castigai-me como quiserdes, mas não me
apliqueis a pena que mereço, isto é, a de ser privado da vossa
presença, pois eu quero emendar-me e reparar a minha criminosa
indiferença; quero para o futuro, não só visitar-vos com frequência,
mas também entreter-me convosco tanto quanto possa.
Misericordiosíssimo Salvador, fazei que eu vos seja fiel e que com o
meu exemplo excite os outros a vos fazerem companhia no Santíssimo
Sacramento” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Caríssimo (a) benfeitor (a), aproveito dessa Circular
para agradecê-lo (a) pela preciosa colaboração mensal.
Nós, Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo e das Dores de Maria Santíssima, lembramos continuamente de
vocês em nossas orações e sacrifícios.
Rezemos pelo Papa Bento XVI que carrega uma
pesadíssima cruz.
Eu te abençôo e te guardo no Coração Santíssimo de
Cristo Jesus.
Agradecido,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Bibliografia
Sagrada Escritura
Santo Afonso Maria de
Ligório, Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa Senhora
São Pedro de Alcântara,
Escritos
Pe. Alexandrino Monteiro,
Raios de luz
Santa Teresa de Jesus,
Escritos
São Paulino, Escritos
Frei Antonino de Castellammare, A alma eucarística
Obs: Leia com atenção essas passagens bíblicas: Eclo
2, 1-2; 6, 6-7; 20, 24-26; Mt 7, 13-14; Mc 13, 33-37.
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