CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO –
ANÁPOLIS – GO
Circular n° 32 – 29-05-2012
Estimado (a) benfeitor (a), não perca o tempo se
envolvendo com as coisas caducas e passageiras desse mundo, mas com
o coração cheio de felicidade e esperança, deseje diariamente a Vida
Eterna, isto é, o Céu: “Na ordem
espiritual, a pureza de coração é uma condição necessária para
desejarmos habitualmente o Céu;
ao mesmo tempo, porém, é também uma
consequência desse desejo, na medida em que a alma, quanto mais
orientada estiver para o Céu, mais se separará do que não lhe serve
para alcançá-lo” (Monge Edouard Clerc), e:
“Amemos a Jesus Cristo o
quanto podemos neste mundo. Desejemos a todo o instante ir vê-lo no
céu para lá o amarmos perfeitamente. Seja esse o principal objeto de
toda a nossa esperança: ir lá amá-lo com todas as nossas forças”
(Santo
Afonso Maria de Ligório).
Como o mundo seria diferente se os SETE BILHÕES
de habitantes, existentes nele, travassem uma guerra...
feliz guerra... guerra santa... para
conquistar o Céu, para conseguir um “lugar bem alto”...
“pertinho da Santíssima Trindade”:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas”
(Jo 14, 2), e: “Há graus na felicidade,
tal como há graus no bem que se fez e que se faz. Na ordem natural,
cada um atua segundo a sua capacidade: uns podem fazer coisas que
outros não podem. Na ordem da recompensa, cada pessoa a receberá na
medida em que tiver feito frutificar os dons recebidos de Deus...
Existem, portanto, diferentes graus de felicidade entre os eleitos,
mas essa desigualdade não é ocasião de ciúmes, pois cada um se
encontra plenamente saciado” (Monge Edouard Clerc).
Prezado (a), infeliz daquele que deixa de
pensar e desejar o Céu para contemplar as
coisas amalucadas desse mundo vazio, falso
e traidor: “Que enorme
estultícia é amontoar ali de onde se há de partir, e não enviar para
onde se há de ir! Põe as tuas riquezas onde tens a tua pátria”
(São João Crisóstomo).
Causa pena e dó
contemplar milhões de pessoas vivendo com as costas voltadas para o
Céu... empurrando a vida como se tudo acabasse com a morte...
jogando o tempo fora como se o Céu não existisse... vivendo na lama
do pecado como se Deus fosse uma lenda. Pobres infelizes! Rezemos
por elas... para Deus tudo é possível:
“Nunca devemos considerar os
homens como perdidos e sem esperança de salvação, nem deixar de
ajudar com todo empenho os que se encontram em perigo nem demorar em
prestar-lhes auxílio. Pelo contrário, reconduzamos ao bom caminho os
que se afastaram da verdadeira vida e alegremo-nos com a sua volta à
comunhão daqueles que vivem reta e piedosamente”
(Santo Astério de Amaséia).
Causa compaixão
saber que milhares de pessoas cambaleiam às “margens”
do inferno, vivendo mergulhadas nas drogas, adultérios,
fornicação, assassinatos... O que dirão a Deus na hora do
juízo, sendo que tiveram tudo para se salvarem mas preferiram as
trevas?
Feliz de quem trabalha, luta e
persevera no bem para conquistar o Céu:
“... quero que cresçais e que
persevereis. E que nenhuma contrariedade, tentações do demônio ou de
pessoas vos façam voltar atrás”
(Santa Catarina de Sena).
Milhões de pessoas não pensam nem desejam o Céu,
porque vivem mergulhadas na lama pútrida do mundo
inimigo de Deus e da santidade. Esses tombarão no abismo, porque
trancaram o coração para o Criador:
“Que tombem no abismo os
pecadores e toda gente que se esquece do Senhor”
(Sl 9, 18).
Mas, caríssimo (a), em que consistirá o Céu? Que
constituirá a Vida Eterna? Que faremos nós no Céu durante toda a
eternidade?
Que faremos no Céu? A nossa resposta pode resumir-se
em duas breves frases: veremos a Deus e possuiremos a Ele.
Nisto consiste a felicidade eterna. Palavras simples! Mas sob as
quais se escondem profundezas inexoráveis:
“Todo o seu paraíso consiste
em ver que Deus é infinitamente feliz e que sua felicidade nunca lhe
pode faltar. Desta forma se entende o que diz o Senhor a toda a
alma, ao lhe dar o céu: ‘Entra na alegria do teu Senhor’. Não é a
alegria que entra na alma, mas é a alma que entra na felicidade de
Deus. A Felicidade de Deus é o objeto da felicidade do
bem-aventurado. Dessa forma, o bem de Deus será o seu bem, a riqueza
de Deus será a sua riqueza, a felicidade de Deus será a sua
felicidade. Logo que uma alma entra no céu e vê claramente com a luz
da glória a infinita beleza de Deus, achar-se-á toda presa e
consumida pelo amor. Ela fica perdida e mergulhada no mar infinito
da bondade divina. Esquece de si mesma e, inebriada pelo amor de
Deus, não pensa em mais nada, senão em amar o seu Deus: ‘Eles se
saciam da abundância de vossa casa”
(Santo Afonso Maria de
Ligório).
No Céu veremos a Deus.
Mas causar-nos-á esta vista a felicidade perfeita,
sem limites?
Há entre os cristãos muitos costumes belos, muitas
saudações encantadoras. Costumes e saudações inventadas pelos nossos
pais e por eles introduzidas na vida quotidiana. Mas nenhum nos
emociona tanto, como o último augúrio que dirigimos aos nossos
queridos finados quando os depomos na sepultura e nos separamos
definitivamente deles: “Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre
os resplendores da luz perpétua”.
Luz perpétua!
Nestas duas palavras encerra-se tudo o que nos espera no Céu. Onde
há luz, há conhecimento. Onde há luz eterna, haverá conhecimento
eterno! Também aqui em baixo, na terra, há luz: a luz da razão e da
fé. Mas neste mundo só conhecemos a Deus muito imperfeitamente. Não
nos é dado vê-lO. Lá O veremos como é.
Mas será verdade que veremos a Deus?
Ouçamos as palavras de São Paulo:
“Agora vemos em espelho e de
maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu
conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido”
(1 Cor
13, 12).
Que esperamos, pois, do Céu? Que pedimos para nossos
queridos defuntos? Por que perseveramos tão fielmente no meio das
tentações desta vida terrena? Por que nos coloca na mão uma vela
acesa no batismo? Por que arde a vela junto do nosso leito
mortuário?
Porque nós, os filhos de Deus, somos filhos da luz.
Somos “espíritos
que nos esforçamos por subir das profundezas para as alturas, da
obscuridade para a luz eterna”
(Monsenhor Tihamer Tóth).
Agora, a luz da razão é mais que o reflexo duma pálida candeia; a
luz da fé já nos ilumina mais intensamente. Mas esta luz ainda não é
suficiente: aspiramos a possuir a luz eterna, a vida eterna onde...
veremos a Deus!
Mas, será verdade que
veremos a Deus?
Ouçamos as palavras de São
João:
“Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos
ainda não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação
seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é”
(1 Jo 3, 2).
Veremos a Deus, e em Deus
as suas obras. Que espetáculo! Ver os planos da divina Providência,
que muitas vezes, durante a vida, julgamos duros e injustos!
Ver todos os atores,
grandes e pequenos, da história universal, os privilegiados e os
esquecidos, e vê-los já na sua luz verdadeira e merecida!
Ver as leis da natureza e
suas forças ocultas, e aquelas que o homem não chegou a descobrir!
Veremos tudo isso no
resplendor da claridade eterna, sem nunca nos saciarmos nem nos
enfastiarmos.
Veremos os anjos e os
outros bem-aventurados!
“Depois disso, eis que vi uma grande multidão, que
ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas.
Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com
vestes brancas e com palmas na mão”
(Ap 7, 9).
Que galeria! Que exposição de quadros! Não de painéis de Rafael, nem
de Murillo, nem de Ticiano, mas de almas vivas! Que beleza, que
encanto, que dignidade!
Veremos a Deus! Chegaremos
a compreendê-lO e ver todas as profundezas do seu ser? Não. O ser
criado não pode compreender completamente o seu Criador. O ser
finito não pode compreender o infinito. A água do mar não cabe
dentro de um copo.
Mas, apesar disso, será
uma visão real de Deus, e não só pela fé.
Não veremos só o reflexo
de Deus como num espelho como neste mundo, mas veremos o mesmo Deus.
Vê-lo-emos e nunca nos cansaremos de O ver.
Não podemos abarcar todas
as profundezas da divina essência, mas cada um poderá ver a Deus, se
alegrar e embeber-se d’Ele, tanto quanto lhe permita a sua
capacidade de percepção. Cada qual verá a Deus com medida distinta,
de modo que será diversa a felicidade eterna dos bem-aventurados.
Mas todos inteiramente felizes, porque receberão de Deus tudo o que
são capazes de receber.
Mas, então a felicidade
eterna não será igual para todos? Não. Será distinta. Cada um terá
sua felicidade; mas todos serão inteiramente felizes, e ninguém
sentirá inveja de outrem:
“Admirava-me, certa vez, que no Céu o Bom Deus não dê
glória igual a todos os eleitos, e receava que nem todos sejam
bem-aventurados. Então, Paulina mandou-me que fosse buscar o grande
‘copo de Papai’ e o colocasse a par do meu dedalzinho, e enchesse
ambos de água. Em seguida, perguntou-me qual deles estava mais
cheio. Disse-lhe que ambos estavam cheios, e que se não podia
colocar mais água, acima de sua capacidade. Minha querida Mãe fez-me
então compreender que no Céu o Bom Deus dará aos seus eleitos tanta
glória, quanta cada qual poderá receber, de sorte que o último nada
terá de invejar ao primeiro”
(Santa Teresa do Menino
Jesus).
A felicidade de cada alma
será distinta da felicidade de outra, como se distingue uma estrela
de outra estrela:
“Um é o brilho do sol, outro o brilho da lua, e outro
o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de
brilho”
(1 Cor 15,
41). Cada
alma receberá a felicidade que mereceu, mas todas serão
completamente felizes:
“Aquele que planta e aquele que rega são iguais entre
si; mas cada um receberá seu próprio salário, segundo a medida do
seu trabalho”
(1 Cor 3, 8).
Como será isso possível?
Imaginemos uma sala de
concertos, cheia de gente, para ouvir uma sinfonia. Todos desfrutam,
mas cada um segundo a sua medida, segundo o seu sentido musical mais
ou menos educado.
Portanto, já daqui se pode
deduzir uma grande lição: “Quanto mais me ocupar de Deus nesta
vida, quanto mais educar a minha alma para se alegrar em Deus, tanto
mais receberei d’Ele no Céu”.
“A luz da glória”,
“a claridade eterna” penetrar-nos-á tanto mais, e,
portanto, a nossa felicidade será tanto maior, quanto mais nos tenha
saturado a graça durante a nossa vida terrena.
E com isto já respondemos
aos que, pensando, à maneira humana e terrena, apresentam
dificuldades de toda a ordem para o Céu.
O homem de hoje é todo
nervos e atividade, faz planos constantemente, está sempre em
movimento. Não admira, pois, que se pergunte a si mesmo com certo
receio: Que é a felicidade eterna? Que faremos no Céu? A religião
católica responde que “veremos a Deus”. Mas, em que
consistirá isso de “ver a Deus?” Estaremos lá como
estátuas de mármore, olhando sempre rígidos para o Senhor, sem fazer
outra coisa e sem desenvolver atividade alguma? Não nos
aborreceremos? Que faremos durante toda a eternidade? Tais perguntas
afloram por vezes aos lábios dos homens.
Que resposta tão cheia de
ensinamentos contém para eles aquela lenda de Santo Agostinho.
Segundo uma lenda antiga,
trezentos anos depois da morte desse grande santo da Igreja,
encontrava-se ajoelhado um monge diante do sepulcro do santo.
Enquanto rezava teve esta visão. Parecia-lhe ver Santo Agostinho na
porta do Céu sem passar do umbral, com olhos que expressavam
surpresa.
– Padre, – exclamou o
monge, – há trezentos anos que morrestes e ainda estás à porta do
Céu? Santo Agostinho respondeu:
– Sim, há trezentos anos
que estou aqui a admirar a felicidade dos bem-aventurados. Mas agora
vou acabar esta admiração e entrar no Céu.
Quanta sabedoria nas
palavras ingênuas desta velha lenda!
Uma das inteligências mais
agudas e um dos maiores santos da Igreja, Agostinho, que escreveu
muitíssimo sobre as mais difíceis questões teológicas e cujo gênio
penetrou no fundo dos problemas mais intrincados, este Santo
Agostinho chega ao Céu, e a beleza, a felicidade, a magnificência,
que ali vê, sobrepujou tanto a força desta inteligência
privilegiada, que fica parado à porta, antes de entrar, extasiado
perante tudo aquilo, durante trezentos anos.
Evidentemente, é lenda. O
Céu não tem porta nem escadas, nem torres, nem baluartes. Mas o
fundo, a essência da lenda é verdade realíssima. A alegria e a
beleza da vida eterna são tão admiráveis, que a mais brilhante
inteligência humana, a mais alada fantasia não pode nem sequer
suspeitá-las, muito menos compreendê-las. Como se poderá cansar de
as contemplar?
Não nos cansaremos?
Porventura cansa-se a mãe de olhar horas e horas para o filhinho?
Cansa-se o turista de admirar horas e horas o espetáculo das grandes
montanhas cobertas de neve?
Cansa-se o artista de
elaborar planos durante semanas, de corrigir e refazer o seu tema?
Cansa-se o sábio de trabalhar durante anos para descobrir a solução
de um problema favorito?
E, contudo, toda a
formosura criada, todo o tesouro reunido das belezas do mundo, é
insignificante grãozinho de pó e diminuto fragmento, comparado com a
formosura e riqueza do Deus infinito! Toda a beleza terrena não é
mais que sombra da beleza de Deus:
“No céu... que pequeno nos
parecerá tudo desta existência passageira!”
(Santa Teresa
dos Andes).
De modo que a eternidade
não nos bastará para contemplar as obras de Deus. Que imensidades
nos convidam a explorá-las! Contemplemos vinte... trinta vezes a
basílica de São Pedro ou o magnífico panorama que se desfruta do
alto de um monte... e nunca nos fartamos. Que sentiremos, pois,
quando virmos o Criador de todas as coisas criadas! Não os Alpes,
não os lagos, montanhas... mas a Fonte Eterna de toda a formosura!
Se quisermos enxergar bem
neste mundo necessitamos de uma luz potente, dos raios do sol, de
refletores e de arcos voltaicos. Na vida eterna também há luz. Não
há sol, nem eletricidade, mas “luz eterna”, a graça
divina. A Teologia chama-lhe “lumen gloriae”, luz da
glória, que irradia sobre os bem-aventurados, para que neste oceano
de luz possam ver a Deus:
“No Céu, os eleitos vêem a Deus e conhecem-no de
maneira clara, direta e imediata, sem o auxílio do raciocínio; é o
que se chama visão intuitiva”
(Monge Edouard Clerc).
E “ver a Deus”
significa participar, em certo modo, da felicidade, da atividade e
da vida de Deus. Esta visão de Deus não é tranquilidade monótona,
mas movimento, atividade perene. É movimento e atividade, mas sem
cansaço!
Não só veremos a Deus, mas
O possuiremos.
Porque no Céu a visão de
Deus não é como a da terra. Neste mundo, por maior que seja o prazer
e a alegria com que vemos uma coisa, por mais tempo que gastemos em
contemplá-la, até nos abismar, só recebemos em nós a imagem e a
lembrança do objeto. O mesmo objeto fica fora de nós. No Céu não
receberemos só a imagem, mas a mesma essência divina penetrará na
nossa alma, viverá em nós, assim como hoje vivem também em nós os
nossos pensamentos mais íntimos. Deus nos envolverá com o seu abraço
como no fundo do mar a água embebe por toda a parte a esponja.
Se Deus nos envolve, se
nos envolve a luz eterna, também nós resplandeceremos.
Se Deus, a Ciência eterna,
nos penetra, saberemos tudo aquilo cujo conhecimento procuramos,
talvez em vão, neste mundo.
Se Deus, a Bondade
infinita, nos envolve, realizar-se-ão todos os nossos nobres
desejos. Se Deus, a Felicidade eterna, nos envolve, teremos todas as
alegrias que a terra nos negou.
Podemos dizer a mesma
coisa de outra maneira. Os esforços e nobres desejos que tivemos
neste mundo, e que tanto nos fizeram sofrer por não podermos
realizá-los, vê-los-emos satisfeitos da maneira mais completa e
perfeita.
Quantas incompreensões e
más inteligências nos acompanham a todos nós durante a vida! Quantos
se queixam, e com razão, de não ocupar o posto em que poderiam
desenvolver as suas capacidades! Quantas vidas humanas se cortam em
botão sem florescer e dar fruto! Quantas almas lutam como atadas com
cadeias, perdidas no nevoeiro escuro de um corpo doente e fraco, ou
de um sistema nervoso arruinado! Todos esses obstáculos
desaparecerão no Céu.
Quantas perguntas não
recebem resposta nesta vida! No Céu saberemos.
Quantas dores nos
atormentam na vida! No Céu não haverá dor.
As alegrias do Céu têm,
além disso, um motivo especial: a companhia de Jesus Cristo e dos
Santos.
Que alegria nos inundará
quando nos encontrarmos junto de Jesus Cristo!
Jesus Cristo, Senhor
nosso! Quantas vezes pronunciamos o seu nome santo e bendito!
Quantas vezes clamamos por Ele no meio das tentações! Quantas vezes
O contemplamos no Sacramento do Altar, onde os nossos olhos não
viram mais que pão! Mas chega o tempo por nós desejado e abre-se o
véu!
Com que piedade fazem os
homens peregrinações ao sepulcro de Santo Antônio de Pádua, de São
Francisco de Assis, ou a uma imagem veneranda da Virgem Maria! Então
estaremos juntos de Nossa Senhora! Junto dos grandes Santos! Que
agradável companhia! No Céu está tudo o que houve de mais nobre,
grande e belo na terra!
Lá estão os nossos
queridos benfeitores, os nossos pais, parentes... Que alegria será
tornar a ver aqueles de quem nos despedimos com lágrimas de dor
junto à sepultura. Nenhum valor nobre se perde no Céu. Não se perde,
portanto, o amor paterno, filial, conjugal e o amor dos amigos;
todos esses amores são enobrecidos e acrescentados na primeira fonte
de Amor.
Parece que será motivo de
alegria especial vermos ali aqueles a quem auxiliamos a alcançar o
Céu. Será alegria indizível ouvir palavras como estas:
“Obrigado, meu pai, por me teres educado tão severamente. Por isso
me encontro aqui”. “Obrigado, minha mãe, por me teres
amparado com bons exemplos e orações. Graças a elas me encontro
aqui”. “Obrigado, minha mulher, meu marido, meu
amigo... obrigado, meu diretor espiritual, meu confessor... sem a
tua ajuda não teria alcançado a felicidade eterna”.
Felicidade eterna! Que
palavras admiráveis! Que esperança vivificadora! Tu és o termo de
todos os caminhos! Tu és a tranquilidade perfeita depois de todas as
lutas! Tu és o sentido último da nossa vida terrena!
Felicidade eterna!
Como irradias a tua luz benfazeja sobre os caminhos pedregosos e
obscuros da terra, e tornas suportável a pesada cruz deste
“vale de lágrimas!” (cfr. A
vida eterna, Mons. Tihamer Tóth).
Estimado (a), veja como os
mundanos, amantes das coisas caducas desse mundo, fingem que são
felizes e que não necessitam da força do alto. Os mesmos correm
furiosamente atrás das coisas vulgares e
triviais desse mundo... correm desesperadamente e não deixam
de correrem... correm, mas correm longe do Senhor Deus... correm por
um caminho torto que conduz ao inferno eterno... naquele terrível
Dia dirão entre lágrimas e soluços:
“Sim, extraviamo-nos do
caminho da verdade; a luz da justiça não brilhou para nós, para nós
não nasceu o sol. Cansamo-nos nas veredas da iniquidade e perdição,
percorremos desertos intransitáveis, mas não conhecemos o caminho do
Senhor! Que proveito nos trouxe o orgulho? De que nos serviu riqueza
e arrogância? Tudo isso passou como uma sombra, como notícia fugaz”
(Sb 5, 6-9).
Aconteça o que acontecer;
permaneçamos unidos a Deus lutando para conquistar o Céu:
“Para ganhar o céu
todo sofrimento é pouco”
(São José Calazans).
Deus lhe pague pela
preciosa ajuda!
Eu te abençôo e te guardo
no Santíssimo Coração de Jesus.
Com apreço,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
|