CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS
– GO
Circular n° 33 – 22-11-2012
Prezado (a) benfeitor (a), lembre-se continuamente de
que esse mundo é um campo de batalha, e para vencer essa batalha é
preciso perseverar na luta... luta contínua:
“... o Reino dos Céus sofre
violência, e violento se apoderam dele”
(Mt 11, 12).
Não basta fazer propósitos
nem marcar metas, mas é preciso lutar até o fim... até obter a
vitória.
É forte não aquele que não
experimenta fraquezas – todos nós as sentimos –, mas aquele que luta
por superá-las; é corajoso não aquele que não sente medo – ninguém é
um super-homem -, mas aquele que luta por ultrapassar a covardia.
Jesus nunca nos pede o
impossível; pede, sim, que façamos o possível para que depois Ele
nos ajude a conseguir o que parece impossível. Temos que colaborar
com todas as nossas forças; Jesus nunca recompensa a apatia e a
preguiça. Sem luta, nada se consegue... Para atingirmos qualquer
meta humana ou espiritual, temos que lutar com garra. A meta está no
fim da vida. A luta dura a existência inteira. E para esse
longo combate não bastam gestos enérgicos intermitentes, mas é
necessário uma atitude habitual de fortaleza que nos faça ganhar,
com o último tiro, a última batalha (cfr. Dom Rafael
Llano Cifuentes, Fortaleza).
Caríssimo (a) benfeitor
(a), quem não luta será esmagado pelo “rolo compressor”
da preguiça, comodismo e “poltronice”.
O que se pode esperar de
um católico parasita? De uma pessoa que não luta para crescer na
santidade? Nada!
É impossível alcançar a
salvação eterna sem lutar.
A vida do homem sobre a terra, diz Jó, é uma vida
de soldado (Jó 7,1).
A vida do soldado é dura e arriscada. É uma vida
levada por montes e vales, ao frio e à chuva, exposta a um
sem-número de perigos para a defesa da pátria. O soldado, se quiser
viver, tem de lutar; se quiser ser premiado, tem de vencer. O
soldado, em tempo de guerra, se descansa, é com as armas na mão, e
ainda dormindo, o despertam os clarins que o chamam para a luta. O
soldado briga, animado, com seus inimigos. No fragor do combate nem
olha para o sangue que verte nem para as feridas que o cobrem. Nessa
dura batalha só o anima a esperança da vitória, a salvação da pátria
e a glória do triunfo.
Tal é a nossa vida! O mundo é um vasto campo onde o
homem se vê em frente de inimigos que o estão provocando a uma luta
constante. Atravessamos um deserto, onde rugem leões famintos,
sempre à espreita de que passe a presa, para nela se saciarem:
são os espíritos malignos, desejosos de
perder as almas!
Enquanto durar este nosso caminhar para a eternidade,
não há que depor as armas nem esperar tréguas.
Todos os dias são de luta! Não é contra a carne e o
sangue que pelejamos, mas, como diz o Apóstolo, contra os príncipes
e potestades do inferno (Ef 6,12).
São tantos os inimigos, que o tempo não dá para
descanso prolongado. Uns são visíveis, outros invisíveis; uns vindos
de fora, outros nascidos de dentro: “Mas
o pior é que os perseguidores não são apenas os que se vêem; há
também os invisíveis, e estes são muito mais numerosos”
(Santo Ambrósio, Comentário sobre o Salmo 118).
São inimigos nossos os mesmos homens com quem
tratamos e o mundo em que vivemos; pois com seus maus exemplos, com
suas doutrinas errôneas e com seus maus conselhos nos estão
incitando constantemente para o mal.
São inimigos nossos os espíritos da maldade que não
perdem ocasião de nos tentar e servem-se para isso de tudo que nos
pode fazer cair no
pecado: “O
infame não cessará com seus ataques até o último suspiro da alma que
não soube defender-se já contra os primeiros golpes... Na luta com
aquele maligno, porém, nunca haverá pausa; nunca poderás despojar-te
das armas, nunca poderás entregar-te ao descanso, caso queiras ficar
ileso... Aquele adversário infame mantém sempre sua linha de combate
perto de nós, pronta para nos perder tão logo note algum relaxamento
em nossa vigilância. Podes estar certo: mais zelo emprega ele para a
nossa perdição do que nós para a nossa salvação!”
(São João Crisóstomo, O sacerdócio).
É nosso inimigo a nossa própria carne com todas as
depravadas inclinações com que nasce infeccionada pelo pecado
original: “Não é só
o demônio que tenta. A carne deseja contra o espírito, disse São
Paulo (Gl 5, 17); e São Tiago: Cada um é tentado pela concupiscência
(Tg 1, 14)” (Pe.
Alexandrino Monteiro, Raios de luz).
Todos estes inimigos nos fazem a maior guerra que
podem, guerra de morte, guerra aturada, guerra de dia e de noite, em
todo o lugar, em todas as idades, desde o raiar da razão na criança,
até ao apagar-se no ancião!
São inimigos furiosos.
Não abandonam o campo ao serem derrotados e vencidos... mas investem
de novo com dobrada fúria.
Atacam a fortaleza da nossa alma por todos os lados e
concentra a maior força no ponto mais fraco dela... que é a paixão
dominante.
É necessário, pois, vigiar, para repelir todos estes
assaltos:
“Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”
(Mt 26, 41).
Mal o inimigo aparece se há de disparar contra ele o
primeiro tiro. Ceder-lhe terreno é
cair-lhe nas mãos; retardar o ataque é apressar-lhe a vitória.
Logo que o pensamento mau vem à mente, deve-se
repelir com outro contrário.
É o mau pensamento como um leãozinho, que, sem muito
trabalho, se estrangula; mas, deixando-o crescer, não há forças que
o domem.
Que armas se devem usar para essa luta? Oração, sacramentos, vigilância, fuga das
ocasiões, leitura e mortificação. Uma, porém,
sobrepuja todas: a nossa vontade:
“A vontade é o cerne da
personalidade. Um homem que queira ter a cabeça de gelo e os braços
de ferro deve ter primeiro uma vontade de aço... é necessário
querer. Querer com toda a alma. Querer com paixão”
(Dom Rafael Llano Cifuentes,
Fortaleza).
A vontade só, com o auxílio da graça
divina, basta para nos assegurar a vitória no combate mais
encarniçado. Assim como no querer está o pecado, assim no não
querer está a vitória. Um não quero, formulado por uma vontade
apostada a não pactuar com os inimigos de Jesus, é suficiente para
lhes infligir a mais vergonhosa derrota.
Um não quero, sereno, mas resoluto, proferido
no silêncio do coração, e sem mesmo se manifestar externamente em
visagens do rosto, é uma arma que põe em debandada todo e qualquer
inimigo que tente assenhorear-se da praça de nossa alma.
Dize, pois, quando a tentação vier, não com palavras,
mas com um ato da vontade: não quero o pecado, não quero
ofender a Jesus, não quero perder a minha alma, não quero cair no
inferno, não quero perder o Jesus. Não quero de novo a
cruz para o meu Jesus e para mim um prazer!
Não quero um gosto momentâneo para o corpo e um
suplício eterno para a alma!
Esta é a arma que nos fará sair para sempre
vencedores de todos os inimigos, pois, contra a nossa vontade nada
pode o mundo inteiro.
E que uso temos feito da nossa vontade?
Relembremos as lutas passadas. Quais são as vitórias que
alcançamos até agora neste combate assíduo?
Sacudamos dos nossos ombros a covardia e a má
vontade. Trabalhemos como um bom soldado de Jesus. Combatamos o bom
combate da fé, como exorta São Paulo (2Tm 2,3).
A vida é uma luta, mas quem sai dela vencedor tem por
prêmio a glória eterna.
A vida é uma luta, mas breve! Após ela seguir-se-á o
descanso eterno! “Muito bem, servo bom e
fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem
alegrar-te com o teu senhor!” (Mt 25, 21)
(cfr. Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz).
Caríssimo (a) benfeitor
(a), o ano de 2012 está findando... acabando... e o
ano de 2013 está chegando para passar velozmente como passou o ano
de 2012. Façamos o bem enquanto é tempo... enquanto o nosso coração
ainda está pulsando. Quem sabe o ano de 2013 será o nosso último ano
de vida aqui nesse vale de lágrimas?
Desejo a todos muito
progresso na vida espiritual.
Rezemos pelo Papa Bento
XVI, ele carrega uma pesadíssima cruz.
Eu vos abençôo e vos
guardo no Santíssimo Coração de Jesus, nosso Rei e Senhor.
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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