CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO –
ANÁPOLIS – GO
Circular n° 56 – 10-08-2022
Aos benfeitores do nosso Instituto!
Prezados benfeitores, estamos aqui nesse mundo
para conquistarmos a Vida Eterna, isto é, o Céu. Para
entrarmos no Céu, Felicidade Eterna, devemos suportar com
paciência, perseverança e fé os
sofrimentos de cada dia. É impossível comparar os sofrimentos
desse mundo passageiro com a Glória do Céu, Paz Eterna:
“Penso, com efeito, que os sofrimentos do
tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se
em nós” (Rm 8, 18).
Sofrimento é tudo aquilo que nos arranca
lágrimas! “Chorando
entramos neste mundo e chorando havemos de sair dele!”
(Pe. Alexandrino Monteiro).
A situação está difícil? Que importa!
Existe um Deus que nos consolará e nos
recompensará. Deus sabe de tudo… Ele sabe das nossas dores e da
nossa luta.
Devemos nos alegrar diante do
sofrimento, mesmo que o nosso coração esteja “triturado”
pela dor. Sofremos? Então estamos no caminho do bem… vivemos a vida
de Jesus Cristo que sofreu muito aqui na terra… percorremos o
caminho da salvação. É pelo caminho do
sofrimento que andam os seguidores de Jesus Cristo!
Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador, sofreu desde o
ventre materno e não prometeu vida fácil para os seus seguidores
aqui nesse mundo, vale de lágrimas:
“Cristo sofreu por vós,
deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos”
(1 Pd 2, 21). Jesus sofreu e a
nossa vida não pode ser diferente. Sigamos os passos de Jesus
Cristo sem desânimo… sem revolta… sem desistirmos da batalha de cada
dia! O sofrimento é um “sino” que nos mantém acordados para a peleja.
O sofrimento é a “chave” que abrirá a porta do céu para nós! Infeliz
daquele que jogar essa “chave” fora.
São Francisco de Sales escreve:
“Jesus Cristo, verdadeiro Deus, amou-nos até
sofrer por nós a morte na cruz”. Milhões de pessoas
dizem que amam a Jesus Cristo, mas quando são provadas abandonam o
caminho do Céu e voltam as costas para Deus. Onde não há amor, não
existe força para suportar o peso do sofrimento.
Quem ama a Deus, tudo suporta!
Aquele que ama não volta as costas para Jesus
Crucificado! “Fui crucificado junto com
Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”
(Gl 2, 19-20).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“Esse amor, quando se dá a conhecer, faz as
pessoas boas saírem de si e ficarem estarrecidas. Por isso as
pessoas sentem afervorar-se o coração, desejam o martírio,
alegram-se no sofrimento e têm alívio nos grandes sofrimentos.
Passeiam nas brasas como se fossem rosas, desejam os tormentos,
regozijam-se com o que o mundo teme e abraçam o que o mundo detesta”.
Santo Ambrósio diz: “Para uma pessoa
unida a Cristo na cruz, nenhuma coisa é mais consoladora e gloriosa
do que trazer consigo os sinais de Jesus Crucificado”.
Feliz da pessoa que suporta os sofrimentos de cada
dia por amor a Deus! Quem medita os sofrimentos do Salvador não foge
das cruzes; mas sim, esforça-se para fazer a vontade do Senhor:
“A santidade não reside, pois, na
grandeza do sacrifício, do êxito, mas na do amor com que se vive e
se quer a vontade de Deus” (Pe. Richard
Gräf).
Neste grande mistério da redenção dos homens, é
preciso considerar o desejo e o cuidado que teve Jesus Cristo em
achar diversos modos de ser amado por nós.
Se Ele queria morrer para nos salvar, bastava-lhe morrer junto com
os outros meninos mortos por Herodes. Mas não, antes de morrer
quis passar durante trinta e três anos uma vida cheia de trabalhos e
sofrimentos. Durante essa vida, quis manifestar-se de tantas
formas diversas para atrair nosso amor. Apareceu primeiro como pobre
criancinha numa estrebaria de animais. Depois como simples operário
em uma oficina e finalmente como um condenado sobre a cruz. Antes de
morrer na cruz, quis ainda passar por circunstâncias comovedoras
para nos fazer amá-lo. Quis que o víssemos agonizante no horto das
Oliveiras todo banhado de suor de sangue, depois diante de Pilatos,
todo machucado por açoites. Depois zombam d’Ele como se fosse
um rei de teatro, trazendo na mão uma cana, um trapo de cores vivas
sobre os ombros e uma coroa de espinhos na cabeça. Arrastado
à morte pela rua com a cruz sobre os ombros, foi finalmente pregado
na cruz, no Monte Calvário. Merece ou
não merece ser amado um Deus que quis sofrer tantas dores e empregar
tantos meios para atrair nosso amor?
Santo Afonso Maria de Ligório diz:
“A terra é um lugar de merecimentos, e por
isso é também um lugar de sofrimentos. O céu é nossa pátria, lá Deus
nos preparou o repouso numa eterna felicidade. Passamos pouco tempo
neste mundo, mas neste pouco tempo temos muitas dores a sofrer. É
preciso sofrer e todos têm de sofrer;
seja justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz”.
Santo Agostinho diz:
“Aquele que sofre com paciência entrará no céu; aquele que sofre com
revolta irá para o inferno”.
Está claro que não basta sofrer… não basta carregar
as cruzes de cada dia; mas é preciso sofrer por amor a Deus…
imitando o exemplo de Jesus Cristo, Servo sofredor:
“Sofrer de nada vale se não for por amor a
Deus” (Santo Tomás de Aquino).
Devemos sofrer com os olhos fixos no Céu, nossa Morada Eterna. É
grande sabedoria suportar os sofrimentos de cada dia por amor a
Jesus Cristo: “O
Verbo Eterno desceu à terra para nos ensinar, com seu exemplo, a
carregar com paciência as cruzes que Deus nos manda”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
O sofrimento aqui na terra passa… enquanto que a felicidade do Céu
será para sempre.
Jesus Cristo quis sofrer para nos encorajar no
sofrimento. Qual foi a vida de Jesus Cristo? Foi uma vida de
humilhações e sofrimentos: Desprezado, último dos homens,
homem das dores! Sim, a vida de Jesus Cristo foi toda
cheia de trabalhos e dores.
Milhões de pessoas se desesperam diante dos
sofrimentos! Tiram a própria vida, ficam depressivas, se revoltam
contra Deus e contra todos… se isolam… Não! Não é assim que se
resolve o “grande problema” do sofrimento. Eis alguns
remédios que nos ajudam a suportar com paciência os
sofrimentos de cada dia: 1º Meditar com frequência a Dolorosa
Paixão de Jesus Cristo. 2º Meditar as Sete Dores de Nossa Senhora.
3º Oração perseverante e confiante. 4º Confissão e Comunhão
frequentes. 5º Desejar o Céu com frequência. 6º Pensar no fogo do
inferno, “pátria” dos desanimados. 7º Fazer penitência. 8º
Contemplar o crucifixo, em silêncio, todos os dias. 9º Saber que
tudo o que acontece é vontade de Deus ou permissão d’Ele. 10º Pensar
na recompensa que receberemos de Deus na hora da nossa morte.
Peçamos ao Senhor que nos fortaleça diante das
provações de cada dia: POR TRÁS DE TUDO ESTÁ O SENHOR.
Eu vos abençoo e vos guardo no Coração de Nossa
Senhora das Dores.
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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