Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

18 de junho de 2013

Para permanecermos unidos a Deus no meio desse mundo tão barulhento e agitado, é preciso “construir” à nossa volta um deserto silencioso e reservado... reservado somente para Deus e nós. Sem esse deserto jamais cresceremos na vida espiritual.

A alma que foge do silêncio jamais ouvirá a voz de Deus; porque o ruído exterior, o barulho, as conversas inúteis e vazias a distraem.

Quem não busca o silêncio vive agitado e não possui vida interior.

Feliz da pessoa que enriquece o seu dia com momentos de silêncio. Depois de cada parada e com ânimo novo, os afazeres se tornam mais acessíveis.

No silêncio escutamos a Deus e o nosso coração se inunda de paz... paz que o mundo barulhento não pode dar; não pode dar porque só possui ruído e estrondo.

Antes de realizar algo difícil é preciso “mergulhar” no oceano do silêncio. Jesus Cristo é o nosso modelo: “Depois subiu à montanha, e chamou a si os que ele queria, e eles foram até ele” (Mc 3, 13).

Quem inicia um empreendimento sem antes passar pelo deserto silencioso e solitário, jamais alcançará os frutos desejados... porque o ruído o perturbará. É preciso seguir o exemplo de Jesus Cristo: “Então Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto...” (Mt 4, 1).

O silencioso vive em paz porque escuta apenas o necessário. Ele não abre o coração para o ruído do mundo.

Existem solitários que não sabem fazer silêncio. Vivem na solidão, mas não são silenciosos. O silêncio deve ser externo e interno.

A alma que se “alimenta” do ruído do mundo vive na superficialidade.

Aquele que se “alimenta” do silêncio realizará grandes obras; porque o silêncio o fortalecerá e o fará ultrapassar fortes barreiras.

Alma piedosa e silêncio: belo parentesco.

O silêncio vale mais do que o ouro e a prata; porque ele faz uma alma, espiritual e imortal, “mergulhar” em Deus.

Os barulhentos e agitados estão sempre circulando... o vazio interior é o “combustível” que os acelera em busca das coisas caducas da terra.

O silêncio também fala... fala para acariciar a alma, para torná-la forte, apaixonada pelo Criador e pelo céu.

Feliz da alma que se “banha” nas cataratas do silêncio; ela jamais será manchada pela poeira e lama das coisas passageiras desse mundo agitado.

Aquele que não faz silêncio vive com as costas voltadas para Deus e com o coração “mergulhado” nas cloacas.

O coração do barulhento não pulsa, mas treme continuamente.

É preciso do silêncio para se reabastecer. Uma alma amante do barulho está sempre agitada e vazia.

A pessoa tagarela é o terror das almas silenciosas e interiores.

Aquele que busca o silêncio não se intimida diante das dificuldades e obstáculos que surgem pelo caminho; porque possui uma alma forte e corajosa, preparada para qualquer combate.

O barulhento é presa fácil do inimigo infernal; porque está sempre distraído e desatento.

Não se pode agradar a Deus nem viver santamente longe do silêncio.

Para o silencioso, calar-se não é mortificação, mas sim, grande prazer e imensa alegria.

Os mundanos chamam os silenciosos de doentes e loucos. Bela doença! Encantadora loucura!

Os faladores possuem “cheiro de égua”. Todos fogem de sua presença.

Deus não fala com o tagarela, porque ele não Lhe dá espaço.

O falador enoja a todos, porque interrompe as pessoas e somente ele quer ter a palavra.

A alma silenciosa é muda e surda. Muda para deixar somente Deus falar, e surda para não deixar o ruído do mundo sufocar a voz do Criador.

O tagarela não escuta Deus bater à porta do seu coração; enquanto que o silencioso permanece com o coração aberto para o Divino Amigo.

Aquele que não sabe silenciar-se, com certeza ouvirá somente a voz e o ruído do mundo.

Deus ama o silêncio... Ele não grita. Para ouvi-Lo é preciso estar em silêncio... a voz do Criador é muito baixa.

Para perguntas estúpidas, o silêncio é a melhor resposta: “Interrogou-o com muitas perguntas; Ele, porém, nada lhe respondeu” (Lc 23, 9).

É preciso amar o silêncio... rezar em silêncio... realizar o bem no silêncio... trabalhar em silêncio e sofrer em silêncio.

Não existe amizade íntima com Jesus Cristo longe do silêncio.

Deus nos convida insistentemente dizendo: “Vamos ao deserto”. Infeliz daquele que Lhe diz não.

A alma silenciosa sabe “mergulhar” em si mesma para encontrar a Santíssima Trindade... e nesse santuário amar o Deus Eterno sem se preocupar com os ruídos do mundo.

Aquele que não sabe silenciar-se jamais progredirá no caminho da perfeição... permanecerá estacionado na mediocridade e se contentará com ela.

A alma silenciosa esquece de si para viver somente para Deus.

O ruído do mundo é um terrível espinho que fere a alma silenciosa.

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Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP. Depois de autorizado, é preciso citar: Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Deus está no silêncio - pensamentos” www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/livros/014_deus_esta_no_silencio.htm