|  
                       
                    
                    ENTRADA 
                      MESSIÂNICA EM JERUSALÉM 
                    
                    (Mt 
                      21,1-11) 
                      
                     
                       
                      "1 
                      Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, 
                      no monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos,  
                       
                      2 
                      dizendo-lhes: 'Ide ao povoado aí em frente, e logo encontrareis 
                      uma jumenta amarrada e, com ela, um jumentinho. Soltai-a 
                      e trazei-me. 3 
                      E se alguém vos disser alguma coisa, respondereis que o 
                      Senhor está precisando deles, mas logo os devolverá'. 
						 
                      4 Isso 
                      aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: 
                     
                      5 
                      Dizei à Filha de Sião: 
                    
                    
                    eis 
                      que o teu rei vem a ti, 
                    
                    
                    manso 
                      e montado em um jumento, 
                    
                    
                    em 
                      um jumentinho, filho de uma jumenta. 
                    
                    6 
                      Os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes ordenara: 
                    
                    7 trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles 
                      as suas vestes. E ele sentou-se em cima. 
                    
                    8 A numerosa multidão 
                      estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam 
                      ramos das árvores e os espalhavam pelo caminho. 
                    9 As multidões 
                      que o precediam e os que o seguiam gritavam: 
                    
                    
                    Hosana 
                      ao Filho de Deus! 
                    
                    
                    Bendito 
                      o que vem em nome do Senhor! 
                    
                    
                    Hosana 
                      no mais alto dos céus! 
                    
					
                    10 
                      E, entrando em Jerusalém, a cidade inteira agitou-se e dizia: 
                      'Quem é este?'  11 A isso as multidões respondiam: 'Este 
                      é o profeta Jesus, o de Nazaré da Galiléia"  
                    (Conferir também: Mc 11, 1-11; Lc 19, 28-38 e Jo 12, 12-15). 
                      
                    
                    
                      
                      
                    
					
                    É domingo! Último domingo da vida mortal do Filho de Deus 
                    que nasceu pobre em uma gruta e que fora perseguido 
                    furiosamente desde criancinha:  
                    "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. 
                    Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o 
                    menino para o matar" 
                    (Mt 2, 13). 
                    
					É 
                      domingo! Último domingo da vida mortal do Imaculado Cordeiro. 
                      Último domingo do Senhor que veio para ser a Luz daqueles 
                      que viviam nas trevas:  "a luz veio ao mundo, mas os homens 
                      preferiram as trevas, porque as suas obras eram más" 
                    (Jo 
                      3, 19). 
                    
					É 
                      domingo! Último domingo da vida mortal do Bondoso Servo, 
                      d'Aquele Senhor apaixonado pelas almas imortais:  
                    "Jesus 
                      ama-me pessoalmente, como se só a mim tivesse de amar no 
                      mundo. Ama-me com amor de ternura, como o homem não saberia 
                      amar, com amor generoso, de que o homem é incapaz" 
                    (São 
                      Pedro Julião Eymard, A Divina Eucaristia, Vol. 3). 
                    
					É 
                      domingo! Último domingo da vida mortal do Amado Jesus que 
                      só praticou o bem, que iluminou a todos com o Seu exemplo: 
                       
                      "ele que passou fazendo o bem" 
                    (Atos 10, 38). 
                    
					É 
                      domingo! Último domingo da vida mortal para o Senhor que 
                      veio semear amor e bondade, mas foi desprezado, perseguido 
                      e odiado:  "Veio para o que era seu e os seus não o receberam" 
                    (Jo 1, 11), e: 
                     
                    "Então apanharam pedras para atirar nele." 
                    (Jo 8, 59). 
                    
					Sabendo 
                      que se aproximava o tempo de sua morte, em que devia ser 
                      crucificado em Jerusalém, o Amável Senhor dirigiu-se a essa 
                      cidade. 
                    
					
                     Ele 
                      saiu de Betânia, povoado onde moravam os seus amigos Lázaro, 
                      Marta e Maria, e caminhou em direção a Jerusalém, passando 
                      por uma aldeia chamada Betfagé ("casa dos figos ácidos", 
                      vila situada no monte das Oliveiras):  
                    "Vinde, ao mesmo tempo 
                      que subimos ao monte das Oliveiras, saiamos ao encontro 
                      de Cristo, que volta hoje de Betânia e, por vontade própria, 
                      apressa o passo rumo à sua venerável e feliz paixão, para 
                      levar à plenitude o mistério da salvação dos homens" 
                    (Santo 
                      André de Creta, Sermão 9 sobre o Domingo de Ramos). 
                    
					O 
                      Humilde Senhor não faz nenhuma exigência para a Sua entrada 
                      jubilosa em Jerusalém. Ele não exige um cavalo de raça, 
                      nem liteira (cadeirinha coberta, sustentada por dois varais 
                      e conduzida por duas bestas ou por dois homens, um à frente 
                      e outro atrás), nem biga (antigo carro romano de duas ou 
                      quatro rodas, puxado por dois cavalos); mas sim, pede apenas 
                      um jumentinho, o mais simples dos animais:  
                    "Ide ao povoado 
                      aí em frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada e, 
                      com ela, um jumentinho. Soltai-a e trazei-me" 
                    (Mt 21, 2). 
                      Na Palestina, o jumento tinha sido a cavalgadura de personagens 
                      notáveis já desde o tempo de Balaão:  "Levantou-se Balaão, 
                      de manhã, selou a sua jumenta e partiu com os príncipes 
                      de Moab" 
                    (Nm 22, 21), e: 
                     
                    "Vós que cavalgais brancas jumentas" 
                    (Jz 5, 10), e também: 
                     
                    "Ele tinha quarenta filhos e trinta 
                      netos, os quais montavam setenta jumentos" 
                    (Jz 12, 14). 
                    
					O 
                      Senhor Todo-Poderoso dispensa todas as vaidades para cavalgar 
                      num jumentinho, filho de uma jumenta: 
                     
                    "Isso aconteceu para 
                      se cumprir o que foi dito pelo profeta: 
                    
                    
                    Dizei 
                      à Filha de Sião: 
                    
                    
                    eis 
                      que o teu rei vem a ti, 
                    
                    
                    manso 
                      e montado em um jumento, 
                    
					
                    
                    em 
                      um jumentinho, filho de uma jumenta" 
                    (Mt 21, 4-5). O Pe. 
                      Luiz Bronchain escreve:  "Que outra coisa significa a jumenta 
                      senão o povo judaico, submisso ao jugo da lei? E o jumentinho 
                      senão os gentios livres de todo o freio e constrangimento? 
                      Essa cavalgadura convinha sem dúvida a um príncipe, cujo 
                      berço foi um presépio, e que, nas suas pregações, nos dizia 
                      a todos: 'Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" 
                    (Meditações para todos os dias do ano). 
                    
					A 
                      Humildade desse Doce Amigo esmaga por terra o orgulho do 
                      homem que está sempre em busca da vaidade e ambição, mesmo 
                      que para isso tenha que pisar raivosamente na honra do próximo: 
                       
                      "Ó humildade de Jesus, até no vosso triunfo confundis o 
                      nosso orgulho, ensinando-nos a virtude que, segundo Santo 
                      Agostinho, é o começo, a continuação e o auge da perfeição 
                      e sem a qual não há repouso para a alma, nem submissão, 
                      nem mansidão, nem verdadeira caridade" 
                    (Pe. Luiz Bronchain, 
                      Meditações para todos os dias do ano). 
                      
                    
					Jesus 
                      Cristo, Deus Onipotente, o Senhor do céu e da terra não 
                      quer o jumentinho para Si, o Seu desapego é total. Ele promete 
                      devolvê-lo ao seu dono após a entrada triunfal em Jerusalém: 
                       
                      "E se alguém vos disser alguma coisa, respondereis que o 
                      Senhor está precisando deles, mas logo os devolverá" 
                    (Mt 
                      21, 3). O Senhor não quer para Si aquilo que pertence ao 
                      próximo, a Sua honestidade é exemplar. 
                    
					Os 
                      donos do jumentinho não ficaram silenciosos diante da atitude 
                      dos dois discípulos:  "Enquanto desamarravam o jumentinho, 
                      os donos perguntaram: 'Por que soltais o jumentinho?" 
                    (Lc 
                      19, 33). Diante de tal pergunta, os discípulos lhes disseram: 
                       
                      "O Senhor precisa dele" 
                    (Lc 19, 34). 
                    
					Diante 
                      da resposta dos discípulos:  "O Senhor precisa dele" 
                    (Lc 19, 
                      34), os donos do humilde animalzinho não disseram mais nenhuma 
                      palavra, mas mostraram grande desapego e generosidade. Se 
                      é o Senhor do universo que pede, não tem porque negar, afinal, 
                      Ele é o dono de tudo e de todos. 
                    
					Como 
                      o mundo seria melhor se cada católico imitasse a generosidade 
                      e o desapego dos donos do jumentinho; se cada um entregasse, 
                      não os seus bens materiais, mas o coração sem medida para 
                      Nosso Senhor, com amor e confiança. 
                    
					Quantas 
                      vezes dizemos não ao nosso Salvador. Quantas vezes nos trancamos 
                      em nosso egoísmo e viramos as costas para aquele Senhor 
                      que nos ama e quer nos salvar. Agindo assim, a nossa alma 
                      vai se mergulhando no lodaçal do pecado e se tornando obscura 
                      diante do Deus Eterno:  "A alma, presa pelos encantos de 
                      qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não 
                      pode de forma alguma transformar-se na verdadeira beleza" 
                    (São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo, Livro I, capítulo 
                      IV, 4). 
                    
					Os 
                      donos do jumentinho, sabendo que era o Senhor quem pedira 
                      o animalzinho, confiaram n'Ele. Imitemos-lhes o exemplo, 
                      lançando-nos nos braços de Nosso Senhor sem jamais duvidar 
                      de Seu amor:  "Repouso tranquilo e firme segurança para os 
                      fracos, só nas chagas do Salvador! Ali permaneço seguro 
                      porque ele é poderoso para salvar. O mundo agita, o corpo 
                      dificulta, o demônio arma ciladas; não caio, estou firme 
                      na rocha" (São Bernardo de Claraval), e: 
                     
                    "O nosso fim é 
                      Deus, fonte de todos os bens, e devemos, como repetimos 
                      em nossa oração, confiar unicamente nele e em mais ninguém" (Das Cartas de São Jerônimo Emiliani a seus confrades). 
                    
					Jesus 
                      Querido, esvazie o nosso coração de tudo aquilo que é terreno, 
                      desapegue-o de tudo aquilo que é passageiro, para que o 
                      enchamos somente do vosso Infinito Amor: 
                    "Vontade de meu 
                      Deus, quanto me sois cara! Convosco unido quero viver e 
                      morrer: o vosso agrado seja o meu agrado, os vossos desejos 
                      sejam os meus desejos! Meu Deus, meu Deus, ajudai-me: fazei 
                      que de agora em diante eu viva só para vós, para querer 
                      só o que vós quereis, para amar somente a vossa amável vontade"
                    (Santo 
                      Afonso Maria de Ligório, Visitas a Jesus Sacramentado e 
                      a Nossa Senhora, 10). 
                    
					Os 
                      discípulos fizeram como Nosso Senhor lhes ordenara: 
                     
                    "Levaram-no 
                      então a Jesus" (Lc 19, 35). Nada acrescentaram ou tiraram, 
                      nada de vontade própria, simplesmente cumpriram o que o 
                      Senhor lhes havia ordenado:  "A obediência é o túmulo da 
                      vontade própria" (São João Clímaco, Scala paradisi De oboed., 
                      Grad. 4). Eles não deram nenhuma opinião, não criticaram 
                      o Mestre nem murmuraram, simplesmente obedeceram cegamente: 
                       
                      "Os que desprezam a obediência cega, são os verdadeiros 
                      cegos" (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, 
                      capítulo XXII). 
                    
					
                     O 
                      jumentinho não foi selado com uma sela fina e ornamentada, 
                      mas é colocado sobre ele mantos pobres e simples: 
                     
                    "Levaram 
                      a Jesus o jumentinho, sobre o qual puseram suas vestes. 
                      E ele o montou" (Mc 11, 7). 
                    
					Organiza-se 
                      o cortejo. É tudo muito rápido:  "A numerosa multidão estendeu 
                      suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos 
                      das árvores e os espalhavam pelo caminho. As multidões que 
                      o precediam e os que o seguiam gritavam: 
                    
                    
                    Hosana 
                      ao Filho de Deus! 
                    
                    
                    Bendito 
                      o que vem em nome do Senhor! 
                    
					
                    
                    Hosana 
                      no mais alto dos céus!" 
                    (Mt 21-8-9), e: 
                     
                    "Muitos estenderam 
                      suas vestes pelo caminho, outros puseram ramos que haviam 
                      apanhado nos campos. Os que iam à frente dele e os que o 
                      seguiam clamavam: 'Hosana! Bendito o que vem em nome do 
                      Senhor! Bendito o Reino que vem, do nosso pai Davi! Hosana 
                      no mais alto dos céus!" 
                    (Mc 11, 8-10). Enquanto caminhavam 
                      rumo a Jerusalém, todos cantavam alegremente: 
                     
                    "Enquanto 
                      ele avançava, o povo estendia suas próprias vestes no caminho. 
                      Já estava perto da descida do monte das Oliveiras, quando 
                      toda a multidão dos discípulos começou, alegremente, a louvar 
                      a Deus com voz forte por todos os milagres que eles tinham 
                      visto" 
                    (Lc 19, 36-37). 
                    
					Em 
                      meio a grande multidão, o Amado Senhor vai em direção a 
                      Jerusalém, não obrigado, mas de livre vontade: 
                     
                    "Está, pois, 
                      de livre vontade, a caminho de Jerusalém, ele que por nossa 
                      causa desceu do céu para elevar-nos consigo - a nós que 
                      jazíamos por terra -. Vem, mas não rodeado de pompa." 
                    (Santo 
                      André de Creta, Sermão 9 sobre o Domingo de Ramos). 
                    
					A 
                      multidão, cheia de alegria, estendia as vestes e palmas 
                      pelo caminho, e também balançava ramos de oliveira. 
                    
					Lembre-se 
                      de que essa oliveira e essa palma significam paz com o próximo 
                      e paz com Deus. 
                    
					Paz 
                      com o próximo:  "A Páscoa está iminente. Já o Rei da paz 
                      vem, e quer achar paz à sua passagem. Ai daqueles que, nas 
                      santas festas, se deitarem com ódio no coração. Jesus não 
                      os reconhecerá como seus discípulos. 
                    
                    
                    Em 
                      quantas famílias não há paz! São irmãos brigados entre si, 
                      são cunhados, são noras que passam o dia todo em murmurações, 
                      em calúnias amargas, em altercações iradas, em silêncio 
                      cheio de rancor. São verdadeiros cristãos esses? Dizem que 
                      o são, e realmente são batizados, porém Jesus não os reconhece. 
                    
					
                    
                    Em 
                      quantos lugares não há paz! Uma família contra outra família, 
                      um inquilino contra outro inquilino, um proprietário contra 
                      outro proprietário: é por causa da casa, é por causa da 
                      terra, é por causa dos bens, e, enquanto isso, há ódio profundo. 
                      São lugares cristãos esses?" 
                    (Pe. João Colombo). 
                    
					Paz 
                      com Deus:  "Deus é bondade, e acha a sua alegria em habitar 
                      entre os homens. Mas, quando o homem prefere os seus prazeres 
                      à lei do Senhor e cai em pecado, Deus não pode suportá-lo. 
                      Foge dele, como nós fugimos da serpente; já não o conta 
                      mais entre os seus fiéis, entre os seus amigos, entre seus 
                      filhos. 
                    
                    
                    Então 
                      o homem procura a sua paz, mas não pode achá-la, porque 
                      não há paz quando se está em cólera com Deus. Há uma muralha 
                      entre Deus e vós, é a muralha da vossa avareza que nunca 
                      diz basta, mesmo em se tratando de bem alheio; é a muralha 
                      da vossa soberba, que não quer correções nem censuras; é 
                      a muralha da vossa sensualidade, que não quer freios aos 
                      seus desregramentos. 
                    
					
                    
                    Não 
                      se pode fazer Páscoa em cólera com o Senhor; não se pode 
                      ir ao encontro do Rei da paz que vem, se entre nós e Ele 
                      há uma muralha. É preciso abatê-la pela confissão" 
                    (Pe. 
                      João Colombo). 
                    
					Essa 
                      multidão agitando palmas e ramos nos ensina a pisar o respeito 
                      humano, nos encoraja a manifestar a nossa fé com as ações 
                      sem jamais nos envergonharmos do Senhor que pune os covardes: 
                       
                      "Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também 
                      o renegarei diante de meu Pai que está nos Céus" 
                    (Mt 10, 
                      33), e: 
                     
                    "Meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo dos 
                      que matam o corpo e depois disso nada mais podem fazer. 
                      Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei Aquele que depois 
                      de matar tem o poder de lançar na geena; sim, eu vos digo, 
                      a Este temei" 
                    (Lc  12, 4-5). 
                    
					Não 
                      sejamos escravos do respeito humano, mas manifestemos publicamente 
                      a nossa fé em Cristo Jesus. Não nos intimidemos diante das 
                      zombarias e críticas dos filhos das trevas, mas trabalhemos 
                      com entusiasmo e convicção para o Senhor do universo que 
                      recompensa aquele que O serve sem medo. 
                    
					Hoje, 
                      infelizmente, milhões de católicos seguem furiosamente o 
                      mundo e suas máximas; esses cometem as mais horríveis aberrações 
                      e ainda se gabam de as ter cometido:  "Apesar de conhecerem 
                      a sentença de Deus que declara dignos de morte os que praticam 
                      semelhantes ações, eles não só as fazem, mas ainda aplaudem 
                      os que as praticam" 
                    (Rm 1, 32). 
                    
					Nosso 
                      Senhor e a multidão transpuseram o cume do monte das Oliveiras 
                      e desceram pela vertente ocidental a caminho da cidade Santa. 
                      O Imaculado Cordeiro avistou Jerusalém, toda branca ao sol 
                      do meio-dia. Jesus olhou-a o pôs-se a chorar: 
                     
                    "E, como estivesse 
                      perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: 'Ah! Se 
                      neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz! Agora, 
                      porém, isso está escondido a teus olhos. Pois dias virão 
                      sobre ti, e os teus inimigos te cercarão com trincheiras, 
                      te rodearão e te apertarão por todos os lados. Deitarão 
                      por terra a ti e a teus filhos no meio de ti, e não deixarão 
                      de ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo 
                      em que foste visitada!" 
                    (Lc 19,42-44). 
                    
					Jesus 
                      Cristo é verdadeiro, Ele conhecia muito bem o coração do 
                      homem. Embora estando no meio da exultação e das aclamações, 
                      Ele não se deixa nem perturbar nem iludir pelo fervor popular. 
                      
                    
                      
                    
					Por 
                      que o Amável Cordeiro chorou ao avistar Jerusalém? 
                    
                      - 
                    
					
                    
                    "Chorava 
                      vendo que muitos vinham perfidamente ao seu encontro, com 
                      o sorriso nos lábios mas com a traição no coração. E ainda 
                      hoje, Jesus Eucarístico, do alto do seu altar, por entre 
                      a multidão que vem recebê-lo pela Páscoa, vê desses que 
                      se ajoelham no balaustre e têm a traição no coração. Traem-no 
                      com aquele pecado calado na confissão por vergonha; ou com 
                      aquele hábito a que não querem renunciar apesar dos avisos 
                      do confessor; ou, ainda, com aquela injustiça de dinheiro 
                      ou de bens que não querem reparar" 
                    (Pe. João Colombo). 
                       
                      - 
                    
					
                    
                    "Chorava 
                      na colina das Oliveiras vendo que ali havia muitos acorridos 
                      só por curiosidade, como que a um espetáculo, sem o menor 
                      sentimento de amor ou de fé. E, ainda hoje, do santo altar, 
                      Jesus vê que alguns se aproximam da Comunhão Pascal só por 
                      hábito, talvez para satisfazer alguma pessoa da família, 
                      mas sem preparação, nenhum arrependimento, nenhuma vontade 
                      de melhorar a alma" 
                    (Pe. João Colombo). 
                       
                      - 
                    
					
                    
                    "Chorava 
                      sabendo bem que aqueles mesmos que lhe clamavam "Hosana!" 
                      cinco dias depois clamariam "Crucifica-O!", e, ao pé da 
                      cruz, zombariam da sua agonia. E Jesus ainda sabe que há 
                      uns que fazem a Páscoa e, antes de passados cinco dias, 
                      já voltam a crucificá-lo no seu coração. Que lhe adiantou 
                      então dar o seu sangue por estes?" 
                    (Pe. João Colombo). 
                       
                      - 
                    
					
                    
                    "Chorou 
                      o Salvador em face da cidade que o recebia, mas que, não 
                      obstante, seria destruída. Já lhe parecia ouvir, através 
                      das aclamações, o estertor desesperado dos moribundos, já 
                      lhe parecia ver, com seu olhar profético, através das oliveiras 
                      e das palmeiras, avançar o ferro e o fogo do exército exterminador. 
                      Mas talvez Jesus ainda hoje veja que certas almas o recebem 
                      e, não obstante, não se salvarão; já vê em volta delas o 
                      clarão do fogo eterno que as devorará para sempre, já ouve 
                      em torno delas o grito rouco do demônio vencedor" 
                    (Pe. João 
                      Colombo). 
                       
             
                    
					O 
                      coração do homem é realmente um abismo, ele é vacilante. 
                      No Domingo, a multidão gritava "Hosana!", e cinco dias depois 
                      gritava: "Crucifica-O!" Sobre isso escreve São Bernardo 
                      de Claraval:  "Como eram diferentes umas vozes e outras! 
                      Fora, fora, crucifica-o e bendito o que vem em nome do Senhor, hosana nas alturas! Como são diferentes as vozes que agora 
                      o aclamam Rei de Israel e dentro de poucos dias dirão: Não 
                      temos outro rei além de César! Como são diferentes os ramos 
                      verdes e a Cruz, as flores e os espinhos! Àquele a quem 
                      antes estendiam as próprias vestes, dali a pouco o despojam 
                      das suas e lançam a sorte sobre elas" 
                    (Sermão no Domingo 
                      de Ramos, 2, 4). 
                    
					Agora, 
                      o Cortejo Triunfal entra em Jerusalém: 
                    "E, entrando em Jerusalém, 
                      a cidade inteira agitou-se e dizia: 'Quem é este?' A isso 
                      as multidões respondiam: 'Este é o profeta Jesus, o de Nazaré 
                      da Galiléia" (Mt 11, 10-11). 
                      
                    
                      
                    
					Jerusalém 
                      abre as portas para o Rei dos reis. Abramos nós também o 
                      nosso coração para que o Rei do universo reine nele. 
                    
					Jerusalém 
                      abre as portas para o Senhor dos senhores. Deixemos que 
                      o Senhor do céu e da terra habite em nosso coração, transformando-o 
                      numa bela e piedosa morada. 
                    
					Jerusalém 
                      abre as portas para a Luz Eterna. Abramos o nosso coração 
                      para que a Luz do mundo expulse dele todas as trevas. 
                    
					O 
                      Senhor entra em Jerusalém! Corramos também nós ao seu encontro 
                      e prostremo-nos diante de tão Grandioso Deus. Adoremos ao 
                      Cristo Jesus e prometamos-Lhe mudança de vida e fidelidade 
                      até à morte:  "Coragem, pois, corramos juntos com aquele 
                      que se apressa para a paixão e imitemos os que foram ao 
                      seu encontro. Não para estendermos à sua frente no caminho 
                      ramos de oliveira, tapetes e outros ornamentos ou ainda 
                      folhas de palmeira, mas para nós mesmos nos prostrarmos, 
                      o quanto pudermos, com humildade e reta intenção, a fim 
                      de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima e acolhermos 
                      a Deus, que nenhum lugar pode conter" 
                    (Santo André de Creta, 
                      Sermão 9 sobre o Domingo de Ramos). 
                    
					Quando 
                      o Senhor entrou em Jerusalém, as multidões gritavam: 
                     
                    "Este 
                      é o profeta Jesus, o de Nazaré da Galiléia" 
                    (Mt 11, 10-11). 
                    
					É 
                      preciso que cada católico professe a sua fé em Nosso Salvador, 
                      mesmo em ambientes contrários. Jamais calemos a boca diante 
                      das críticas e zombarias dos inimigos. 
                    
					Como 
                      já foi comentado acima, a multidão que gritou "Hosana!", 
                      cinco dias depois gritou "Crucifica-O!" Que o Amado Senhor 
                      nos livre de comportarmos  assim. Sejamos coerentes 
                      e perseverantes; que a fidelidade a Cristo Jesus esteja 
                      sempre na nossa alma. 
                    
					  
                    
                    
                    Oração: 
                    Jesus Querido, Tu és o Deus Onipotente e Eterno, sem Ti a 
                    nossa vida seria um deserto sem oásis. 
            
            Amado Senhor, 
            assim como Jerusalém abriu as portas para Ti, abriremos também o 
            nosso pobre coração para que entres e o transforme em uma piedosa 
            morada. 
            
            Boníssimo 
            Jesus, não estenderemos mantos nem agitaremos ramos de oliveira, mas 
            sim, prometemos-Lhe amor, fidelidade e perseverança até à morte. 
            
            Doce Amigo, 
            será que existe felicidade longe do Seu Adorável Coração? Claro que 
            não! Infeliz daquele que Te abandona para seguir as criaturas 
            volúveis e traiçoeiras. 
            
            Jesus Amor, 
            custe o que custar, viveremos sempre unidos a Ti, porque Tu és o 
            único Amor da nossa vida.  
            
            Depois 
            da entrada triunfal, Tu saíste de Jerusalém. Ó Senhor, entre no 
            nosso coração e não saia mais dele, fique sempre conosco, porque sem 
            a Sua Luz somos cegos que caminham em plena escuridão. 
                      
                    
					Pe. 
                      Divino Antônio Lopes FP. 
                    
					Anápolis, 
                      01 de março de 2007 
              
					Leia também: 
					
					
					Domingo de Ramos    |