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                    A DESPEDIDA 
                     
					(Jo 
                      13, 31-35) 
              
            
            "31 
            Quando ele saiu, disse Jesus: 'Agora o Filho do Homem foi 
            glorificado e Deus foi glorificado nele.  
            32 
            Se Deus foi nele glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo 
            e o glorificará logo.  
            33 
            Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Vós me procurareis 
            e, como eu havia dito aos judeus, agora também vo-lo digo: Para onde 
            vou vós não podeis ir.  
            34 Dou-vos 
            um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, 
            amai-vos também uns aos outros.  
            35 
            Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor 
            uns pelos outros".
			
             
              
                     
					   
              
            
            Em 
            Jo 13, 31- 32 diz:
			"Quando ele saiu, disse Jesus: 'Agora o Filho do Homem foi 
            glorificado e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi nele 
            glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará 
            logo". 
            
            
            Quando ele saiu! 
            
            
            Quem saiu? Judas Iscariotes:  
            "Tomando, então, o pedaço 
            de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite"  
            (Jo 13, 30). 
            
            O 
            traidor saiu com a bolsa de dinheiro nas mãos e com o Maligno no 
            coração. Esse ingrato saiu às pressas para não mais voltar. Ele será 
            o guia dos inimigos do Senhor:  
            "À frente estava o chamado 
            Judas, um dos Doze..."
			(Lc 22, 47). 
            
            
            Judas Iscariotes afastou-se da Luz Eterna e o Príncipe das trevas 
            entrou em seu coração. Era noite:  
            "A indicação de que 'era 
            noite' não é só uma simples referência cronológica, mas alude às 
            trevas como imagem do pecado, do poder tenebroso que naquele 
            instante iniciava a Sua hora (cfr Lc 22, 53). O contraste entre luz 
            e trevas, oposição do mal ao bem, é muito frequente na Bíblia, 
            especialmente no quarto Evangelho, onde, já desde o Prólogo, nos é 
            dito que Cristo é a Luz verdadeira que as trevas não receberam (cfr 
            Jo 1, 5)"
			(Edições Theologica). 
            
            
            Longe de nós abandonarmos a Luz Eterna! O que encontraremos longe de 
            Nosso Senhor? Somente tristeza, ilusão e sofrimento:  
            "Estar sem Jesus é terrível 
            inferno"
			(Tomás de Kempis, 
            Imitação de Cristo,  capítulo VIII). 
            
            
            Infeliz daquele que abandona a amizade com o Senhor para se apoiar 
            nas criaturas falsas e volúveis; esse andará nas trevas e com a alma 
            vazia:  "Se uma casa 
            não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonra e 
            desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a 
            presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as 
            trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa 
            ignomínia"  (São 
			Macário). 
            
            Em 
            Jo 13, 31 diz:  
            "...ele saiu..."  
            Judas Iscariotes 
            abandonou o Senhor e saiu... 
            
            
            Hoje, infelizmente, quantos católicos, batizados e crismados, saem! 
            
            
            Saem de perto do Cordeiro Imaculado, abandonando a Santa Igreja 
            Católica Apostólica Romana, para mergulharem nas trevas das 
            heresias, seguindo bodes berrantes dentro das espeluncas. 
            
            
            Saem da água cristalina, doutrina católica, para beberem das fossas 
            repugnantes das seitas. 
            
            
            Saem da luz da verdade, para cambalearem em meio às trevas da 
            mentira. 
            
            
            Judas saiu! O que ele encontrou nas criaturas? Somente desprezo e 
            frieza! Suicidou-se depois. 
            
            O 
            que um católico encontra nas secas relvas das seitas? Somente 
            engano, desprezo e ilusão. Então se desesperam! 
            
            O 
            que está na fossa não pode satisfaz um estômago faminto. Também um 
            prato de heresias não pode satisfazer uma alma sedenta da verdade. 
            
            "Agora o 
            Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nele. Se Deus 
            foi nele glorificado, Deus também o glorificará em si mesmo e o 
            glorificará logo". 
            
            
            Esta glorificação refere-se sobretudo à glória que Cristo receberá a 
            partir da Sua exaltação na Cruz (Jo 3, 14; 12, 32):  
            "Jesus considera como já 
            realizada a sua Paixão, que será para ele a glorificação. O Pai vai 
            glorificá-lo brevemente, ressuscitando-o dentre os mortos"
			(Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos). 
            
            
            
             São 
            João sublinha que a morte de Cristo é o começo do Seu  triunfo;
            
            "tanto é assim que a 
            própria crucifixão poderia considerar-se como o primeiro passo da 
            subida para  o Pai. Ao mesmo tempo é glorificação do Pai, pois 
            Cristo, aceitando voluntariamente a morte por amor, como ato supremo 
            de obediência à Vontade divina, realiza o maior sacrifício com que o 
            homem pode dar glória a Deus. O Pai corresponderá a esta 
            glorificação que Cristo Lhe tributa glorificando-O a Ele, como Filho 
            do Homem, isto é, na Sua Santíssima Humanidade, através da 
            Ressurreição e exaltação à Sua direita. Desta forma a glória que o 
            Filho dá ao Pai é ao mesmo tempo glória para o Filho. 
            
            Assim 
            também o discípulo de Cristo encontrará o seu maior motivo de glória 
            na identificação com a atitude obediente do Mestre. São Paulo 
            indica-o claramente ao dizer: 'Longe de mim gloriar-me a não ser na 
            cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6, 14)"  
            (Edições Theologica). 
            
            Em 
            Jo 13, 33 diz:
			"Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Vós me procurareis 
            e, como eu havia dito aos judeus, agora também vo-lo digo: Para onde 
            vou vós não podeis ir". 
            
            Dom 
            Duarte Leopoldo escreve:  
            "Meus filhinhos... estas 
            palavras são dirigidas a esses homens tirados da ínfima classe da 
            sociedade. Meus filhinhos... sim, porque são seus discípulos e Jesus 
            os ama mais do que ninguém"
			(Concordância dos 
            Santos Evangelhos). 
            
            
            Neste versículo distinguem-se três partes:  
            "Na primeira, o Senhor 
            começa por proclamar o Mandamento Novo (vv. 33-35) e anuncia as 
            negações de Pedro (vv. 36-38). Explica-lhes depois que a Sua Morte 
            vai ser o trânsito para o Pai (cap. 14), com Quem é um  por ser Deus 
            (vv. 1-14). Também lhes anuncia que depois da Sua Ressurreição lhes 
            enviará o Espírito Santo, que os guiará ensinando-lhes e 
            recordando-lhes tudo o que lhes tinha dito (vv. 15-31). 
            
            A 
            segunda parte do discurso está contida nos capítulos 15 e 16. Jesus 
            Cristo promete que aqueles que crerem terão uma nova vida de união 
            com Ele, tão íntima como a que têm as varas com a videira (15, 1-8). 
            Para conseguir essa união é necessário praticar o Mandamento Novo do 
            Senhor (vv. 9-18). Previne-se das contradições que terão de sofrer, 
            e anima-os com a promessa  do Espírito Santo, que os defenderá e 
            consolará (vv. 18-27). A ação do Paráclito ou Consolador 
            conduzi-los-á eficazmente ao cumprimento da missão que Jesus lhes 
            confiou (16, 1-15). Fruto da presença do Espírito Santo será a 
            plenitude do gozo (vv. 16-33). 
            
            A 
            terceira parte (cap. 17) recolhe a oração sacerdotal de Jesus, em 
            que roga ao Pai pela Sua glorificação através da Cruz (vv. 1-5). 
            Pede também pelos Seus discípulos (vv. 6-19) e por todos os que por 
            meio deles crerão n'Ele, para que, permanecendo no mundo sem serem 
            do mundo, esteja neles o amor de Deus e dêem testemunho de que 
            Cristo é o enviado do Pai (vv. 20-26)"  
            (Edições Theologica). 
            
            "Para 
            onde vou...".
            Estas mesmas 
            palavras foram também dirigidas aos judeus: 
            
            "Terríveis para uns como 
            uma sentença de morte, para outros cheias de amor e de consolação. 
            Os judeus não podiam segui-lo por causa da sua incredulidade; os 
            Apóstolos não podem agora acompanhar o seu Mestre, porque têm de ir 
            pregar o Evangelho a todo o mundo. Eles o deviam encontrar mais 
            tarde, às portas do reino dos céus"
			(Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos). 
            
            
            
             Em 
            Jo 13, 34- 35 diz:
			"Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu 
            vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos 
            que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros".
			
             
            
            
            Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de anunciar a Sua partida (v. 33), 
            resume os Seus preceitos num só:  
            "O mandamento da caridade, 
            Jesus o chama novo, posto que tantas vezes o tivesse inculcado, não 
            só com as suas palavras, mas ainda com os seus exemplos. É novo de 
            fato, ou porque os Apóstolos ainda o não tinham compreendido, ou 
            porque não o tinham praticado até então. É novo porque, tendo quase 
            desaparecido do mundo, era necessário renová-lo ainda; novo pelo 
            caráter especial que dele faz o distintivo dos verdadeiros 
            discípulos de Jesus; novo finalmente, pela sublimidade e perfeição a 
            que foi elevado, tendo por medida o próprio amor de Deus"
			(Dom Duarte Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos), 
            e: 
			"É um mandamento 
            novo porque são novos os seus motivos: o próximo é uma só coisa com 
            Cristo, e por isso é objeto de um especial amor do Pai. É um 
            mandamento novo porque o Modelo é sempre atual. É um mandamento novo 
            porque estabelece relações novas entre os homens; porque o modo de 
            cumpri-lo será sempre novo: como eu vos amei; porque se dirige a um 
            povo novo e requer corações novos; porque estabelece os alicerces de 
            uma ordem diferente e desconhecida até então. É novo porque sempre 
            será uma novidade para os homens, acostumados aos seus egoísmos e às 
            suas rotinas"
			(Pe. Francisco 
            Fernández-Carvajal), 
            e também: 
            "Ó Cristo, destes-nos um mandamento novo: amar-nos uns aos 
            outros, como nos amastes. E o chamais novo porque, despojando-nos do 
            homem velho, nos reveste do novo. Não é, de fato, qualquer amor que 
            pode renovar o homem, mas o amor que vós distinguis do puramente 
            humano, ao acrescentar: como eu vos amei. E este mandamento novo 
            renova só quem o acolhe e lhe obedece... Fazei, ó Senhor, que este 
            amor nos renove, tornando-nos homens novos, herdeiros do Testamento 
            Novo, cantores do cântico novo. Fazei que este amor, que renovou 
            também os justos dos tempos antigos, os patriarcas e os profetas, 
            como depois os bem-aventurados Apóstolos, continue a renovar os 
            povos e a reunir todo o gênero humano espalhado por todas as partes 
            da terra, para fazer dele um só povo novo, o corpo de vossa Esposa"
			
            (Santo 
            Agostinho, Em Jo 65, 1). 
            
            
            Aquele que não ama o próximo como se deve, não é um católico 
            perfeito; antes, deve-se duvidar se o mesmo ama verdadeiramente a 
            Deus. 
            
            
            Quem ama o próximo é discípulo de Nosso Senhor; que o odeia, é 
            seguidor do mundo inimigo do Evangelho. 
            
            
            Quem ama o próximo, vive na luz; aquele que deseja-lhe mal, vive nas 
            trevas. 
            
            
            Como amamos o próximo? Sofrendo com quem sofre, ajudando com esmolas 
            quem tem necessidade, confortando-o na dor, corrigindo os seus erros 
            e, principalmente, orientando-o no caminho da santidade. 
              
            
            Pe. 
            Divino Antônio Lopes FP. 
            
            
            Anápolis, 28 de abril de 2007 
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