PARA QUE TODOS SEJAM UM
(Jo 17,
20-26)
"20
Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua
palavra, crerão em mim:
21
a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim
e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia
que tu me enviaste.
22
Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um, como
nós somos um:
23
Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade
e para que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste
como amaste a mim.
24
Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estou, também
eles estejam comigo, para que contemplem minha glória, que
me deste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
25
Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci
e estes reconheceram que tu me enviaste.
26
Eu lhes dei a conhecer o teu nome e lhes darei a conhecê-lo,
a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu
neles".
Em
Jo 17, 20- 21 diz:
"Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra,
crerão em mim: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em
mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que
tu me enviaste".
Edições Theologica comenta:
"À Igreja, pela qual Cristo
pede, pertencem todos aqueles que ao longo dos séculos hão de crer
n'Ele pela pregação dos Apóstolos",
e em Lumen gentium, 20, diz:
"A missão divina confiada
por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos (cfr Mt 28,
20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o
tempo o princípio de toda a vida na Igreja. Pelo que os Apóstolos
trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente
constituída".
"A
origem e o fundamento apostólico da Igreja chama-se 'Apostolicidade',
propriedade essencial que confessamos no Credo. Consiste em que o
Papa e os Bispos são sucessores de Pedro e dos Apóstolos, conservam
a sua autoridade e proclamam a mesma doutrina" (Edições Theologica).
Em
Lumen gentium, 20, diz:
"Ensina, por isso, o
sagrado Concílio que, por instituição divina, os Bispos sucedem aos
Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo;
quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo (cfr
Lc 10, 16)".
"... a
fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste"
(Jo 17, 21).
Depois de ter rogado pelos Apóstolos, pede o Senhor por todos os
que, através dos séculos, crerão nele e pede que todos sejam um:
"A união implorada
para os fiéis é, sobretudo, união com o Pai e o Filho, única fonte
de sua união recíproca. Maduro é o cristão quando realiza o encontro
pessoal com Deus e o transborda no encontro pessoal com os irmãos. O
primeiro encontro é a base, o fundamento do segundo, enquanto o
segundo é o sinal visível e verificável da autenticidade do
primeiro"
(Pe.
Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 139),
e:
"A união dos
cristãos com Cristo causa a unidade deles entre si. Esta unidade da
Igreja beneficia, em última análise, toda a humanidade, pois sendo a
Igreja uma e única, aparece como sinal levantado diante das nações
para convidar a crer em Jesus Cristo como enviado divino que vem
salvar todos os homens. A Igreja continua no mundo essa missão
salvadora pela sua união com Cristo. Por isso convoca todos a
integrar-se na sua própria unidade e, mediante esta, a participar na
união com Cristo e com o Pai"
(Edições
Theologica), e
também:
"Chamamos-lhe Católica, quer porque se encontra difundida por todo o
orbe da Terra, dum confim ao outro, quer porque ensina de modo
universal e sem defeito todos os dogmas que os homens devem
conhecer, do visível e do invisível, do celestial e do terreno.
Também porque submete ao reto culto todo o tipo de homens,
governantes e cidadãos, doutos e ignorantes" (São Cirilo,
Catechesis, 18, 23).
Em
Jo 17, 22-23 diz:
"Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um, como nós somos
um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para
que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim".
Nosso Senhor quer que a união dos fiéis com Deus e entre si seja tão
perfeita que reflita a unidade existente entre si e o Pai:
"... como nós somos um".
O
Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena escreve:
"Poderíamos dizer que Jesus
confia a fé - que há de ser pregada ao mundo - à capacidade dos
fiéis de provar, através de sua união, o amor com que Deus ama e
salva os homens. Responsabilidade tremenda, na qual muito pouco
pensamos!"
(Intimidade Divina, 139), e:
"Deus e Senhor
do universo, pela vossa bondade tornai-nos dignos desta hora, apesar
da nossa miséria. Tornai-nos unidos uns aos outros, sem falsidade e
sem fingimento, com o vínculo da paz e da caridade. Consolidai nossa
união com a ação santificante de vossa divina Luz, com o auxílio de
vosso Filho único, Senhor nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo..." (Orações dos
primeiros cristãos).
Cristo Jesus tem a glória, manifestação da divindade, porque é Deus,
igual ao Pai. O Filho é Deus igual ao Pai, e desde a Sua Encarnação
e nascimento, principalmente na Sua Morte e Ressurreição, manifestou
a Sua divindade:
"Vimos a Sua glória, glória como de Unigênito do Pai" (Jo 1, 14).
Edições Theologica explica:
"Cristo, ao dizer que
comunica a Sua glória, está a indicar que por meio da graça nos
torna participantes da natureza divina (2 Pd 1, 4). A glória e a
justificação pela graça apareceu na Sagrada Escritura estreitamente
unidas: 'Aqueles que Deus predestinou também os chamou. E aqueles
que chamou também os justificou, e aqueles que justificou também os
glorificou' (Rm 8, 30). A transformação pela graça consiste em que
os cristãos se tornam cada vez mais semelhantes a Cristo, que é a
imagem do Pai (cfr 2 Cor 4, 4; Hb 1, 2-3). Deste modo, Cristo, ao
comunicar a Sua glória, faz que os fiéis se unam com Deus pela
participação na própria vida sobrenatural, que é a raiz da santidade
dos cristãos e da Igreja",
e:
"Agora
compreenderemos melhor como é que a unidade da Igreja leva à
santidade, e como é que um dos aspectos capitais da sua santidade é
essa unidade centrada no mistério do Deus uno e Trino: Há um só
corpo e um só espírito, como também vós fostes chamados a uma só
esperança pela vossa vocação. Há um só Senhor, uma só fé, um só
batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, e
governa todas as coisas e habita em todos nós (Ef 4, 4-6)" (São Josemaría
Escrivá, Hom. Lealdade à Igreja).
Em
Jo 17, 24 diz:
"Pai,
aqueles que me deste quero que, onde eu estou, também eles estejam
comigo, para que contemplem minha glória, que me deste, porque me
amaste antes da fundação do mundo".
Edições Theologica explica:
"Cristo termina esta oração
pedindo a bem-aventurança para todos os cristãos. O termo que
utiliza - 'quero' em vez de 'rogo' - exprime que está a pedir o mais
importante, que coincide com a Vontade do Pai, que quer que todos os
homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (cfr 1 Tm 2,
4); é, em última análise, a missão da Igreja: a salvação das almas.
Enquanto
estamos na Terra participamos da vida de Deus pelo conhecimento (fé)
e pelo amor (caridade); mas só no Céu conseguiremos a plenitude
dessa vida sobrenatural, ao contemplar Deus tal qual é (cfr 1 Jo 3,
2), face a face (cfr 1 Cor 13, 9-12). Por isso, a Igreja aponta para
a eternidade, é escatológica; isto é, que tendo neste mundo todos os
meios para ensinar a verdadeira doutrina, tributar a Deus o
verdadeiro culto e comunicar a vida da graça, mantém viva a
esperança na plenitude da vida eterna",
e:
"A Igreja, à qual
todos somos chamados e na qual por graça de Deus alcançamos a
santidade, só na glória celeste alcançará a sua realização plena,
quando vier o tempo da restauração de todas as coisas (cfr At 3, 21)
e, quando, juntamente com o gênero humano, também o universo
inteiro, que ao homem está intimamente ligado, e por ele atinge o
seu fim, for perfeitamente restaurado em Cristo (cfr Ef 1, 10; Cl 1,
20; 2 Pd 3, 10-13)" (Lumen gentium,
48).
Em
Jo 17, 25- 26 diz:
"Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci e estes
reconheceram que tu me enviaste. Eu lhes dei a conhecer o teu nome e
lhes darei a conhecê-lo, a fim de que o amor com que me amaste
esteja neles e eu neles".
Paulo VI escreve:
"Só Deus pode outorgar-nos um conhecimento reto e pleno de Si mesmo,
revelando-Se a Si mesmo como Pai, Filho e Espírito santo, de cuja
vida eterna somos chamados a participar pela graça aqui, na Terra,
na obscuridade da fé, e, depois da morte, na luz sempiterna"
(Credo do Povo de Deus, 9).
Pe.
Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 08 de maio de 2007
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