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          LIBERDADE? 
          
          (Gl 5, 13) 
            
          
          “Vós 
          fostes chamados à liberdade, irmãos. Entretanto, que a liberdade não 
          sirva de pretexto para a carne...” 
            
          
            
            
          
          A 
          vida dos fiéis se realiza no amor: 
          “Pois, em Cristo Jesus, nem a 
          circuncisão tem valor, nem a incircuncisão, mas a fé agindo pela 
          caridade” 
          (Gl 5, 6), e:
          “Não devais nada a 
          ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro cumpriu a Lei”
          (Rm 13, 8), e também: 
          “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não 
          tivesse a caridade, seria como um bronze que soa ou como um címbalo 
          que tine” 
          (1 Cor 13, 1), 
          que é uma “Lei” nova: 
          “Que diremos, então? Que a Lei é pecado? De modo algum! Entretanto, eu 
          não conheci o pecado senão através da Lei, pois eu não teria conhecido 
          a concupiscência se a Lei não tivesse dito: Não cobiçarás. Mas o 
          pecado, aproveitando da situação, através do preceito engendrou em mim 
          toda espécie de concupiscência: pois, sem a Lei, o pecado está morto. 
          Outrora eu vivia sem Lei; mas, sobrevindo o preceito, o pecado reviveu 
          e eu morri. Verificou-se assim que o preceito, dado para a vida, 
          produziu a morte. Pois o pecado aproveitou a ocasião, e , servindo-se 
          do preceito, me seduziu e por meio dele me matou. De modo que a Lei é 
          santa, e santo, justo e bom é o preceito. Portanto, uma coisa boa se 
          transformou em morte para mim? De modo algum. Mas foi o pecado que, 
          para se revelar pecado, produziu em mim a morte através do que é bom. 
          Para que o pecado, através do preceito, aparecesse em toda sua 
          virulência” (Rm 7, 
          7-13) e produz o 
          fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, 
          benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio”
          (Gl 5, 22), e:
          “E a esperança não 
          decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações 
          pelo Espírito Santo que nos foi dado”
          (Rm 5, 5), e 
          também: “Na plena maturidade do fruto da justiça que nos vem por Jesus 
          Cristo para a glória e o louvor de Deus” (Fl 1, 11), 
          e não as obras da carne: 
          “Ora, as obras da carne são 
          manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, 
          ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdias, divisões, invejas, 
          bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas” 
          (Gl 5, 19-21), 
          e: “Quem semear na 
          carne, da carne colherá corrupção; quem semear no espírito, do 
          espírito colherá a vida eterna”
          (Gl 6, 8), e também: 
          “A noite avançou e o dia se aproxima. Portanto, deixemos as obras das 
          trevas e vistamos a armadura da luz”
          (Rm 13, 12).
          (BJ). 
          
          O Pe. 
          Gabriel de Santa Maria Madalena comenta: 
          “(Em) Gl 5, 1. 13-18, São 
          Paulo recorda que o cristão é chamado por Cristo à liberdade; a qual, 
          porém, não se há de confundir com o capricho e o comodismo, que cedo 
          ou tarde escravizam ao pecado. A liberdade verdadeira tem de servir à 
          caridade: ‘Mediante a caridade, fazei-vos servos uns dos outros”
          (Intimidade Divina, 
          230, Ano C). 
          
          
          Liberdade! São milhões de pessoas que gritam todos os dias pedindo 
          liberdade. 
          
          O que 
          é a liberdade? “A 
          liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não 
          agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. 
          Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, 
          no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na 
          bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para 
          Deus, nossa bem-aventurança” 
          (Catecismo da Igreja 
          Católica, 1731). 
          
          A 
          liberdade que milhões pedem, está muito longe de ser a verdadeira 
          liberdade: “O homem é 
          livre, quem o duvida? Mas a tal liberdade é tão opressora do homem 
          livre, que os que mais a divinizam são os que menos dela gozam. Os que 
          mais livres querem viver, são os que mais cadeias suportam. Esses que 
          por aí andam com a boca mais cheia de liberdade – que grande ilusão! – 
          são os que precisamente vivem com a liberdade mais cativa ou mais sem 
          liberdade!” 
          (Pe. Alexandrino Monteiro, 
          Raios de Luz, 55). 
          
          São 
          milhões os que gritam pela liberdade, mas na verdade, esses são 
          escravos do pecado. Querem ser livres, mas vivem presos no cárcere do 
          pecado mortal. Buscam e brigam pela liberdade, mas vivem esmagados sob 
          o peso dos vícios. Cantam louvores à liberdade, mas possuem a alma 
          estraçalhada pelo pecado. 
          
          
          Liberdade não é libertinagem! O libertino é devasso, dissoluto e 
          licencioso. 
          
          O 
          católico que deseja ser verdadeiramente livre, deve buscar sempre o 
          bem: “Quanto mais 
          pratica o bem, mais a pessoa se torna livre. Não há verdadeira 
          liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da 
          desobediência e do mal é um abuso de liberdade e conduz à ‘escravidão 
          do pecado” 
          (Catecismo da Igreja 
          Católica, 1733). 
          
          Ser 
          livre não significa enveredar pelo caminho dos vícios, e sim, obedecer 
          ao que Deus ordena. 
          
          
          Liberdade e pecado: “A 
          liberdade do homem é finita e falível. De fato, o homem falhou. Pecou 
          livremente. Recusando o projeto do amor de Deus, enganou-se a si 
          mesmo, tornando-se escravo do pecado. Esta primeira alienação gerou 
          outras, em grande número. Desde sua origem, a história comprova os 
          infortúnios e opressões nascidos do coração do homem por causa do mau 
          uso da liberdade”
          (Catecismo da Igreja 
          Católica, 1739). 
          
          
          Liberdade e salvação: 
          “Por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. 
          Resgatou-os do pecado que os mantinha na escravidão. ‘É para a 
          liberdade que Cristo nos libertou’ (Gl 5, 1). Nele comungamos da 
          ‘verdade que nos torna livres’ (Jo 8, 32). O Espírito Santo nos foi 
          dado e, como ensina o apóstolo, ‘onde se acha o Espírito do Senhor, aí 
          está a liberdade’ (2 Cor 3, 17). Desde agora participamos da 
          ‘liberdade da glória dos filhos de Deus’ (Rm 8, 21)”
          (Catecismo da Igreja 
          Católica, 1741). 
          
          
          Liberdade e graça: “A 
          graça de Cristo não entra em concorrência com nossa liberdade quando 
          esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no 
          coração do homem. Ao contrário, como a experiência cristã o atesta, 
          sobretudo na oração, quanto mais dóceis formos aos impulsos da graça, 
          tanto mais crescem nossa liberdade íntima e nossa segurança nas 
          provações e diante das pressões e coações do mundo externo. Pela obra 
          da graça, o Espírito Santo nos educa à liberdade espiritual, para 
          fazer de nós livres colaboradores de sua obra na Igreja e no mundo” 
          (Catecismo da Igreja Católica, 1742). 
          
          
          Infeliz do católico que segue as máximas do mundo em busca da 
          liberdade; esse perambulará por caminhos tortuosos e perigosos, e a 
          cada passo, a sua alma encher-se-á de angústia, vazio, ilusão e 
          frustração, porque a liberdade consiste em obedecer a Deus. Em Deus, 
          somente n’Ele e em mais ninguém, encontraremos a verdadeira liberdade:
          “Em um mundo 
          transtornado por erros, teorias falsas e costumes depravados, só se 
          salva quem pratica o Evangelho. Somente nele podemos encontrar a 
          verdade da doutrina e da vida... deve o cristão ter coragem de 
          resistir a qualquer sedução, recusar qualquer posição  teórica ou 
          prática em dissonância com o Evangelho, porque, ou o contradiz 
          abertamente, ou o altera dissimuladamente com interpretações que o 
          desfiguram e o minimizam”
          (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 86, 1). 
          
          Os 
          que gritam pela liberdade precisam saber que a verdadeira liberdade 
          encontra-se somente em Cristo Jesus: 
          “Mas para gozar em plenitude 
          a liberdade que lhe oferece Cristo, deve o homem confiar nele, 
          deixar-se iluminar por ele, Verdade encarnada, e traduzir na vida e 
          nas obras sua palavra. Libertado do pecado, deve valer-se da liberdade 
          que Deus lhe deu e que Cristo lhe restituiu, para servir a Deus, para 
          servir a Cristo no amor. Deus, liberdade infinita é amor! Livre é o 
          homem, na medida em que se transforma no amor, isto é, na medida em 
          que se torna capaz de amar a Deus e o próximo. ‘Vós, irmãos, fostes 
          chamados à liberdade – escreve São Paulo aos Gálatas. Não abuseis, 
          porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo 
          contrário, fazei-vos servos uns dos outros, pela caridade’ (5, 13). 
          Deve a liberdade servir ao amor e o amor autêntico é, por sua vez, 
          generoso e desinteressado serviço a Deus e aos irmãos” (Idem,  2). 
          
          
          Milhões de pessoas gritam por liberdade. Qual liberdade? 
          
          
          Aquela que aprova o adultério, a fornicação, o aborto e o divórcio. 
          
          A que 
          diz que a masturbação não é pecado, que a união entre pessoas do mesmo 
          sexo é normal e que o uso de anticoncepcional é necessário. 
          
          
          Aquela que exalta o carnaval, os bailes, as roupas imorais, as músicas 
          profanas, o nudismo e as novelas. 
          
          A que 
          apóia o uso de drogas, de bebidas alcoólicas e do cigarro. 
          
          
          Aquela que incentiva a pornografia em geral. 
          
          
          Quanta ilusão! Essa é uma perigosa estrada que leva à morte 
          espiritual. 
          
          
          Quantos são aqueles que vivem desgraçadamente longe de Deus, 
          justamente porque estão correndo por essa depravada estrada. 
          
          Quem 
          deseja matar a sede, vá até a fonte de água cristalina. Quem deseja 
          encontrar a verdadeira liberdade, aproxime-se de Deus, Ele é a fonte 
          da liberdade. 
          
          
          Aqueles que lutam pela falsa liberdade, jamais serão livres, e sim, 
          escravos do pecado: 
          “Temos de repelir o equívoco dos que se conformam com uma triste 
          gritaria: Liberdade! Liberdade! Muitas vezes, nesse mesmo clamor se 
          esconde uma trágica servidão, porque a opção que prefere o erro não 
          liberta; só Cristo é que liberta, porque só Ele é o Caminho, a Verdade 
          e a Vida... A liberdade adquire o seu sentido autêntico quando é 
          exercida em serviço da verdade que resgata, quando a gastamos em 
          procurar o Amor infinito de Deus, que nos desata de todas as 
          escravidões” (São Josemaría 
          Escrivá, Amigos de Deus, 26-27). 
          
          
          Católico, deseja realmente ser livre? Você que grita o tempo todo por 
          liberdade, seja o primeiro a usar dela. 
          
          Seja 
          livre, libertando-se de teus maus hábitos 
          “a que andas acorrentado e 
          que te não deixam divagar pelos floridos e amenos prados da virtude” 
          (Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de Luz, 55). 
          
          Seja 
          livre, sacudindo o jugo do pecado, que te escraviza, 
          “pondo-te ao serviço do 
          demônio e nivelando-te com os seres irracionais”
          (Idem). 
          
          Seja 
          livre, despedaçando, como Sansão, os laços que te prendem 
          “as mãos para as obras do 
          serviço de Deus” (Idem). 
          
          Seja 
          livre, pisando aos pés a covardia, 
          “com que tantos cristãos se 
          afastam do templo e da prática dos seus deveres religiosos, 
          envergonhando-se de fazer pública confissão de suas crenças” 
          (Idem). 
          
          Seja 
          livre e não escravo! 
          “Livre como os que deveras servem a Deus e não se deixam dominar pela 
          tirania do respeito humano” 
          (Idem). 
          
          Seja 
          livre, desapegando-te das coisas passageiras desse mundo e 
          colocando-te no caminho da perfeição: 
          “A alma, presa pelos encantos 
          de qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não pode de 
          forma alguma transformar-se na verdadeira beleza, que é Deus, pois a 
          fealdade é de todo incompatível com a beleza” (São João da 
          Cruz, Subida do Monte Carmelo, Livro I, capítulo IV, 4). 
          
          Seja 
          livre, cortando a amizade com aquelas pessoas que te convidam para o 
          pecado: “Feliz o homem 
          que não vai ao encontro dos ímpios, não pára no caminho dos pecadores, 
          nem se assenta na roda dos zombadores”
          (Sl 1, 1). 
          
          
          Católico, lembre-se de que não existe verdadeira liberdade longe de 
          Deus. Aquele que a busca longe de Nosso Senhor vive na escravidão. 
          
          Viver 
          no pecado mortal, pisar os Mandamentos da Lei de Deus e da Santa 
          Igreja, colocar-se a serviço de Satanás, destruir a saúde com noitadas 
          etc. Seria isso liberdade? Não! Isso é escravidão. 
          
          O 
          mundo está cheio desses escravos, cujo “patrão” é o demônio. 
            
          
          Pe. 
          Divino Antônio Lopes FP. 
          
          
          Anápolis, 11 de junho de 2007 
           
           
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