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          PERSEVERAR 
          ATÉ O FIM 
          
          (Tg 5, 11) 
            
          
          "Vede como 
          proclamamos bem-aventurados os que foram constantes no sofrimento". 
            
          
            
            
          
          Católico, para 
          entrar no céu é preciso perseverar até o fim; erra aquele que julga 
          suficiente perseverar até à metade do caminho, esse com certeza se 
          perderá eternamente: "Sem constância, 
          impossível é chegar à santidade ou à salvação: não basta ser 
          virtuosos, generosos alguns dias ou alguns anos; necessário é sê-lo 
          sempre, até o fim. É este o ponto mais difícil, porque, como diz Santo 
          Tomás de Aquino, 'a aplicação, prolongada, a qualquer coisa árdua - e 
          a virtude quase sempre o é - apresenta especial dificuldade' (Suma 
          Teológica 2-2, 137, 1)" (Pe. 
          Gabriel de Santa Maria Madalena). 
          
          Em Mt 10, 22 diz:
          "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse 
          será salvo". Nosso Senhor não fala de perseverar até a metade 
          do caminho ou quase até o fim, mas sim: "... 
          até o fim". 
          
          Nas 
          Olimpíadas, só recebe a medalha de ouro, o atleta que lutou e chegou 
          em primeiro lugar; na luta pela salvação da alma, só alcançará a 
          salvação, aquele que suportar as provações e que perseverar no bem até 
          à hora da morte: "Ó Senhor, serei certamente salvo se perseverar até o fim, mas 
          há de ser virtuosa esta perseverança, para merecer a salvação; de vós 
          me vem a virtude que me salva; sois vós que me fazeis perseverar até 
          obter a salvação. Ó Senhor, de quem me vem a virtude que me salva!... 
          Eis-me ainda agora em batalha: batalha exterior contra os falsos 
          virtuosos; batalha interna, contra minhas concupiscências; por quanto 
          vejo em meus membros uma lei que se opõe à lei de meu espírito e me 
          escraviza à lei do pecado que está em meus membros. Infeliz de mim! 
          Quem me livrará deste corpo de morte? Libertar-me-eis, Senhor, com 
          vossa graça, por meio de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso. Nos 
          trabalhos, pois desta guerra, levanto os olhos para vossa graça e, no 
          ardor e abrasamento que comecei já a sentir, invoco vossa sombra 
          vivificante" (Santo 
          Agostinho, No Sl 139, 11), 
          e: "Concedei-me, ó 
          Deus eterno, ser constante, perseverante na virtude, a fim de que não 
          volte para trás a olhar o arado, mas com perseverança siga o caminho 
          da verdade. Pois é a perseverança que é coroada, e sem ela não poderei 
          agradar-vos nem ser por vós aceita. Traz esta virtude, para nossa 
          alma, com a abundância da caridade, o fruto de todos os nossos 
          trabalhos. Oh! Feliz da alma que corre e consuma a vida na verdadeira 
          e santa virtude, porque neste mundo já goza do penhor da vida eterna! 
          Mas me ensinais, ó Cristo crucificado, que não poderei atingir tal 
          perfeição, sem o muito padecer, porque não há vida terrena sem 
          trabalhos, e quem deles quisesse fugir fugiria do fruto (da 
          perseverança), sem conseguir fugir dos trabalhos. Permitis a batalha, 
          não para nossa morte, mas para a vida; não para sermos derrotados, mas 
          para vencermos, e seja provada em nós a virtude. Com a luz da santa 
          fé, concedei-nos abrir os olhos do intelecto e, varonilmente, olhar 
          para vosso sangue! Fortificada assim nossa fraqueza, conheçamos a 
          virtude e a perseverança no vosso glorioso e precioso sangue" 
          (Santa Catarina de Sena, 
          Epistolário 76, v. 2, pp. 25-27). 
          
          
          Aqueles que perseveraram até o fim, hoje são chamados de 
          bem-aventurados; mas os que pararam na metade do caminho são chamados 
          de fracassados. São milhões e milhões os fracassados! 
          
          Santa 
          Zita perseverou até o fim. 
          
          Santa 
          Zita é especial padroeira das empregadas. Na idade de doze anos entrou 
          para o serviço dos Fatinelli, nobre família da cidade de Lucca, na 
          Itália. Durante cinquenta anos aproximadamente permaneceu nesse 
          emprego. Pondo em prática a máxima: "mãos no trabalho e o coração em 
          Deus", elevou-se a uma alta santidade. Suas práticas de piedade não a 
          impediam de ser diligente e pontual no serviço de seus patrões, 
          contente de fazer em tudo a santíssima vontade de Deus. Humilde e 
          afável, consolava e socorria os pobres, repartindo com eles o seu 
          minguado salário. Corajosa e abnegada, sofreu desprezos e calúnias e 
          até maus tratos com heróica resignação. Com semelhante teor de vida, 
          qualquer empregada, até a mais humilde, pode chegar à santidade. 
          
          Jorge 
          Almak perseverou até o fim. 
          
          Jorge 
          Almak, escravo negro, depois de suportar os golpes que lhe dava seu 
          amo, que queria obrigá-lo a renegar a fé cristã, respondeu ao tirano 
          que lhe perguntou: 
          
          - Que 
          faz agora o teu Jesus? 
          
          - 
          Dá-me forças para suportar as pancadas e ferimentos. 
          
          O 
          desumano algoz redobrou os açoites e perguntou: 
          
          - E 
          agora, que pode fazer por ti Jesus? 
          
          - 
          Faz-me pensar no prêmio eterno. 
          
          O 
          tirano ordenou que o flagelassem até verem os seus ossos, e de novo 
          perguntou com feroz alegria? 
          
          - Que 
          pode fazer agora por ti Jesus? 
          
          O 
          mártir, agonizante, reúne as últimas forças e diz: 
          
          - 
          Dá-me coragem de rezar por ti e perdoar-te. 
          
          E 
          tendo pronunciado essas palavras, morreu como um herói cristão. 
          
          Saul, 
          Judas, Tertuliano, etc., não perseveraram até o fim: 
          "... começaram bem, mas 
          acabaram mal, porque não perseveraram como deviam"
          (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, 
          Consideração XXXI, Ponto I). 
          
          
          Perseverar até o fim. Para cada homem esse fim até ao qual se deve 
          perseverar é o momento da morte: 
          "Quem retrocede condena-se 
          voluntariamente a jamais atingir a meta: é um fraco, um vil, um 
          desertor; enquanto deve o cristão ser forte, intrépido, perseverante. 
          As graças que acompanham a vocação cristã em geral e cada vocação em 
          particular - ao estado conjugal, religioso ou eclesiástico - são tais 
          que asseguram a cada um a força necessária para perseverar com 
          constância nos compromissos assumidos. No fundo de toda deserção há 
          sempre uma falta de fé na graça e no auxílio de Deus. É impossível que 
          Deus abandone a quem quer ser-lhe fiel a todo custo e, portanto, luta 
          sem tréguas para superar as tentações do egoísmo e as atrações do 
          mundo. A fidelidade de Deus supera infinitamente à do homem" 
          (Pe. Gabriel de Santa 
          Maria Madalena). 
          
          Quem 
          quiser se salvar deverá perseverar até o fim, isto é, até na hora da 
          morte. Para entrar na glória eterna é preciso carregar a cruz até o 
          fim, sem jamais recuar: 
          "Se nos quisermos salvar, é 
          mister que estejamos firmemente resolvidos a sofrer e a empregar 
          constantemente violência sobre nós mesmos"
          (Santo Afonso Maria 
          de Ligório). 
          
          Em Tg 5, 11 diz: 
          "Vede como proclamamos bem-aventurados os que foram constantes no 
          sofrimento". 
          
          São 
          proclamados bem-aventurados os que perseveraram no sofrimento. O que 
          dizer daquele católico que abandona o caminho da santidade diante das 
          perseguições?  
          
          São 
          proclamados bem-aventurados os que perseveraram no sofrimento. O que 
          se pode esperar do católico que desanima perante uma zombaria e 
          crítica? 
          
          São 
          proclamados bem-aventurados os que perseveraram no sofrimento. Que 
          nome se dá ao católico que deixa de percorrer o caminho da salvação só 
          porque o desprezaram? 
          
          
          Católico, é preciso percorrer o caminho da cruz com perseverança, 
          somente assim, você será proclamado bem-aventurado. Se você fugir ou 
          ficar deitado em uma poltrona, como certeza será chamado de covarde, 
          mole e fracassado. 
          
          
          Lembre-se de que você nasceu para a luta: 
          "O cristão nasceu para a 
          luta, e quanto mais encarniçada se apresenta, tanto mais segura há de 
          ser a vitória com o auxílio de Deus"
          (Leão XIII, Encíclica "Sapientiae christianae, 19). 
          
          
          Católico, não fique desanimado diante das tribulações, não se arraste 
          pelo caminho da santidade, não jogue a cruz fora, não pare na metade 
          do caminho e não fique a choramingar à beira da sarjeta, pelo 
          contrário, tome a cruz e persevere até o fim, somente assim você se 
          salvará: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo"
          (Mc 13, 13). 
          
          O que 
          dirá a Deus na hora do julgamento, aquele católico que, por preguiça, 
          deixou de perseverar na santidade e preferiu ficar prostrado pelo 
          caminho? Esse se condenará ao inferno eterno, porque sem perseverança 
          não há salvação: "Tu, 
          meu irmão, que abandonaste o pecado e esperas, com razão, que tenham 
          sido perdoadas as tuas culpas, gozas da amizade de Deus; todavia ainda 
          não estás salvo, nem o estarás enquanto não tiveres perseverado até o 
          fim" 
          (Santo Afonso Maria de 
          Ligório). 
          
          Os 
          santos estão no céu porque carregaram a cruz e perseveraram até o fim. 
          
          
          Alguns foram devorados por leões, outros queimados vivos, dezenas 
          foram decapitados, centenas morreram na prisão, etc., mas todos 
          perseveraram até o fim com a cruz às costas. 
          
          E 
          você católico, quer se salvar? Então tome a sua cruz e persevere até o 
          fim. 
            
          
          Pe. 
          Divino Antônio Lopes FP. 
          
          
          Anápolis, 06 de agosto de 2007 
           
           
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