CURA DE UM HOMEM COM A MÃO ATROFIADA
(Mt 12,
9-14)
"9
Partindo dali, entrou na sinagoga deles.
10
Ora, ali estava um homem com a mão atrofiada. Então perguntaram-lhe, a
fim de acusá-lo: 'É lícito curar aos sábados?'
11
Jesus respondeu; 'Quem haverá dentre vós que, tendo uma ovelha e
caindo ela numa cova em dia de sábado, não vai apanhá-la e tirá-la
dali? 12
Ora, um homem vale muito mais do que uma ovelha! Logo, é lícito fazer
o bem aos sábados'.
13 Em seguida, disse
ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu e ela ficou sã, como a
outra. 14
Então os fariseus, saindo dali, tramaram contra ele, sobre como
acabariam com ele".
Em Lc 12,
9-10 diz:
"Partindo dali, entrou na sinagoga deles. Ora, ali estava um homem com
a mão atrofiada. Então perguntaram-lhe, a fim de acusá-lo: 'É lícito
curar aos sábados?"
Num
dia de sábado, Nosso Senhor entrou na sinagoga.
Sinagoga: (gr. synagoge, "assembléia' ou "reunião"). Nome gr. dos
lugares judaicos de assembléia para oração e instrução (hebr. qahal,
aramaico bet kenîsta'). A sinagoga surgiu em consequência da
destruição do templo de Jerusalém em 587 a.C. e da dispersão dos
judeus fora da Palestina
(DB).
Estava na sinagoga um homem com a mão ressequida:
"Ora, ali estava um homem com a mão atrofiada".
São Lucas diz que
era a mão direita:
"Estava ali um homem com a mão direita atrofiada"
(Lc 6, 6).
Os
fariseus observavam a Cristo Jesus para ver se curaria o homem de mão
atrofiada ao sábado, para O acusarem. Para os fariseus não interessava
a cura em si, mas a possível falta contra o descanso sabático.
"É lícito
curar aos sábados?"
Edições Theologica comenta:
"Sábado': Era para os Judeus
o dia da semana dedicado ao culto divino. O próprio Deus o instituiu (Gn
2, 3) e mandou que o povo judeu se abstivesse de certos trabalhos
nesse dia (Ex 20, 8-11; 21, 13; Dt 5, 14), para poder dedicar-se com
mais demora a honrar a Deus. Com o passar do tempo os rabinos
complicaram o preceito divino, e na época de Jesus tinham feito uma
classificação de 39 espécies de trabalhos proibidos".
Em Mt 12,11-12
diz: "Jesus respondeu; 'Quem haverá
dentre vós que, tendo uma ovelha e caindo ela numa cova em dia de
sábado, não vai apanhá-la e tirá-la dali? Ora, um homem vale muito
mais do que uma ovelha! Logo, é lícito fazer o bem aos sábados".
Cristo Jesus deve ter pronunciado estas palavras com muita força,
porque a seguir, escreve São Marcos:
"Repassando então sobre eles
um olhar de indignação..." (Mc 3, 5).
Nosso Senhor ficou
"entristecido pela cegueira dos seus corações".
Jesus, cheio de coragem disse aos fariseus:
"... é lícito fazer o bem aos sábados".
Quando os mundanos nos interrogarem a respeito do bem que fazemos com
a intenção de nos desanimar ou nos confundir, digamos-lhes sem rodeios
que é preciso fazer o bem o quanto antes e em qualquer lugar. Não nos
intimidemos, porque isso fortaleceria aqueles que perseguem os que
trilham o caminho do bem.
Em Mt 12,
13-14 diz:
"Em seguida, disse ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu e ela
ficou sã, como a outra . Então os fariseus, saindo dali, tramaram
contra ele, sobre como acabariam com ele".
Os
fariseus diziam que não era lícito curar no dia de sábado, mas os
mesmos tramaram no sábado para matar a Cristo Jesus. Quanta cegueira!
Edições Theologica comenta:
"Com o milagre corrobora
Jesus os Seus ensinamentos: é lícito fazer o bem ao sábado; nenhuma
lei pode opor-se à realização do bem, rejeita, portanto, a
interpretação falsa que fazem os fariseus, apegados à letra, à custa
da honra de Deus e do bem dos homens. Os mesmos que se escandalizavam
do milagre do Senhor não têm inconveniente em planejar a sua morte,
ainda que seja ao sábado (v. 14)",
e: "Os fariseus eram
os dirigentes espirituais do judaísmo e os herodianos os partidários
do regime de Herodes, com o qual tinham prosperado política e
economicamente. Opunham-se uns aos outros e não conviviam, mas juntos
vão fazer causa comum contra Jesus. Os fariseus tentam fazê-lO
desaparecer porque O consideram como um perigoso inovador. A ocasião
mais imediata pôde ser que tinha perdoado os pecados (Mc 2, 1ss) e
interpretado com toda a autoridade o preceito do sábado (Mc 3, 2);
querem também acabar com Jesus porque consideram que Ele, com o Seu
proceder, os desprestigiou ao curar o homem que tinha a mão seca. Os
herodianos, por seu lado, desprezavam o tom sobrenatural e
escatológico da mensagem de Cristo, já que eles esperavam um Messias
meramente político e temporal"
(Idem).
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
Anápolis, 30 de
agosto de 2007
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