NÃO PERCA TEMPO...

(1 Cor 7, 29)

 

"Eis o que vos digo, irmãos: o tempo se fez curto..."

 

 

Católico, vida aqui na terra só existe uma, por isso, não a jogue fora, mas trabalhe para entesourar tesouros no céu, aproveitando cada segundo para fazer o bem. Seja sábio! Aproveite bem o tempo!

São Francisco de Sales dizia: "Quando penso no modo como tenho empregado 'o tempo de Deus', temo não me queira dar sua eternidade, pois ele a reserva para aqueles somente que fazem bom uso do tempo".

E você católico, sente-se tranquilo quanto ao uso do tempo? Está seguro de que Deus não pedirá conta do tempo que você perde diariamente com as coisas do mundo? Cuidado! Deus pedirá conta de cada minuto jogado fora.

Santa Joana de Chantal consagrara-se a Deus e era tão avara do tempo que, quando lhe perguntaram um dia por que não se dava algum repouso, respondeu: "Porque o tempo não é meu; consagrei-o a Deus, e não posso perder nem um minuto sem cometer uma injustiça contra Aquele a quem pertence".

Católico, você se preocupa em aproveitar bem o tempo que Deus lhe deu, ou você o joga fora repousando-se excessivamente?

Santo Tomás de Vilanova, arcebispo de Valência e, em geral os santos todos, consideravam a perda do tempo como um furto feito a Deus: "O mundo inteiro não é digno de um só pensamento do homem, porque só a Deus ele é devido; assim qualquer pensamento posto fora de Deus é um roubo que se lhe faz" (São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor, 114).

Católico, você desperdiça o tempo? Se você perde tempo com as coisas caducas da terra, então você rouba de Deus.

 "Eis o que vos digo, irmãos: o tempo se fez curto..."

Tanto São Paulo como os outros Apóstolos recordam com frequência nos seus escritos a brevidade da vida terrena (cfr. Rm 13, 11-14; 2 Pd 3, 8; 1 Jo 2, 15-17), como um estímulo para aproveitar com intensidade todos os momentos ao serviço de Deus e, por Ele, de todos os homens.

São Josemaría Escrivá escreve: "Compreendo perfeitamente aquela exclamação que São Paulo escreve aos de Corinto: 'O tempo se fez curto!' (1 Cor 7, 29), que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para se doar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós" (Amigos de Deus, n° 39).

Católico, faça o bem agora e não deixe para depois, porque o tempo não nos pertence: "Quem tem um empréstimo por dois anos não terá de pagar juros só por um ano. E quem habita uma casa por dez anos não dará o aluguel apenas de cinco. E por que então, ó cristão, não meditamos que todo ano que passa aumenta a nossa responsabilidade de feitores? Por que adiamos indiferentemente, de dia para dia, de ano para ano, uma boa obra, ou mesmo a nossa própria conversão? Ouvi como foi ingênuo um aldeão. Chegado à margem de um riachinho, devendo passar para o lado de lá, começou por se sentar na erva fresca. E, quando se lembrava de que seria necessário passá-lo, dizia: 'Esperarei que a água tenha passado toda, e depois passarei em seco'. E, esperando, esperando, veio a morte, e ele ainda lá estava. Justamente como esse aldeão estúpido sois também vós se, esquecendo que o tempo não vos pertence, e que o tendes por empréstimo, adiais sempre a hora das boas ações" (Pe. João Colombo).

Infeliz daquele que perde tempo com as coisas da terra; é preciso lembrar-lhe de que o tempo vale mais do que todo o ouro do mundo.

Em certa revista lia-se este curioso anúncio: "Perderam-se um lingote de ouro e sessenta pérolas finas. Amanhã daremos mais explicações". No número seguinte lia-se no mesmo lugar: "Perder uma hora é perder uma barra de ouro; e as sessenta pérolas finas são os sessenta minutos".

 

Montalembert dirigia-se certa vez aos jovens e, para arrancá-los ao marasmo e encorajá-los a empreender grandes coisas, exclamou: "Dai-me vossos vinte anos de idade, se não sabeis o que fazer deles".

 

Bresila, filha de Santa Paula, irmã de Santa Eustáquia, era boa, mas levara uma vida um tanto dissipada. Ficou viúva aos vinte anos de idade, após sete meses de casada. Consagrou-se então a Deus para viver em continência, mas logo a morte a surpreendeu, e em seus últimos momentos sentia não ter imitado a sua irmã Eustáquia. "Rogai ao Senhor Jesus, dizia, que me perdoe por não ter podido executar tudo o que tinha em projeto". São Jerônimo, para consolar a Santa Paula, dizia-lhe numa carta: "Bresila arrependeu-se de não ter consagrado a Jesus sua virgindade e de se ter consagrado a Ele tão tarde. Ó minha prezada Bresila, tranquiliza-te: a alvura de teu vestido nunca foi manchado, e nunca é tarde para converter-se".

 

Católico, eis o tempo e a nossa vida.

A Infância é a idade indiferente na qual se vive e se ama sem saber por quê. É a aurora.

A Adolescência é a idade encantadora, na qual se espera; é a idade útil, na qual se pode semear; a idade delicada, na qual se pode formar; a idade ardente, na qual se pode e deve combater; a idade alegre, na qual toda pena pode terminar em riso. É a manhã.

A Idade Madura é a idade austera, na qual se desfolham as flores; a idade séria, na qual se recolhe; a idade abnegada, na qual se pode fazer a felicidade alheia; a idade forte, na qual se pode permanecer em pé. É o meio-dia.

A Velhice é a idade triste, na qual se encontra a solidão; a idade tranquila, na qual se faz o inventário da vida; a idade dolorosa, na qual se leva a cabo a expiação; a idade solene, na qual se espera a hora do descanso. É a noite.

E depois? A vida com Deus ou sem Ele; com Deus, se na terra se viveu com Ele; sem Deus, se neste mundo se viveu apartado d'Ele.

 "Eis o que vos digo, irmãos: o tempo se fez curto..."

Católico, não perca tempo, a vida é breve: "O tempo é a duração de nossa vida" (Pe. Alexandrino Monteiro).

Católico, não jogue a sua vida fora, pelo contrário, aproveite bem o tempo para entesourar tesouros no céu: "O tempo vale tanto como o céu, como o Sangue de Jesus Cristo, como o mesmo Deus, porque, bem empregado, põe-nos na posse d'Ele" (São Bernardo de Claraval).

Católico, aproveite bem o tempo, ele é tesouro precioso: "O tempo é um tesouro que só se acha nesta vida, mas não na outra, nem no céu, nem no inferno" (Santo Afonso Maria de Ligório).

Católico, "... o tempo se fez curto", por isso, não o jogue fora como fazem milhões de pessoas: "Nada há mais precioso que o tempo e não há coisa menos estimada nem mais desprezada pelos mundanos" (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 25 de outubro de 2007

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Não perca tempo..."

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