SEDE SAL! SEDE LUZ!
(Mt 5,
13-16)
"13
Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o
salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado
pelos homens. 14
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada
sobre um monte. 15
Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no
candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa.
16
Brilhe do mesmo modo a vossa
luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles
glorifiquem vosso Pai que está nos céus".
Em Mt
5, 13 diz: "Vós sois o
sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos?
Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos
homens".
Católico, para que serve o sal insosso? Somente para ser jogado fora e
pisado pelos homens.
Para
que serve um católico que não dá bom exemplo e que vive de braços
cruzados dentro da Igreja Católica? Somente para dar escândalo.
Para
que serve um católico que não "salga" com a vida de santidade?
Assim
como o sal preserva da corrupção os alimentos, lhes dá sabor, os torna
agradáveis e desaparece confundindo-se com eles, o católico há de
desempenhar essas mesmas funções entre os seus semelhantes:
"Ó doce Jesus, fazei-me sal
do mundo, ainda que tenha de passar por fogo e água! Não permitais que
o escandalize em vez de lhe dar sabor! Como terra semeada de sal, não
seja o mundo estéril por culpa minha! A missão, que me confiastes para
sua utilidade, não transforme eu em dano seu"
(Luis da Ponte, Meditações
III).
Onde
passará a eternidade o católico que é batizado e que possui a fé, mas
que não pratica as obras conforme a fé? No inferno! Esse sal insosso
será cozido eternamente no inferno:
"Quem, sendo muito embora
membro da Igreja Católica, não pusesse em prática os seus
ensinamentos, este seria membro morto e, portanto não se salvaria,
porque para a salvação de um adulto requerem-se não só o Batismo e a
fé, mas também as obras conforme a fé"
(São Pio X, Catecismo Maior, 171).
Católico, você foi criado por Deus para ser sal, para dar sabor com a
sua vida de santidade a esse mundo insípido:
"São chamados a transformar o
mundo insípido e insensato, porque fundado na vaidade das coisas
caducas, a derramar nele a sabedoria inspirada nos valores eternos.
Mas há também o reverso da medalha: se não possuir o discípulo o
espírito evangélico, não é 'sal', para nada serve, senão para 'se
lançar fora" (Pe.
Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 174, Ano A),
e: "O sal dá sabor aos alimentos, torna-se agradáveis, preserva da
corrupção e era outrora um símbolo da sabedoria divina. No Antigo
Testamento, prescrevia-se que tudo o que se oferecesse a Deus devia
estar condimentado com sal, para significar o desejo de que a oferenda
fosse agradável... Os discípulos de Cristo são o sal da terra: dão um
sentido mais alto a todos os valores humanos, evitam a corrupção,
trazem com as suas palavras a sabedoria aos homens"
(Pe. Francisco
Fernández-Carvajal).
Por
onde passa, o católico tem o dever de "temperar" a todos com o sal do
seu bom exemplo e da sua santidade de vida. Se cada católico desse
sabor com a sua vida de perfeição a esse mundo insosso, com certeza
não existiria mais nenhum pagão sobre a terra:
"Cristo deixou-nos a fim de
que nos tornássemos faróis que iluminam, doutores que ensinam; a fim
de que cumpríssemos o nosso dever de fermento; a fim de que nos
comportássemos como anjos, como anunciadores entre os homens; a fim de
que fôssemos adultos entre os menores, homens espirituais entre os
carnais a fim de os ganharmos; a fim de que fôssemos semente e
déssemos frutos numerosos. Nem sequer seria necessário expor a
doutrina, se a nossa vida fosse irradiante a esse ponto; não seria
necessário recorrer às palavras, se as nossas obras dessem um tal
testemunho. Não haveria mais nenhum pagão, se nos comportássemos como
verdadeiros cristãos"
(São João Crisóstomo, Hom. X in 1 Tm.; Migne, PG LXII, 551).
Em Mt 5, 14-16 diz:
"Vós sois a luz do mundo. Não
se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma
lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim
ela brilha para todos os que estão na casa.
Brilhe do mesmo modo a
vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras,
eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus".
Católico, você foi criado por Deus para ser luz, para iluminar a todos
com o seu exemplo e para clarear todos os ambientes com a sua
santidade de vida: "Agora adivinho que a verdadeira caridade consiste em suportar
todos os defeitos do próximo, em não estranhar as suas debilidades, em
edificar-se com as suas menores virtudes; mas aprendi especialmente
que a caridade não deve permanecer encerrada no fundo do coração, pois
'não se acende uma luz para a colocar debaixo de um alqueire, mas
sobre o velador a fim de alumiar todos os que estão em casa'.
Parece-me que esta tocha representa a caridade que deve iluminar e
alegrar não só aqueles que mais amo, mas todos os que estão em casa"
(Santa Teresinha do
Menino Jesus, História de uma alma, cap. 9).
O
católico que ama verdadeiramente a Deus e que possui zelo pelas
almas, não consegue ficar parado; ele trabalha para iluminar a todos
os que vivem nas trevas do pecado:
"Uma alma inflamada do amor
de Deus não consegue ficar inativa"
(Santa Teresinha do
Menino Jesus).
"Vós sois
a luz do mundo".
Para ser luz do
mundo, o católico deve afastar-se do mundo inimigo de Deus e imitar a
Cristo Jesus e seguir fielmente o Santo Evangelho:
"A luz do mundo, 'a luz
verdadeira que ilumina todo homem' é somente Cristo, Filho de Deus,
esplendor do pai; mas comunica Jesus sua luz aos que vivem segundo seu
Evangelho. Todo discípulo, todo cristão autêntico é assim portador da
luz de Cristo; tão límpida há de ser sua conduta que deixa
transparecer o esplendor de Jesus e de sua doutrina... As obras
praticadas na verdade e na caridade de Cristo são luzes no candelabro
a iluminar 'todos os que estão em casa e a atraí-los à fé e ao amor"
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 174, Ano A),
e: "Ó Sol de justiça, que as estrelas da Igreja iluminais! Fazei de mim
uma delas, livre de toda escuridão, a fim de que, estando onde me
colocastes, corra logo, pronto a todas as vossas ordens, e ilumine com
alegria o mundo criado para vossa glória. Vós que tanto desejais a
glória de vosso eterno Pai, concedei-me tal esplendor de vida que, por
meu intermédio, cresça na terra e se dilate entre os homens a glória
do Pai, e todos o glorifiquem"(Luis
da Ponte, Meditações III).
O
católico que vive no pecado mortal é uma lâmpada queimada e membro
morto da Santa Igreja, esse com certeza não ilumina:
"Membros mortos da Igreja são
os fiéis que estão em pecado mortal"
(São Pio X, Catecismo Maior, 167).
Para
ser luz no meio desse mundo obscuro e pagão, é preciso que o católico
esteja com a Graça Santificante na alma.
Graça
Santificante é aquele dom sobrenatural que nos faz participar da vida
divina, e que fica inerente à alma, à maneira de qualidade permanente.
O
católico que não possui a Graça Santificante na alma é uma lâmpada
queimada: "Impossível,
antes de tudo, iluminar aos outros quem não tem luz em si: 'Pode,
porventura, o cego guiar outro cego?' (Lc 6, 39). A luz do discípulo
não vem de sua perspicácia, e sim da doutrina de Cristo aceita e
docilmente praticada, porque 'não é o discípulo maior que seu mestre'.
Só na medida em que assimila e traduz na vida os ensinamentos e
exemplos do mestre, de modo a ser sua viva imagem, é que pode o
cristão ser luminoso guia para os irmãos e atraí-los a Deus"
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 195, Ano C).
"Brilhe do
mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas
boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus".
Não
devemos nos acovardar nem vivermos escondidos e tímidos, pelo
contrário, devemos brilhar com o nosso exemplo diante daqueles que nos
rodeiam, para que vendo as nossas boas obras e a nossa claridade,
glorifiquem o Pai que está nos céus:
"Vós, Ó Jesus, acendestes a
luz e quereis que continue acesa. Fazei-nos vigilantes e cheios de
zelo não só para conosco, mas também para com os que... já chegaram ao
conhecimento da verdade... Fazei que nossa vida seja digna da graça e
da verdade que recebemos. E como esta é pregada em toda parte, assim
também nossa vida prossiga ao lado da mesma verdade. Dissestes:
resplandeça vossa luz, isto é, grande seja vossa virtude, ardente a
chama e inefável o esplendor. De fato, quando a virtude atinge esta
elevada perfeição, é impossível ficar oculta... Nada faz tão luminoso
o homem como o resplendor de suas virtudes, mesmo que absolutamente
queira permanecer desconhecido"
(São João Crisóstomo,
Comentário ao Evangelho de São Mateus, 15, 7-8).
Cada dia que passa
o mundo torna-se mais violento; milhões de pessoas vivem como se Deus
não existisse, como se houvessem perdido o sal e a luz de Cristo
Jesus.
É justamente no meio
dessa multidão que vive nas trevas, que devemos brilhar com a nossa
vida, isto é, com a nossa luz: "E para isso é
necessário, em primeiro lugar, o exemplo de uma vida reta, a pureza da
conduta, o exercício das virtudes humanas e cristãs na vida simples de
todos os dias. A luz e o bom exemplo devem abrir caminho"
(Pe. Francisco
Fernández-Carvajal).
Católico, brilhe
com a luz de sua santidade; lembre-se de que quanto mais escuro for o
ambiente, mais você deverá brilhar.
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
Anápolis, 11 de
novembro de 2007
|