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                O 
                OTIMISMO 
          
          (Rm 8, 
          38-39) 
            
          
          “Pois 
          estou convencido de que nem a vida, nem os anjos nem os principados, 
          nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a 
          profundeza, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de 
          Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor”. 
            
          
            
            
          
          
          Edições Theologica comenta: 
          “É certo que ainda, 
          enquanto vivermos, não alcançamos a salvação, mas temos a segurança de 
          que a alcançaremos precisamente porque Deus não deixará de nos dar 
          todas as graças necessárias para que suceda assim: basta que nós 
          queiramos receber estes benefícios divinos. Nada do que nos pode 
          acontecer poderá afastar-nos do Senhor: nem o temor da morte, nem o 
          amor da vida, nem os Anjos maus, nem os príncipes dos Demônios, nem as 
          potestades do mundo, nem os tormentos, que nos fazem sofrer, nem os 
          sofrimentos que nos ameaçam, nem tudo o mais terrível e funesto que 
          nos possa suceder”. 
          
          São 
          João Crisóstomo escreve: 
          “O próprio Paulo teve de 
          lutar contra numerosos inimigos. Os bárbaros atacavam-no, os seus 
          próprios guardiões preparavam-lhe ciladas, até os fiéis, às vezes em 
          grande número, se levantaram contra ele, e não obstante Paulo triunfou 
          de tudo. Não esqueçamos que o cristão fiel às leis do seu Deus vencerá 
          tanto os homens como o próprio Satanás”
          (Hom. sobre Rm, 
          15), e: 
          “O Senhor quer que 
          estejamos no  mundo e que o amemos, sem ser mundanos. O Senhor quer 
          que permaneçamos neste mundo – que agora está tão alvoroçado, onde se 
          ouvem clamores de luxúria, de rebeldias que não levam a parte nenhuma 
          – para que ensinemos às pessoas a viverem com alegria (...). Não 
          tenhas medo do mundo paganizado, porque o Senhor procura-nos 
          precisamente para sermos levedura, sal e luz no meio deste mundo. Não 
          te preocupes, que o mundo não te fará mal, a não ser que tu o queiras. 
          Nenhum inimigo da nossa alma pode nada, se nós não queremos consentir. 
          E não consentiremos, com a graça de Deus e a proteção da nossa Mãe do 
          Céu” 
          (Salvador Bernal, 
          Apontamentos, VI, 3). 
          
          É boa a convivência com o otimista, enquanto que a 
          convivência com o pessimista é um peso. 
          
          O 
          otimismo do católico não se baseia na ausência de dificuldades, de 
          resistências e de erros pessoais, mas em Deus, que nos diz: 
          “Eu estarei sempre convosco” 
          (Mt 28, 28). 
          Com Ele, podemos tudo; vencemos..., mesmo quando aparentemente 
          fracassamos. 
          
          Santa 
          Teresa de Ávila repetia, com bom humor e sentido sobrenatural: 
          “Teresa sozinha não pode 
          nada; Teresa e um maravedi, menos ainda; Teresa, um maravedi e Deus 
          podem tudo” (A. 
          Ruiz, Anedotas teresianas). 
          
          É 
          preciso que lancemos para longe de nós todo pessimismo; ele não pode 
          permanecer num coração que crê na vida eterna, num coração sedento das 
          coisas do alto: 
          “Lança para longe de ti essa desesperança que te produz o conhecimento 
          da tua miséria. – É verdade: pelo teu prestígio econômico, és um 
          zero..., pelo teu prestígio social, outro zero..., e outro pelas tuas 
          virtudes, e outro pelo teu talento... Mas à esquerda dessa negações 
          está Cristo... E que cifra incomensurável não resulta!”
          (São Josemaría 
          Escrivá). 
          
          Não podemos viver 
          de braços cruzados, com a testa franzida e com o semblante carregado, 
          sempre a reclamar dos obstáculos que surgem diariamente à nossa 
          frente; pelo contrário, precisamos estar sempre otimistas que tudo é 
          possível com a ajuda de Nosso Senhor. O otimista não se apóia em suas 
          forças, mas sim, em Deus: “Junto convosco eu 
          enfrento os inimigos, com vossa ajuda eu transponho altas muralhas”
          (Sl 17, 30), 
          e: “Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, 
          minha rocha, meu refúgio e Salvador!” 
          (Sl 17, 2-3), 
          e também: “Animai-vos cada dia, enquanto 
          perdura o ‘hoje” (Hb 3, 
          13). 
          
          Sejamos sempre 
          otimistas! Principalmente quando tudo se escurecer ao nosso redor, 
          quando ouvirmos um não de pessoas que julgávamos ser piedosas e quando 
          o terreno que antes pensávamos ser úmido, for pedregulho. Sem o 
          otimismo não chegaremos a lugar algum: “O 
          otimismo do cristão é consequência da sua fé, não das circunstâncias. 
          O cristão é consciente de que o Senhor preparou tudo para o seu maior 
          bem, e de que Ele sabe tirar fruto até dos aparentes fracassos, ao 
          mesmo tempo que nos pede que utilizemos todos os meios humanos ao 
          nosso alcance, sem deixar de lado nem um só: os cinco pães e os dois 
          peixes. O milagre virá.  
          
          O 
          Senhor faz com que os fracassos na ação apostólica (uma pessoa que 
          resiste ou nos vira as costas, outra que se nega repetidamente a dar 
          um passo muito pequeno que a pode aproximar de Deus, um filho que se 
          recusa a acompanhar-nos à missa de Domingo...) nos santifiquem e 
          acabem por santificar os outros; nada se perde. O que não pode dar 
          fruto são as omissões e os atrasos, o cruzar os braços porque parece 
          ser pouco o que podemos fazer e grande a resistência do ambiente. Deus 
          quer que ponhamos à sua disposição os poucos pães e peixes que sempre 
          temos, e que confiemos n’Ele. Uns frutos chegarão em breve prazo; 
          outros, o Senhor os reserva para o momento oportuno, que Ele conhece 
          muito bem; mas sempre chegarão. Temos de convencer-nos de que não 
          somos nada e de que nada podemos por nós mesmos, mas que Jesus está ao 
          nosso lado” (Pe. 
          Francisco Fernándes-Carvajal). 
          
          É 
          necessário que robusteçamos o otimismo através de uma oração fervorosa 
          e perseverante. Aquele que reza vive sempre otimista: 
          “Não é um otimismo meloso, 
          nem tampouco uma confiança humana em que tudo dará certo. É um 
          otimismo que mergulha as suas raízes na consciência da liberdade e na 
          certeza do poder da graça; um otimismo que nos leva a ser exigentes 
          conosco próprios, a esforçar-nos por corresponder em cada instante às 
          chamadas de Deus”
          (São Josemaría 
          Escrivá, Forja, n. 659). 
          
          O 
          otimismo daquele que segue a Cristo Jesus de perto está sempre vivo. 
          Mesmo que se depare continuamente com situações desagradáveis e 
          ambientes escuros, não se esmorece nem vacila, pelo contrário, tempera 
          e ilumina a tudo e a todos: 
          “O cristão sabe que a obra 
          boa nunca será destruída, e que, para dar fruto, o  grão de trigo deve 
          começar a morrer debaixo da terra; sabe que o sacrifício dos bons 
          nunca é estéril” 
          (G. Chevrot, Jesus e a samaritana). 
          
          
          Católico, seja sempre otimista! Lembre-se continuamente de que existe 
          um céu a conquistar, por isso, não se desespere nem diminua o passo em 
          busca da perfeição, mesmo que sopre continuamente ventos contrários:
          “Não sejas 
          pessimista. – Não sabes que tudo quanto sucede ou pode suceder é para 
          o bem? Teu otimismo será consequência necessária da tua fé”
          (São Josemaría 
          Escrivá, Caminho, 378), 
          e: “Nas 
          dificuldades e perigos da vida, quando a barca começa a balançar, 
          quando a insegurança e a angústia, como grandes vagas, querem alargar 
          o fundo da nossa alma, não podemos deixar-nos invadir pelo pessimismo 
          e pelo temor. O Senhor está ao nosso lado. Parece que está ausente, 
          dormindo, que não se preocupa com as nossas coisas, mas está presente, 
          vivo, como no meio da tempestade. Deveríamos ver junto de nós essa 
          figura branca que se destaca contra o fundo sombrio de tantos perigos, 
          esse rosto sereno golpeado pelos ventos, estendendo os braços sobre o 
          mar num gesto decidido para gritar-lhe com a voz forte de comando que 
          rege as energias íntimas da Criação: ‘Acalma-te’. Por que duvidas, 
          homem de pouca fé?” 
          (Dom Rafael Llano 
          Cifuentes). 
            
          
          Pe. 
          Divino Antônio Lopes FP. 
          
          
          Anápolis, 04 de janeiro de 2008 
            
            
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