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                O PRIMEIRO MANDAMENTO DA LEI DE 
                DEUS 
          
          (Dt 5, 
          6-7) 
          
            
          
          “6 
          Eu sou o Senhor, teu Deus, aquele que te fez sair da terra do Egito, 
          da casa da servidão. 
          7 
          Não terás outros deuses além de mim...” 
            
          
          
          Fórmula catequética 
            
          
          Amar a 
          Deus sobre todas as coisas. 
            
          
            
            
          
          
          Primeiro mandamento: 
          Amar a Deus sobre todas as coisas. 
            
          
          O mandato de amar a Deus sobre todas as coisas traz consigo a 
          necessidade de viver as virtudes da Fé, da Esperança e da Caridade, e 
          ainda a virtude da Religião. 
          
          A Fé, porque, para amar a Deus, é preciso começar por acreditar 
          n’Ele. 
          
          A Esperança, porque o amor exige a confiança na divina Bondade. 
          
          A Caridade, porque é ela o objeto próprio deste mandamento. 
          
          A Religião, enquanto virtude que regulamenta as relações do homem 
          com Deus. 
          
          Os pecados contra as quatro virtudes acabadas de mencionar 
          constituem o âmbito das proibições do primeiro Mandamento. 
            
          
          A FÉ 
            
          
          
          Definição: “A Fé é uma 
          virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, 
          apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o 
          que Ele revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer”
          (São Pio X, 
          Catecismo Maior, 860). 
          
          A Fé é requisito fundamental para alcançar a salvação: 
          “Aquele que crer e for 
          batizado salvar-se-á, e o que não crer condenar-se-á”
          (Mc 16, 6; cf. também Jo 3, 18; Dz 799 e 1793; C.I.C., c. 748, 1). 
          
          Assim como aquele que carece de Fé não se salva, também não se 
          salva aquele que, tendo Fé, não a manifesta em obras: 
          “Como o corpo sem o espírito 
          é morto, assim é morta a Fé sem obras”
          (Tg 2, 26). 
            
          
          
          DEVERES QUE A FÉ IMPÕE 
            
          
          
          Conhecê-la 
            
          
          Todos os homens, conforme o estado e condição de cada um, devem 
          esforçar-se por conhecer as principais verdades da Fé. 
          
          Se passarmos a indicar quais são, em concreto, as verdades da Fé 
          que são necessárias conhecer, podemos apresentar: 
          
          1. Os dogmas fundamentais da Fé: o Credo. 
          
          2. O que é necessário praticar para a salvação: os Mandamentos 
          de Deus e da Igreja. 
          
          3. O que o homem deve pedir a Deus: Pai-Nosso. 
          
          4. Os meios necessários para receber a graça: os Sacramentos. 
            
          
          
          Confessá-la 
            
          
          A virtude da Fé impõe o dever de a confessar, e isto de uma 
          tríplice maneira: 
          
          1. Manifestando-a com palavras e gestos. 
          
          2. Através das obras da vida cristã. 
          
          3. Pela prática do apostolado. 
            
          
          
          Preservá-la 
            
          
          Sendo a Fé um dom tão grande, temos obrigação de evitar tudo o que 
          possa pô-la em perigo; p. ex., certas leituras ou certas amizades, 
          participação em atos de outras religiões, descuido dos meios de 
          formação, etc. E devemos, ao mesmo tempo, defendê-la por meio do 
          estudo e da formação, pedindo conselho, etc. 
          
          O dever de a preservar conduz a fortalecê-la: a Fé pode e deve 
          crescer em nós até chegar a ser intensíssima, como aquela que tiveram 
          os Santos, que dela diziam: 
          “O justo vive da Fé”
          (Rm 1, 17). 
            
          
          OS 
          PECADOS CONTRA A FÉ 
            
          
          1. Infidelidade: É a carência culpável da Fé, quer seja 
          total (ateísmo), quer parcial (falta de Fé). 
          
          Este pecado é dos maiores que podem ser cometidos, e muito 
          perigoso, pois significa a rejeição do princípio e fundamento da 
          salvação eterna: “A Fé é o começo, o fundamento e a raiz da justificação”
          - 
          Concílio de Trento 
          (cf. Dz 801). 
          
          2. Apostasia: 
          “Abandonar totalmente a fé 
          depois de ter vivido nela”
          (Pe. J. Bujanda, 
          Teologia Moral para os fiéis). 
          
          Os católicos que mudam de religião, ou os que, sem mudar 
          formalmente, se afastaram completamente da Fé católica, caindo no 
          racionalismo, no panteísmo, no Marxismo, na maçonaria. 
          
          É um gravíssimo pecado, a que correspondem as mesmas penas que se 
          aplicam à heresia. 
          
          3. Heresia: É o erro voluntário e pertinaz contra alguma 
          verdade de Fé. 
          
          Na realidade, qualquer heresia, embora parcial, coincide com a 
          apostasia, porque, rejeitada que for qualquer das verdades da Fé, se 
          está rejeitando o seu motivo formal: a autoridade de Deus revelador. 
          
          4. Dúvidas contra a Fé. Ao longo da nossa vida, podem por 
          vezes surgir – sobretudo devido à ignorância – dúvidas contra a Fé, 
          visto que o homem tem de crer naquilo que não vê nem compreende e 
          frequentemente vai contra os dados dos sentidos. 
          
          Se estas dúvidas forem afastadas com firmeza, mediante a submissão 
          do entendimento a Deus, fazendo atos explícitos de Fé, não constituem 
          pecado e até podem ser fonte de méritos para a vida eterna. 
          
          5. Não a confessando exteriormente: Pecam desta maneira os 
          que ocultam, dissimulam a sua Fé, o que equivale a negá-la. 
          
          Não confessar a Fé pode ser pecado mortal, quando: 
          
          a. Leve a omitir preceitos graves (p. ex., o receio de dizer aos 
          amigos com quem se passa o fim de semana que, por ser Domingo, se quer 
          ir à Missa). 
          
          b. É acompanhado de desprezo da Religião e pode causar escândalo 
          (p. ex., participar nas troças ou nos ataques às coisas de Deus). 
          
          6. Expondo-a a perigos: Pecam assim aqueles que não se 
          afastam de tudo aquilo que pode prejudicar a Fé. Esses perigos podem 
          ser vários: 
          
          a. Convivência, sem as devidas cautelas, com incrédulos, hereges ou 
          indiferentes: é um grave perigo, porque é fácil que esses contagiem 
          aqueles com quem convivem, com suas idéias e seu espírito negativo 
          para com a Religião e a Igreja. 
          
          b. Leitura de livros contrários à Fé, os quais vão deixando no 
          nosso íntimo uma atmosfera malsã de dúvida e prevenção. 
          
          c. Frequência de escolas anti-católicas ou não-católicas: podem 
          constituir perigo de perversão da Fé, maior ou menor conforme os 
          casos, ou de indiferentismo. 
          
          d. Negligência na formação religiosa, porque a ignorância em 
          matéria de Fé faz que esta seja cada vez mais débil e ineficaz. 
            
          
          A 
          ESPERANÇA 
            
          
          
          Definição: “A 
          Esperança é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus na nossa 
          alma, pela qual desejamos e esperamos a vida eterna que Deus prometeu 
          aos seus servos, e os auxílios necessários para alcançá-la”
          (São Pio X, 
          Catecismo Maior, 888). 
            
          
          
          NECESSIDADE DA ESPERANÇA 
            
          
          A virtude da Esperança é tão necessária como a da Fé, para 
          conseguirmos a salvação: aquele que não confia em chegar ao termo 
          abandona os meios que lá o conduzem, por isso, devemos cuidar e 
          fomentar esta virtude. 
          
          Apesar de tudo, a Esperança não exclui um salutar temor de Deus, já 
          que o homem sabe que pode ser voluntariamente infiel à graça e 
          comprometer a sua salvação. 
          
          Se examinarmos a proporção que pode haver entre a Esperança e o 
          temor de Deus, é possível dizer: 
          
          a. Esperança sem temor é presunção. 
          
          b. Esperança com temor filial é esperança real. 
          
          c. Esperança com temor exagerado é desconfiança. 
          
          d. Temor sem esperança é desespero. 
            
          
          
          PECADOS CONTRA A ESPERANÇA 
            
          
          Há três maneiras de pecar contra a esperança: por desespero, por 
          presunção e por desconfiança. 
          
          a. O desespero consiste em julgar que Deus já não nos 
          perdoará os pecados nem nos dará a graça e os meios necessários para 
          alcançarmos a salvação. 
          
          O desespero é pecado gravíssimo, pois equivale a negar a fidelidade 
          de Deus às suas promessas e a sua misericórdia infinita, e ainda 
          porque muito facilmente pode levar a qualquer excesso, incluindo o 
          suicídio. 
          
          b. A presunção é um excesso de confiança que nos faz esperar 
          a vida eterna sem usar dos meios prescritos por Deus; ou seja, sem a 
          graça nem as boas obras. 
          
          Eis as diversas maneiras de pecar por presunção: 
          
          1. Esperar salvar-se pelas suas próprias forças, sem o 
          auxílio da graça, como os pelagianos. 
          
          2. Esperar salvar-se só pela Fé, sem realizar boas obras, 
          como os luteranos. 
          
          3. Deixar a conversão para a hora da morte, para continuar 
          pecando. 
          
          4. Pecar livremente, em vista da facilidade com que Deus perdoa. 
          
          5. Expor-se demasiado às ocasiões de pecar, 
          presumindo poder resistir às tentações. 
          
          A presunção, que é uma confiança sem fundamento e, portanto, 
          excessiva e falsa, é pecado grave, porque abusa da misericórdia divina 
          e despreza a sua justiça. 
          
          c. Peca-se também contra a Esperança pela desconfiança; isto 
          é, sem perder por completo a esperança em Deus, não se confia 
          suficientemente na sua misericórdia e fidelidade. 
            
          
          A 
          CARIDADE 
            
          
          
          Definição: “A Caridade 
          é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela 
          qual amamos a Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e amamos o 
          próximo como a nós mesmos por amor de Deus”
          (São Pio X, Catecismo Maior, 893). 
            
          
          O 
          AMOR A DEUS 
            
          
          A necessidade que o homem tem de amar a Deus radica, sobretudo, em 
          três motivos: 
          
          1. Por Si mesmo, pois o objeto do amor é o Bem, e Deus é o 
          Bem Supremo, infinitamente perfeito, bom e amável. 
          
          2. Porque Deus nos manda, recompensando esse amor com prêmio 
          eterno e infinito. 
          
          3. Pelos múltiplos benefícios que nos concede, o que levou 
          Santo Agostinho a dizer: 
          “Se, dantes, vacilávamos em O 
          amar, já agora não vacilaremos: trata-se de devolver amor por amor”.
           
            
          
          
          PECADOS CONTRA O AMOR A DEUS 
            
          
          Os principais pecados contra o amor a Deus são três: 
          
          1. O ódio a Deus, que é o primeiro e maior de todos os 
          pecados que se possam cometer, sendo propriamente o pecado de Satanás 
          e dos demônios.  Do ódio a Deus procedem a blasfêmia, as maldições, os 
          sacrilégios, as perseguições à Igreja, etc. 
          
          2. A preguiça espiritual, que provém do gosto depravado dos 
          homens que não encontram prazer em Deus e consideram as coisas que a 
          Ele se referem como algo de triste e maçador. Recebe também os nomes 
          de tibieza, frivolidade ou estouvadice. 
          
          3. O amor desordenado às criaturas, que leva a antepô-las ao 
          próprio Deus ou ao cumprimento da sua divina vontade. Esta desordem 
          está latente, como já se explicou, em todo o pecado mortal, pois em 
          qualquer deles se antepõe a criatura ao criador. Por essa razão, o 
          primeiro mandamento inclui de algum modo todos os outros, e qualquer 
          dos pecados mortais leva sempre à perda da caridade. 
           
            
          
          O 
          AMOR AO PRÓXIMO 
            
          
          O amor ao próximo é uma virtude sobrenatural que nos leva a 
          procurar o bem dos nossos semelhantes, por amor de Deus. Não é, 
          pois, um afeto meramente natural, mas procede da graça sobrenatural. 
          
          O nosso amor pelos outros deve reunir quatro características. Deve 
          ser: 
          
          1. Sobrenatural, pois não amamos os outros por serem este ou 
          aquele, mas sim, por amor de Deus, porque todo o próximo é seu filho
          (cf. S. Th., II-II, q. 103, a. 3). 
          
          2. Universal: Devemos amar todos os homens sem exceção; é 
          essa a característica própria e distintiva do discípulo de Cristo (cf. 
          Jo 13, 35). 
          
          3. Ordenado: Devemos amar mais aquele que, por diversos 
          motivos, está mais próximo de nós. 
          
          4. Deve ser, não somente externo, mas também interno, 
          procurando-se evitar toda e qualquer aversão ou malquerença seja a 
          quem for. 
            
          
          
          PECADOS CONTRA O AMOR DO PRÓXIMO 
            
          
          1. O ódio, que consiste em desejar o mal ao próximo ou por 
          ser nosso inimigo, - ódio de inimizade -, ou por nos ser 
          antipático – ódio de aversão -.  
          
          2. A maldição (que se não deve confundir com a simples 
          grosseria ou palavra desagradável) é toda e qualquer palavra nascida 
          do ódio ou da ira, como expressão do desejo de um mal para o nosso 
          próximo. É por si mesma, pecado grave, embora possa atenuar-se pela 
          imperfeição do ato ou pela matéria leve. 
          
          3. A inveja: 
          “É o desgosto ou tristeza 
          perante o bem do próximo”
          (Santo Tomás de Aquino, S. Th., II-II, q. 36, a. 1). 
          
          4. O escândalo é toda a ação, palavra ou omissão que se 
          converte, para o próximo, em ocasião de pecar; p. ex., incitar ao 
          roubo, mostrar revistas ou filmes pornográficos, fomentar ódios entre 
          duas pessoas, etc. 
          
          5. Cooperação no mal ou participação no ato mal realizado 
          por outra pessoa. 
            
          
          A 
          VIRTUDE DA RELIGIÃO 
            
          
          A Religião define-se como a virtude que nos leva a dar a Deus o 
          culto que Lhe é devido como Criador e Ser Supremo. 
            
          
          O 
          CULTO 
            
          
          Culto 
          interno e culto externo 
            
          
          À virtude da Religião pertencem, principalmente, os atos internos 
          da alma pelos quais manifestamos a nossa submissão a Deus, e aos quais 
          se chama culto interno. 
          
          O culto interno é prestado a Deus mediante as faculdades do 
          entendimento e da vontade, e constitui o fundamento da virtude da 
          Religião, pois “Os que adoram a Deus hão de adorá-Lo em espírito e verdade”
          (Jo 4, 24). 
          
          Por outras palavras, seria inútil e hipócrita o culto externo se 
          não fosse precedido pelo interno: 
          “Este povo honra-Me com os 
          lábios, mas o seu coração está longe de Mim” 
          (Mt 15, 8). 
          
          Entre os principais atos de culto interno, estão: 
          
          1. A devoção, que é a prontidão e generosidade em tudo 
          quanto se refere ao serviço de Deus. 
          
          2. A oração, que é o levantar do coração a Deus para O 
          adorar, dar-Lhe graças, implorar perdão e pedir aquilo de que 
          precisamos. 
          
          Não basta, porém, o culto interno: são também precisos atos 
          externos de adoração: participar da Santa Missa, ajoelhar diante do 
          sacrário, assistir piedosamente às cerimônias litúrgicas, etc. Este 
          culto externo é necessário, também, porque: 
          
          a. Deus é criador, não só da alma mas também do corpo, e com ambos 
          o homem deve reverenciá-Lo. 
          
          b. É próprio da natureza do homem manifestar por atos externos os 
          seus sentimentos. O culto interno sem o externo decai e enlanguesce. 
            
          
          Culto 
          de latria, de dulia e de hiperdulia 
            
          
          Em sentido estrito, é só a Deus que se tributa culto – pela sua 
          excelência infinita; podemos, no entanto, tributá-lo, indiretamente, 
          aos Santos, pela estreita união que têm com Deus. Assim, o culto pode 
          ser: 
          
          1. De latria ou adoração: É aquele que se presta unicamente 
          a Deus, em reconhecimento da sua excelência e do seu domínio supremo 
          sobre todas as criaturas. 
          
          2. De dulia ou veneração: É aquele que se tributa aos 
          Santos, em reconhecimento da sua vida de entrega e união a Deus. 
          
          3. De hiperdulia ou veneração especial: É aquele que 
          se presta a Maria Santíssima, reconhecendo a sua dignidade de Mãe de 
          Deus. 
            
          
          
          PECADOS CONTRA A VIRTUDE DA RELIGIÃO 
            
          
          A 
          superstição 
            
          
          1. Culto indevido a Deus. 
          
          De dois modos se pode ofender a Deus com um culto indevido: 
          
          a. Culto vão ou impróprio: Consiste na adulteração do 
          verdadeiro culto pela introdução de elementos estranhos, fazendo 
          cerimônias absurdas, extravagantes, ridículas, que destoam do decoro e 
          dignidade do culto a Deus. 
          
          Santo Tomás de Aquino escreve: 
          “Se as coisas que se praticam (no culto) não se ordenam, em si, à 
          glória de Deus nem elevam para Ele a nossa mente, nem servem para 
          moderar os apetites da carne, ou se vão contra as instruções de Deus e 
          da Igreja (...), todos esses atos devem ser considerados como 
          supérfluos e supersticiosos”
          (S. Th., II-II, q. 93, a. 2). 
          
          Por isso a Igreja velou sempre pela digna celebração do culto, e o 
          cumprimento dessas normas obriga sub gravi. 
          
          Daí que, quando um ministro do culto – sob pretexto de 
          “espontaneidade”, “aproximação da comunidade”, ou outro qualquer – 
          altera tais normas, age arbitrariamente e ilicitamente 
          (cf. C.I.C., c. 838). 
          
          b. Culto falso, que consiste em simular o verdadeiro culto a 
          Deus, procurando induzir em erro. 
          
          É culto falso, p. ex., aquele que faria quem pretendesse celebrar 
          Missa sem ser sacerdote, ou quem propagasse falsas revelações ou 
          falsos milagres, ou quem expusesse à veneração falsas relíquias. 
          
          2. O culto indevido às criaturas. 
          
          a. Idolatria: Consiste em tributar, diretamente, culto de 
          adoração a uma criatura. É pecado gravíssimo, que Deus condena 
          severamente na Sagrada Escritura (cf. Ex 22, 20), porque é considerado 
          inescusável (cf. Sb 13, 8), isto é, nunca é permitido nem sequer para 
          evitar a morte, adorar deuses falsos. 
          
          b. Adivinhação: Consiste em invocar explícita ou  
          implicitamente, o Demônio, para saber coisas ocultas, impossíveis de 
          saber pelos meios naturais de previsão. 
          
          c. Espiritismo: É a arte de comunicar com os espíritos, ou 
          melhor, como se disse, com os demônios ou os condenados. É gravemente 
          pecaminoso, pela intenção de penetrar nos enigmas da vida e da morte 
          de maneira arbitrária: é temerário pretender entrar nesses âmbitos, 
          que só a Deus estão sujeitos, movidos por uma curiosidade mórbida. 
          
          d. Quanto à magia, pode ser: branca, quando se funda 
          na habilidade do prestidigitador e na ilusão ou ignorância de quem 
          assiste; ou negra (diabólica ou simplesmente bruxaria), 
          quando um poder oculto permite a algum mago obter efeitos superiores à 
          eficiência dos meios realmente utilizados. 
          
          e. Com o nome de vã observância é conhecida aquela forma de 
          superstição que atribui a sinais, coisas ou animais, poderes 
          favoráveis ou nocivos, para além da sua eficácia própria. 
            
          
          A 
          irreligiosidade  
            
          
          A irreligiosidade inclui todos os pecados que se cometem por 
          defeito contra a virtude da religião. São os seguintes: 
          
          1. A impiedade, ou seja, a falta de religiosidade. Admite 
          uma vasta gama de atitudes: desde a indiferença ou tibieza para com os 
          atos de culto divino, até à calúnia, desprezo ou ataques à religião. 
          
          2. A tentação a Deus: Em sentido próprio, é pretender, com 
          palavras ou com atos, pôr à prova algum dos atributos de Deus (p. ex., 
          dizer: se Deus existe, caia sobre mim um raio). Em sentido impróprio, 
          tenta-se Deus expondo-nos a perigos sem necessidade nem precaução, 
          confiando temerariamente na ajuda divina. 
          
          3. O sacrilégio: Consiste em tratar de modo indigno as 
          pessoas, objetos e lugares consagrados a Deus.  
          
          4. A simonia ou vontade deliberada de comprar com dinheiro 
          uma coisa espiritual, ou relativa ao espiritual. 
            
          
          “Ó 
          Senhor, tendo recebido de vós tantas mostras de amor, quisera a alma 
          corresponder-vos ao menos em parte. Impressiona-a, sobretudo, o 
          pensamento de que vós, verdadeiro amigo, jamais a abandonais e a 
          acompanhais sempre de perto, para dar-lhe o ser e a vida. Mostra-lhe o 
          entendimento que não encontrará melhor amor. . . pois cheio de 
          falsidade está o mundo, e que os prazeres do demônio trazem 
          inquietação, contradições e trabalhos... No entanto, Senhor e Deus 
          meu, o hábito de correr atrás das vaidades, e o exemplo de um mundo 
          que só disto trata, põem tudo a perder. Tão fraca está em nós a fé, 
          que preferimos as coisas visíveis às realidades que ela nos ensina. E 
          assim, vemos com nossos próprios olhos como são infelizes os que vivem 
          em busca destas coisas vãs. . . Ah! Senhor meu! Aqui a vossa ajuda é 
          absolutamente necessária: sem vós nada se pode fazer. Por vossa 
          misericórdia, não permitais que seja enganada vossa criatura e 
          abandone o caminho começado! Dai-lhe luz suficiente para reconhecer 
          que todo o seu bem depende do perseverar”
          (Santa Teresa de Jesus, Moradas 
          II, 4-6). 
            
			  
          
          Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
          
          Anápolis, 16 de janeiro de 2008 
            
          
          
          Bibliografia 
            
          
          São Pio X - Catecismo Maior. 
          
          Pe. J. Bujanda, S. J. – Teologia Moral para os fiéis. 
          
          Ricardo Sada e Alfonso Monroy – Curso de Teologia Moral. 
            
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