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                JESUS PERCORRIA TODA A GALILÉIA 
          
          (Mt 4, 
          12-23) 
            
          
          “12 
          Ao ouvir que João tinha sido preso, ele voltou para a Galiléia 
          13 
          e, deixando Nazara, foi morar em Cafarnaum, à beira-mar, nos confins 
          de Zabulon e Neftali, 
          14 
          para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: 
          15 
          Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região além do 
          Jordão, Galiléia das nações! 
          16 
          O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; aos que jaziam na 
          região sombria da morte, surgiu uma luz. 
          17 
          A partir desse momento, começou Jesus a pregar e a dizer: 
          ‘Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus’. 
          18 
          Estando ele a caminhar junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos: 
          Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, 
          pois eram pescadores. 
          19 
          Disse-lhes: ‘Segue-me e eu vos farei pescadores de homens’. 
          20 
          Eles, deixando imediatamente as redes, o seguiram. 
          21 
          Continuando a caminhar, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de 
          Zebedeu, e seu irmão João, no barco com o pai Zebedeu, a consertar as 
          redes. E os chamou. 
          22 Eles, deixando 
          imediatamente o barco e o pai, o seguiram. 
          23 
          Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando 
          o Evangelho do Reino e curando toda e qualquer doença ou enfermidade 
          do povo”. 
            
          
            
            
          
          Em Mt 
          4, 12-16 diz: “Ao 
          ouvir que João tinha sido preso, ele voltou para a Galiléia e, 
          deixando Nazara, foi morar em Cafarnaum, à beira-mar, nos confins de 
          Zabulon e Neftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta 
          Isaías: Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região 
          além do Jordão, Galiléia das nações! O povo que jazia nas trevas viu 
          uma grande luz; aos que jaziam na região sombria da morte, surgiu uma 
          luz”. 
          
          
          Edições Theologica comenta: 
          “São Mateus cita aqui a 
          profecia de Isaías 8, 23-9, 1. A região, que é mencionada com diversas 
          referências (Zabulon, Neftali, para os lados do mar, terra de 
          Além-Jordão), foi invadida pelos assírios pelos anos 734-721 a. C., 
          sobretudo no tempo de Teglatfalasar III. Parte da população hebraica 
          da região foi deportada, ao mesmo tempo que foram trazidos grandes 
          grupos de populações estrangeiras para colonizar o país. Por esta 
          causa, a partir dessa data, na Bíblia é costume chamar-se-lhe 
          ‘Galiléia dos gentios’. O Evangelista, inspirado por Deus, viu o 
          cumprimento da profecia de Isaías nesta vinda de Jesus à Galiléia. Com 
          efeito, esta terra devastada e maltratada em tempo de Isaías, será a 
          primeira a receber a luz da vida e da pregação de Jesus Cristo. 
          Portanto, o sentido messiânico da profecia é claro”. 
          
          “...deixando Nazara, foi morar em Cafarnaum”. 
          Nazara, forma muito rara, atestada por excelentes autoridades: B Z 
          Orígenes k, cf Lc 4, 16: a imensa maioria dos documentos voltou à 
          forma comum Nazaré (BJ). 
          
          
          Rábano escreve: 
          “Depois que São Mateus falou dos quarenta dias de jejum, da tentação 
          de Cristo e do ministério dos anjos, a continuação prossegue dizendo: 
          ‘Tendo ouvido Jesus que São João havia sido preso”, 
          e: “Não se deve ter 
          dúvida de que isso foi permitido por Deus, já que, contra um homem 
          bom, ninguém pode fazer nada sem que Deus o permita. Prossegue: 
          ‘Retirou-se para a Galiléia’. Isto é, retirou-se da Judéia para não 
          antecipar o tempo oportuno da sua paixão e para dar-nos exemplo de 
          como devemos fugir do perigo” (Pseudo-Crisóstomo, 
          Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 6), 
          e também: 
          “Não é desonroso, não se 
          lançar ao perigo, mas sim o é, o não manter-se firme quando se é 
          assolado por ele. Retirou-se da Judéia para acalmar a inveja dos 
          judeus e para cumprir ao mesmo tempo a profecia, desejando convencer 
          aos mestres de todo o mundo que habitavam na Galiléia. Também, é esta 
          a causa que o induziu a afastar-se dos judeus e ir aos gentios; porque 
          o Batista tendo sido preso pelos judeus, obrigaram o Salvador a partir 
          para a Galiléia dos gentios” 
          (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, Hom 14,1), e ainda: 
          “Como refere São Lucas, veio 
          a Nazaré, onde havia sido amamentado e ali entrou na sinagoga, onde 
          leu e disse muitas coisas, pelas quais o quiseram lançar de um monte e 
          então desceu a Cafarnaum, de onde diz agora São Mateus: ‘E tendo 
          abandonado a cidade de Nazaré, veio e habitou em Cafarnaum” 
          (A Glosa), 
          e: 
          “Nazaré está na Galiléia e 
          forma uma aldeia no sopé do monte Tabor. Cafarnaum é uma vila na 
          Galiléia dos gentios, perto do lago Genezaré e, por isso, chama-se 
          marítima” (São Jerônimo), 
          e também: 
          “Partiu aos termos de Zabulon 
          e Neftali, onde teve lugar a primeira sujeição penosa dos hebreus, 
          verificada pelos assírios, onde se constatou a primeira infração da 
          lei. Ali ocorreu a primeira pregação do Evangelho, para que seu 
          benéfico influxo nascesse como de um mesmo lugar, tanto para os 
          gentios, como para os judeus” (A 
          Glosa), e ainda: “Deixou Nazaré para 
          convencer a muitos, pregando e fazendo milagres, em cujo ato deixou 
          exemplo aos pregadores para que escolham o melhor tempo e o lugar mais 
          oportuno quando quiserem que sua pregação seja de proveito a muitos de 
          diferentes condições. Prossegue: ‘Para que se cumprisse o que havia 
          dito o Profeta Isaias: Terra de Zabulon e terra de Neftali’. Assim 
          encontra-se na profecia: no começo foi aliviada a terra de Zabulon e a 
          terra de Neftali e agora é engrandecido o caminho do mar, às costas do 
          Jordão, quando passa pelas costas da Galiléia dos gentios” 
          (Remígio), 
          e: 
          “Diz-se que no primeiro 
          tempo, foi aliviada do peso dos pecados porque Nosso Senhor pregou o 
          Evangelho, primeiramente nas regiões das duas tribos; mas agora, sua 
          fé escureceu, dado que muitos judeus permanecem no erro. Aqui, chama 
          mar ao lago de Genezaré, no qual desemboca o Jordão, em cujas margens 
          encontram-se Cafarnaum, Tiberíades, Betsaida e Corazin, região onde 
          Cristo mais pregou. Ou, segundo os hebreus que crêem em Cristo, estas 
          duas tribos de Zabulon e Neftali foram tomadas pelos assírios, ficando 
          a Galiléia deserta. A que o profeta disse que tinha ficado 
          exterminada, porque tolerava os pecados de seu povo. Mas depois todas 
          as tribos que habitavam às costas do Jordão, na Samaria, foram 
          reduzidas à escravidão e dizem: ‘Agora, assegura isto a Escritura, 
          porque este povo foi o primeiro desta região a ser levado à 
          escravidão’. Ela foi também a primeira que viu a luz da pregação do 
          Evangelho, começada por Cristo. Segundo os nazarenos, quando veio 
          Cristo, foi a primeira terra que ficou livre dos erros dos fariseus. 
          Depois, pelo anúncio da Boa Nova do apóstolo São Paulo, foi aumentada, 
          isto é, se multiplicou a pregação nos territórios ocupados pelos 
          gentios” (São 
          Jerônimo, in Isaiam, 9,1), e 
          também: “Estes nominativos diferentes se 
          reduzem em um mesmo verbo, assim: ‘Terra de Zabulon e terra de Neftali, 
          que estão no caminho do mar, às costas do Jordão, a saber, o povo da 
          Galiléia dos Gentios, que andavam entre as trevas, esta foi a primeira 
          região que viu a luz do Evangelho”, etc.”
          (A Glosa), 
          e ainda: “Adverte-se que há duas Galiléias, 
          uma chamada dos judeus e outra chamada dos gentios. Assim está 
          dividida a Galiléia desde o tempo de Salomão, que deu vinte cidades de 
          Galiléia ao Hiran, rei de Tiro, cuja parte se chamou depois Galiléia 
          dos gentios e as demais dos judeus. Também pode ler-se: ‘Ao outro lado 
          do Jordão da Galiléia dos gentios’; assim direi: ‘Para que visse a luz 
          o povo que andava nas trevas’, nunca pequena, como a dos outros 
          profetas, senão grande, isto é, fala-se da luz d’Aquele que diz no 
          Evangelho: ‘Eu sou a luz do mundo’ (Jo 8). Prossegue: ‘E nasceu a luz 
          para todos aqueles que habitavam na região da sombra da morte’; eu 
          considero que entre a morte e a sombra da morte, a única diferença é 
          de que a morte é própria daqueles que desceram com suas obras ao 
          inferno, e a sombra da morte é própria daqueles que pecam, mas que 
          ainda não têm saído desta vida, porque se querem, podem fazer 
          penitência” (São 
          Jerônimo), e: 
          “Também pode se dizer que os gentios estavam sentados na região da 
          sombra da morte, porque adoravam aos ídolos e aos demônios; os judeus, 
          que praticavam a lei, também estavam nas trevas, porque ainda não 
          conheciam a justiça” 
          (Pseudo–Crisóstomo, Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom. 6),
          e também: 
          “São João Evangelista, antes que Jesus fosse para a Galiléia, falou 
          sobre Pedro, André, Natanael e do milagre de Caná da Galiléia, cujas 
          coisas calaram os demais evangelistas, somente referindo em suas 
          narrações, que Jesus voltou da Galiléia. Em relação a este fato, 
          entende-se que passaram alguns dias em que ocorreram aquelas coisas 
          sobre os discípulos e que são incluídas por São João”
          (Santo Agostinho, de Consensu 
          Evangelistarum, 2,17), e ainda:
          “Entretanto, deve se 
          compreender claramente, por que São João disse que Cristo foi para a 
          Galiléia antes que João fosse preso. Porque depois que havia 
          convertido água em vinho, depois de haver descido a Cafarnaum e depois 
          de subir a Jerusalém, está escrito no Evangelho de São João que 
          regressou à Judéia, e batizava, quando São João Batista ainda não 
          havia sido levado à prisão. Aqui se diz que, depois que João foi 
          entregue, retirou-se para a Galiléia, isto é dito por São Marcos. Não 
          se deve interpretar isto como uma contradição, porque João explicou 
          primeiro a vinda do Senhor até a Galiléia, a qual foi verificada antes 
          da prisão de João, porém, faz menção da segunda vinda, quando diz: 
          ‘Que Jesus deixou a Judéia e voltou a Galiléia’ (Jo 4). Os demais 
          evangelistas mencionam apenas esta segunda vinda para a Galiléia, a 
          qual foi posterior à prisão do Batista”
          (Remígio), e:
          “Diz-se que São João 
          pregou quase até o final da sua vida, sem escrever, mas tendo noticias 
          dos outros três evangelhos, quis provar a verdade do que se havia 
          dito. Observou que faltavam algumas coisas, especialmente sobre o 
          acontecido nos primeiros dias da pregação do Salvador. É verdade que 
          está incluído nos outros três Evangelhos o que foi feito durante o ano 
          que o Batista esteve na prisão e no dia da sua morte; São Mateus 
          coloca este acontecimento logo após a tentação de Nosso Senhor: ‘Tendo 
          ouvido que João havia sido preso’, etc.; e São Marcos da mesma forma. 
          São Lucas diz, antes de mencionar sobre as obras de Jesus Cristo, que 
          Herodes colocou São João na prisão. Tendo implorado a São João 
          Apóstolo, que referisse o que tinha feito o Salvador antes da prisão 
          de São João, diz: ‘Isto ocorreu no inicio, quando Jesus começou a 
          fazer milagres” (Eusébio de 
          Cesárea, Historia Ecclesiastica, 3,24). 
          
          “O povo 
          que jazia nas trevas viu uma grande luz; aos que jaziam na região 
          sombria da morte, surgiu uma luz”. 
          
          O Pe. 
          Francisco Fernández-Carvajal escreve: 
          “A humanidade caminhou nas 
          trevas até que a luz brilhou na terra quando Jesus nasceu em Belém... 
          Essa estrela brilhante da manhã envolveu com a sua luminosidade Maria, 
          José, os pastores e os Magos. Depois, ocultou-se durante anos na 
          pequena cidade de Nazaré, e o Senhor viveu a vida normal dos seus 
          conterrâneos. Na realidade, continuava a iluminar a vida dos homens, 
          pois com esse ocultamento ao longo dos anos de Nazaré nos mostrou que 
          a vida normal pode e deve ser santificada. Agora, depois de ter 
          deixado Nazaré e de ter sido batizado no Jordão, vai a Cafarnaum para 
          iniciar o seu ministério público”, 
          e: “Viu Mateus esta 
          profecia feita realidade sob seus olhos. A luz que ilumina a Galiléia 
          e de lá de difunde em todo o mundo é Cristo; Mateus o conheceu, 
          seguiu, ouviu, e quer transmitir a jubilosa notícia à terra inteira” (Pe. Gabriel de 
          Santa Maria Madalena). 
          
          
          Vivamos unidos a Cristo Jesus, luz do mundo, e não tropeçaremos, mesmo 
          que tenhamos que passar por muitas dificuldades: 
          “Ficai, luz de minha alma, 
          porque já é tarde. Sombras densas que não vêm de vós, estão para 
          cobrir-me... No meu desalento, na minha tristeza sinto a necessidade 
          de algo que eu mesmo não consigo chamar pelo nome. É de vós que tenho 
          necessidade!” 
          (J. H. Newman, Maturidade 
          Cristã). 
          
          Em Mt 
          4, 17 diz: “A partir 
          desse momento, começou Jesus a pregar e a dizer: ‘Arrependei-vos, 
          porque está próximo o Reino dos Céus”. 
          
          Pseudo-Crisóstomo 
          escreve: “Deve pregar a justiça de Jesus Cristo, aquele que possa 
          mortificar seu corpo, aquele que despreza as coisas do século e aquele 
          que não deseja a glória em vão. Por isso se diz: ‘Desde então começou 
          a pregar’. Isto é, desde que tentado, venceu a fome no deserto, 
          desprezou a avareza no monte e feriu a glória em vão no templo; 
          começou a pregar, desde que São João foi preso. Porque se houvesse 
          começado a pregar quando São João pregava, haveria tirado mérito à 
          pregação deste, a qual teria parecido supérflua, comparada com a de 
          Jesus Cristo. Assim ocorre com o sol e o luzeiro da manhã, que 
          aparecendo juntos, o fulgor do sol escurece a beleza do luzeiro”
          (Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 
          6), e:
          “Por isso, não pregou até que 
          São João fosse preso: porque temeu que o auditório fosse dividido. Não 
          tendo o Batista feito nenhum milagre, todo o povo teria ido com o 
          Salvador” (São João Crisóstomo, 
          Homiliae in Matthaeum, Hom 14,1), 
          e também: 
          “Nisto manifesta também que 
          ninguém deve desprezar a pregação de um inferior. De onde diz o 
          Apóstolo: Se alguém fala estando sentado, cale o superior”
          (Rábano), 
          e ainda: 
          “Assim, se propôs (Cristo) 
          com muita sabedoria, começar sua pregação nesta época, não para 
          confundir a doutrina de São João, senão para confirmá-la ainda mais, 
          para demonstrar que era um testemunho verdadeiro” 
          (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum 
          super Matthaeum, Hom 6), e:
          “Com isto demonstra 
          que Ele era Filho do mesmo Deus, de quem o Batista havia sido profeta, 
          e por isso diz: ‘Fazei penitência”(São 
          Jerônimo), e também:
          “Não realizou em 
          seguida a pregação da justiça que todos conheciam, senão a penitência 
          que todos necessitavam. Quem se atreverá a dizer: quero ser bom e não 
          posso? A penitência é a repressão da vontade; e se os males não os 
          aterram (para que façais penitência), pelo menos que os bens os 
          deleitem. E prossegue. Aproxima-se, então, o Reino dos céus, isto é, a 
          felicidade do Reino de Deus, como se dissesse: ‘Preparai através da 
          penitência’, porque se aproxima o tempo de vosso galardão” 
          ( Idem, Opus Imperfectum super 
          Matthaeum, Hom 6), e ainda:
          “Note-se que não diz: 
          aproxima-se o reino dos cananeus, nem dos jebuseus, senão o Reino dos 
          céus. A lei oferecia os bens temporais, mas o Senhor oferecia o Reino 
          dos céus” (Remígio), 
          e: 
          “Veja que nesta pregação nada 
          diz de si mesmo; o qual realmente, era muito conveniente, porque ainda 
          não havia sido formada uma opinião sobre Ele. Começando, então, não 
          disse nada grave como tinha feito o Batista: que o machado estava 
          preparado para cortar a árvore e outras coisas, senão que no começo 
          falou de coisas agradáveis evangelizando o Reino dos céus”
          (São João Crisóstomo, Homiliae in 
          Matthaeum, Hom 14,1-2), e também: 
          “Também pode se dizer em 
          sentido místico, que uma vez preso o Batista, Cristo começou a pregar, 
          porque terminada a lei, em seguida nasceu o Evangelho”
          (São Jerônimo). 
          
          Edições Theologica comenta: “O versículo indica a transcendência do momento inicial da pregação 
          pública de Jesus, que começa pela proclamação da iminência do Reino de 
          Deus. Jesus entronca na proclamação de João Batista:
          pode apreciar-se uma 
          coincidência até literal entre a segunda frase deste versículo e Mt 3, 
          2. Esta coincidência sublinha a função que teve São João Batista como 
          profeta e precursor de Jesus. Tanto o Batista como Nosso Senhor exigem 
          o arrependimento, a penitência, como condição prévia para o 
          acolhimento do Reino de Deus que começa. 
          
          O reinado 
          de Deus sobre os homens é tema central da Revelação de Jesus Cristo, 
          como o tinha sido no Antigo Testamento. Mas então, o Reino de Deus 
          tinha tido uma matização que se pode chamar teocrática: Deus reinava 
          sobre Israel tanto no espiritual como no temporal, e, por meio dele, 
          submeteria ao Seu domínio as outras nações. Agora Jesus irá explicando 
          de modo progressivo a renovada natureza deste Reino de Deus, que 
          chegou à sua plenitude, situando-o no seu plano espiritual de amor e 
          santidade, e purificando-o dos desvios nacionalistas dos judeus”. 
          
          A pregação de Nosso 
          Senhor é orientada para o conversão e salvação; não se encontra nela 
          nada de política ou outras coisas terrenas. 
          
          Em Mt 4, 18-22 diz:
          “Estando ele a caminhar junto ao mar da 
          Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, 
          que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: 
          ‘Segue-me e eu vos farei pescadores de homens’. Eles, deixando 
          imediatamente as redes, o seguiram. Continuando a caminhar, viu outros 
          dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com o 
          pai Zebedeu, a consertar as redes. E os chamou. Eles, deixando 
          imediatamente o barco e o pai, o seguiram”. 
          
          Pseudo-Crisóstomo escreve: “Jesus Cristo chama os apóstolos antes de dizer ou fazer nada, para 
          que nada lhes fosse oculto, nem das palavras, nem das obras de Jesus 
          Cristo; para que depois podessem dizer com toda segurança: não podemos 
          deixar de dizer o que temos visto e ouvido. Por isso se diz: 
          Caminhando Jesus ao longo do mar da Galiléia” 
          (Opus Imperfectum super 
          Matthaeum, Hom 7), 
          e: “O mar da Galiléia é o mesmo lago de Genezaré; o mar de Tiberíades é 
          o lago das Salinas” (Rábano), 
          e também: “Com toda oportunidade, o que há de 
          pescar os pescadores, vai pelos lugares onde tem pesca. E por isso 
          prossegue: Viu dois irmãos, Simão, que depois se chamou Pedro e André, 
          seu irmão” (A Glosa), 
          e ainda: “Viu, não só corporalmente, senão de 
          uma maneira espiritual, olhando seus corações”
          (Remígio), 
          e: “Os chamou quando estavam em suas 
          ocupações, manifestando que convêm colocar a obrigação de seguir a 
          Jesus Cristo antes de qualquer ocupação. De onde prossegue: lançando 
          as redes ao mar, o que correspondia ao oficio daqueles, prossegue: 
          ‘eram pescadores” (São 
          João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, Hom 14,2), 
          e também: 
          “Não escolheu reis, ou 
          senadores, ou filósofos, ou oradores, mas escolheu homens que eram 
          simples, pobres e ignorantes pescadores”
          (Santo Agostinho, Sermões, 197, 2), 
          e ainda: “Se houvesse sido 
          escolhido um douto, acaso houvesse dito que havia sido escolhido por 
          si mesmo e que o tinha merecido por sua sabedoria. Nosso Senhor Jesus 
          Cristo, querendo humilhar  os soberbos, não procurou um pescador em um 
          orador, senão que, de um pescador tirou um que havia de mandar. São 
          Cipriano foi um grande orador, mas antes esteve Pedro que era 
          pescador” (Santo Agostinho, in 
          Ioannem, 7, 17), e:
          “Os artesãos 
          profetizavam com seu trabalho a graça da dignidade futura; porque 
          assim como jogam a rede na água e não sabem que tipo de peixe haverão 
          de pegar, da mesma forma, o sábio quando joga as redes da sua palavra 
          sobre o povo, não sabe os que haverão de se aproximar a Deus. Porém, 
          aceitarão sua pregação, os chamados por Deus”
          (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum 
          super Matthaeum, Hom 7), e 
          também: 
          “Deus fala destes pescadores, 
          através de Jeremias, dizendo: ‘Lhes enviarei meus pescadores os quais 
          os pescarão’. Por isso acrescenta: ‘Vinde após mim”
          (Remígio), 
          e ainda: “Não tanto com os pés, como com o 
          afeto e a imitação. ‘E vos farei pescadores de homens”
          (A Glosa), 
          e: “Isto é, mestres. E com a rede da palavra 
          de Deus, conquistarás os homens do mundo tempestuoso e perigoso, onde 
          os homens não andam, porque são feridos. Porque o diabo, quando os 
          empurra ao mal, onde os homens se devoram uns aos outros como os 
          peixes mais fortes devoram aos mais jovens, para que, trasladados, 
          vivam na terra como membros do corpo de Cristo”
          (Pseudo-Crisóstomo, Opus Imperfectum 
          super Matthaeum, Hom 7), e 
          também: 
          “Pedro e André não tinham 
          visto Jesus Cristo fazer milagres. Nada tinham ouvido do galardão 
          eterno e, entretanto, ao ouvir a voz do Salvador, esqueceram de tudo 
          que acreditavam possuir. De onde segue: Na mesma hora abandonaram suas 
          redes e o seguiram” (São 
          Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 5,1), 
          e ainda: “Os discípulos 
          nomeados não seguiram a Cristo buscando a honra de sábios, senão o 
          preço do seu trabalho. Conheciam quão preciosa é a alma humana, quão 
          grata é sua santidade na presença de Deus e quão grande é a recompensa 
          oferecida” (Pseudo-Crisóstomo, 
          Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 7), 
          e: 
          “Acreditaram em uma promessa 
          tão grande, e compreenderam através dos sermões que ouviram que eles 
          poderiam convocar outros homens” 
          (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, Hom. 14,2), e também: 
          “Desejando estas coisas, seguiram a Cristo, deixando tudo ao redor; 
          com isso, nos ensinaram que ninguém pode aferrar-se às coisas da terra 
          e ir perfeitamente ao céu” (Idem, Homiliae in Matthaeum, Hom 7), 
          e ainda: 
          “Nestas coisas, mostra-se um 
          modelo, para aqueles que tudo deixam por seguir a Jesus Cristo e se 
          oferece também uma lição àqueles que postergam a Deus, inclusive suas 
          afeições carnais. De onde se diz: E partindo dali, viu outros dois 
          irmãos. Observe-se que os chama de dois em dois, como em outro lugar 
          se lê, que os enviou a pregar também de dois em dois”
          (A Glosa), 
          e: “Aqui, se 
          insinua que aquele que não tem caridade com outro, não deve tomar a 
          seu cargo a pregação: são dois os princípios da caridade e esta não 
          pode ocorrer com menos de duas pessoas”
          (São Gregório Magno, Homiliae in 
          Evangelia, 17,1), e também:
          “Colocou com muita 
          propriedade, os fundamentos da Igreja sobre a caridade fraterna; para 
          que subindo como a seiva pelo tronco da árvore chegue até os ramos. E 
          o fez sobre a caridade natural, para que a caridade fosse mais forte, 
          não só pela graça, senão também pela natureza. Por isso diz: irmãos. 
          Assim fez Deus no Antigo Testamento, colocando em Moisés e Aarão o 
          fundamento do seu edifício. Mas como a graça do Novo Testamento é 
          muito maior que a do Antigo, edificou o primeiro povoado sobre uma só 
          fraternidade e o segundo sobre duas. Disse São Tiago, o de Zebedeu, e 
          a seu irmão João que estavam com seu pai Zebedeu no barco, remendando 
          suas redes, o qual é indício de uma extrema pobreza. Remendavam as 
          velhas porque não tinham como comprar umas novas. E explica ao mesmo 
          tempo, a grande caridade deles, porque em tanta pobreza favoreciam seu 
          pai, tanto que o levavam consigo no barco, não porque ele pudesse 
          ajudar-lhes com seu trabalho, senão para que se consolasse com sua 
          presença” (Pdeudo-Crisóstomo, 
          Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 7), 
          e ainda: 
          “Não é pequena esta 
          demonstração de piedade: suportar com gosto a pobreza, alimentar-se 
          com seu justo trabalho, viver juntos pela virtude do amor, ter consigo 
          e cuidar de seu pai” (São João 
          Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, Hom 14,2), e: 
          “Não nos atrevemos a estimar 
          quanto seja o mérito dos primeiros que se prestaram velozes a pregar, 
          que sendo tão pobres que, todavia consertavam suas redes, as lançavam 
          ao mar; somente Jesus Cristo era quem podia apreciar seu mérito. Acaso 
          se diz que aqueles lançavam suas redes por Pedro que pregou o 
          Evangelho, mas não o escreveu” (Pseudo-Crisóstomo, 
          Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 7), 
          e também: 
          “Chamando-os, nada lhes 
          ofereceu, como aos primeiros... Prossegue: “Eles, tendo deixado seu 
          pai e suas redes, o seguiram” 
          (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, Hom 14,2), e ainda: 
          “Três coisas devem deixar 
          aqueles que vêm a Jesus Cristo: as lerdezas carnais que se figuram nas 
          redes; o gosto pelas coisas do mundo, figurado no barco e a família, 
          figurada no pai. Deixaram, assim, o barco para serem constituídos em 
          governadores da barca da Igreja. Deixaram as redes, para não trazer 
          mais peixes à cidade da terra, senão para que conduzissem aos homens 
          às regiões eternas do céu. Deixaram um pai, para que lhes fosse 
          constituído em pais espirituais de todos”  (Pseudo-Crisóstomo, 
          Opus Imperfectum super Matthaeum, Hom 7), 
          e: “É-nos 
          ensinado, nestes que deixam seu oficio, sua pátria  e sua casa para 
          seguir a Jesus Cristo, a não deter-nos pelas preocupações da vida 
          secular, nem pelo costume de viver na casa paterna” 
          (São Hilário, in Matthaeum, 3), 
          e também: 
          “Designa-se misticamente este 
          mundo pelo mar, em atenção à amargura da suas águas e à constante 
          agitação. Galiléia significa volúvel ou roda, e representa a 
          volubilidade do mundo. Andou Jesus junto ao mar, quando veio a viver 
          entre nós, através da encarnação. Por estes dois irmãos, designam-se 
          os dois povoados, que foram criados por Deus Pai, aos que viu quando 
          se voltou a eles com misericórdia. Por Pedro, que quer dizer 
          conhecedor, e se chama Simão, isto é, obediente, designa-se o povo 
          judeu, porque conheceu a Deus através da lei e o obedeceu através de 
          seus princípios. André quer dizer viril ou decoroso, e entende-se por 
          ele ao povo gentio, que tendo conhecido a Deus, persevera firme na fé. 
          Chamou a estes povos quando enviou seus pregadores, dizendo: ‘Vinde 
          após mim’, isto é, abandonai ao enganador e segui ao Criador. Foram os 
          Apóstolos constituídos em pescadores de homens destes povos, isto é, 
          em pregadores, havendo deixado as barcas, isto é, os desejos carnais e 
          as redes, isto é, as concupiscências do mundo, e seguiram a Jesus 
          Cristo. Por São Tiago  entende-se também ao povo judeu, que venceu ao 
          demônio pelo conhecimento de Deus. Por São João entende-se ao povo 
          gentio, que se salvou unicamente pela graça. Zebedeu, a quem deixaram, 
          entende-se como fugitivo ou caído, significa o mundo que passa e o 
          demônio que caiu do céu. Por Pedro e André que jogaram as redes ao 
          mar, designam-se aqueles que são chamados por Deus na primeira idade, 
          jogando da barca de seus corpos, as redes da concupiscência carnal, no 
          mar deste mundo. Por São Tiago e João, remendando as redes, se 
          designam aqueles que vêm a Cristo depois dos pecados e em presença das 
          adversidades, recuperando o que perderam” 
          (Remígio), 
          e ainda: 
          “As duas barcas são figuras 
          de duas Igrejas: aquela que foi chamada pela circuncisão e aquela que 
          foi chamada pelo prepúcio. Qualquer fiel se converte em Simão, 
          obedecendo a Deus; em Pedro, conhecendo seu pecado; em André, sofrendo 
          com valor os trabalhos; e em São Tiago , rejeitando os vícios”
          (Rábano), 
          e: 
          “Parece que São João atribui 
          tudo à graça de Deus. Portanto, só fala da vocação de quatro 
          Apóstolos, através dos quais se designa a pregação nas quatro partes 
          do mundo” (A Glosa), 
          e também: 
          “Também figura-se nisto o 
          número dos quatro futuros evangelistas” 
          (Santo Hilário, in Matthaeum, 3), 
          e ainda: “Por isso, também se 
          designam as quatro virtudes principais: a prudência se refere a São 
          Pedro, pelo conhecimento de Deus; a justiça, a Santo André, pelo vigor 
          das suas obras; a fortaleza, a São Tiago, pelos seus triunfos sobre o 
          demônio; e a moderação a São João, pelo efeito da divina graça”
          (Remígio). 
          
          
          Edições Theologica comenta: 
          “Os quatro discípulos 
          conheciam já o Senhor (Jo 1, 35-42). A breve convivência com Jesus 
          deve ter produzido uma atração imperiosa nas suas almas. Cristo 
          preparava assim a vocação destes homens. Agora trata-se já daquela 
          vocação eficaz, que os moveu a abandonar todas as suas coisas para O 
          seguir e ser Seus discípulos. Por cima dos defeitos humanos – que os 
          Evangelhos não dissimulam – ressalta, sem dúvida e de modo exemplar, a 
          generosidade e prontidão com que os Apóstolos corresponderam ao 
          chamamento divino. 
          
          O leitor 
          atento poderá descobrir a admirar a terna simplicidade com que os 
          evangelistas relataram, para sempre, as circunstâncias da vocação 
          destes homens no meio dos seus afazeres cotidianos”. 
          
          São 
          Josemaría Escrivá escreve: 
          “Deus tira-nos das trevas da 
          nossa ignorância, do nosso caminho incerto entre os acontecimentos da 
          história e chama-nos com voz forte, como um dia o fez com Pedro e 
          André” (Cristo que 
          passa, n° 45), e:
          “Diálogo divino e 
          humano, que transformou a vida de João e de André, de Pedro, de Tiago 
          e de tantos outros; que preparou os seus corações para escutarem a 
          palavra imperiosa que Jesus lhes dirigiu junto ao mar da Galiléia” (Idem, n° 108). 
          
          São 
          de salientar as palavras com que a Sagrada Escritura descreve a 
          entrega imediata destes apóstolos. Pedro e André deixaram 
          imediatamente as redes e seguiram-No. Do mesmo modo, Tiago e João 
          deixaram imediatamente a barca e o pai e seguiram-No. Deus 
          passa e chama. Se não se Lhe responde imediatamente, Ele pode 
          continuar o Seu caminho e nós podemos perdê-Lo de vista. A passagem de 
          Deus pode ser rápida; seria triste que ficássemos para trás, por 
          querermos segui-Lo levando conosco muitas coisas que não serão senão 
          peso e estorvo. 
          
          Se 
          Cristo Jesus nos chama a segui-Lo, não deixemos para depois, mas, com 
          generosidade e desapego, sigamos os passos do Senhor: 
          “Nada há que possa ser um 
          atrativo para a alma que só busca a Deus; e eu mesma me espanto ao 
          considerar esta indiferença a respeito mesmo daquilo que antes me 
          entusiasmava. Minha única felicidade, agora, é só viver com meu Jesus. 
          Nele encontro em grau infinito tudo o que minha alma pode ambicionar”
          (Santa Teresa dos 
          Andes, Carta 157). 
          
          Será 
          que existe maior felicidade do que a de servir a Deus? Claro que não! 
          Imitemos então o exemplo dos Apóstolos e sigamo-Lo imediatamente, sem 
          dar ouvidos para as críticas de parentes e amigos: 
          “Quando a vida de família, as 
          comodidades do mundo se apresentarem a ti,, quando todas as pessoas 
          insistirem afirmando que tu vais enterrar tua vida e tão jovenzinha, 
          quando te disserem que espere um pouco mais, que examines se tens 
          verdadeira vocação conhecendo o mundo, etc., se existe em tua alma 
          amor, nada te deterá. Jesus te espera. Vem logo perder-se entre seus 
          braços divinos” (Idem, 
          Carta 130). 
          
          Feliz daquele que 
          segue imediatamente a Nosso Senhor; que O segue sem olhar para trás:
          “A voz de Deus manda mais e eu devo seguir 
          Jesus ao fim do mundo se Ele o quiser. N’Ele encontro tudo. Só Ele 
          ocupa meu pensamento. E tudo o mais, fora d’Ele, é sombra, aflição e 
          vaidade. Por Ele deixarei tudo...” 
          (Idem, Diário 11).
           
          
          Aquele que diz não a 
          Nosso Senhor, corre grande risco de se perder eternamente:
          “Corre grande perigo de condenar-se quem não 
          segue o chamado de Deus só para satisfazer os pais” 
          (Santo Afonso Maria de Ligório, A 
          Prática do amor a Jesus Cristo, cap. XI). 
          
          Em Mt 4, 23 diz:
          “Jesus percorria toda a Galiléia, 
          ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando 
          toda e qualquer doença ou enfermidade do povo”. 
          
          Nosso 
          Senhor não se acomodava, mas percorria toda a Galiléia, ensinando nas 
          sinagogas e curando os enfermos.  
          
          
          Sejamos também nós fervorosos missionários! Descruzemos os braços e 
          deixemos a “poltronice” de lado; com o coração cheio de zelo e amor 
          pelas almas, percorramos cidades, povoados e campos, dizendo a todos 
          que sem Cristo a vida não tem sentido: 
          “Nenhum crente, nenhuma 
          instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar 
          Cristo a todos os povos”
          (João Paulo II, Carta Encíclica “Redemptoris Missio”, 3), 
          e: “Nada mais frio do 
          que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros”
          (São João Crisóstomo, Homilia 20, 4: PG 60, 162-164). 
          
          O 
          católico não foi deixado na terra para servir a Satanás e o mundo, nem 
          para viver de braços cruzados: 
          “Cristo deixou-nos na terra a fim de que nos tornássemos 
          faróis que iluminam, doutores que ensinam; a fim de que cumpríssemos o 
          nosso dever de fermento; a fim de que nos comportássemos como anjos, 
          como anunciadores entre os homens; a fim de que fôssemos adultos entre 
          os menores, homens espirituais entre os carnais a fim de os ganharmos; 
          a fim de que fôssemos semente e déssemos frutos numerosos. Nem sequer 
          seria necessário expor a doutrina, se a nossa vida fosse irradiante a 
          esse ponto; não seria necessário recorrer às palavras, se as nossas 
          obras dessem um tal testemunho. Não haveria mais nenhum pagão, se nos 
          comportássemos como verdadeiros cristãos”
          (São João Crisóstomo, Hom. X in 1Tm.; Migne, PG LXII, 551). 
            
			  
          
          Pe. 
          Divino Antônio Lopes FP. 
          
          
          Anápolis, 23 de janeiro de 2008 
            
			  
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