O
SEXTO E NONO MANDAMENTOS DA LEI DE
DEUS
(Dt
5, 18.21)
“18
Não cometerás adultério...
21
Não cobiçarás a mulher do
teu próximo”.
Fórmula catequética
Não
pecar contra a castidade... Não desejar a mulher do próximo.
SEXTO E NONO
MANDAMENTOS:
Não cometerás adultério... Não desejarás a mulher do teu próximo.
“Não
cometerás adultério”
(Ex 20,14).
“Não
cobiçarás a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu
servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma
que pertença a teu próximo”
(Ex 20, 17).
“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos
digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já
cometeu adultério com ela em seu coração”
(Mt 5, 27-28).
O PLANO DE DEUS
Para o
Cristianismo, a diferença de sexos está incluída no plano de Deus
desde o próprio momento da criação do Homem:
“E Deus criou o Homem à sua imagem (...) e
criou-os varão e mulher”
(Gn l, 26-28).
Já desde o
primeiro momento, Deus deu aos nossos primeiros pais o preceito de
povoar a Terra: “Sede fecundos e
multiplicai-vos, e enchei a Terra”
(Idem.).
Há, pois, entre os
sexos, mútua correlação, o sentido de uma tarefa e de uma
responsabilidade para a transmissão da vida no pleno cumprimento do
amor.
O fim da
sexualidade, por expressa vontade divina, surge como a superação da
simples esfera individual, pois tende à programação da espécie, a
comunicar o grande dom da vida. Daqui que, no sentido cristão, a
sexualidade se entenda como doação — ao cônjuge e à vida nova —, a
qual transcende os planos biológico e psicológico, tocando no mais
íntimo núcleo a pessoa humana
(cf. Exort. Apost. Familiaris consortio, n. 11).
Para facilitar o
cumprimento desta obrigação, Deus associa um prazer ao ato gerativo.
De outra maneira poderia ter ficado em perigo a propagação da
espécie humana sobre a Terra.
O Pecado Original,
com as feridas profundas que produziu na natureza humana, altera a
ordem natural: esse apetite ou prazer desordena-se e a razão não
domina completamente a retidão das paixões.
Deus deixou dois
Mandamentos a fim de nos ajudar a orientar o instinto sexual: o
sexto — “guardar castidade nas palavras e nas obras” —,
expressão que engloba todos os pecados externos nesta matéria; e o
nono — “guardar castidade nos pensamentos e nos desejos” —,
que abrange qualquer pecado interno de impureza.
Em virtude do
preceito divino e em razão do fim próprio das coisas, o uso natural
da sexualidade está exclusivamente reservado ao matrimônio:
“Não lestes que, no princípio, o Criador os
fez varão e mulher? E disse: por isso deixará o homem o pai e a mãe
e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. De maneira
que já não são dois, mas uma só carne”
(Mt 19, 4-6).
Portanto, fazer uso desse poder gerativo fora dos canais por Deus
marcados — o matrimônio — é um pecado contra algum destes
mandamentos.
A VIRTUDE DA SANTA PUREZA
Deus deu aos
nossos primeiros pais, e neles aos outros homens, o preceito de se
multiplicarem e povoarem a Terra. Conforme vimos, para facilitar o
cumprimento desta obrigação, associou um prazer ao ato gerativo.
Pelo que fica
dito, buscar o prazer por si mesmo, esquecendo o papel providencial
que Deus confia ao homem, ou procurá-lo fora das condições
estabelecidas por Ele, é ir contra o plano divino, é ofender a Deus;
é pecado grave.
A pureza é,
precisamente, a virtude que nos faz respeitar a ordem estabelecida
por Deus no uso do prazer que acompanha a propagação da vida. Ou, se
se prefere uma definição formal, é a virtude moral que regula
retamente qualquer expressão voluntária de prazer sexual dentro do
matrimônio, e a exclui totalmente fora do estado matrimonial.
Bom é que nos
demoremos a refletir sobre esta última definição, pois, com a reta
compreensão dos conceitos que encerra, se solucionam e explicam
todas as questões que acerca do tema se podem apresentar.
RAZÕES PARA VIVER A PUREZA
Muitas são as
razões que se podem dar para que todo o homem viva a castidade:
A) Razões
naturais:
a) O prazer
venéreo é só um estímulo e aliciante para o ato da geração, uma
vez que este é indispensável para a propagação do gênero humano e de
outro modo seria difícil a conservação da espécie.
b) É, portanto, um
prazer cuja única e exclusiva razão de ser é o bem da espécie,
não do indivíduo, e utilizá-lo em proveito próprio é subverter a
ordem natural das coisas.
c) Vale a pena
esclarecer que, por este motivo, o matrimônio não é obrigação de
todo e qualquer indivíduo, mas sim, necessidade da espécie humana
considerada no seu conjunto.
B) Razões da
Revelação:
Essa lei natural
foi vezes sem conta positivamente prescrita por Deus: Ex 20, 14; Pr
6, 32; Mt 5, 28; 19, 10 e s.; Cl 3, 5; Gl 5, 19; 1 Ts 4, 3-4; Ef 5,
5; 1 Cor 6, 9-10; Hb 13, 4; etc.
C) Razões
sobrenaturais:
Tendo sido elevado
à dignidade de filhos de Deus, o homem participa no corpo e na alma
— dos bens divinos.
Graças ao Batismo,
o nosso corpo é “templo do Espírito
Santo, que está em nós e que recebemos de Deus”
(1 Cor 6, 19).
Como templo de Deus, deve servir para prestar culto, não à carne,
mas a Ele. Foi enxertado no Corpo Místico de Cristo e destinado a
ressuscitar com Ele. Por isso, os pecados contra a castidade não são
só pecados contra o nosso corpo, mas também contra “os membros de
Cristo”, e têm caráter de horrível profanação.
“Não sabeis que os vossos corpos são membros
de Cristo? Hei de fazer dos membros de Cristo, membros de uma
meretriz? Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito
Santo?” (1 Cor 6,
19-20).
VIRTUDE POSITIVA
É importante
considerar que a pureza é eminentemente positiva: não significa um
acumular de negações (“não vejas”, “não penses”, “não faças”...),
mas sim, uma verdadeira afirmação do Amor, o que se entende em duas
ordens:
a) No plano
natural, significa a afirmação do homem que sabe que o seu
espírito deve dominar as potências inferiores; entende que a sua
natureza é muito superior à do simples animal, e que os seus
instintos se devem submeter à reta ordem das leis divinas.
b) No plano
sobrenatural, é a afirmação do homem que se sabe chamado a
participar do próprio amor de Deus, e que o seu coração não se
saciará senão com a posse desse Bem infinito. Se nesse esforço põe
as suas melhores energias, a pureza há de tornar-se-lhe facilmente
praticável; de outra maneira, permitindo que o amor próprio e as
satisfações egoístas invadam os recessos do seu coração, achará que
este se não satisfaz, e nele despertará um desejo cada vez maior dos
bens finitos, dentro dos quais — com particular força — hão de vir
os relativos ao prazer sexual.
Por isso é que o
mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas tem como primeiro e
fundamental apoio a prática da pureza.
UNIVERSALIDADE E EXCELÊNCIA DA VIRTUDE
A pureza deve
ser vivida por todos os homens, qualquer que seja o seu estado:
a)
No matrimônio, mediante a ordenação da atividade sexual às
normas morais, regidas pelo amor a Deus, ao cônjuge e aos filhos.
b)
Naqueles que, por amor de Deus e das almas, renunciaram ao
matrimônio — castitas virginalis —, descobrindo, nessa
renúncia ao amor humano, a formosura e espiritualidade intrínsecas
da pureza vivida em vista desses ideais superiores.
c) Nos
restantes casos se encontram: a castidade pré-matrimonial —
castitas juvenilis —, em que se destaca a integridade do seu
próprio corpo, com seu cortejo de virtudes, e a castidade
pós-matrimonial, do cônjuge sobrevivo e não casado de novo —
castitas vidualis —, em que se destaca a fidelidade ao antigo
amor.
Nosso Senhor Jesus
Cristo confirmou e aperfeiçoou a obrigação da castidade externa e
interna, no Sermão da Montanha (Mt 5, 28); elevou a sacramento a
instituição do matrimônio (Mt 5, 31 s.); e declarou a virgindade
superior ao estado matrimonial (Mt 19, 10-12).
A
Igreja definiu como verdade de fé que a virgindade é superior ao
matrimônio, Concílio de Trento (cf. Dz. 990). Permanecendo no
celibato, o homem pode entregar a Deus um coração indiviso, segundo
o modelo do seu Filho, Jesus Cristo, que ao Pai entregou o amor
exclusivo e total do seu coração. É então que o homem conquista o
supremo cume, o vértice do testemunho cristão:
“Tornando livre de um modo singular o
coração humano (...) a virgindade testemunha que o Reino de Deus e a
sua justiça são aquela pérola que devemos preferir a qualquer outro
valor” (João Paulo
II, Exort. Apost. Familiaris consortio, n. 16).
MEIOS PARA A
CONSERVAR
Para conseguir
esse domínio que Deus nos pede sobre as tendências desordenadas, é
preciso utilizar os meios adequados: uns, que são os mais
importantes, sobrenaturais; outros, naturais.
A) Os meios
sobrenaturais são:
1) Confissão e
comunhão frequentes: purificam a alma e fortalecem-na contra as
tentações, infundindo ou aumentando a graça santificante.
A confissão
frequente é ocasião para vencer a soberba, além de que dá as graças
sacramentais que nos ajudam na luta.
O contato do nosso
corpo com o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor é magnífica ajuda para
aplacar a concupiscência.
2) Oração
frequente: sem o auxílio divino, o homem não pode, por suas
próprias forças, resistir aos assaltos do Demônio;
“desde que compreendi — dizia o
sábio Salomão — que não poderia ser casto
se Deus mo não concedesse, recorri e supliquei a Ele, pedindo do
fundo do meu coração”
(Sb 8, 21).
Cristo Senhor
Nosso, falando do demônio da impureza, diz:
“esta casta de demônios só pode ser expulsa
pela oração e pelo jejum”
(Mt 17, 21);
e, noutro passo do Evangelho, lemos:
“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”
(Mt 26, 41).
Queremos também
recordar aquele ponto do Caminho: “Deus
concede a santa pureza aos que a pedem com humildade”
(São Josemaría Escrivá, 118);
ou aquele outro: “Domine’ — Senhor! —,
‘si vis, potes me mundare’ — se quiseres, podes-me curar. — Que bela
oração para que a digas muitas vezes, com a fé do pobre leproso,
quando te acontecer o que Deus e tu e eu sabemos! — Não tardarás a
sentir a resposta do Mestre: ‘Volo, mundare!’ — Quero: sê limpo!”
(Idem. 142).
3) Devoção à
Santíssima Virgem, que é nossa Mãe e modelo imaculado desta
virtude. A Ela, Mater pulchrae dilectionis — Mãe do amor formoso —,
havemos de recorrer, cheios de confiança.
“Ama
a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta
quotidiana. — E de nada servirão ao Maligno essas coisas perversas,
que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com
sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos
sublimes que o próprio Cristo pôs em teu coração. — 'Serviam!' —
Servirei!”
(São Josemaría Escrivá, Caminho,
493).
4) Mortificação,
com a qual procuramos acompanhar os pedidos que fazemos a Deus.
Mortificação
corporal e dos sentidos: “Ao corpo, tem
de se dar um pouco menos que o devido. Se não, atraiçoa”
(São Josemaría Escrivá,
Caminho, 196).
“Diz ao teu corpo: prefiro ter um escravo, a
sê-lo teu” (Idem. 214).
B) Os meios
naturais que ajudam a viver a pureza são:
1) Guarda da
vista, pois os pensamentos nutrem-se do que vemos; os olhos são
as janelas da alma. É obrigatório não deter o olhar em coisas que
possam despertar a sensualidade — pornografia, cenas ou objetos
eróticos, etc. — porque são ocasião próxima voluntária de pecado
mortal.
Aquele a quem uma
imagem não diretamente obscena — p. ex., contemplar uma jovem que
passa na rua — produz excitação, tem também o dever de guardar a
vista, pois, nesse caso, é igualmente ocasião de pecado.
Há olhares
gravemente culpados, que ofendem não somente o pudor, mas até a
castidade em si mesma e que, por conseguinte, é forçoso evitar.
Outros há que são perigosos, por exemplo, fixar a vista sem razão em
pessoas ou objetos que naturalmente hão de suscitar tentações.
É por isso que o
cristão sincero, que quer salvar a sua alma, custe o que custar, vai
mais longe; para estar seguro de não sucumbir à sensualidade,
mortificar a curiosidade dos olhos, evitando, por exemplo, olhar
pela janela, para ver quem passa, conservando os olhos modestamente
baixos, sem afetação, nas viagens ou passeios. Pelo contrário,
compraz-se em os descansar sobre algum objeto, imagem piedosa,
campanário, cruz, estátua, para se excitar ao amor de Deus e dos
Santos.
2)
Sobriedade na comida e na bebida: “A
gula é a vanguarda da impureza”
(São Josemaría Escrivá,
Caminho, 126).
3) Cultivar o
pudor: é o que podemos definir como a aplicação da virtude da
prudência às coisas que se referem à intimidade, ou, por outras
palavras, a prudência da castidade. É o hábito que
“adverte do perigo iminente, impede que nos
exponhamos a ele e impõe a fuga em certas ocasiões. O pudor não
gosta de palavras grosseiras e ordinárias e detesta toda e qualquer
conduta imodesta, ainda a mais leve; evita com todo o cuidado a
familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo, porque enche
completamente a alma de um profundo respeito para com o corpo,
membro de Cristo e templo do Espírito Santo” (Pio
XII, Enc. Sacra Virginitas, 28).
A pureza exige o
pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a
intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve
ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua
delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a
dignidade das pessoas e de sua união.
O pudor protege o
mistério das pessoas e de seu amor. Convida à paciência e à
moderação na relação amorosa; pede que sejam cumpridas as condições
da doação e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si.
O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir. Mantém o silêncio ou
certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã.
Torna-se discrição.
4) Evitar a
ociosidade, com razão, chamada a mãe de todos os vícios; deve
haver sempre algo com que ocupar o espírito ou exercitar o corpo.
5) Fugir das
ocasiões: “Não tenhas a covardia de
ser valente: foge!” (São Josemaría Escrivá,
Caminho, 132).
6) Direção
espiritual cheia de sinceridade; é sempre necessária a ajuda de
um prudente diretor espiritual, mas, mais ainda, nas épocas de
especial dificuldade.
7) Esporte,
que fomenta virtudes esplêndidas para resistir ao capricho.
8) Modéstia
no vestir, na higiene diária, etc.
A LUTA CONTRA A
TENTAÇÃO
Os pensamentos
involuntários contra a pureza não são pecado em si mesmos, mas sim,
tentações ou incentivos ao pecado. Vêm das nossas más inclinações, da
sugestão do Demônio, que procura a toda a custa afastar-nos de Deus ou
do ambiente que nos rodeia, frequentemente incentivo à concupiscência.
Não devemos
surpreender-nos por sofrermos tentações; devemos, sim, ser fortes,
para as repelirmos prontamente. Se resistimos à tentação, crescemos no
amor a Deus e na virtude da fortaleza. Se não lutamos por afastar
esses pensamentos — recorrendo a Deus, pensando noutras coisas, etc.
—, mas ao contrário nos detemos neles, constituem pecado mortal.
É preciso se opor às
tentações com pensamentos sérios, lembrando da morte, do juízo e do
inferno, rememorar a presença de Deus que nos vê e refletir nas
consequências do pecado.
Sabemos, aliás, que
a força para vencer as tentações nos vem de Deus, que nos dá sempre a
sua graça.
Quando estamos em
dúvida sobre uma coisa ser ou não ser pecado de impureza, devemos
perguntar às pessoas competentes.
PECADOS CONTRA A
PUREZA
O pecado de impureza
destrói no homem os tesouros que Deus nele depositou, não só porque O
ofendemos e perdemos a sua amizade, mas também porque prejudica
especialmente virtudes excelentes.
O homem impuro é uma
pessoa triste, porque está escravizado ao pecado; não é generoso,
porque só pensa em si mesmo e no prazer; enfraquece a Fé, porque o
coração se lhe vai cegando...
DIVISÃO DA
LUXÚRIA
Pecam contra a
pureza aqueles que — consigo mesmo ou com outrem — cometem ações
impuras; consentem pensamentos desonestos ou desejos impuros; mantêm
conversas obscenas, voluntariamente se expõem ou expõem outros ao
perigo de cometer esses pecados, etc.
A luxúria é
um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo.
Os pecados contra a
pureza ou pecados de luxúria, podem ser de dois tipos:
a) Luxúria
consumada (se se chega à efusão seminal):
Segundo a
natureza (se dela pode provir novo ser).
Contra a natureza
(por si mesma inapta para a geração).
b) Luxúria não
consumada (não se chega à efusão seminal):
Interna
(pensamentos, desejos, prazer em reviver o passado).
Externa
(olhares, toques, conversas, leituras, beijos; ato impudico em geral).
Os pecados de
luxúria segundo a natureza (união sexual fora do matrimônio) são:
Fornicação:
entre pessoas não casadas. É gravemente contrária à dignidade das
pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos
esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso,
é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.
Adultério:
sendo casado pelo menos um deles. O adultério é uma injustiça. Quem o
comete, falta com seus compromissos, fere o sinal da Aliança que é o
vínculo matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e prejudica a
instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta.
Compromete o bem da geração humana e dos filhos, que têm necessidade
da união estável dos pais.
Violação:
mediante violência.
Incesto:
com pessoas de família ou consanguíneos. O incesto corrompe as
relações familiares e indica como que uma regressão à animalidade.
Podemos ligar ao incesto os abusos sexuais perpetrados por adultos
contra crianças ou adolescentes confiados à sua guarda.
Sacrilégio:
com pessoa consagrada a
Deus.
Contra a natureza
são:
Masturbação:
ato solitário de efusão seminal.
Onanismo:
união sexual voluntariamente interrompida para vir a acabar em polução.
Sodomia:
relação carnal entre pessoas do
mesmo sexo.
Bestialidade:
luxúria praticada com animais.
SUA GRAVIDADE
O princípio
fundamental é que o prazer sexual procurado diretamente fora do
legítimo matrimônio é sempre pecado mortal, e não admite matéria leve.
Não admite matéria
leve (inclusive a luxúria não consumada interna, como p. ex., um mau
pensamento: cf. Mt 5, 28): quer dizer que, por insignificante que seja
o ato desordenado, é sempre matéria grave. Só pode dar-se pecado
venial por falta de suficiente advertência ou de pleno consentimento.
Os textos da Sagrada
Escritura que o demonstram são muito numerosos:
Ex, 20, 14:
“Não cometerás adultério”.
Mt 5, 8:
“Bem-aventurados os puros de coração porque
verão a Deus”.
1Cor 6, 9-10:
“Não vos iludais: nem os fornicadores, nem os
idólatras, nem os adúlteros, nem os sodomitas (...) possuirão o Reino
de Deus”.
Mt 5, 28:
“Todo aquele que olha para uma mulher
desejando-a, já adulterou com ela no seu coração”.
Outros textos: 1 Ts
4, 3; Rm 12, 1-2; 1Cor 5, 1; 6, 20; Ap 21, 8.
É muito clara a
razão pela qual não existe matéria leve nos pecados de impureza: o
poder de procriar é o mais sagrado dos dons físicos dados ao homem,
aquele que está mais diretamente ligado a Deus. Este caráter sagrado
faz com que a sua transgressão tenha maior malícia: Deus empenha-Se em
que o seu plano para a criação de novas vidas humanas não se degrade,
descendo a instrumento de prazer e excitação perversos. A única
ocasião em que um pecado contra a castidade pode ser pecado venial é
quando falta plena deliberação ou pleno consentimento.
Não é necessário
analisar a matéria do pecado, pois já dissemos que é sempre grave; ao
invés, o que pode, sim, variar é a advertência e o consentimento. Se
se comete um ato impuro enquanto se dorme, ou num estado de
semi-consciência, não pode haver pecado mortal, porque falta a plena
advertência. Se nos assalta um pensamento impuro contra o nosso
próprio desejo — e, portanto, lutamos para o arredar —, não pode haver
pecado mortal, por faltar o pleno consentimento. Pelo contrário, um
simples pensamento que, logo que advertido, se conserva
voluntariamente, é pecado mortal. Portanto, sempre que se incorra num
ato ou nos assalte um pensamento impuro, não temos senão de nos
interrogar: fi-lo com plena advertência? Sim, ou não. Houve perfeito
consentimento? Sim ou não. Se a resposta é, em ambos os aspectos,
positiva, houve pecado mortal. Se se lutou eficazmente para evitar a
tentação, não há falta grave.
SUAS CAUSAS
As causas do pecado
podem ser interiores e exteriores. Entre as causas interiores, estão:
1) A intemperança
no comer e no beber, e em geral a falta de mortificação; o
aburguesamento, que enfraquece a vontade.
2) A ociosidade, fonte e origem de muitos vícios.
3) O orgulho,
que nos leva a procurar egoisticamente as próprias satisfações.
4) A falta de
oração e de convivência com Deus.
Entre as causas
exteriores, podemos enumerar as seguintes: assistência a espetáculos —
cinema, televisão, teatro — obscenos ou que despertam a
concupiscência; más companhias; bailes impróprios; frequências de
certas praias ou piscinas; modas; familiaridades indevidas com pessoas
do outro sexo; etc.
Estas causas
exteriores recebem também o nome de ocasiões de pecado e, se levam
habitualmente a cometer uma falta, constituem por si mesmas pecado
grave. Devemos ter a coragem de fugir dessas ocasiões.
Há, portanto,
obrigação grave de evitar tudo aquilo que — em si mesmo ou por
fraqueza nossa — for diretamente provocativo: certos programas de TV,
filmes com cenas eróticas, etc. É necessário ter em conta que os
produtores dessas imagens procuram precisamente excitar, com elas, o
prazer do público, como meio de aumentar os lucros.
Em seguida
transcreveremos alguns parágrafos de um moralista contemporâneo, que
podem ser bons para orientar, no que diz respeito a este preceito, a
prática do namoro. Trata-se do tema dos beijos e abraços:
“a) Constituem pecado mortal, quando se
procura, com eles, excitar diretamente o deleite venéreo (...).
b)
Podem ser pecado mortal, com muita facilidade, os beijos apaixonados
entre namorados — ainda que se não procure obter o prazer desonesto —,
sobretudo se forem dados na boca e se prolongarem por algum tempo;
pois é quase impossível que não representem perigo próximo e
considerável de movimentos carnais em si mesmo ou na outra pessoa.
Pelo menos, constituem uma enorme falta de caridade para com a outra
pessoa, pelo grande perigo de pecar a que é exposta. É incrível que
estas coisas se possam fazer em nome do amor. A paixão cega-os a tal
ponto que os não deixa ver que esse ato de paixão sensual, longe de
constituir um ato de verdadeiro e autêntico amor — que consiste em
desejar ou fazer o bem àquele a quem se ama —, constitui na realidade
um ato de enorme egoísmo, visto que não se hesita em satisfazer a
sensualidade própria, mesmo à custa de causar ao outro grave dano
moral.
O mesmo
se diga dos toques, dos olhares, etc.
c) Um
beijo rápido, suave e carinhoso dado a outra pessoa em testemunho de
afeto, com boa intenção, sem escândalo para ninguém, sem perigo — ou
perigo muito remoto — de excitar a sensualidade própria ou alheia, não
pode ser proibido em nome da Moral cristã.
d) O
que acabamos de dizer pode aplicar-se, na devida proporção, aos
abraços e outras manifestações de afeto”
(A Royo Marín, Teologia Moral, pg. 458).
Assinalemos outras
interessantes considerações relativas ao namoro:
“Um dos
pontos fracos que reclamam a nossa atenção ao falar de castidade, o
costume — cada vez mais difundido — de rapazes e moças saírem em
grupo. Até nos primeiros anos do ensino secundário se formam pares que
saem habitualmente sozinhos, que trocam entre si presentes, estudam
juntos, divertem-se juntos. Esta camaradagem aos pares, quando
prolongada (sair frequentemente com a mesma pessoa do sexo oposto por
períodos de tempo consideráveis) é sempre um perigo para a pureza.
Para aqueles que estão em idade de casar, esse perigo justifica-se: é
necessário um tempo razoável de namoro, para encontrar o companheiro
mais idôneo para o matrimônio. Para os adolescentes, porém, que ainda
não estão dispostos a casar, essa constante companhia é pecado, porque
proporciona ocasiões injustificáveis de pecado, que alguns pais
tontos chegam a incentivar, pensando que essa relação é uma coisa
que até tem graça”
(Leo J. Trese, A Fé Explicada; Ed. Quadrante, São
Paulo).
SUAS
CONSEQÜÊNCIAS
Muitas são as
consequências de se não viver a virtude da pureza. Seguindo Santo
Tomás de Aquino, vamos enumerar algumas delas (cf. S. Th., II-II, q.
153, a. 5).
1) Inimizade com
Deus e, consequentemente, perigo sério para a salvação da alma.
Por isso observa Santo Afonso Maria de Ligório que
“a impureza é a porta mais larga para o
Inferno. De cem condenados adultos, noventa e nove caem nele por causa
deste vício, ou, pelo menos, com ele”
(Teologia
Moral, 1.3., n. 413).
“Bem manifestas são as obras da carne, as
quais são: fornicação, impureza, lascívia (...); contra as quais vos
previno, como já vos tenho dito, que aqueles que tais coisas fazem não
possuirão o Reino de Deus” (Gl 5, 19 s.).
2) Cega e
entorpece o entendimento para o espiritual, porque, como nota São
Paulo, “o homem animal não pode compreender
as coisas que são do Espírito de Deus”
(1 Cor 2, 14).
“A luxúria — assinala Santo Tomás
de Aquino — impede-nos de pensar no eterno;
torna pesada a piedade e leva ao fastio de Deus: quem não reprime os
prazeres carnais não cuida de adquirir os espirituais, antes sente
fastio por eles” (S. Th., II-II, q. 153, a. 5, c).
3) Produz um
tédio profundo pela vida, ao ver que os deleites — a que a vontade
se reduziu — acabam por defraudar e torturar.
4) Arrasta a toda
a espécie de pecados e desgraças, uma vez que o luxurioso tudo
sacrifica à paixão, chegando a ponto de arruinar a família e pôr em
perigo a estabilidade dos filhos.
5) Ocasiona
desgaste mental e físico, podendo acarretar graves e vergonhosas
doenças.
6) Produz falta
de caráter e de personalidade, intranquilidade e falta de alegria.
“Todos sabemos por experiência que podemos ser
castos, vivendo vigilantes, frequentando os Sacramentos e apagando as
primeiras chispas da paixão, sem deixar que a fogueira ganhe corpo. É
precisamente entre os castos que se contam os homens mais íntegros,
sob todos os aspectos. E entre os luxuriosos predominam os tímidos, os
egoístas, os falsos e os cruéis, que são tipos de pouca virilidade”
(São Josemaría Escrivá, Caminho, 124).
Em contraste com
esses, leva-nos a pureza a um amor a Deus cada vez mais profundo; ela
nos fortalece o caráter e faz crescer o vigor, a paz interior e a
alegria sobrenatural.
ALGO MAIS SOBRE O
NONO MANDAMENTO
O nono Mandamento
preceitua que se viva a pureza no íntimo do coração, e proíbe qualquer
pecado interior contra esta virtude: pensamentos e desejos impuros. O
enunciado do Decálogo (cf. Ex, 20, 17) prescreve-o na fórmula:
“Não desejarás a mulher do teu próximo”.
A pureza interior
que com este preceito nos é exigida vai para além do meramente sexual,
pois também prescreve a ordem dos afetos do coração; pode-se faltar a
este mandamento se não se tem cuidado de evitar apego a coisas ou
pessoas — o enamorar-se — que não sejam conformes à reta razão.
É importante
considerar que o amor verdadeiro vem com sacrifício e entrega, depois
de muito tempo de prova; e é o que procura o bem da pessoa amada. O
amor súbito — os namoros juvenis — são, regra geral, apenas amores
egoístas: é verdade que se gosta muito de uma pessoa, mas só por causa
dos benefícios — reais ou imaginários — que se pensa vir a obter dela:
presença agradável, compreensão, sentir-se amado, companhia e conforto
nas dificuldades, etc.
É necessária, pois,
uma educação da afetividade, que leve a uma verdadeira maturidade dos
afetos, e que se baseia em:
1) Pôr acima de
tudo o amor de Deus e das coisas que a Ele se referem.
2) Exercício de
humildade, procurando, não o que agrada à vaidade, mas sim, o que se
faz proveitoso para o serviço dos outros, a começar pela nossa
família.
3) Procurar o
auxílio da direção espiritual, usando de grande sinceridade quanto a
afetos desordenados.
Em seguida,
referimos as idéias que um moralista contemporâneo expõe acerca da
maneira de concretizar o nono Mandamento:
“Não te enamorarás de quem não deves”.
“Não te enamorarás de tal modo e com tal
ausência de autodomínio, que o amor te leve a ofender a Deus, por te
obcecar e te impedir de reagir como cristão (ou cristã)”.
“Não te enamorarás de nenhum homem (de nenhuma
mulher) se o Senhor te pediu o coração inteiro”.
“Não te
enamorarás de quem é ainda jovem ou tem mais beleza, se quem Deus pôs
a teu lado no casamento deixou já para trás a louçania da mocidade, ou
perdeu o vigor”.
“Não te
enamorarás só da aparência, porque o homem (ou mulher) não é só corpo”.
“Não te enamorarás do protagonista do último
filme que viste, do último romance que leste, da última série
radiofônica que escutaste”.
“Não te enamorarás da primeira pessoa que te
trate com educação, compreensão e delicadeza”.
“Não namorarás os maridos das tuas amigas (não
serás um perfeito galã com as amigas da tua mulher, e um ouriço com a
tua mulher)”.
“Provarás a qualidade do teu amor com a
pedra-de-toque do sacrifício; não esquecerás de que o amor consiste em
dar, não em receber”.
“Finalmente, terás sempre presente que o bom
carinho alarga o coração, aproxima de Deus, abrange toda a gente; se o
carinho não for assim, é mau” (J.L. Soria, El noveno
mandamiento; Ed. Palavra, Folletos Mundo Cristiano, 111).
ALGUMAS QUESTÕES
CONCRETAS
Entre os documentos
mais recentes do Magistério da Igreja acerca da pessoa humana e a
sexualidade, destaca-se a Declaração “Persona Humana”, da
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sobre alguns aspectos da
Ética Sexual, de 29 de Dezembro de 1975.
Nela, não se quis
tratar de modo integral o largo tema da ética sexual, mas foram
recordados os princípios fundamentais, e falou-se de algumas questões
hoje mais discutidas. Seguidamente trataremos de algumas.
RELAÇÕES
PRÉ-MATRIMONIAIS
Um princípio basilar
da Ética é que o uso da função sexual só no matrimônio legítimo obtém
o seu verdadeiro sentido e a sua retidão moral. Basta isto para tornar
clara a imoralidade das relações sexuais fora do casamento. Ou seja,
são sempre pecado mortal, inescusável em qualquer circunstância.
Apesar disto, não
faltam atualmente os que pensam que é diferente o caso das relações
sexuais entre aqueles que tencionam seriamente vir unir-se para a vida
inteira em matrimônio.
As razões que se dão
para justificar esse comportamento podem ser diversas: obstáculos
insuperáveis para o casamento, a longo ou curto prazo; necessidade de
conservar o amor; desejo de melhor conhecimento mútuo, também no
aspecto físico, etc.
A Igreja faz-nos ver
que esta opinião se opõe à doutrina cristã que mantém dentro do quadro
do matrimônio todo o ato genital humano.
“A união carnal só pode ser legítima quando se
estabeleceu uma definitiva comunidade de vida entre um homem e uma
mulher (...) As relações sexuais pré-matrimoniais excluem, as mais das
vezes, a prole, e o que se apresenta como amor conjugal não poderá
desenvolver-se, como indefectivelmente deveria, num amor materno e
paterno, ou, se eventualmente se desenvolve, será em prejuízo dos
filhos, que se verão privados da convivência estável na qual haviam de
poder realizar-se como convém e encontrar o caminho e os meios
necessários para se integrarem na sociedade”
(cf. n.
7 da cit. Declaração da Santa Sé.).
Por outro lado, são
múltiplas e de simples bom senso as razões de ordem humana que
desaconselham proceder desse modo. Pense-se, por exemplo, na alta
percentagem de mães solteiras nos países subdesenvolvidos, nos abortos
provocados que se seguem a este tipo de relações, na dificuldade da
mulher para conseguir um bom casamento, uma vez perdida a sua
integridade, etc.
HOMOSSEXUALIDADE
Também neste ponto a
Declaração registra alguns dos argumentos mais ou menos difundidos,
que, amparando-se em observações, sobretudo psicológicas, tentam
escusar as relações entre pessoas do mesmo sexo.
Distingue o citado
documento entre a homossexualidade proveniente de uma falsa educação,
da falta de uma evolução sexual, de um hábito contraído, de maus
exemplos, etc. — que é homossexualidade transitória e não incurável, —
e a homossexualidade tida por uma espécie de instinto inato ou
constituição patológica, geralmente considerada incurável.
A Declaração
refere-se quase exclusivamente a estes casos de homossexualidade
inata, geralmente muito raros; e, negando a sua justificação moral,
rejeita, com melhoria de razão, a homossexualidade adquirida.
“Está
fora de dúvida que essas pessoas homossexuais devem ser acolhidas na
ação pastoral com compreensão e devem ser apoiadas, na esperança de
ultrapassarem as dificuldades pessoais e a inadaptação social. Também
se deve julgar com prudência a sua culpabilidade. Não se pode, porém,
usar qualquer método pastoral que reconheça justificação moral a esses
atos, por considerá-los conforme com a condição dessas pessoas.
Segundo a ordem moral objetiva, as relações homossexuais são atos que
carecem de regra essencial e indispensável” (8).
Pelo que vimos,
estes tipos de relações são sempre pecado grave.
Apesar da clareza
destes ensinamentos, têm, nos últimos anos, aumentado as tentativas de
justificação da homossexualidade. Por esta razão, a Sagrada
Congregação para a Doutrina da Fé julgou conveniente enviar aos Bispos
— com data de l-10-1986 — uma Carta sobre os Cuidados Pastorais para
com as Pessoas Homossexuais, recordando a doutrina da Declaração de
1975.
Entre outros
aspectos, manifesta-se, nessa Carta, a preocupação em ajudar
espiritualmente essas pessoas, recordando no, entanto, que aqueles que
têm um comportamento homossexual agem de modo imoral, pelo que os seus
atos não podem ser legitimados: “O seu
esforço, iluminado e apoiado pela graça de Deus, lhes permitirá evitar
a atividade homossexual (...). As pessoas homossexuais são chamadas,
como todos os cristãos, a viver a castidade”
(11).
Por outro lado, a
idéia de inevitabilidade de condição homossexual surge nos nossos dias
como carecida de fundamento. Vão aparecendo, pelo contrário, novas e
interessantes perspectivas acerca da possibilidade de completa cura.
Além do mais, no caso dos católicos, o recurso aos Sacramentos,
especialmente a Confissão, oferece ajuda especial (cf., p. ex., o
livro de Gerard J. M. van der Aarweg, que é um dos mais qualificados
peritos na matéria, a nível científico: On the origins and treatment
of homosexuality: a psichoanalytic reinterpretation; Nova York, 1986).
MASTURBAÇÃO
Por masturbação
se deve entender a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de
conseguir um prazer venéreo.
É hoje frequente pôr
em dúvida ou negar explicitamente a doutrina de sempre do Magistério
da Igreja, que considera a masturbação como grave desordem moral.
Apoiando-se na
Psicologia ou na Sociologia, há quem procure demonstrar que se trata
de fenômeno normal da evolução sexual, sobretudo na juventude, e que,
portanto, não se pode dar falta real e grave senão na medida em que
deliberadamente se procura o prazer.
Ainda que, em muitos
casos, se apresente o apoio das estatísticas, não se pode esquecer que
os inquéritos sociológicos não fazem mais que registrar fatos, e os
fatos não podem constituir critério para julgar da moralidade dos atos
humanos, pois esse critério está apenas na Lei moral objetiva.
O ensino da Igreja é
claro:
“Apesar de certos argumentos de ordem
biológica ou filosófica, de que por vezes se têm servido os teólogos,
tanto o Magistério da Igreja, de acordo com a tradição constante, como
o senso moral dos fiéis, têm afirmado sem dúvida alguma que a
masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado. A razão
principal é que o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações
conjugais normais contradiz essencialmente a sua finalidade, seja qual
for o motivo que o determine”
(Declaração da Sagrada Congregação, 9).
CONTRACEPÇÃO
Por ser um pecado
que atenta ao mesmo tempo contra o sexto e o quinto mandamentos —
opõe-se ao fim natural do matrimônio e atenta contra a transmissão da
vida.
A EDUCAÇÃO SEXUAL
NECESSIDADE
DE FACULTAR A EDUCAÇÃO SEXUAL
O materialismo
prático da sociedade moderna defende uma espécie de culto do sexo, que
incita os jovens a “realizar-se” dando rédea solta ao instinto
sexual, em manifestações individuais ou com outrem, e reduzindo a
sexualidade, que é doação, abertura à vida — à esfera do prazer
egoísta.
Esta degradação
radical do sagrado — pois a sexualidade participa do poder criador de
Deus — tem sido tema constante do ensino do Papa João Paulo II, que
afirma que a cultura moderna “banaliza em
grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e a vive de
maneira limitada e empobrecida, relacionando-a unicamente ao corpo e
prazer egoísta” (Exort. Apost. Familiaris consortio, 37).
Tal modo de entender
o sexo é frequentemente difundido pelos meios de comunicação, pela
escola, por intelectuais, etc., os quais usam uma linguagem unicamente
destinada a estimular o instinto, inventando manifestações sexuais
desarticuladas do sentimento e do espírito, do dom de si mesmo, da
abertura aos outros, à vida e a Deus.
Por isso é
necessário opor a essa ação — verdadeiramente deformadora e corruptora
do homem na sua totalidade — uma verdadeira educação centrada no
conceito cristão da sexualidade.
Pe. Divino Antônio
Lopes
Anápolis, 27 de
fevereiro de 2008
Bibliografia
Escritura Sagrada
Mnr Cauly, Curso de
Instrução Religiosa – O Catecismo Explicado
Catecismo da Igreja
Católica
Ricardo Sada e
Alfonso Monroy, Curso de Teologia Moral
Adolfo Tanquerey,
Compêndio de Teologia Ascética e Mística
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