O SEXTO E NONO MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS

(Dt 5, 18.21)

 

18 Não cometerás adultério... 21 Não cobiçarás a mulher do teu próximo”.

 

Fórmula catequética

 

Não pecar contra a castidade... Não desejar a mulher do próximo.
 

 

SEXTO E NONO MANDAMENTOS: Não cometerás adultério... Não desejarás a mulher do teu próximo.

 

“Não cometerás adultério” (Ex 20,14).

“Não cobiçarás a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo” (Ex 20, 17).

 

“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5, 27-28).

 

O PLANO DE DEUS

 

Para o Cristianismo, a diferença de sexos está incluída no plano de Deus desde o próprio momento da criação do Homem: “E Deus criou o Homem à sua imagem (...) e criou-os varão e mulher” (Gn l, 26-28).

Já desde o primeiro momento, Deus deu aos nossos primeiros pais o preceito de povoar a Terra: “Sede fecundos e multiplicai-vos, e enchei a Terra” (Idem.).

 

Há, pois, entre os sexos, mútua correlação, o sentido de uma tarefa e de uma responsabilidade para a transmissão da vida no pleno cumprimento do amor.

O fim da sexualidade, por expressa vontade divina, surge como a superação da simples esfera individual, pois tende à programação da espécie, a comunicar o grande dom da vida. Daqui que, no sentido cristão, a sexualidade se entenda como doação — ao cônjuge e à vida nova —, a qual transcende os planos biológico e psicológico, tocando no mais íntimo núcleo a pessoa humana (cf. Exort. Apost. Familiaris consortio, n. 11).

Para facilitar o cumprimento desta obrigação, Deus associa um prazer ao ato gerativo. De outra maneira poderia ter ficado em perigo a propagação da espécie humana sobre a Terra.

 

O Pecado Original, com as feridas profundas que produziu na natureza humana, altera a ordem natural: esse apetite ou prazer desordena-se e a razão não domina completamente a retidão das paixões.

 

Deus deixou dois Mandamentos a fim de nos ajudar a orientar o instinto sexual: o sexto — “guardar castidade nas palavras e nas obras” —, expressão que engloba todos os pecados externos nesta matéria; e o nono — “guardar castidade nos pensamentos e nos desejos” —, que abrange qualquer pecado interno de impureza.

 

Em virtude do preceito divino e em razão do fim próprio das coisas, o uso natural da sexualidade está exclusivamente reservado ao matrimônio: “Não lestes que, no princípio, o Criador os fez varão e mulher? E disse: por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. De maneira que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19, 4-6). Portanto, fazer uso desse poder gerativo fora dos canais por Deus marcados — o matrimônio — é um pecado contra algum destes mandamentos.


 

A VIRTUDE DA SANTA PUREZA

 

Deus deu aos nossos primeiros pais, e neles aos outros homens, o preceito de se multiplicarem e povoarem a Terra. Conforme vimos, para facilitar o cumprimento desta obrigação, associou um prazer ao ato gerativo.

 

Pelo que fica dito, buscar o prazer por si mesmo, esquecendo o papel providencial que Deus confia ao homem, ou procurá-lo fora das condições estabelecidas por Ele, é ir contra o plano divino, é ofender a Deus; é pecado grave.

 

A pureza é, precisamente, a virtude que nos faz respeitar a ordem estabelecida por Deus no uso do prazer que acompanha a propagação da vida. Ou, se se prefere uma definição formal, é a virtude moral que regula retamente qualquer expressão voluntária de prazer sexual dentro do matrimônio, e a exclui totalmente fora do estado matrimonial.

 

Bom é que nos demoremos a refletir sobre esta última definição, pois, com a reta compreensão dos conceitos que encerra, se solucionam e explicam todas as questões que acerca do tema se podem apresentar.

 

RAZÕES PARA VIVER A PUREZA

 

Muitas são as razões que se podem dar para que todo o homem viva a castidade:

 

A)   Razões naturais:

 

a) O prazer venéreo é só um estímulo e aliciante para o ato da geração, uma vez que este é indispensável para a propagação do gênero humano e de outro modo seria difícil a conservação da espécie.

b) É, portanto, um prazer cuja única e exclusiva razão de ser é o bem da espécie, não do indivíduo, e utilizá-lo em proveito próprio é subverter a ordem natural das coisas.

c) Vale a pena esclarecer que, por este motivo, o matrimônio não é obrigação de todo e qualquer indivíduo, mas sim, necessidade da espécie humana considerada no seu conjunto.

 

B)   Razões da Revelação:  

 

Essa lei natural foi vezes sem conta positivamente prescrita por Deus: Ex 20, 14; Pr 6, 32; Mt 5, 28; 19, 10 e s.; Cl 3, 5; Gl 5, 19; 1 Ts 4, 3-4; Ef 5, 5; 1 Cor 6, 9-10; Hb 13, 4; etc.

 

C)    Razões sobrenaturais:

 

Tendo sido elevado à dignidade de filhos de Deus, o homem participa no corpo e na alma — dos bens divinos.

 

Graças ao Batismo, o nosso corpo é “templo do Espírito Santo, que está em nós e que recebemos de Deus” (1 Cor 6, 19). Como templo de Deus, deve servir para prestar culto, não à carne, mas a Ele. Foi enxertado no Corpo Místico de Cristo e destinado a ressuscitar com Ele. Por isso, os pecados contra a castidade não são só pecados contra o nosso corpo, mas também contra “os membros de Cristo”, e têm caráter de horrível profanação. “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Hei de fazer dos membros de Cristo, membros de uma meretriz? Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?” (1 Cor 6, 19-20).

 

VIRTUDE POSITIVA

 

É importante considerar que a pureza é eminentemente positiva: não significa um acumular de negações (“não vejas”, “não penses”, “não faças”...), mas sim, uma verdadeira afirmação do Amor, o que se entende em duas ordens:

 

a) No plano natural, significa a afirmação do homem que sabe que o seu espírito deve dominar as potências inferiores; entende que a sua natureza é muito superior à do simples animal, e que os seus instintos se devem submeter à reta ordem das leis divinas.

b) No plano sobrenatural, é a afirmação do homem que se sabe chamado a participar do próprio amor de Deus, e que o seu coração não se saciará senão com a posse desse Bem infinito. Se nesse esforço põe as suas melhores energias, a pureza há de tornar-se-lhe facilmente praticável; de outra maneira, permitindo que o amor próprio e as satisfações egoístas invadam os recessos do seu coração, achará que este se não satisfaz, e nele despertará um desejo cada vez maior dos bens finitos, dentro dos quais — com particular força — hão de vir os relativos ao prazer sexual.

Por isso é que o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas tem como primeiro e fundamental apoio a prática da pureza.

 

UNIVERSALIDADE E EXCELÊNCIA DA VIRTUDE

 

A pureza deve ser vivida por todos os homens, qualquer que seja o seu estado:

a) No matrimônio, mediante a ordenação da atividade sexual às normas morais, regidas pelo amor a Deus, ao cônjuge e aos filhos.

b) Naqueles que, por amor de Deus e das almas, renunciaram ao matrimônio — castitas virginalis —, descobrindo, nessa renúncia ao amor humano, a formosura e espiritualidade intrínsecas da pureza vivida em vista desses ideais superiores.

c) Nos restantes casos se encontram: a castidade pré-matrimonial — castitas juvenilis —, em que se destaca a integridade do seu próprio corpo, com seu cortejo de virtudes, e a castidade pós-matrimonial, do cônjuge sobrevivo e não casado de novo — castitas vidualis —, em que se destaca a fidelidade ao antigo amor.

Nosso Senhor Jesus Cristo confirmou e aperfeiçoou a obrigação da castidade externa e interna, no Sermão da Montanha (Mt 5, 28); elevou a sacramento a instituição do matrimônio (Mt 5, 31 s.); e declarou a virgindade superior ao estado matrimonial (Mt 19, 10-12).

 

A Igreja definiu como verdade de fé que a virgindade é superior ao matrimônio, Concílio de Trento (cf. Dz. 990). Permanecendo no celibato, o homem pode entregar a Deus um coração indiviso, segundo o modelo do seu Filho, Jesus Cristo, que ao Pai entregou o amor exclusivo e total do seu coração. É então que o homem conquista o supremo cume, o vértice do testemunho cristão: “Tornando livre de um modo singular o coração humano (...) a virgindade testemunha que o Reino de Deus e a sua justiça são aquela pérola que devemos preferir a qualquer outro valor” (João Paulo II, Exort. Apost. Familiaris consortio, n. 16).

 

MEIOS PARA A CONSERVAR

 

Para conseguir esse domínio que Deus nos pede sobre as tendências desordenadas, é preciso utilizar os meios adequados: uns, que são os mais importantes, sobrenaturais; outros, naturais.

 

A)    Os meios sobrenaturais são:

1) Confissão e comunhão frequentes: purificam a alma e fortalecem-na contra as tentações, infundindo ou aumentando a graça santificante.

 

A confissão frequente é ocasião para vencer a soberba, além de que dá as graças sacramentais que nos ajudam na luta.

O contato do nosso corpo com o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor é magnífica ajuda para aplacar a concupiscência.

2) Oração frequente: sem o auxílio divino, o homem não pode, por suas próprias forças, resistir aos assaltos do Demônio; “desde que compreendi — dizia o sábio Salomão — que não poderia ser casto se Deus mo não concedesse, recorri e supliquei a Ele, pedindo do fundo do meu coração” (Sb 8, 21).

 

Cristo Senhor Nosso, falando do demônio da impureza, diz: “esta casta de demônios só pode ser expulsa pela oração e pelo jejum” (Mt 17, 21); e, noutro passo do Evangelho, lemos: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” (Mt 26, 41).

Queremos também recordar aquele ponto do Caminho: “Deus concede a santa pureza aos que a pedem com humildade” (São Josemaría Escrivá, 118); ou aquele outro: “Domine’ — Senhor! —, ‘si vis, potes me mundare’ — se quiseres, podes-me curar. — Que bela oração para que a digas muitas vezes, com a fé do pobre leproso, quando te acontecer o que Deus e tu e eu sabemos! — Não tardarás a sentir a resposta do Mestre: ‘Volo, mundare!’ — Quero: sê limpo!” (Idem. 142).

 

3) Devoção à Santíssima Virgem, que é nossa Mãe e modelo imaculado desta virtude. A Ela, Mater pulchrae dilectionis — Mãe do amor formoso —, havemos de recorrer, cheios de confiança.

 

“Ama a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta quotidiana. — E de nada servirão ao Maligno essas coisas perversas, que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo pôs em teu coração. — 'Serviam!' — Servirei!” (São Josemaría Escrivá, Caminho, 493).

 

4) Mortificação, com a qual procuramos acompanhar os pedidos que fazemos a Deus.

 

Mortificação corporal e dos sentidos: “Ao corpo, tem de se dar um pouco menos que o devido. Se não, atraiçoa” (São Josemaría Escrivá, Caminho, 196). “Diz ao teu corpo: prefiro ter um escravo, a sê-lo teu” (Idem. 214).

 

B)  Os meios naturais que ajudam a viver a pureza são:

 

1) Guarda da vista, pois os pensamentos nutrem-se do que vemos; os olhos são as janelas da alma. É obrigatório não deter o olhar em coisas que possam despertar a sensualidade — pornografia, cenas ou objetos eróticos, etc. — porque são ocasião próxima voluntária de pecado mortal.

Aquele a quem uma imagem não diretamente obscena — p. ex., contemplar uma jovem que passa na rua — produz excitação, tem também o dever de guardar a vista, pois, nesse caso, é igualmente ocasião de pecado.

Há olhares gravemente culpados, que ofendem não somente o pudor, mas até a castidade em si mesma e que, por conseguinte, é forçoso evitar. Outros há que são perigosos, por exemplo, fixar a vista sem razão em pessoas ou objetos que naturalmente hão de suscitar tentações.

É por isso que o cristão sincero, que quer salvar a sua alma, custe o que custar, vai mais longe; para estar seguro de não sucumbir à sensualidade, mortificar a curiosidade dos olhos, evitando, por exemplo, olhar pela janela, para ver quem passa, conservando os olhos modestamente baixos, sem afetação, nas viagens ou passeios. Pelo contrário, compraz-se em os descansar sobre algum objeto, imagem piedosa, campanário, cruz, estátua, para se excitar ao amor de Deus e dos Santos.

2)    Sobriedade na comida e na bebida: “A gula é a vanguarda da impureza” (São Josemaría Escrivá, Caminho, 126).

          


 

3) Cultivar o pudor: é o que podemos definir como a aplicação da virtude da prudência às coisas que se referem à intimidade, ou, por outras palavras, a prudência da castidade. É o hábito que “adverte do perigo iminente, impede que nos exponhamos a ele e impõe a fuga em certas ocasiões. O pudor não gosta de palavras grosseiras e ordinárias e detesta toda e qualquer conduta imodesta, ainda a mais leve; evita com todo o cuidado a familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo, porque enche completamente a alma de um profundo respeito para com o corpo, membro de Cristo e templo do Espírito Santo” (Pio XII, Enc. Sacra Virginitas, 28).

A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.

O pudor protege o mistério das pessoas e de seu amor. Convida à paciência e à moderação na relação amorosa; pede que sejam cumpridas as condições da doação e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si. O pudor é modéstia. Inspira o modo de vestir. Mantém o silêncio ou certa reserva quando se entrevê o risco de uma curiosidade malsã. Torna-se discrição.

4) Evitar a ociosidade, com razão, chamada a mãe de todos os vícios; deve haver sempre algo com que ocupar o espírito ou exercitar o corpo.

5) Fugir das ocasiões: “Não tenhas a covardia de ser valente: foge!” (São Josemaría Escrivá, Caminho, 132).

6) Direção espiritual cheia de sinceridade; é sempre necessária a ajuda de um prudente diretor espiritual, mas, mais ainda, nas épocas de especial dificuldade.

7)   Esporte, que fomenta virtudes esplêndidas para resistir ao capricho.

8)    Modéstia no vestir, na higiene diária, etc.

 


 

A LUTA CONTRA A TENTAÇÃO

 

 

Os pensamentos involuntários contra a pureza não são pecado em si mesmos, mas sim, tentações ou incentivos ao pecado. Vêm das nossas más inclinações, da sugestão do Demônio, que procura a toda a custa afastar-nos de Deus ou do ambiente que nos rodeia, frequentemente incentivo à concupiscência.

 

Não devemos surpreender-nos por sofrermos tentações; devemos, sim, ser fortes, para as repelirmos prontamente. Se resistimos à tentação, crescemos no amor a Deus e na virtude da fortaleza. Se não lutamos por afastar esses pensamentos — recorrendo a Deus, pensando noutras coisas, etc. —, mas ao contrário nos detemos neles, constituem pecado mortal.

É preciso se opor às tentações com pensamentos sérios, lembrando da morte, do juízo e do inferno, rememorar a presença de Deus que nos vê e refletir nas consequências do pecado.

Sabemos, aliás, que a força para vencer as tentações nos vem de Deus, que nos dá sempre a sua graça.

 

Quando estamos em dúvida sobre uma coisa ser ou não ser pecado de impureza, devemos perguntar às pessoas competentes.

 

PECADOS CONTRA A PUREZA

 

O pecado de impureza destrói no homem os tesouros que Deus nele depositou, não só porque O ofendemos e perdemos a sua amizade, mas também porque prejudica especialmente virtudes excelentes.

 

O homem impuro é uma pessoa triste, porque está escravizado ao pecado; não é generoso, porque só pensa em si mesmo e no prazer; enfraquece a Fé, porque o coração se lhe vai cegando...

 

DIVISÃO DA LUXÚRIA

 

Pecam contra a pureza aqueles que — consigo mesmo ou com outrem — cometem ações impuras; consentem pensamentos desonestos ou desejos impuros; mantêm conversas obscenas, voluntariamente se expõem ou expõem outros ao perigo de cometer esses pecados, etc.

 A luxúria é um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo.

Os pecados contra a pureza ou pecados de luxúria, podem ser de dois tipos:

 

a) Luxúria consumada (se se chega à efusão seminal):

                                                                                                       

Segundo a natureza (se dela pode provir novo ser).

Contra a natureza (por si mesma inapta para a geração).

                                                                                                       

b)  Luxúria não consumada (não se chega à efusão seminal):

 

Interna (pensamentos, desejos, prazer em reviver o passado).

Externa (olhares, toques, conversas, leituras, beijos; ato impudico em geral).

 

Os pecados de luxúria segundo a natureza (união sexual fora do matrimônio) são:

 

Fornicação: entre pessoas não casadas. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.

Adultério: sendo casado pelo menos um deles. O adultério é uma injustiça. Quem o comete, falta com seus compromissos, fere o sinal da Aliança que é o vínculo matrimonial, lesa o direito do outro cônjuge e prejudica a instituição do casamento, violando o contrato que o fundamenta. Compromete o bem da geração humana e dos filhos, que têm necessidade da união estável dos pais.

Violação: mediante violência.

Incesto: com pessoas de família ou consanguíneos. O incesto corrompe as relações familiares e indica como que uma regressão à animalidade. Podemos ligar ao incesto os abusos sexuais perpetrados por adultos contra crianças ou adolescentes confiados à sua guarda.       

Sacrilégio: com pessoa consagrada a Deus. 

 

Contra a natureza são:

                                                                                                       

Masturbação: ato solitário de efusão seminal.

Onanismo: união sexual voluntariamente interrompida para vir a acabar em polução.

Sodomia: relação carnal entre pessoas do mesmo sexo.

Bestialidade: luxúria praticada com animais.

 

SUA GRAVIDADE

 

O princípio fundamental é que o prazer sexual procurado diretamente fora do legítimo matrimônio é sempre pecado mortal, e não admite matéria leve.

Não admite matéria leve (inclusive a luxúria não consumada interna, como p. ex., um mau pensamento: cf. Mt 5, 28): quer dizer que, por insignificante que seja o ato desordenado, é sempre matéria grave. Só pode dar-se pecado venial por falta de suficiente advertência ou de pleno consentimento.

Os textos da Sagrada Escritura que o demonstram são muito numerosos:

Ex, 20, 14: “Não cometerás adultério”.

Mt 5, 8: “Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.

1Cor 6, 9-10: “Não vos iludais: nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os sodomitas (...) possuirão o Reino de Deus”.

Mt 5, 28: “Todo aquele que olha para uma mulher desejando-a, já adulterou com ela no seu coração”.

Outros textos: 1 Ts 4, 3; Rm 12, 1-2; 1Cor 5, 1; 6, 20; Ap 21, 8.

 

É muito clara a razão pela qual não existe matéria leve nos pecados de impureza: o poder de procriar é o mais sagrado dos dons físicos dados ao homem, aquele que está mais diretamente ligado a Deus. Este caráter sagrado faz com que a sua transgressão tenha maior malícia: Deus empenha-Se em que o seu plano para a criação de novas vidas humanas não se degrade, descendo a instrumento de prazer e excitação perversos. A única ocasião em que um pecado contra a castidade pode ser pecado venial é quando falta plena deliberação ou pleno consentimento.

 

Não é necessário analisar a matéria do pecado, pois já dissemos que é sempre grave; ao invés, o que pode, sim, variar é a advertência e o consentimento. Se se comete um ato impuro enquanto se dorme, ou num estado de semi-consciência, não pode haver pecado mortal, porque falta a plena advertência. Se nos assalta um pensamento impuro contra o nosso próprio desejo — e, portanto, lutamos para o arredar —, não pode haver pecado mortal, por faltar o pleno consentimento. Pelo contrário, um simples pensamento que, logo que advertido, se conserva voluntariamente, é pecado mortal. Portanto, sempre que se incorra num ato ou nos assalte um pensamento impuro, não temos senão de nos interrogar: fi-lo com plena advertência? Sim, ou não. Houve perfeito consentimento? Sim ou não. Se a resposta é, em ambos os aspectos, positiva, houve pecado mortal. Se se lutou eficazmente para evitar a tentação, não há falta grave.

 

SUAS CAUSAS

 

As causas do pecado podem ser interiores e exteriores. Entre as causas interiores, estão:

1) A intemperança no comer e no beber, e em geral a falta de mortificação; o aburguesamento, que enfraquece a vontade.

2) A ociosidade, fonte e origem de muitos vícios.

3) O orgulho, que nos leva a procurar egoisticamente as próprias satisfações.    

4)    A falta de oração e de convivência com Deus.

 

Entre as causas exteriores, podemos enumerar as seguintes: assistência a espetáculos — cinema, televisão, teatro — obscenos ou que despertam a concupiscência; más companhias; bailes impróprios; frequências de certas praias ou piscinas; modas; familiaridades indevidas com pessoas do outro sexo; etc.

 

Estas causas exteriores recebem também o nome de ocasiões de pecado e, se levam habitualmente a cometer uma falta, constituem por si mesmas pecado grave. Devemos ter a coragem de fugir dessas ocasiões.

 

Há, portanto, obrigação grave de evitar tudo aquilo que — em si mesmo ou por fraqueza nossa — for diretamente provocativo: certos programas de TV, filmes com cenas eróticas, etc. É necessário ter em conta que os produtores dessas imagens procuram precisamente excitar, com elas, o prazer do público, como meio de aumentar os lucros.

Em seguida transcreveremos alguns parágrafos de um moralista contemporâneo, que podem ser bons para orientar, no que diz respeito a este preceito, a prática do namoro. Trata-se do tema dos beijos e abraços:

 

“a) Constituem pecado mortal, quando se procura, com eles, excitar diretamente o deleite venéreo (...).

b) Podem ser pecado mortal, com muita facilidade, os beijos apaixonados entre namorados — ainda que se não procure obter o prazer desonesto —, sobretudo se forem dados na boca e se prolongarem por algum tempo; pois é quase impossível que não representem perigo próximo e considerável de movimentos carnais em si mesmo ou na outra pessoa. Pelo menos, constituem uma enorme falta de caridade para com a outra pessoa, pelo grande perigo de pecar a que é exposta. É incrível que estas coisas se possam fazer em nome do amor. A paixão cega-os a tal ponto que os não deixa ver  que esse ato de paixão sensual, longe de constituir um ato de verdadeiro e autêntico amor — que consiste em desejar ou fazer o bem àquele a quem se ama —, constitui na realidade um ato de enorme egoísmo, visto que não se hesita em satisfazer a sensualidade própria, mesmo à custa de causar ao outro grave dano moral.

O mesmo se diga dos toques, dos olhares, etc.

c) Um beijo rápido, suave e carinhoso dado a outra pessoa em testemunho de afeto, com boa intenção, sem escândalo para ninguém, sem perigo — ou perigo muito remoto — de excitar a sensualidade própria ou alheia, não pode ser proibido em nome da Moral cristã.

d) O que acabamos de dizer pode aplicar-se, na devida proporção, aos abraços e outras manifestações de afeto” (A Royo Marín, Teologia Moral, pg. 458).

 

Assinalemos outras interessantes considerações relativas ao namoro:

“Um dos pontos fracos que reclamam a nossa atenção ao falar de castidade, o costume — cada vez mais difundido — de rapazes e moças saírem em grupo. Até nos primeiros anos do ensino secundário se formam pares que saem habitualmente sozinhos, que trocam entre si presentes, estudam juntos, divertem-se juntos. Esta camaradagem aos pares, quando prolongada (sair frequentemente com a mesma pessoa do sexo oposto por períodos de tempo consideráveis) é sempre um perigo para a pureza. Para aqueles que estão em idade de casar, esse perigo justifica-se: é necessário um tempo razoável de namoro, para encontrar o companheiro mais idôneo para o matrimônio. Para os adolescentes, porém, que ainda não estão dispostos a casar, essa constante companhia é pecado, porque proporciona ocasiões injustificáveis de pecado, que alguns pais tontos chegam a incentivar, pensando que essa relação é uma coisa que até tem graça” (Leo J. Trese, A Fé Explicada; Ed. Quadrante, São Paulo).

 

SUAS CONSEQÜÊNCIAS

 

Muitas são as consequências de se não viver a virtude da pureza. Seguindo Santo Tomás de Aquino, vamos enumerar algumas delas (cf. S. Th., II-II, q. 153, a. 5).

1) Inimizade com Deus e, consequentemente, perigo sério para a salvação da alma. Por isso observa Santo Afonso Maria de Ligório que “a impureza é a porta mais larga para o Inferno. De cem condenados adultos, noventa e nove caem nele por causa deste vício, ou, pelo menos, com ele” (Teologia Moral, 1.3., n. 413).

 

“Bem manifestas são as obras da carne, as quais são: fornicação, impureza, lascívia (...); contra as quais vos previno, como já vos tenho dito, que aqueles que tais coisas fazem não possuirão o Reino de Deus” (Gl 5, 19 s.).

 

2) Cega e entorpece o entendimento para o espiritual, porque, como nota São Paulo, “o homem animal não pode compreender as coisas que são do Espírito de Deus” (1 Cor 2, 14).

 

“A luxúria — assinala Santo Tomás de Aquino — impede-nos de pensar no eterno; torna pesada a piedade e leva ao fastio de Deus: quem não reprime os prazeres carnais não cuida de adquirir os espirituais, antes sente fastio por eles” (S. Th., II-II, q. 153, a. 5, c).

 

3) Produz um tédio profundo pela vida, ao ver que os deleites — a que a vontade se reduziu — acabam por defraudar e torturar.

4) Arrasta a toda a espécie de pecados e desgraças, uma vez que o luxurioso tudo sacrifica à paixão, chegando a ponto de arruinar a família e pôr em perigo a estabilidade dos filhos.

5) Ocasiona desgaste mental e físico, podendo acarretar graves e vergonhosas doenças.

6) Produz falta de caráter e de personalidade, intranquilidade e falta de alegria.

 

“Todos sabemos por experiência que podemos ser castos, vivendo vigilantes, frequentando os Sacramentos e apagando as primeiras chispas da paixão, sem deixar que a fogueira ganhe corpo. É precisamente entre os castos que se contam os homens mais íntegros, sob todos os aspectos. E entre os luxuriosos predominam os tímidos, os egoístas, os falsos e os cruéis, que são tipos de pouca virilidade” (São Josemaría Escrivá,  Caminho, 124).

 

Em contraste com esses, leva-nos a pureza a um amor a Deus cada vez mais profundo; ela nos fortalece o caráter e faz crescer o vigor, a paz interior e a alegria sobrenatural.

 

ALGO MAIS SOBRE O NONO MANDAMENTO

 

O nono Mandamento preceitua que se viva a pureza no íntimo do coração, e proíbe qualquer pecado interior contra esta virtude: pensamentos e desejos impuros. O enunciado do Decálogo (cf. Ex, 20, 17) prescreve-o na fórmula: “Não desejarás a mulher do teu próximo”.

A pureza interior que com este preceito nos é exigida vai para além do meramente sexual, pois também prescreve a ordem dos afetos do coração; pode-se faltar a este mandamento se não se tem cuidado de evitar apego a coisas ou pessoas — o enamorar-se — que não sejam conformes à reta razão.

 

É importante considerar que o amor verdadeiro vem com sacrifício e entrega, depois de muito tempo de prova; e é o que procura o bem da pessoa amada. O amor súbito — os namoros juvenis — são, regra geral, apenas amores egoístas: é verdade que se gosta muito de uma pessoa, mas só por causa dos benefícios — reais ou imaginários — que se pensa vir a obter dela: presença agradável, compreensão, sentir-se amado, companhia e conforto nas dificuldades, etc.

 

É necessária, pois, uma educação da afetividade, que leve a uma verdadeira maturidade dos afetos, e que se baseia em:

1)  Pôr acima de tudo o amor de Deus e das coisas que a Ele se referem.

2) Exercício de humildade, procurando, não o que agrada à vaidade, mas sim, o que se faz proveitoso para o serviço dos outros, a começar pela nossa família.

3) Procurar o auxílio da direção espiritual, usando de grande sinceridade quanto a afetos desordenados.

Em seguida, referimos as idéias que um moralista contemporâneo expõe acerca da maneira de concretizar o nono Mandamento:

“Não te enamorarás de quem não deves”.

“Não te enamorarás de tal modo e com tal ausência de autodomínio, que o amor te leve a ofender a Deus, por te obcecar e te impedir de reagir como cristão (ou cristã)”.

“Não te enamorarás de nenhum homem (de nenhuma mulher) se o Senhor te pediu o coração inteiro”.

“Não te enamorarás de quem é ainda jovem ou tem mais beleza, se quem Deus pôs a teu lado no casamento deixou já para trás a louçania da mocidade, ou perdeu o vigor”.

“Não te enamorarás só da aparência, porque o homem (ou mulher) não é só corpo”.

“Não te enamorarás do protagonista do último filme que viste, do último romance que leste, da última série radiofônica que escutaste”.

“Não te enamorarás da primeira pessoa que te trate com educação, compreensão e delicadeza”.

“Não namorarás os maridos das tuas amigas (não serás um perfeito galã com as amigas da tua mulher, e um ouriço com a tua mulher)”.

“Provarás a qualidade do teu amor com a pedra-de-toque do sacrifício; não esquecerás de que o amor consiste em dar, não em receber”.

“Finalmente, terás sempre presente que o bom carinho alarga o coração, aproxima de Deus, abrange toda a gente; se o carinho não for assim, é mau” (J.L. Soria, El noveno mandamiento; Ed. Palavra, Folletos Mundo Cristiano, 111).

 

ALGUMAS QUESTÕES CONCRETAS

 

Entre os documentos mais recentes do Magistério da Igreja acerca da pessoa humana e a sexualidade, destaca-se a Declaração “Persona Humana”, da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sobre alguns aspectos da Ética Sexual, de 29 de Dezembro de 1975.

Nela, não se quis tratar de modo integral o largo tema da ética sexual, mas foram recordados os princípios fundamentais, e falou-se de algumas questões hoje mais discutidas. Seguidamente trataremos de algumas.

 

RELAÇÕES PRÉ-MATRIMONIAIS

 

Um princípio basilar da Ética é que o uso da função sexual só no matrimônio legítimo obtém o seu verdadeiro sentido e a sua retidão moral. Basta isto para tornar clara a imoralidade das relações sexuais fora do casamento. Ou seja, são sempre pecado mortal, inescusável em qualquer circunstância.

Apesar disto, não faltam atualmente os que pensam que é diferente o caso das relações sexuais entre aqueles que tencionam seriamente vir unir-se para a vida inteira em matrimônio.

 

As razões que se dão para justificar esse comportamento podem ser diversas: obstáculos insuperáveis para o casamento, a longo ou curto prazo; necessidade de conservar o amor; desejo de melhor conhecimento mútuo, também no aspecto físico, etc.

 

A Igreja faz-nos ver que esta opinião se opõe à doutrina cristã que mantém dentro do quadro do matrimônio todo o ato genital humano.

 

“A união carnal só pode ser legítima quando se estabeleceu uma definitiva comunidade de vida entre um homem e uma mulher (...) As relações sexuais pré-matrimoniais excluem, as mais das vezes, a prole, e o que se apresenta como amor conjugal não poderá desenvolver-se, como indefectivelmente deveria, num amor materno e paterno, ou, se eventualmente se desenvolve, será em prejuízo dos filhos, que se verão privados da convivência estável na qual haviam de poder realizar-se como convém e encontrar o caminho e os meios necessários para se integrarem na sociedade” (cf. n. 7 da cit. Declaração da Santa Sé.).

Por outro lado, são múltiplas e de simples bom senso as razões de ordem humana que desaconselham proceder desse modo. Pense-se, por exemplo, na alta percentagem de mães solteiras nos países subdesenvolvidos, nos abortos provocados que se seguem a este tipo de relações, na dificuldade da mulher para conseguir um bom casamento, uma vez perdida a sua integridade, etc.

 

HOMOSSEXUALIDADE

 

Também neste ponto a Declaração registra alguns dos argumentos mais ou menos difundidos, que, amparando-se em observações, sobretudo psicológicas, tentam escusar as relações entre pessoas do mesmo sexo.

 

Distingue o citado documento entre a homossexualidade proveniente de uma falsa educação, da falta de uma evolução sexual, de um hábito contraído, de maus exemplos, etc. — que é homossexualidade transitória e não incurável, — e a homossexualidade tida por uma espécie de instinto inato ou constituição patológica, geralmente considerada incurável.

A Declaração refere-se quase exclusivamente a estes casos de homossexualidade inata, geralmente muito raros; e, negando a sua justificação moral, rejeita, com melhoria de razão, a homossexualidade adquirida.

“Está fora de dúvida que essas pessoas homossexuais devem ser acolhidas na ação pastoral com compreensão e devem ser apoiadas, na esperança de ultrapassarem as dificuldades pessoais e a inadaptação social. Também se deve julgar com prudência a sua culpabilidade. Não se pode, porém, usar qualquer método pastoral que reconheça justificação moral a esses atos, por  considerá-los conforme com a condição dessas pessoas. Segundo a ordem moral objetiva, as relações homossexuais são atos que carecem de regra essencial e indispensável” (8).

Pelo que vimos, estes tipos de relações são sempre pecado grave.

Apesar da clareza destes ensinamentos, têm, nos últimos anos, aumentado as tentativas de justificação da homossexualidade. Por esta razão, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé julgou conveniente enviar aos Bispos — com data de l-10-1986 — uma Carta sobre os Cuidados Pastorais para com as Pessoas Homossexuais, recordando a doutrina da Declaração de 1975.

Entre outros aspectos, manifesta-se, nessa Carta, a preocupação em ajudar espiritualmente essas pessoas, recordando no, entanto, que aqueles que têm um comportamento homossexual agem de modo imoral, pelo que os seus atos não podem ser legitimados: “O seu esforço, iluminado e apoiado pela graça de Deus, lhes permitirá evitar a atividade homossexual (...). As pessoas homossexuais são chamadas, como todos os cristãos, a viver a castidade” (11).

 

Por outro lado, a idéia de inevitabilidade de condição homossexual surge nos nossos dias como carecida de fundamento. Vão aparecendo, pelo contrário, novas e interessantes perspectivas acerca da possibilidade de completa cura. Além do mais, no caso dos católicos, o recurso aos Sacramentos, especialmente a Confissão, oferece ajuda especial (cf., p. ex., o livro de Gerard J. M. van der Aarweg, que é um dos mais qualificados peritos na matéria, a nível científico: On the origins and treatment of homosexuality: a psichoanalytic reinterpretation; Nova York, 1986).

 

MASTURBAÇÃO

 

Por masturbação se deve entender a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo.

É hoje frequente pôr em dúvida ou negar explicitamente a doutrina de sempre do Magistério da Igreja, que considera a masturbação como grave desordem moral.

 

Apoiando-se na Psicologia ou na Sociologia, há quem procure demonstrar que se trata de fenômeno normal da evolução sexual, sobretudo na juventude, e que, portanto, não se pode dar falta real e grave senão na medida em que deliberadamente se procura o prazer.

Ainda que, em muitos casos, se apresente o apoio das estatísticas, não se pode esquecer que os inquéritos sociológicos não fazem mais que registrar fatos, e os fatos não podem constituir critério para julgar da moralidade dos atos humanos, pois esse critério está apenas na Lei moral objetiva.

 

O ensino da Igreja é claro:

 

“Apesar de certos argumentos de ordem biológica ou filosófica, de que por vezes se têm servido os teólogos, tanto o Magistério da Igreja, de acordo com a tradição constante, como o senso moral dos fiéis, têm afirmado sem dúvida alguma que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado. A razão principal é que o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz essencialmente a sua finalidade, seja qual for o motivo que o determine” (Declaração da Sagrada Congregação, 9).

 

CONTRACEPÇÃO

 

Por ser um pecado que atenta ao mesmo tempo contra o sexto e o quinto mandamentos — opõe-se ao fim natural do matrimônio e atenta contra a transmissão da vida.

 

A EDUCAÇÃO SEXUAL

 

   NECESSIDADE  DE   FACULTAR   A EDUCAÇÃO SEXUAL

                                                                                                       

O materialismo prático da sociedade moderna defende uma espécie de culto do sexo, que incita os jovens a “realizar-se” dando rédea solta ao instinto sexual, em manifestações individuais ou com outrem, e reduzindo a sexualidade, que é doação, abertura à vida — à esfera do prazer egoísta.

 

Esta degradação radical do sagrado — pois a sexualidade participa do poder criador de Deus — tem sido tema constante do ensino do Papa João Paulo II, que afirma que a cultura moderna “banaliza em grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e a vive de maneira limitada e empobrecida, relacionando-a unicamente ao corpo e prazer egoísta” (Exort. Apost. Familiaris consortio, 37).

 

Tal modo de entender o sexo é frequentemente difundido pelos meios de comunicação, pela escola, por intelectuais, etc., os quais usam uma linguagem unicamente destinada a estimular o instinto, inventando manifestações sexuais desarticuladas do sentimento e do espírito, do dom de si mesmo, da abertura aos outros, à vida e a Deus.

 

Por isso é necessário opor a essa ação — verdadeiramente deformadora e corruptora do homem na sua totalidade — uma verdadeira educação centrada no conceito cristão da sexualidade.

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes

Anápolis, 27 de fevereiro de 2008

 

Bibliografia

 

Escritura Sagrada

Mnr Cauly, Curso de Instrução Religiosa – O Catecismo Explicado

Catecismo da Igreja Católica

Ricardo Sada e Alfonso Monroy, Curso de Teologia Moral

Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O sexto e nono mandamentos da Lei de Deus”

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