MAS, ONDE ESTÁ O CORDEIRO? (Gn 22, 7)
"Isaac dirigiu-se a seu pai Abraão e disse: 'Meu pai!' Ele respondeu: 'Sim, meu filho!' - 'Eis o fogo e a lenha', retornou ele, 'mas onde está o cordeiro para o holocausto?"
Deus pôs Abraão à prova e lhe disse: "Abraão! Abraão!" Ele respondeu: "Eis-me aqui!" Deus disse: "Toma teu filho, teu único, que amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, e lá o oferecerá em holocausto sobre uma montanha que eu te indicarei" (Gn 22, 2).
Abraão (hebr. 'abraham). Filho de Taré e antepassado dos israelitas. Com muita probabilidade, o nome é uma variante dialetal do nome original 'abram, que deve ser identificado com 'abiram.
Isaac (hebr. yiçhak, "ele ri", ao qual provavelmente, na origem foi acrescentado um nome divino). Filho de Abraão e de Sara e pai de Esaú e Jacó.
Moriá (hebr. moriyyah, significado e etimologia incertos). Nome geográfico; local do sacrifício de Isaac (Gn 22, 2). As versões antigas não consideram Moriá como um nome próprio: em sir., "terra dos amorreus".
"Deus pôs Abraão à prova..." (Gn 22, 1). No livro de Judite diz: "Demos graças ao Senhor nosso Deus, que nos submete a provações, como fez com nossos pais. Lembrai-vos de tudo o que Deus fez a ABRAÃO, de como provou Isaac, de tudo o que aconteceu a Jacó. Assim como os provou pelo fogo, para lhes experimentar o coração, assim também ele não se está vingando de nós. É antes para advertência que o Senhor açoita os que dele se aproximam" (Jt 8, 25-27). Deus provou Abraão, pedindo que ele oferecesse Isaac, SEU ÚNICO filho, em holocausto: "Não é, pois, estranho, que a tradição judia atribuísse um certo valor redentor à submissão de Isaac, e que os Santos Padres viram aí prefigurada a Paixão de Cristo, o Filho Único do Pai" (EUNSA), e: "A ordem divina é cortante e, além disso, parece querer ferir o patriarca no mais íntimo de seu coração ao recordar-lhe que deve sacrificar a seu filho unigênito, a quem tanto ama. Era o filho legítimo de sua verdadeira esposa, o único filho que lhe restava depois da partida de Ismael, sem esperança humana de ter outro, o filho que devia ser herdeiro de suas promessas divinas. Não sabemos quais eram os pensamentos íntimos do patriarca diante desta perspectiva; porém, sem dúvida, que ele, que sabia que seu filho havia nascido em condições excepcionais, pensaria que o onipotente Deus dirigiria o modo de que as promessas se cumprissem" (Pe. Alberto Colunga), e também: "Um dia, para provar a fé e obediência de Abraão, Deus o chamou e lhe disse: Abraão, toma Isaac, teu filho, e oferece-o a mim em sacrifício sobre o monte que indicarei. Impossível exprimir a dor de Abraão ao receber esse doloroso imperativo. Pobre pai, deve matar, com as próprias mãos, o filho a quem amava mais que a si mesmo" (Pe. Ângelo Gattesco), e ainda: "Com esta ordem incomum, Deus não queria propriamente de Abraão a morte de seu filho Isaac (v. 12), mas a prontidão da vontade para tamanho sacrifício. Ele pretendia: 1.° Provar a fé de Abraão, dando-lhe uma ordem aparentemente contrária à promessa que lhe fizera de numerosa posteridade por meio de Isaac (21, 22; cf. Hb 11, 17-20); 2.° Provar a sua obediência e amor a Deus, se estivesse pronto a sacrificar o que de mais caro possuía no mundo; 3.° Condenar, com a contra-ordem imprevista do v. 12, os sacrifícios humanos, muito em voga entre os cananeus" (PIB), e também: "Perante esta ordem desconcertante, Abraão ficou estarrecido. Contudo, não teve qualquer intenção de se queixar ou desobedecer. Deus falara: ele apenas devia obedecer e esperar contra toda a esperança" (Pe. Augustin Berthe). Deus é o Senhor absoluto da vida e da morte; pode, pois prescrever a morte de justos e injustos; donde segue que, obedecendo, Abraão não seria homicida, antes seria merecedor de prêmio. O Pe. João Colombo escreve: "Abraão obedeceu a Deus ainda mesmo quando a ordem lhe repugnava à natureza". Católico, assim como Abraão foi provado por Deus, você também poderá ser provado pelo Senhor. Quando isso acontecer, imite o exemplo de Abraão: não resista, nem se impaciente nem desconfie de Nosso Senhor; mas aceite tudo com fé: "Nós devemos crer em Deus ainda mesmo quando as suas revelações são incompreensíveis à nossa razão, e teremos disso um grande prêmio" (Pe. João Colombo). É muito fácil oferecer ao Senhor o que sobra e o que não gostamos. Mostramos-Lhe o nosso amor, oferecendo-Lhe aquilo que mais Lhe agrada e o que mais custa-nos: "O Senhor ama os corações fortes e generosos" (Bem-aventurada Elisabete da Trindade). Nosso Senhor não pedirá que você TIRE a VIDA do seu filho, do seu pai, da sua mãe, dos seus irmãos... mas sim, pedirá que você "ASSASSINE" a sua vontade própria, as desobediências, as impurezas, as rebeldias, a ociosidade, a inveja, a maledicência, a tibieza... Quando o Senhor te colocar à prova, atenda-O prontamente. Lembre-se de que Isaac era filho único de Abraão, e seu pai o amava muito; mesmo assim, aceitou, por obediência, oferecê-lo em holocausto. O Senhor pedirá que você ELIMINE de sua vida, NÃO ALGO PRECIOSO, mas sim, tudo aquilo que ATRAPALHA a sua UNIÃO com Ele. Seja dócil ao Senhor e Ele lhe fará feliz: "... é preciso livrar-se do gosto de todas as coisas criadas, pois a criatura atormenta e o espírito de Deus gera alegria" (São João da Cruz Subida do Monte Carmelo, Capítulo VII, 4).
Em Gn 22, 3-5 diz: "Abraão se levantou cedo, selou seu jumento e tomou consigo dois de seus servos e seu filho Isaac. Ele rachou a lenha do holocausto e se pôs a caminho para o lugar que Deus havia indicado. No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. Abraão disse a seus servos: 'Permanecei aqui com o jumento. Eu e o menino iremos até lá, adoraremos e voltaremos a vós".
Abraão abaixou a cabeça e não disse uma palavra áspera. Católico, por que você resmunga e se revolta quando o Senhor lhe pede algo que te custa? Com certeza falta fé e generosidade em seu coração. "Abraão se levantou cedo". Ele não ficou adiando o sacrifício que Deus lhe havia pedido, mas se levantou cedo. Ofereçamos também ao Senhor tudo aquilo que Ele nos pede, sem jamais ficar adiando, principalmente quando Ele nos pede algum sacrifício que custa-nos. A fé, a obediência, a docilidade e a generosidade de Abraão é total: LEVANTOU cedo, SELOU o jumento e RACHOU a lenha; não devia faltar nada para o holocausto. Muitos oferecem algo a Deus, "torcendo" para que surja algum imprevisto. Quanta falta de generosidade! O Pe. Alberto Colunga escreve: "Com a maior naturalidade, o pai aceita a ordem divina, e se dispõe a oferecer o seu filho em 'sacrifício' de holocausto, que era o mais perfeito e aceitável à divindade, pois nele se queima toda a vítima. Era por ele a expressão mais completa do abandono do dom oferecido à divindade, excluindo todo próprio proveito, como sucederá nos sacrifícios 'pacíficos".
Em Gn 22, 6-8 diz: "Abraão tomou a lenha do holocausto e a colocou sobre seu filho Isaac, tendo ele mesmo tomado nas mãos o fogo e o cutelo, e foram-se os dois juntos. Isaac dirigiu-se a seu pai Abraão e disse: 'Meu pai!' Ele respondeu: 'Sim, meu filho!' - 'Eis o fogo e a lenha', retornou ele, 'mas onde está o cordeiro para o holocausto?' Abraão respondeu: 'É Deus quem proverá o cordeiro para o holocausto, meu filho', e foram-se os dois juntos".
Não existe nesse trecho nenhuma palavra áspera ou de desespero proferida por Abraão ou Isaac, nem mesmo quando o pai colocou a lenha sobre o filho; mas sim, muita união entre pai e filho: "... foram-se os dois juntos... Meu pai... Sim, meu filho... meu filho... foram-se os dois juntos". Que as crianças, adolescentes e jovens aprendam de Isaac a ajudarem, com generosidade e amor, o pai a carregar a "lenha", isto é, as dificuldades que surgirem na família. São muitos os que obedecem a Deus com o coração fechado, rosto carrancudo e palavras ásperas. Jamais devemos agir dessa forma, "pois Deus ama a quem dá com alegria" (2 Cor 9, 7). A ninguém - muito menos a Deus nosso Senhor - pode ser grata uma esmola ou um serviço feitos de má vontade e com tristeza: "Se dás o pão entristecendo-te, perdes o pão e a recompensa" (Santo Agostinho, Enarrationes in Psalmos, 42, 8), e: "Pelo contrário, o Senhor entusiasma-Se diante da entrega alegre de quem dá e se dá por amor, com espontaneidade, e não como quem realiza um favor custoso" (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n.° 140). Orígenes escreve: "Abraão tomou a lenha do sacrifício e colocou-a sobre os ombros de seu filho Isaac. Tomou na mão o fogo e o cutelo, e foram juntos. Ora, Isaac, carregando a lenha para o próprio holocausto, é uma figura de Cristo carregando sua cruz. No entanto levar a lenha para o holocausto é ofício de sacerdote. Torna-se então ele mesmo a vítima e o sacerdote. O que se segue: e foram ambos juntos refere-se a essa realidade, porque Abraão, como sacrificador, leva o fogo e o cutelo; mas Isaac não vai atrás e sim a seu lado, para que se veja que, juntamente com ele, exerce igual sacerdócio. E depois? Disse Isaac a seu pai Abraão: Pai! Neste momento, uma palavra assim parece uma tentação. Como terá abalado o coração paterno esta palavra do filho que ia ser imolado! Mesmo endurecido pela fé, Abraão responde com voz branda: Que queres, filho? E ele: Vejo o fogo e a lenha, mas onde está a ovelha para o holocausto? Abraão respondeu: Deus providenciará uma ovelha para o holocausto, meu filho. Impressiona-me a resposta cuidadosa e prudente de Abraão. Não sei o que via em espírito, pois responde olhando para o futuro e não para o presente: Deus mesmo providenciará uma ovelha. Assim fala do futuro ao filho que indaga pelo presente. O Senhor providenciava para si um cordeiro em Cristo" (Das Homilias sobre o Gênesis), e: "Isaac, levando às costas a lenha para o sacrifício do qual devia ser vítima, é uma figura de Cristo que leva a cruz ao Calvário" (PIB), e também: "Isaac prefigura à vítima dominical, quando se oferece para ser imolada por seu pai, mostrando-se paciente" (São Cipriano, De bono patientiae X), e ainda: "Com a maior naturalidade, e sem explicação sobre o estado de ânimo do patriarca, o elohista nos diz que o patriarca se pôs a caminho, levantando-se de manhã, o que supõe que a ordem divina foi recebida em sonhos durante a noite, segundo o costume no estilo narrativo deste documento. O patriarca, pois, se pôs a caminho, preparou a lenha, selou o jumento e, acompanhado de dois servos e de seu filho, que será a vítima, se dirigiu para o lugar indicado por Deus. Ali chegou ao terceiro dia... Chegados ao pé do monte, o pai colocou a lenha sobre os ombros do filho e começou a subir o monte, levando ele o fogo e o cutelo. Caminhavam juntos pai e filho, este tranquilo, e o pai com o coração oprimido pela dor. Num momento, o filho quebra o silêncio, perguntando pela vítima do sacrifício que vão oferecer, e o pai responde: Deus proverá. Por delicadeza, o patriarca havia deixado longe os seus dois servos, para que não fossem testemunhas de tão terrível cena" (Pe. Alberto Colunga).
Em Gn 22, 9-14 diz: "Quando chegaram ao lugar que Deus lhes indicara, Abraão construiu o altar, dispôs a lenha, depois amarrou seu filho e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Abraão estendeu a mão e apanhou o cutelo para imolar seu filho. Mas o anjo de Deus o chamou do céu e disse: 'Abraão! Abraão! Ele respondeu: 'Eis-me aqui!'. O Anjo disse: 'Não estendas a mão contra o menino! Não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus: tu não me recusaste teu filho, teu único'. Abraão ergueu os olhos e viu um cordeiro, preso pelos chifres num arbusto; Abraão foi pegar o cordeiro e o ofereceu em holocausto no lugar de seu filho. A este lugar Abraão deu o nome de 'Deus proverá', de sorte que se diz hoje: 'Sobre a montanha, Deus proverá".
Abraão permaneceu tranquilo e dócil depois que o Anjo do Senhor lhe disse: "Não estendas a mão contra o menino! Não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus". Nenhuma atitude rebelde ou palavra grosseira saiu de sua boca. Muitos são aqueles que blasfemam e se revoltam contra Deus depois de uma provação. Esses não "entesouram" para a eternidade. Orígenes escreve: "Abraão estendeu a mão para pegar a faca e imolar o filho. O anjo do Senhor chamou-o do céu, dizendo: Abraão, Abraão. Respondeu ele: Eis-me aqui. Tornou o anjo: Não toques no menino nem lhe faças nenhum mal. Agora sei que temes a Deus. Comparemos estas palavras com as do Apóstolo a respeito de Deus: Ele não poupou seu Filho, mas entregou-o por todos nós. Vede Deus rivalizando com os homens em magnífica generosidade. Abraão, mortal, ofereceu a Deus o filho mortal, que não morreria então. Deus entregou à morte por todos o Filho imortal. Olhando Abraão para trás, viu um carneiro preso pelos chifres entre os espinhos. Dissemos acima, creio, que Isaac figurava Cristo e, no entanto, também o carneiro parece figurar Cristo. É muito importante ver como ambos se relacionam a Cristo: Isaac que não foi morto e o carneiro que o foi. Cristo é o Verbo de Deus, mas o Verbo se fez carne. Padece, portanto, Cristo, mas, na carne; morre enquanto homem do qual o carneiro é figura; já dizia João: Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. O Verbo, porém, permanece incorrupto, isto é, Cristo segundo o espírito; a imagem deste é Isaac. Por isto ele é vítima e também pontífice segundo o espírito. Pois aquele que oferece a vítima ao Pai, segundo a carne, este mesmo é oferecido no altar da cruz" (Das Homilias sobre o Gênesis), e: "O patriarca se fez sacerdote do menino e, certamente, com o propósito ensanguentou sua direita e ofereceu o sacrifício. Porém, pela inefável misericórdia de Deus, recebeu o filho são e salvo; se lhe atribui (o sacrifício) a causa da vontade, foi resgatado (o filho) com uma brilhante coroa, lutou a batalha decisiva , e manifestou em tudo a piedade de sua intenção" (São João Crisóstomo, Homiliae in Genesim 48, 1), e também: "Chegados ao lugar, prepara o altar, coloca sobre ele a lenha, e então, deve ter sido o momento do pai revelar ao filho qual era a vítima que Deus havia escolhido. Sem oposição alguma, o filho se deixa atar e se colocar sobre a lenha que há de receber seu sangue. No momento solene em que Abraão vai dar o golpe mortal sobre seu filho e seu próprio coração, o anjo do Senhor intervém, declarando que Deus se dá por satisfeito com a prova: 'Agora sei que temes a Deus: tu não me recusaste teu filho, teu único'. E Deus proveu uma vítima adequada para o sacrifício, um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Esta substituição da vítima humana por um carneiro está em harmonia com a legislação mosaica, que ordena sacrificar uma vítima animal em substituição do primogênito (cf. Ex 34, 19-20; 13, 13). Com esta idéia de substituição, foi desaparecendo os sacrifícios no mundo semítico. O profeta Samuel dirá mais tarde: 'Melhor é a obediência que as vítimas" (1 Sm 14, 22). Esta obediência é a que Deus pediu a seu amigo, e quando a mostrou, se deu por satisfeito. Era esta uma lição para os israelitas, que com tanta facilidade se deixavam levar pelos costumes cananeus, e algumas vezes ofereciam seus próprios filhos nos altares dos ídolos ou ainda de seu Deus, que abominava de tais sacrifícios humanos (cf. Sl 105, 37; Is 57, 5. 16-20)" (Pe. Alberto Colunga). Também naquele carneiro viram alguns Padres da Igreja uma representação antecipada de Jesus Cristo, enquanto que, como Cristo, aquele cordeiro foi imolado para salvar o homem. Neste sentido escreve Santo Ambrósio: "A quem representa o carneiro, senão àquele de quem está escrito: 'Exaltou o vigor de seu povo?' (Sl, 148, 14) (...) Cristo: Ele é a quem viu Abraão naquele sacrifício, e sua paixão o que contemplou. Assim, pois, o mesmo Senhor disse dele: 'Abraão quis ver meu dia, o viu e se alegrou' (cfr. Jo 8, 56). Por isso disse a Escritura: 'Abraão chamou aquele lugar, o Senhor proverá', para que hoje possa dizer: o Senhor apareceu no monte, é dizer, que se apareceu a Abraão revelando sua futura paixão em seu corpo, pela que redimiu o mundo; e mostrando, ao mesmo tempo, o gênero de sua paixão quando lhe disse ver o cordeiro preso pelos chifres. Aquela sarça significa o patíbulo da cruz" (De Abraham 1, 8, 77-78).
Em Gn 22, 15-19 diz: "O Anjo de Deus chamou uma segunda vez a Abraão, do céu, dizendo: 'Juro por mim mesmo, palavra de Deus: porque me fizeste isso, porque não me recusaste teu filho, teu único, eu te cumularei de bênçãos, eu te darei uma posteridade tão numerosa quanto as estrelas do céu e quanto a areia que está na praia do mar, e tua posteridade conquistará a porta de seus inimigos. Por tua posteridade serão abençoadas todas as nações da terra, porque tu me obedeceste'. Abraão voltou aos seus servos e juntos puseram-se a caminho para Bersabéia. Abraão residiu em Bersabéia".
Feliz do católico que permanece fiel, obediente e generoso a Deus durante as provações. Nosso Senhor prova, mas depois CUMULA de bênçãos quem perseverou durante a provação: "Deus não manda nenhum sofrimento sem pagá-lo imediatamente com algum favor" (Santa Teresa de Jesus, XXXVI, Obras, II, Burgos 1915; Camino de perfeicción, c. 18, Obras, III; Libro de la vida, c. 11, Obras, I, 77). Não desanimemos com a escuridão das "trovoadas" das provações, porque depois o sol brilhará mais forte: "Saibam todos que depois da tribulação se seguirá a graça" (Dos Escritos de Santa Rosa de Lima, Virgem). O Pe. Alberto Colunga escreve: "Quanto agradou a Deus esta obediência do pai e do filho, nos mostra a solenidade com que confirmou suas anteriores promessas messiânicas: 'Juro por mim mesmo, palavra de Deus: porque me fizeste isso, porque não me recusaste teu filho, teu único, eu te cumularei de bênçãos, eu te darei uma posteridade tão numerosa quanto as estrelas do céu e quanto a areia que está na praia do mar...' É a primeira vez que na Bíblia se menciona um juramento divino ('O anjo de Deus' é provavelmente acréscimo de um redator preocupado de salvar a transcendência divina). Em Hb 6, 13 diz que Deus, não encontrando nada superior a Ele, jurou por si mesmo (sobre esta fórmula de juramento: Ex 32, 13; Is 45, 23; Jr 22, 5; Am 6, 8; 4, 2; Jr 44, 26). A numerosa posteridade de Abraão conquistará a porta de seus inimigos. Submeterá seus inimigos, cuja força de resistência está nas portas de suas cidades muradas (cf. Gn 24, 60). 'Por tua posteridade serão abençoadas todas as nações da terra, porque tu me obedeceste'; é dizer, todos os povos se considerarão abençoados por influência do grande antepassado Abraão", e: "Juro-te por mim mesmo: o anjo fala em nome de Deus, e Deus, 'não podendo jurar por alguém maior do que Ele mesmo, jura por si próprio' (Hb 6, 13). - por não te recusares, etc.: por teres estado disposto a sacrificar-me. Possuir as portas de uma cidade inimiga equivale a dizer vencer, triunfar sobre alguém. Julgar-se-ão felizes em participar dos bens comunicados (a fé e a graça) ou prometidos (o prêmio eterno) aos teus pósteros, os hebreus. Destarte a bênção dada a Abraão descerá, propagando-se a todos que lhe imitarem a fé e a virtude" (PIB). Cumprida a sua missão: "Abraão voltou aos seus servos e juntos puseram-se a caminho para Bersabéia. Abraão residiu em Bersabéia". Bersabéia: (hebr. be 'er sheda '). Cidade do Negueb. Literalmente, o nome significa "poço de sete", talvez derivando-se do grande número de fontes que se encontram na região.
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 02 de agosto de 2008
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