NORA EXEMPLAR

(Rt 1, 15-17)

 

 

“Disse-lhe então Noemi: ‘Olha, tua cunhada voltou para junto do seu povo e para seu deus; volta também com ela’. Respondeu Rute: ‘Não insistas comigo para que te deixe, pois para onde fores, irei também, onde for tua moradia, será também minha; teu povo será o meu povo e teu Deus será o meu Deus. Onde morreres, quero morrer e ser sepultada.  Que Deus me mande este castigo e acrescente mais este se outra coisa, a não ser a morte, me separar de ti!”

 

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Rute (hebr. rût, talvez contração de re ‘ût, “amiga da senhora”.

 

Morreu Elimelec, marido de Noemi, e esta ficou só com seus dois filhos (Rt 1, 3).             

Rute, mulher moabita, casou-se com Maalon, filho de Elimelec e Noemi. Depois de dez anos de casada, morreu o seu marido Maalon (Rt 1, 5).

Noemi pediu que Rute voltasse para os seus (Rt 1, 8), mas Rute ficou em sua companhia (Rt 1, 14).

Em Rute 1, 15-17 diz: “Disse-lhe então Noemi: ‘Olha, tua cunhada voltou para junto do seu povo e para seu deus; volta também com ela’. Respondeu Rute: ‘Não insistas comigo para que te deixe, pois para onde fores, irei também, onde for tua moradia, será também minha; teu povo será o meu povo e teu Deus será o meu Deus. Onde morreres, quero morrer e ser sepultada.  Que Deus me mande este castigo e acrescente mais este se outra coisa, a não ser a morte, me separar de ti!”

 

Católico, é edificante a atitude de Rute para com sua sogra Noemi. Esta era viúva e não tinha mais filhos, e Rute disse decididamente não deixá-la sozinha, e que somente a morte as separaria: “Onde morreres, quero morrer e ser sepultada.  Que Deus me mande este castigo e acrescente mais este se outra coisa, a não ser a morte, me separar de ti!”.

A NORA Rute não cansava de ficar perto de sua SOGRA Noemi. Que perfeita união! “Quero, pois, que com boa vontade vivais unidas, de tal modo que o demônio ou criatura alguma vos separe. Essa é a união e o mandamento que Deus nos deixou, uma vez que outra coisa melhor não tinha para nos dar. De fato, existe por acaso algo melhor do que possuir Deus e viver na perfeita união da caridade em Deus?” (Santa Catarina de Sena, Carta 161, 2 “Sogra e nora unidas em Cristo”).

Se todas as NORAS se esforçassem, a exemplo de Rute, para viverem unidas às SOGRAS, não haveria tanta desunião entre noras e sogras.

Rute dizia a Noemi: “Não insistas comigo para que te deixe, pois para onde fores, irei também, onde for tua moradia, será também minha; teu povo será o meu povo e teu Deus será o meu Deus”.

Hoje, milhares de noras dizem às sogras: “Não insista em aproximar de mim, pois se a senhora entrar na minha casa pela porta da sala, sairei pela porta da cozinha; na sua casa manda a senhora e lá jamais entrarei; reze ao teu Deus e me deixe com as minhas novelas”.

Rute dizia a Noemi: “Onde morreres, quero morrer e ser sepultada.  Que Deus me mande este castigo e acrescente mais este se outra coisa, a não ser a morte, me separar de ti!”.

Muitas noras briguentas dizem às sogras: “Não quero saber onde a senhora será sepultada. Quero ser castigada se não me mudar o quanto antes para longe da senhora”.

Saibam as noras, que para manter a verdadeira paz entre as pessoas, é preciso que haja união. A união faz a força.

Infeliz da nora que compromete a união: “Ai dos que comprometem este vínculo bonito, esta união de caridade!” (São Bernardo de Claraval).

                         

Era tão grande a insistência da nora Rute em acompanhar a sogra Noemi, que esta não insistiu mais com ela (Rt 1, 18).

Assim também deveriam agir as noras de hoje: cuidar para que as sogras nunca vivessem sozinhas e abandonadas; e este acolhimento deveria ser feito com caridade, sem esperar que a sogra pedisse, principalmente se a sogra, a exemplo de Noemi, for pobre: “Parti com as mãos cheias, e Deus me reconduz de mãos vazias” (Rt 1, 21).

Muitas sogras vivem na miséria, e as noras ainda tiram-lhes o pouco que possuem. Quanta maldade!

 

Rute era uma nora trabalhadeira e não gostava da ociosidade; por isso, pediu a Noemi a permissão para trabalhar: “Permita que eu vá ao campo respigar atrás daquele que me acolheu favoravelmente”(Rt 2, 2). Noemi lhe respondeu: “Vai, minha filha” (Idem.). E Rute trabalhou muito: “Veio, pois, e ficou; desde cedo até agora ela não descansou senão um pouco no abrigo” (Rt 2, 7).

                          

Católico, Rute é um exemplo de nora: respeitosa e trabalhadeira.

Hoje, milhares de noras “empurram” as crianças para os braços das sogras e vão saracotear nas casas das vizinhas. Outras se esparramam no sofá assistindo televisão ou dormindo durante o dia, e deixam todo o trabalho da casa nos “braços” das sogras. Quanto desrespeito!

Existem sogras que “abraçam” todo o trabalho da casa, porque as noras são preguiçosas, parasitas e sanguessugas.

A nora trabalhadeira e respeitosa é elogiada por todos: “Noemi tinha um parente por parte de seu marido, pessoa importante, do clã de Elimelec, cujo nome era Booz” (Rt 2, 1). Booz disse para Rute: “Foi-me contado tudo o que fizeste por tua sogra após a morte do teu marido, e como deixaste pai é mãe e tua terra natal para vires morar no meio de um povo que antes não conhecias. Que Deus te retribua o que fizeste e que recebas uma farta recompensa da parte do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio” (Rt 2, 11-12).

Nora, não deixe de respeitar e fazer o bem à sua sogra; trate-a com caridade e Deus a recompensará.

Em Belém e região, todos sabiam que Rute era uma boa nora para Noemi; como seria edificante se no bairro ou cidade onde você mora, todos a reconhecessem como: a nora que ama e respeita a sogra.

Todos gostam de Rute, nora caridosa, e fazem de tudo para ajudá-la: “Na hora da refeição, Booz disse a Rute: ‘Vem cá, coma deste pão e molha teu bocado no vinagre’. Ela sentou-se junto aos segadores e Booz também lhe fez uma polenta de grão torrado. Depois de ter comido à vontade, ainda sobrou. E quando ela se levantou para respigar, Booz ordenou a seus servos: ‘Deixai-a respigar também entre os feixes e não a molesteis. E cuidai também que caiam algumas espigas de vossos feixes, e deixai-as para que ela as ajunte e não a censureis’. Rute respigou no campo até à tarde, e depois bateu as espigas que tinha colhido; deu quase um almude de cevada” (Rt 2, 14-17).

A nora dedicada e respeitosa é elogiada por todos e recebe a proteção de Deus.

A nora egoísta e mal-educada, quando ganha algo guarda tudo para si para não repartir com a sogra.

Rute, nora exemplar, não agiu desta maneira; ela trabalhou o dia inteiro e não escondeu o que havia colhido, mas deu para a sogra: “... e sua sogra viu o que ela tinha recolhido; Rute tirou e deu-lhe o que guardava...” (Rt 2, 18).

Muitas sogras de noras egoístas comem os restos, e isso depois de muita humilhação. Quanta maldade!

 

Católico, muitas noras não aceitam morar com a sogra, dizendo que é difícil suportar tal pessoa; para ficar longe da sogra, mudam até para outra cidade ou vão morar em fazendas.

Rute, nora caridosa, não agiu assim; ela trabalhava nas terras de Booz, mas à tarde voltava para a casa de sua sogra: “E morava com sua sogra” (Rt 2, 23).

 

Booz desposou Rute, que se tornou sua esposa. Uniu-se a ela, e Deus deu a Rute a graça de conceber e ela deu à luz um filho (Rt 4, 13). As mulheres disseram então a Noemi: “Bendito seja Deus, que não te deixou sem alguém para te resgatar; que o seu nome seja célebre em Israel! Ele será para ti um consolador e um apoio na tua velhice, pois quem o gerou é TUA NORA, que TE AMA, que para ti VALE MAIS do que SETE FILHOS” (Rt 4, 14-15).

 

Católico, a Palavra de Deus diz que Noemi era AMADA pela nora Rute; e que Rute valia mais do que sete filhos para Noemi.

Feliz da sogra que possui uma nora santa, que a ama de verdade e que a respeita e a ajuda mais do que os próprios filhos.

     

Como é REPUGNANTE ouvir PIADAS sobre as SOGRAS, até parece que as sogras “surgiram” do inferno.

Milhares de noras “racham lenha” na cabeça das sogras, isto é, as criticam, as caluniam, falam mal delas... sendo as próprias noras as causadoras de toda desunião e fofocas.

Nora católica, antes de “rachar lenha” na cabeça de sua sogra, lembre-se de que a sua língua é um “machado assassino”.

Por que antes do casamento a sua sogra era tida por você como uma “inocente pombinha”, e agora, depois do casamento, a mesma é olhada como se fosse um “urubu assassino”?

Nora católica, siga o exemplo de Rute, e com certeza você amará e viverá unida à sua sogra.

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 16 de agosto de 2008

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Nora exemplar"

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