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RESISTI AO DIABO (Tg 4, 7)
“Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo e ele fugirá de vós”.
Católico, o Diabo tenta o homem, mas não pode obrigá-lo a pecar: “Quando o homem resiste às tentações do Diabo, este afasta-se dele, porque não pode obrigar o homem a pecar” (Edições Theologica), e: “Convertei-vos, vós, os que andais nos mandamentos do Diabo, entre vícios intoleráveis, repelentes e selvagens, e não temais o Diabo, porque não há nele força alguma contra vós (...). O Diabo só infunde medo: mas este medo não tem eficácia nenhuma. Não o temais, pois, e ele fugirá de vós (...). O Diabo não pode dominar os servos de Deus que de todo o coração confiam n’Ele; pode certamente combatê-los, mas não pode derrotá-los. Se, pois, lhe resistis, fugirá de vós, vencido, cheio de vergonha” (Pastor de Hermas, Mandamentos XII, 4, 6 e 5, 2), e também: “Para conseguir essa graça superabundante, temos de humilhar-nos diante de Deus, submeter-nos à sua santa vontade, e desse modo venceremos ao Diabo. São Tiago não disse explicitamente com que armas venceremos o Diabo... É preciso vencer o Diabo com o escudo da fé, com a prática da humildade e outras virtudes cristãs. O Diabo não tem poder sobre nós, mas somente na medida em que nós lhe permitimos. Se praticamos o bem e nos submetemos a Deus, não poderá fazer nada contra nós e fugirá. Fugir do demônio é aproximar-se de Deus, que nos dará sua graça para resistirmos ao mal. A Deus podemos nos aproximar mediante os afetos da nossa alma, e principalmente por meio da oração, que penetra até o trono de Deus” (Pe. José Salguero), e ainda: “Submissão é uma característica da humildade, e a humildade é que obtém a graça de Deus. Resistir ao Diabo é resistir ao espírito de soberba que nos afasta de Deus” (Pe. Miguel Nicolau). O demônio não chega a invadir a nossa intimidade, se nós não o queremos: “Os espíritos imundos não podem conhecer a natureza dos nossos pensamentos. Só lhes é dado pressenti-los por indícios sensíveis ou então examinando as nossas disposições, as nossas palavras ou as coisas para as quais percebem que nos inclinamos. É-lhe totalmente inacessível o que não exteriorizamos e permanece oculto nas nossas almas. Mesmo os pensamentos que eles próprios nos sugerem, a acolhida que lhes damos, a reação que provocam em nós, nada disso o conhecem pela própria essência da alma... mas, quando muito, pelos movimentos e manifestações externas” (Cassiano, Colationes, 7), e: “Os demônios não podem tentar ‘diretamente’, ou seja, não podem compelir a vontade do homem a ceder, a pecar, mas só ‘indiretamente’, isto é, fazendo algo que incite a vontade humana ao pecado. E isto de duas maneiras: por meio de uma ação extrínseca, ou com uma ação interna, produzindo agitação nos órgãos do corpo, excitando imaginações desonestas e movimentos desordenados” (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual). São João Maria Vianney escreve: “O demônio é um grande cão acorrentado que arremete, que faz muito barulho, mas que só morde os que se aproximam dele em demasia” (Sermão sobre as tentações). Católico, não cochile... não durma... mas resista ao Diabo, e ele fugirá. Resistir significa: oferecer resistência, não ceder, não se dobrar, defender-se, conservar-se firme e inabalável.
Como resistimos ao Diabo?
1. Vigiando: “Os homens, de sua parte, para vencer as tentações, devem vigiar, a fim de poder descobrir a tempo as tramas diabólicas e fugir delas” (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual).
2. Invocando com presteza, humildade e confiança o auxílio de Deus: “Embora, Senhor, nos favoreçais com muitos gostos e grandes provas de amor, jamais podemos andar seguras a ponto de não temer as recaídas e de não evitar as ocasiões... Sendo assim, que havemos de fazer, ó Pai eterno, senão recorrer a Vós e suplicar-Vos? Dai-nos, nosso bom Mestre, algum remédio para vivermos sem muito sobressalto em guerra tão perigosa!” (Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição, 39).
3. Recomendando à proteção da Santíssima Virgem: “Maria foi a única que esmagou a cabeça da serpente antiga. Por ela a terra foi libertada da maldição, como pela mulher sábia a cidade de Abila foi libertada do assédio. Eva sucumbiu a Satanás, e deu-nos a morte; Maria cortou a cabeça de Satanás, e deu-nos a vida” (Pe. João Colombo).
4. Rezando fervorosamente: Diz São Lourenço Justiniano: “Pela oração construímos uma torre fortíssima, onde estaremos livres e seguros de todas as insídias e violências dos inimigos”, e: “São fortes as potências do inferno, entretanto, a oração é mais forte do que todos os demônios” (São Bernardo de Claraval).
5. Fugindo das ocasiões de pecar: “Constrangido pelos exorcismos, confessou certa vez o demônio que, entre todos os sermões, o que mais detesta é aquele em que se exortam os fiéis a fugirem das más ocasiões. E com efeito, o demônio se ri de todas as promessas e propósitos que formule o pecador arrependido, se este não evitar tais ocasiões” (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte).
6. Confessando e comungando com frequência: “A confissão mantém a alma pura e alcança, não somente a remissão dos pecados, mas também a força necessária para resistir às tentações. A Sagrada Comunhão chama-se pão do céu, porque, assim como o corpo não pode viver sem sustento terrestre, assim a alma não pode viver sem o alimento celeste” (Idem.).
7. Pedindo a ajuda dos Santos Anjos: “Os Anjos dos pequeninos veem sempre a Deus. Esses espíritos, entretanto, foram mandados para a salvação do gênero humano, já que nossa fraqueza não poderia resistir à insídia infernal sem que fosse protegida pela guarda e defesa dos Anjos. Era mister a ajuda de uma natureza mais poderosa que a nossa” (Santo Hilário, Ps. 154, n. 147).
Hoje, infelizmente, milhões de católicos não só não resistem ao Diabo, mas escancaram a alma para esse terrível inimigo: “Quantas almas infelizes que praticavam a oração, que frequentavam a comunhão e que se podiam chamar santas, deixaram-se prender nos tentáculos do inferno” (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte). E você católico, como está a sua relação com o Diabo? Cuidado, não se gabe de ser maduro, porque o mais próximo do maduro é o podre. Os que se julgam maduros caem desgraçadamente nas redes do Diabo. Lê-se na História Eclesiástica que uma senhora virtuosa, no tempo da perseguição aos cristãos, dedicava-se à piedosa obra de recolher e enterrar os corpos dos mártires. Entre eles encontrou um que ainda respirava. Levou-o para casa, tratou-o e chegou a curá-lo. Aconteceu, porém, que pela ocasião próxima, essas duas pessoas, que se podiam chamar santas, perderam primeiramente a graça de Deus e depois até a fé cristã. Que desastre! Católico, você se julga mais forte que essa mulher? Cuidado!
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 10 de março de 2009
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