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      O INFERNO 
      É ETERNO 
      (Mt 25, 41)
        
      
      
      “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno...” 
        
      
      A Santa Igreja 
      Católica Apostólica Romana não ensina unicamente que há inferno; mas 
      que o inferno dura eternamente, que nunca terá fim: 
      “A eternidade das penas do Inferno é dogma de fé 
      definido pela Igreja, e consta em muitos lugares da Sagrada Escritura. A 
      eternidade das penas não contradiz a misericórdia divina, porque, se esta 
      é infinita, também é infinita a sua justiça” (Pablo Arce e Ricardo 
      Sada), e:  
      “Antes de tudo, é preciso deixar claro que não 
      existe tempo depois da morte. Uma vez que o Inferno existe e é eterno – 
      verdade de fé -, isso significa que não se pode falar de uma ‘limitação’ 
      da pena dos condenados, pois nesse caso deixaria de ser eterna. A 
      condenação, tal como a vida bem-aventurada, não terá fim”  
      (Edouard 
      Clerc). 
      A eternidade do Inferno é o ponto mais difícil de todo o 
      sistema de verdades da fé cristã. É a grande pedra de escândalo para os 
      que não conhecem suficientemente a nossa fé; nem por isso o Inferno deixa 
      de ser eterno: “Apartai-vos de mim, malditos, 
      para o fogo eterno...”  
      (Mt 25, 
      41). 
      
       1.  Inferno 
      eterno. Há pessoas que crêem facilmente em todos os outros dogmas; 
      só se revoltam contra este ponto. Estão dispostas a acreditar na 
      infalibilidade do Papa e que Maria Santíssima foi simultaneamente Virgem e 
      Mãe. Admitem tudo, menos a eternidade do inferno. 
       
      
      “É horrível! 
      – dizem -  Eternamente! Viver condenados eternamente! Sem remédio, sem 
      poder emendar nada! Viver sem esperança eternamente! Não! Não! O inferno 
      não pode ser eterno! Será possível que um Deus amorosíssimo castigue uns 
      momentos brevíssimos de pecado com uma pena eterna?” 
      
      Edouard Clerc 
      escreve: “Objetar-se-á que as penas eternas do 
      Inferno não condizem com a justiça e a bondade de Deus, pois não é justo 
      castigar  eternamente a transgressão de um instante. Podemos responder a 
      esta objeção dizendo que a pena eterna – o castigo de um pecado mortal não 
      perdoado durante a vida – é absolutamente justa, porque o pecado grave 
      estabelece uma ruptura entre o homem livre e Deus: é o homem quem se 
      separa do seu Senhor. Essa pessoa encontra-se num estado de aversão a Deus 
      que só pode ser abolido por uma decisão livre dela mesma, pela conversão e 
      pelo sacramento da Penitência, coisa impossível após a morte. O que não 
      seria justo é que se concedesse a salvação tanto aos que viveram no ódio 
      contra Deus como aos que o serviram, sincera e amorosamente, de acordo com 
      o que a sua consciência devidamente esclarecida e formada lhes ditava”. 
      
      a) É verdade 
      que o nosso modo de pensar humano se espanta e horroriza com esta ideia. 
      Trememos! Não admira que nos queiramos desembaraçar desta verdade. 
      Compreende-se que a queiramos ladear e convencer-nos de que não é assim. 
      Mas é inútil. Este dogma é tão certo que não podemos dar-lhe 
      voltas. A Sagrada Escritura fala do “Deus bom”, do 
      “Deus misericordioso” e de Jesus Cristo “manso e humilde de 
      coração”; refere-se também ao “verme que não morre” 
      e ao “fogo que nunca apaga”. O mesmo Jesus Cristo que propôs 
      a parábola daquele pai que perdoou ao filho pródigo, narrou também a 
      parábola do rico avarento sem coração que foi lançado no inferno, 
      onde sofre os mais espantosos tormentos. 
      
      Tu dizes: o inferno 
      não pode ser eterno! Porque, nesse caso, o sacrifício de Cristo e a sua 
      morte redentora na cruz seriam inúteis. Ora, Deus não faz nada 
      inutilmente.  Mas se o inferno não é eterno, Deus sacrificou 
      inutilmente o seu Filho unigênito. 
      
      Se o inferno 
      não é eterno, foram 
      inúteis todos os suores dos Apóstolos e dos missionários que fizeram todo 
      o possível para salvar da condenação eterna os que erravam nas sombras do 
      paganismo:  “Se o inferno não fosse eterno, não 
       seria inferno. A pena que dura pouco, não é grande pena”  
      
      (Santo Afonso Maria de Ligório). 
      
      Se o inferno 
      não é eterno, carecem de 
      sentido aquelas palavras do Senhor, graves, impressionantes e para sempre 
      memoráveis: “Se a tua mão ou o teu pé são para 
      ti ocasião de escândalo, corta-os e lança-os fora de ti; melhor te é 
      entrares na vida eterna manco ou coxo, do que com duas mãos ou dois pés 
      seres precipitado no fogo eterno. E se teu olho é para ti ocasião de 
      escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor te é entrares na vida 
      eterna com um só olho que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno”
      (Mt 18, 8-9). 
      
      Esta 
      eternidade é de fé; não é 
      simples opinião, mas sim, verdade revelada por Deus em muitos lugares da 
      Sagrada Escritura. Assim como o sal conserva o alimento, o fogo do inferno 
      não só atormenta os condenados, mas, ao mesmo tempo, tem a propriedade do 
      sal, conservando-lhes a vida: “Ali o fogo 
      consome de tal modo que conserva sempre” (São Bernardo de 
      Claraval). 
      
      Ou aceitamos o dogma 
      da condenação eterna, ou temos que blasfemar dizendo que Deus não é sábio 
      nas suas obras, mas caprichoso. 
      
      b) Dizes que o 
      inferno não é eterno porque  “Deus é cheio de bondade e não pode 
      ser tão cruel que dê castigo eterno ao pecado de um instante...”  
       
      
      Assim alguns 
      procuram consolar a si mesmos. Procedem insensatamente. 
      
      O Pe. Alexandrino 
      Monteiro escreve: “Deus em tudo é grande. Se dá 
      o  prêmio é com o céu; se redime é com o seu próprio sangue; se castiga é 
      com o inferno”. 
      
      A bondade de Deus 
      não é debilidade impotente, não é sentimentalismo efeminado. Deus é, 
      com efeito, infinitamente bom, mas também é infinitamente santo e 
      justiceiro. 
      
      “Deus é bom”, 
      sem dúvida! Trata-nos com imensa bondade e misericórdia enquanto estamos 
      neste mundo e nos esforçamos por nos aproximarmos d’Ele. Foi o mesmo Deus 
      que disse estas palavras: “Mesmo que os vossos 
      pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve;  ainda que 
      sejam vermelhos como carmesim, tornar-se-ão como a lã” (Is 1, 18). 
      
      Porque, finalmente, 
      a bondade de Deus não pode ser debilidade ou sentimentalismo. E 
      quem sabe o que é felicidade eterna, - coroação da nossa perfeição 
      espiritual e participação na vida divina, - sabe também que é 
      impossível possuí-la, quem passou toda a vida de costas voltadas para 
      Deus.   
      
      “Mas, será 
      possível um castigo eterno por causa de um pecado que não dura mais que um 
      momento?” A grandeza do pecado 
      não depende da sua duração. Ao assassino basta um momento para disparar a 
      arma:  “Insensato seria aquele que para 
      desfrutar um dia de divertimentos, quisesse condenar-se a uma  prisão de 
      vinte ou trinta anos numa prisão! Se o inferno durasse, não cem anos, mas 
      apenas dois ou três, já seria loucura incompreensível que por um instante 
      de prazer nos condenássemos a esses dois ou três anos de tormento 
      gravíssimo. Mas não se trata de trinta nem de cem, nem de mil, nem de cem 
      mil anos, trata-se de sofrer para sempre penas terríveis, dores sem fim, 
      males incalculáveis sem alívio algum”
      (Santo Afonso Maria de Ligório). 
      
      Também não é preciso 
      mais que um instante para cometer um pecado grave, pelo qual se 
      perde a felicidade eterna. 
      
      Mais lógico 
      seria raciocinar desta maneira:
      
      Precisamente porque Deus é tão santo, e o pecado Lhe ofende tanto, 
      justamente por esse motivo o inferno deve ser uma coisa horrenda. 
      
      Tens amor à verdade? 
      Então com certeza aborreces a mentira! 
      
      Tens limpa a alma? 
      Então certamente foges de toda a imoralidade! És homem honrado? Por certo 
      evitas todas as fraudes! Pois bem. Precisamente porque Deus é 
      infinitamente santo, tem infinito horror ao pecado, e, 
      portanto, Deus por sua mesma natureza há de afastar-se dele... para 
      sempre:  “Há de julgar os vivos e os 
      mortos, cada um segundo os seus méritos: os que corresponderam ao Amor e à 
      Misericórdia de Deus, indo para a vida eterna; os que os recusaram até ao 
      fim, indo para o fogo que não se extinguirá jamais”  
      (Paulo 
      VI). 
      
      A alma que no 
      momento da morte se encontra em estado de pecado grave, - 
      poderíamos dizer, a alma de quem morre de costas voltadas para Deus, - 
       
      
      ficará assim durante séculos e milhões de séculos, de costas voltadas 
      para Deus, por toda a eternidade! “As almas 
      daqueles que saem do mundo em pecado mortal atual, imediatamente depois da 
      sua morte descem ao Inferno, onde são atormentadas com penas infernais”
      
      
      (Bento 
      XII). 
      
      O pecado grave é 
      alguma coisa diametralmente oposta à divindade. Aquele, a quem o frio da 
      morte enrijeceu neste estado, permanecerá desta mesma forma pelos séculos 
      dos séculos.  Viver eternamente de costas voltadas para Deus... é a 
      condenação. 
      
      Mistério temeroso, 
      doutrina angustiante, mas realidade tremenda. 
      
      2. É possível, 
      contudo, suavizar os horrores deste dogma, - tirar-lhe, por assim dizer o 
      fel, - e tranquilizar a nossa alma perturbada, pensando que se é certa a 
      existência da condenação eterna, não é menos certo que Deus não condena 
      ao inferno ninguém que o não tenha merecido:  
      “Porquanto todos nós teremos de comparecer 
      manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a 
      retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o 
      bem, seja para o mal”  
      (2 Cor 
      5, 10). 
      
      a) Deus não julga 
      precipitadamente sob o influxo da paixão, nem, de ordinário, no momento em 
      que se comete o pecado. 
      
      Não condena sem 
      primeiro conceder a graça que nos incita à conversão e nos dá 
      possibilidade de nos convertermos. 
      Mas que há de fazer o Senhor com aquele que não quer converter-se, que não 
      quer aproximar-se d’Ele? 
      
      A guerra costuma 
      também chamar-se “ultima ratio”. É a razão última dos 
      povos. Só se recorre às armas quando se esgotaram já todos os outros 
      meios. O inferno vem a ser também uma “ultima ratio” nas 
      mãos de Deus, que só a  emprega depois de usar todos os meios para nos 
      salvar:  “Quando o Senhor castiga nesta vida, é 
      para fazer misericórdia na outra. Mostra-se irritado a fim de que nos 
      emendemos e detestemos o pecado. Se nos manda algum castigo, é porque nos 
      ama e nos quer livrar das penas eternas”
      (Santo Afonso Maria de Ligório). 
      
       É 
      tão pouco, - tão 
      incrivelmente pouco,  - o que Deus exige para nos perdoar. Basta 
      arrepender-me de ter ofendido a Deus por ser Ele quem é, prometer não 
      tornar a ofendê-Lo e a intenção de me confessar... nada mais! Podia Deus 
      ter exigido menos? 
      
      b) 
      O inferno é, sem dúvida, um dogma que nos causa 
      temor. Mas podemos suavizar o 
      receio que nos provoca, se meditarmos quem será condenado ao inferno. 
      
      Quem morrer em 
      pecado mortal sem se confessar ou, se o não puder fazer, sem um ato de 
      contrição perfeita. 
      
      Pecado mortal! 
      Quem comete o pecado mortal?
      “Quem infringe consciente e deliberadamente a lei de Deus em matéria 
      grave”, responde a teologia. 
      
      Ele é o pior de 
      todos os males:  “O maior mal do mundo, o mal 
      que entre  todos os males merece verdadeiramente o nome de mal – é o 
      pecado. A sua fealdade não tem semelhante; a sua gravidade é, em certo 
      modo, infinita; os seus castigos são eternos!”  
      (Pe. 
      Alexandrino Monteiro). 
      
                   Sabemos, pois, o que 
      constitui objetivamente o pecado grave. 
      
      Contudo, por vezes 
      não sabemos, - e ninguém o chega, a saber, além de Deus, - se em certos 
      casos houve subjetivamente pecado mortal, ainda que as aparências pareçam 
      indicá-lo. 
      
      Não conhecemos 
      muitas vezes as influências nefastas da hereditariedade mórbida, das 
      taras, da educação descuidada, do ambiente perverso e de outras mil 
      circunstâncias atenuantes, que nós mal podemos suspeitar. 
      
      Tudo isto nos pode 
      trazer grande consolação ao pensarmos no inferno! 
      
      c) É certamente 
      horroroso o pensamento do inferno; mas podemos tranquilizar-nos pensando 
      quem se condenará. Que nos ensina a nossa santa religião a este respeito? 
      Quem está no inferno?  
      
      Na história do mundo 
      houve muitos homens que foram verdadeiros monstros, autênticas feras, e, 
      contudo, não sabemos se foram condenados ao inferno. Pelo contrário, há um 
      criminoso condenado à pena capital, - o bom ladrão - de quem sabemos 
      positivamente que entrou no Paraíso. Nós, porém, segundo o nosso modo de 
      julgar, te-lo-íamos colocado no inferno; porque julgamos segundo as 
       aparências. Deus, quando julga, põe tudo nos pratos da balança. Os 
      fatores mais invisíveis e incalculáveis para nós, taras hereditárias, más 
      inclinações naturais, educação descuidada, ambiente perverso... Deus 
      conhece tudo e pesa tudo na balança, quando julga. Por isso, nós não 
      sabemos quem está no inferno. 
      
      3. Mas também não 
      devemos pôr-nos a cavilar sobre este ponto; esforcemo-nos antes por evitar 
      o inferno. Só o evitaremos se fugirmos de todo o pecado mortal, ou 
      se tivermos a desgraça de cair nele, o expulsaremos da nossa alma com uma 
      boa confissão. 
      
      a) É curioso 
      observar o público numa grande estação de caminho de ferro. Que agitação, 
      que nervosismo! Ao chegar o comboio, todos se precipitam para dentro com 
      malas e embrulhos, aos empurrões. A todos os preocupa um só pensamento: 
      Não perder o comboio. 
      
      O chefe dá o sinal, 
      a locomotiva apita, e o comboio, abarrotado de gente põe-se em marcha. 
      Precisamente naquele momento chega um passageiro atrasado, com os cabelos 
      embaraçados, a fronte coberta de suor, o peito ofegante, quase sufocado... 
      E com voz rouca, olhando para o comboio que já partiu, exclama cheio de 
      tristeza:  “Cheguei tarde!” 
      
      Ao pensarmos na vida 
      eterna, lembremo-nos com frequência que também chegará o momento em que o 
      comboio partirá para o Paraíso. Cuidado, não o percamos! Porque se o 
      perdermos, lá não há outro comboio... Chegamos tarde... para toda a 
      eternidade! 
      
      b) Para toda a 
      eternidade? Outra vez a palavra terrível! Não a compreendemos, 
      ficamos aturdidos, - mas temos de crer. Não cabe no nosso limitado círculo 
      visual humano; não podemos compreender esta verdade. Mas acreditamos 
      e confessamos que Deus não é mais severo para conosco do que nós merecemos.
       
      
      Se o inferno 
      houvesse de terminar, arruinar-se-ia toda a ordem moral! Desapareceriam de 
      repente todos os sérios esforços para levar uma vida moral neste mundo. 
      Por que havemos de ser honrados?  Por que havemos de perseverar no 
      bem à custa de tantos suores, quando no fim de contas, a violação da ordem 
      moral não é um mal tão grande, visto que há de chegar um dia em que 
      automaticamente essa ordem há de ser restabelecida? 
      
      Se não existe juiz 
      onipotente que um dia nos há se pedir contas, mesmo dos desejos mais 
      secretos do nosso coração, se não há um tribunal em que um dia se ponham 
      na balança todas as boas obras feitas ocultamente e desconhecidas de 
      todos, e em que também se pesem todas as nossas palavras e as nossas 
      lutas, se não há um dia de juízo cujo fulgor dê o devido valor ao heroísmo 
      da vida virtuosa e à frivolidade de uma existência fútil, leviana e 
      pecaminosa... se tudo isto não existe, quem poderá falar de justiça, da 
      bondade e da santidade de Deus? 
      
      Por mais terrível 
      que seja o dogma do inferno, o pensamento desta grande verdade não nos 
      deve causar terror, mas fazer-nos tirar uma preciosa lição. 
      
      Ouçamos todos o 
      eloquente aviso que nos dá este dogma: Irmãos! Cuidado! Cuidado! Ainda que 
      fosse necessário suar sangue... ainda que vos custasse uma vida de 
      incessante mortificação... Perseverai junto de Deus! Voltai-vos para Ele! 
      Vivei voltados para o Senhor, para que possais morrer na sua amizade. 
      
      Quando o povo judeu 
      ocupou a terra de Canaã, jurou solenemente obedecer às leis do Senhor, 
      como prescrevera Moisés no capítulo 27 do Deuteronômio. Metade do povo, 
      isto é, seis tribos colocaram-se no monte Ebal, árido e coberto de ruínas. 
      As outras seis tribos ocuparam a parte oposta, o monte Garizim, coberto de 
      prados em flor e de bosques. No vale situado entre os dois montes jazia a 
      cidade de Siquém, onde ficaram os sacerdotes e os levitas, junto à Arca da 
      Aliança. Começou então um diálogo emocionante: 
      
      - Maldito seja o 
      homem que talha ou funde imagens ou ídolos, que são a abominação do 
      Senhor, e os coloca em lugar oculto – exclamaram os Levitas.  
      
      E ressoou a voz do 
      povo: 
      
      - Amém! 
      
      - Maldito seja o que 
      não honra o pai e mãe! 
      
      - Amém! – respondeu 
      o povo. 
      
      - Maldito o que muda 
      de sítio os limites da herdade do próximo! 
      
      - Amém! 
      
      - Maldito o que vive 
      na imoralidade! 
      
      - Amém! 
      
      - Maldito o que 
      matar o próximo à traição! 
      
      - Amém! 
      
      - Maldito o que se 
      deixa subornar! 
      
      - Amém! Clamava o 
      povo. 
      
      Imediatamente depois 
      ressoaram as palavras que prometiam as bênçãos que hão de chover sobre os 
      cumpridores da Lei divina. 
      
      “Mas se ouvires a 
      voz do Senhor teu Deus, e praticares e observares todos os seus 
      mandamentos... bendito serás na cidade, e bendito no campo, bendito o 
      fruto do teu ventre e benditos os frutos da tua terra. Bendito serás em 
      todas as tuas ações desde o princípio até o fim”... 
      Bendito! Bendito! Bendito por Deus e para sempre! 
      
      E no monte Ebal e no 
      monte Garizim retumbava como um trovão a resposta do povo: Amém! Amém! 
      Amém! 
      
      Impressionamo-nos 
      com a descrição desta cena. Mas, que é ela comparada com o trovão do juízo 
      final, em que não serão sacerdotes judeus quem pronuncia maldições e 
      bênçãos, mas o Juiz divino, e não será o povo que responderá “amém”, mas 
      os anjos do Senhor? 
      
      - “Apartai-vos 
      de mim”, dirá Cristo. E os anjos responderão: “Amém”. 
      
      -  “Ide para o 
      fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos!” 
      
      - Amém! Amém para 
      sempre! 
      
      Depois... 
      desaparecerá a indignação do rosto de Jesus Cristo, e voltando-se para os 
      bons, dir-lhes-á com infinita doçura: 
      
      - “Vinde, 
      benditos de meu Pai!” – e milhões de milhões de corações soltarão 
      a resposta jubilosa: 
      
      - Amém! 
      
      -  “Tomai posse 
      do reino, que vos está preparado desde o princípio do mundo!” 
      
      - Amém! Amém para 
      sempre! 
        
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Anápolis, 04 de novembro de 2009 
        
        
      
      
      Bibliografia 
      
        
      
      
      Sagrada Escritura 
      
      Pablo Arce e Ricardo 
      Sada, Curso de Teologia Dogmática 
      
      Edouard Clerc, Que 
      há para além da morte? 
      
      Mons. Tihamer Tóth, 
      A Vida Eterna 
      
      Paulo VI, Credo do 
      Povo de Deus 
      
      Bento XII, 
      Constituição “Benedictus Deus” 
      
      São Bernardo de 
      Claraval, Meditações 
      
      Santo Afonso Maria 
      de Ligório, Preparação para a morte 
      
      Pe. Alexandrino 
      Monteiro, Raios de luz 
      
        
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