FELIZES OS SEIOS QUE TE AMAMENTARAM! (Lc 11, 27)
“Enquanto ele assim falava, certa mulher levantou a voz do meio da multidão e disse-lhe: ‘Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!”
Como é belo e quanto é cheio de fé o grito que a pobre mulher levantou no meio da multidão: “Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!” Nosso Senhor pareceu responder duramente a tanto entusiasmo: “Mais felizes são os que escutam a palavra de Deus e a observam” (Lc 11, 28). Porém, mesmo assim, a glória de Nossa Senhora não foi diminuída, senão que aumentada, porque em escutar e observar a palavra de Deus ela foi a primeira de todas as criaturas: “Quem poderá então compreender jamais a glória que o Senhor reservou à sua Mãe? Pois, desde o primeiro momento de sua existência ela o amou, na terra, mais que todos os Anjos e homens juntamente” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “A Virgem por exceder em mérito todos os Anjos e homens, deve ter sido exaltada acima de todas as ordens celestiais” (Santo Tomás de Aquino). Católico, é importante observar que aquela mulher tenha evocado a lembrança de Maria Santíssima justamente quando Jesus Cristo falava do Demônio, que como um forte armado guarda a sua presa: “Quando o espírito impuro sai do homem, perambula em lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz: ‘Voltarei para minha casa, de onde saí’. Chegando lá, encontra-a varrida e arrumada. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes. ENQUANTO ELE ASSIM FALAVA, CERTA MULHER...” (Lc 11, 24-27). Jesus Cristo falava sobre o Demônio e a mulher evocou a lembrança da Virgem Maria. “Felizes as entranhas que te trouxeram...” “Felizes” porque foi a única entre todas as criaturas humanas que venceu e esmagou o Demônio em toda parte. “Felizes” porque todo aquele que nas tentações buscar refúgio em seu Imaculado Coração não será vencido: “Nela nada há de terrível nem de severo. É toda benigna e amável para os que a procuram. Maria não só dá quanto lhe pedimos, mas ela mesma oferece a todos leite e lã. Leite de misericórdia para animar-nos à confiança, e lã de refúgio para nos defender dos raios da justiça divina” (Santo Afonso Maria de Ligório). Sendo ainda pequeno, Santo Tomás de Aquino teve um dia na mão um papel onde estava escrito: Ave-Maria. Ele foi-lhe tirado por brincadeira; mas ele começou tão seriamente a chorar, que bem depressa foi preciso restituí-lo para acalmá-lo. E, quando o recuperou, o santo, pequeno que ainda não sabia ler, o engoliu, como que para se assegurar da sua posse. Aterrados, os circunstantes admiraram-se. Esse menino crescerá; e um dia, tentado com astúcia diabólica na cela onde estava prisioneiro, teve força bastante para agarrar um tição aceso e, com essa arma ardente, afugentar a mulher que o tentava. Católicos, que quisermos ser mais fortes do que o forte armado, se não quisermos ser possuídos pelo Demônio impuro, façamo-nos devotos de Nossa Senhora. A exemplo do pequeno Tomás, anjo de pureza, sejamos ávidos da oração da Ave-Maria: no Santo Rosário ou no Terço toda noite, durante o trabalho, nos veículos, pelas ruas, nos momentos de tentação, ao despertarmos à noite, sempre. E a Virgem Maria que é terrível para com o Demônio mais do que um exército inteiro, livrar-nos-á do mal e nos conduzirá ao Céu. Ali entrando, também nós, como aquela ingênua mulher, gritaremos a Jesus no meio dos Santos: “Felizes as entranhas que te trouxeram...” Amemos a Santíssima Virgem e rezemos várias vezes ao dia a Ave -Maria. Uma jovem, embora tivesse aprendido a amar a Virgem Santíssima, sentia-se, contudo, muito inclinada a bailes e passeios. Sua mãe, condescendente, proporcionava-lhe para isso os vestidos mais ricos e vistosos. Um domingo, muito cansada de dançar, sentou-se a jovem debaixo de uma árvore do jardim para descansar. Ali, apareceu-lhe o diabo e disse-lhe: - Levanta-te e vem comigo! - Quem és? - Sou o diabo, a quem com tuas desonestidades serves tão bem, dando-me muitas almas. Agora é a tua vez; vem comigo! Quando o diabo quis agarrá-la, ela gritou por socorro, invocando a Nossa Senhora e rezou uma Ave-Maria. Sem essa oração – disse-lhe o demônio – por justo juízo de Deus estarias morta e eu te levaria para o inferno. Aquela jovem nunca mais quis saber de bailes e tornou-se dali em diante fervorosa filha de Maria, a Virgem Imaculada.
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 20 de julho de 2010
Bibliografia
Sagrada Escritura Pe. Francisco Alves, Tesouro de exemplos Santo Tomás de Aquino, Escritos Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria Pe. João Colombo, Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as Festas do Senhor e dos Santos
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