ALEGREMO-NOS COM A FORÇA DO ALTO (Sl 84, 6)
“Felizes os homens cuja força está em ti”.
Católico, o que é o mundo inimigo de Deus e do Santo Evangelho? Propriamente falando, o mundo é o gado de Satanás: Satanás lhe é o pastor e o príncipe. No mundo não há verdade: “Rogarei ao Pai que envie a vós o Espírito da Verdade, que o mundo não pode nem receber nem conhecer” (Jo 14, 17). No mundo não há amor: “Como vós não sois do mundo, o mundo vos odeia; ele só ama os seus” (Jo 15, 19). No mundo não há paz: “Dou-vos e vos deixo a minha paz; não faço como o mundo” (Jo 14, 27). No mundo não há salvação: “Eu não rogo pelo mundo” (Jo 17, 9). Infeliz do católico que busca força no mundo inimigo das almas imortais. Esse mundo é inimigo de Deus e não pode dar nada de bom ao católico... por que então buscar forças nele? “Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que te aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama?” (São Cipriano). Feliz do católico que pisa o mundo e sua vaidade... que vira as costas para o mundo e tapa os ouvidos para os seus convites... que foge dele para buscar forças no Deus Eterno; n’Ele sim, se encontra a verdadeira segurança: “Repouso tranquilo e firme segurança para os fracos, só nas chagas do Salvador! Ali permaneço seguro, porque ele é poderoso para salvar! O mundo agita, o corpo dificulta, o demônio arma ciladas; não caio, estou firme na rocha” (São Bernardo de Claraval). Infeliz do católico que se apóia nas criaturas, que hoje estão de pé e amanhã caídos na lama: “Maldito o homem que confia no homem” (Jr 17, 5), e: “O homem é como um sopro, seus dias como a sombra que passa” (Sl 144, 4). Feliz daquele que busca a força em Deus e não nas criaturas... no Deus que é mais poderoso que os poderosos da terra: “Pois só Deus é realmente o Altíssimo, e os poderosos desta terra lhe pertencem!” (Sl 46, 10). Por que felizes? Porque se sentem seguros interiormente... sentem a alma fortalecida para o combate contra os inimigos invisíveis... não tremem diante dos obstáculos que surgem pelo caminho... caminham com a cabeça erguida no meio da multidão que zombam dos amigos de Deus... não fraquejam quando são insultados pelos seguidores das trevas... Por que felizes? Porque não contam com as próprias forças, mas sim, com a força que vêm de Deus. Sabem muito bem que ninguém os derrotará, porque estão apoiados em Deus: “Só ele é minha rocha, minha salvação, minha fortaleza, - jamais vacilarei! Em Deus está minha salvação e minha glória, em Deus está o meu forte rochedo” (Sl 62, 7-8), e: “... em Deus eu confio: jamais temerei! O que pode um mortal fazer contra mim?” (Sl 56, 5), e também: “Ainda que um exército acampe contra mim, meu coração não temerá” (Sl 27, 3). Por que felizes? Será que existe maior felicidade do que ser amparado por Deus? De sentir a Sua proteção e força? De saber que Ele está sempre velando por nós e nos defendendo? “A liberdade que possuem as almas abandonadas a Deus traz-lhes grande paz e profunda alegria: sabem que Deus é um Pai cheio de bondade que as ama, que quer levá-las para junto de si. Que poderiam temer? Vivem na abundância dos dons divinos, numa paz interior que supera todo o sentimento. Basta que nos aproximemos delas para sentirmos a unção suave que emanam e que tem o seu princípio na confiança inabalável que têm em Deus e na profunda intimidade que as une a Ele. O Senhor tornou-se para elas a sabedoria, a força, a glória e até nas sombras da morte gozam da paz de Deus e duma alegria inalterável, porque estão nas mãos do melhor dos pais, do mais fiel dos amigos e do mais terno dos esposos” (Bem-aventurado Columba Marmion). Olhe para o rosto e o comportamento do católico que coloca a sua confiança no dinheiro, nos amigos, na fama, na indústria, na plantação, na beleza... são tristes e vivem frustrados... muitos são depressivos e chegam a tirar a própria vida: “Enganam-se, pois, os pecadores. Ao se privarem da luz da fé, tornam-se cegos e caminham tateando, agarrando-se a tudo que encontram. Com olhar obscurecido, afeiçoam-se aos bens materiais e passageiros, iludem-se como tolos que vêem o ouro e não o veneno” (Santa Catarina de Sena).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 30 de agosto de 2010
Bibliografia
Sagrada Escritura São Bernardo de Claraval, Escritos Santa Catarina de Sena, O Diálogo São Cipriano, Escritos Bem-aventurado Columba Marmion, Jesus Cristo, ideal do monge Pe. João Colombo, Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as Festas do Senhor e dos Santos
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