“ENQUANTO EU VIVER VOU LOUVAR A DEUS” (Sl 146, 2)
“Enquanto eu viver vou louvar a Deus”.
Fomos criados pelo Deus Eterno: “No princípio, Deus criou o céu e a terra’ (Gn 1, 1). Com essas solenes palavras inicia-se a Sagrada Escritura. O Símbolo da fé retoma estas palavras confessando Deus Pai todo-poderoso como ‘o Criador do céu e da terra’, ‘de todas as coisas visíveis e invisíveis” (Catecismo da Igreja Católica, 279). Deus nos criou e vivemos por um determinado tempo aqui na terra... não sabemos até quando: quinze anos? Trinta anos? Sessenta anos? Oitenta anos? Cem anos? Não sabemos! Só sabemos que um dia morreremos e compareceremos diante do Tribunal de Deus para prestarmos conta de nossa vida: “Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal” (2 Cor 5, 10). Se sabemos que NÃO VIVEREMOS aqui nessa terra para sempre, que compareceremos diante de Deus para sermos julgados... precisamos então VIVER SANTAMENTE enquanto nos der vida o Senhor: “Enquanto eu viver vou louvar a Deus”. Não fomos criados por Deus para a IMPUREZA: “Pois Deus não nos chamou para a impureza...” (1 Ts 4, 7). Deus não nos criou para que fôssemos trevas, sal insosso, adúlteros, fornicadores, assassinos, ladrões, beberrões, caluniadores, mentirosos, orgulhosos, charlatães, golpistas... Quem anda por esse caminho aproxima-se a cada dia do Inferno Eterno: “... porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição” (Mt 7, 13). Enquanto VIVERMOS nesse mundo devemos LOUVAR a Deus. LOUVÁ-LO de que maneira? LOUVÁ-LO... conhecendo-O, amando-O e servindo-O: “Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a Deus! É a única coisa que temos para fazer neste mundo. Tudo o que fazemos afora isto é tempo perdido” (São João Maria Vianney). LOUVÁ-LO... louvá-Lo sempre... diariamente através das boas ações: “Consagrar-se aos louvores é próprio de um coração filial. E quem louva ao Senhor cada dia, o louvará no Dia eterno” (São João Crisóstomo). LOUVÁ-LO... evitando rigorosamente o pecado e crescendo na Graça Santificante: “Perdido Deus, tudo está perdido” (Santo Afonso Maria de Ligório). LOUVÁ-LO... desapegando-se das coisas da terra e amando-O sobre todas as coisas: “Alguns põem a perfeição na austeridade da vida, outros na oração, estes na frequência dos Sacramentos, aqueles nas esmolas. Enganam-se. A perfeição consiste em amar a Deus de todo o coração” (São Francisco de Sales). LOUVÁ-LO... sendo sal da terra e luz do mundo: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14). LOUVÁ-LO... se esforçando a cada dia para salvar a alma imortal: “... operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fl 2, 12). LOUVÁ-LO... praticando sempre o bem: “Quanto a vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem” (2 Ts 3, 13). LOUVÁ-LO... trabalhando alegremente para a Sua glória e rezando com fervor: “Ficai sempre alegres, orai sem cessar” (1 Ts 5, 16). LOUVÁ-LO... iluminando a todos com o nosso bom exemplo: “Fazei tudo sem murmurações nem reclamações, para vos tornardes irreprováveis e puros, filhos de Deus, sem defeito, no meio de uma geração má e pervertida, no seio da qual brilhais como astros no mundo” (Fl 2, 14-15). LOUVÁ-LO... carregando pacientemente as cruzes de cada dia e vivendo uma vida de sacrifícios: “Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram” (Mt 7, 14), e: “O cristão que se polpa, que calcula para dar a Deus o mínimo indispensável, de modo a não lhe ser traidor, que vive procurando antes fugir da cruz que carregá-la, antes defender-se que renunciar-se, antes salvar a própria vida que sacrificá-la, não é discípulo de Cristo. Se não nos é dado testemunhar nosso amor e nossa fé com o martírio do sangue, devemos, todavia, testemunhá-los abraçando com generoso coração todos os deveres que o seguimento de Cristo impõe, sem recuar perante o sacrifício” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena). LOUVÁ-LO... temendo-O continuamente: “Dai louvores ao nosso Deus, vós todos, seus servos, e vós que o temeis, os pequenos e os grandes!” (Ap 19, 5). LOUVÁ-LO... buscando com afinco a santidade, porque é essa a Sua vontade: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3). LOUVÁ-LO... agradecendo-O por todas as graças recebidas: “Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo, anunciar pela manhã vossa bondade e o vosso amor fiel a noite inteira” (Sl 92, 1). LOUVÁ-LO... pedindo perdão pelas nossas infidelidades: “Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor!” (Sl 50, 3). Católico, não percamos um só dia com as coisas passageiras da terra, mas louvemos continuamente ao Deus que nos criou... do contrário estaremos ROUBANDO d’Ele e tudo o que praticarmos se transformará em SOFRIMENTOS para nós: “O mundo inteiro não é digno de um só pensamento do homem, porque só a Deus ele é devido; assim, qualquer pensamento posto fora de Deus é um roubo que se lhe faz” (São João da Cruz), e: “Tudo o que não se faz para Deus, transforma-se em sofrimento” (Santo Afonso Maria de Ligório). LOUVEMOS verdadeiramente ao Senhor enquanto existirmos... e depois ouviremos d’Ele no dia do Juízo: “Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!” (Mt 25, 21). Rezemos com amor e confiança: “Digno é de que todos os lábios glorifiquem, todas as vozes confessem, todas as criaturas venerem e celebrem vosso nome adorável e glorioso, ó Trindade Santíssima, Pai, Filho e Espírito Santo, que criastes o mundo com vossa graça, e seus habitantes com vossa clemência, que em vossa misericórdia salvastes os homens e concedestes aos mortais imensos benefícios. Milhares de espíritos celestes vos bendizem e adoram... Com os Querubins e os Serafins glorificam e adoram vossa grandeza, proclamam incessantemente, respondendo uns aos outros: santo, santo, santo é o Senhor Deus dos exércitos; céus e terra estão cheios de sua glória, de sua presença, do esplendor de sua grandeza” (Orações dos primeiros cristãos).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 04 de outubro de 2010
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