AMAR A DEUS E REPARAR AS OFENSAS FEITAS A ELE

(Jo 21, 17)

 

“Simão, filho de João, tu me amas?’... ‘Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”.

 

Disse Jesus a São Pedro: Simão, filho de João, amas-me tu mais que a estes? Respondeu-lhe: Sim, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.

Pedro é nomeado chefe por Jesus Cristo que escolheu para isso quem muito O amava: “Desconfiado do testemunho da própria consciência, São Pedro recorre à onisciência de seu divino Mestre, dizendo humilde e modestamente: Tu sabes que te amo” (Frei Pedro Sinzig).

São Pedro respondeu: Tu sabes que te amo, desconfiando de si próprio desde que negou a Jesus Cristo. Nem diz que O ama mais do que os outros, porque a sua humildade o proíbe.

Imitemos a humildade de São Pedro e desconfiemos das nossas forças, porque sem a força do alto jamais permaneceremos fiéis ao Senhor.

O humilde confia em Deus e permanece de pé; enquanto que o orgulhoso confia nas próprias forças e cai continuamente.

Como, porém, a nossa natureza nos leva constantemente a buscar-nos a nós mesmos, é necessário para reagir contra esta tendência, lembrar-nos que de nós mesmos não somos mais que nada e pecado. Há em nós, sem dúvida, boas qualidades naturais e sobrenaturais, que soberanamente devemos estimar e cultivar; mas, como estas qualidades vêm de Deus, não é porventura a Deus que por causa delas devemos glorificar? Ora, de nós mesmos, não temos mais que o nada (Adolfo Tanquerey).

J. J. Olier escreve: “Eis o que éramos de toda a eternidade; e o ser, de que Deus nos revestiu, não é de nós, é de Deus: e, posto que nos tenha sido dado, não cessa contudo de ser ainda dom de Deus, pelo qual quer ser honrado”.

“Simão, filho de João, tu me amas?” Três vezes foi perguntado por Jesus Cristo a São Pedro, que por três vezes O havia negado.

E nós? Será que já não negamos a Nosso Senhor Jesus Cristo mais vezes do que São Pedro? E os muitos pecados cometidos? E o respeito humano? E a preguiça de servir ao nosso Salvador? E a tibieza? E a duplicidade? E a indiferença? E o comodismo? E a vida de “poltronice”?

Fazemos atos de desagravo, de contrição e de propósito para reparar tantas negações contra o nosso divino Amigo? Ou vale Jesus Cristo tão pouco a nossos olhos que não temos por nada tê-Lo ofendido? “Quão urgente, portanto, especialmente em nosso século, seja a necessidade da expiação e do desagravo, não o pode ignorar quem quer que, com a vista e com a mente considerar... este mundo ‘todo sujeito à maldade’ (1 Jo 5, 19)” (Pio XI, Encíclica “Miserentissimus Redemptor”, 16), e: “Eu vos amo e porque vos amo, arrependo-me de todo o coração de vos ter ofendido. Como sou miserável!” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Feliz do apóstolo São Pedro que humildemente pode dizer ao Deus onisciente: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”.

E nós? Será que possuímos um sincero amor a Nosso Senhor, caso fôssemos interrogados por Ele, de fazerem nossas as palavras de São Pedro? “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”.

O Frei Pedro Sinzig escreve: “Oxalá não falem nossas ações e omissões, todo o nosso proceder outra linguagem do que nossa boca, e talvez o contrário daquilo que São Pedro pode dizer!”

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 30 de dezembro de 2012

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Amar a Deus e reparar as ofensas feitas a Ele”

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