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O ALTÍSSIMO CRIOU-NOS PARA SI (Is 43, 1)
“... tu és meu”.
De onde viemos? Como se explica a maravilhosa existência do nosso ser? De onde veio o mundo em que vivemos? A única explicação admissível é: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn 1, 1). O Frei Pedro Sinzig escreve: “Jamais o vento formará, de madeiras e pedras no chão dispersas, majestosa catedral; jamais os tipos de chumbo, caindo por si, formarão mavioso drama; jamais as tintas espalhadas por acaso sobre uma tela, darão uma pintura de mestre; tão pouco o acaso ou o constante desenvolvimento da matéria pode ser a causa de tua existência. Tudo, pois, é obra de Deus”. Será que agradecemos ao Criador por tão grandes maravilhas? Pensamos nos direitos que Ele tem sobre nós? Deus criou-nos para Ele! Tudo o que realizamos fora da sua vontade estamos jogando o tempo fora e roubando d’Ele: “Como é belo, como é grande conhecer, amar e servir a Deus! É a única coisa que temos para fazer neste mundo. Tudo o que fazemos afora isto, é tempo perdido” (São João Maria Vianney). Estamos nesse mundo para conhecer, amar e servir a Deus, para um dia O possuirmos. Este é nosso fim! Tudo mais, sem exceção, é dispensável: “Possuir bens materiais, saúde, estudo, longa vida, pode ser útil; necessário não é, contanto que te salves. Corresponde tua vida a estas máximas indiscutíveis?” (Frei Pedro Sinzig). Sábio é aquele que emprega todo o tempo de sua vida aqui nesse mundo para trabalhar para a glória de Deus e pelo bem das almas; longe de amargurar a vida, adoçará seus dias e terá uma morte feliz. Deus nos criou, e para voltarmos para Ele devemos realizar o bem; eis o resumo de nossa breve vida nesse vale de lágrimas. Se Deus criou-nos para Ele, por que buscar as coisas da terra que não satisfazem a nossa alma? Se possuímos a verdadeira riqueza, por que se arrastar atrás da miséria desse mundo? Deus criou-nos para Si... então, já possuímos tudo de que necessitamos: força, salvação, coragem, repouso, abrigo, proteção, alegria... não há motivo para mendigarmos as coisas caducas desse mundo: “Fora de Deus só há alegria efêmera e paz ilusória” (Bem-aventurado Columba Marmion), e: “Só em Deus a minha alma repousa, dele vem a minha salvação” (Sl 62, 2), e também: “Só ele é minha rocha, minha salvação, minha fortaleza, - jamais vacilarei!” (Sl 62, 3), e ainda: “O Senhor é o refúgio do oprimido, seu abrigo nos momentos de aflição. Quem conhece o vosso nome, em vós espera, porque nunca abandonais quem vos procura” (Sl 9, 10-11). É grande rebeldia e ingratidão voltar as costas para o Criador para servir as criaturas tão falsas, traidoras e vazias. O Criador criou-nos para Si... sejamos-Lhe gratos e consumamo-nos por Ele... paguemos-Lhe amor com amor... amor que não cansa, que não reclama, que não murmura, que não reserva nada para si... que não tem outro interesse senão o do Criador. “... tu és meu”. Somos de Deus, o que nos falta? Nada! Somente Ele pode alegrar o nosso coração e satisfazer a nossa alma imortal e espiritual com a verdadeira felicidade. Quem encontrou uma pedra preciosa não perde tempo com os pedregulhos da terra. Quem possui a Beleza Infinita na alma não olha mais para a fealdade das coisas passageiras. Quem encontrou a verdadeira paz não busca mais a inquietação do mundo. Aquele que é de Deus não precisa buscar algo fora d’Ele, porque somente Ele basta: “Nada da terra pode servir-me mais de atrativo, porque conheci a formosura divina” (Santa Teresa dos Andes).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 31 de dezembro de 2012
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