O JOVEM DE NAIM

(Lc 7, 12)

 

“Ao se aproximar da porta da cidade, coincidiu que levavam a enterrar um morto, filho de mãe viúva...”

 

A morte é inexorável... não se move à compaixão.

A morte arrebata da vida um jovem, apesar das lágrimas de sua mãe, de quem era o único consolo.

Estejamos preparados! Quem nos assegura que a morte ainda nos concederá mais algum tempo? “Assistimos todos os dias a morte de muitos, celebramos os seus enterros e funerais, e no entanto continuamos a prometer-nos longos anos de vida” (Santo Agostinho).

O filho da viúva de Naim era jovem. Está claro que a morte não escolhe idade.

O que é a morte? O fim da vida, a separação da alma do corpo. É um adeus para sempre a tudo que nos cerca; é um separar, sem remédio, de amigos, de irmãos, de pai e mãe, de bens da fortuna, de dignidades, de ofícios... de tudo!

Todos havemos de morrer (Hb 9, 27). É esta a sentença que todos vivemos condenados neste mundo.

Esta sentença, ou melhor, esta lei de morte nos é intimada pela natureza da nossa vida. Este decorrer acelerado dos anos, dos dias e das horas, denota que há de haver um termo de paragem. Por isso o paciente Jó viu uma bela imagem da vida na folha seca que o vento arrebata, na flor do campo que num dia nasce e nesse mesmo dia morre, e na ligeira brisa que perpassa veloz sobre a copa das árvores.

O aviso de que havemos de morrer nos é dado por toda a criação. Olha como tudo nela tem fim! Vê como as árvores, chegando a uma certa idade, enfraquecem, perdem a folha e a seiva que as alimentava e ficam no meio dos campos, no fundo dos vales e no cume dos montes, como esqueletos sem vida, como despidos mastros do navio a quem a tempestade rasgou as velas. Vê os animais, como se vão uns após outros despedindo da vida! Vê como os nossos semelhantes, hoje um, amanhã outro, vão deixando a tua companhia para se irem associar os que dormem o sono da morte! (cfr. Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz).

Em Lucas 7, 13 diz que a viúva acompanhava o enterro de seu único filho... e chora muito: “O Senhor, ao vê-la, ficou comovido e disse-lhe: ‘Não chores!’”

A viúva chora a morte de seu filho... A Igreja Católica Apostólica Romana chora a morte espiritual de seus filhos... são milhões: “Membros mortos da Igreja são os fiéis que estão em pecado mortal” (São Pio X, Catecismo Maior, 167). Quanto não faz a Santa Igreja para evitar a morte de muitos de seus filhos... e quanta ingratidão encontra!

Será que já pertencemos também ao número dos filhos ingratos? Já reparamos todo o mal causado?

Não abusemos da bondade de Jesus Cristo amontoando pecados sobre pecados... Ele é misericordioso e nos diz todos os dias: “Não chores!”

O Frei Pedro Sinzig escreve: “De fato, teu Deus sempre está pronto a enxugar as lágrimas e a perdoar, por mais que O tenhas ofendido. N’Ele, não no mundo, põe toda tua confiança. Por mais que outros te estimem e te amem, não poderão garantir tua felicidade eterna”.

Jesus Cristo, o Deus cheio de amor não ficou parado nem indiferente diante do sofrimento daquela mãe, mas se aproximou “e tocou o caixão” (Lc 7, 14).

O Frei Pedro Sinzig diz que “Deus chega primeiro com sua graça e toca na alma, inspirando salutar medo ou doce esperança”.

Jesus Cristo disse ao morto: “Moço, eu te mando, levanta-te!”(Lc 7, 14).

Levantou-se o defunto imediatamente, enquanto que milhões de católicos, após a mesma ordem do Senhor, continuam no pecado mortal. Quanta ingratidão! Quanta dureza de coração! Que perigo de se perderem eternamente!

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 01 de janeiro de 2013

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O jovem de Naim”

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