ONDE ESTÁ A VERDADEIRA FELICIDADE?

(Mt 7, 14)

 

“Como é estreita a porta e apertado o caminho que guia para a vida e como são poucos os que acertam com ele!”

 

A verdadeira felicidade não está em percorrer o caminho largo que leva ao inferno eterno; mas sim, em trilhar o caminho da renúncia, do desapego e do sacrifício.

As coisas caducas da terra não podem satisfazer uma alma imortal e espiritual, somente Deus pode satisfazê-la: “Fomos feitos para a felicidade, para sermos felizes: o nosso coração tem uma capacidade de infinito, e só Deus o pode saciar perfeitamente” (Bem-aventurado Columba Marmion).

Onde está a verdadeira felicidade?

O que faz, pois, feliz o homem?

Deus! Somente Deus!

Só neste bem infinito encontra o coração descanso, só a posse dele basta para satisfazer todas as tendências da vontade e investigações da inteligência.

Só em Deus está a felicidade, e quem a procura fora d’Ele anda buscando a luz nas trevas.

Só em Deus está a felicidade, pois fez-se para si e não para o ouro, nem para os prazeres nem para a glória vã do mundo. E, na verdade, se nossa alma é imortal, como pode encontrar a felicidade num bem que morre?

Deus dotou a nossa alma com duas faculdades: a vontade e o entendimento – superiores à matéria e, por isso, incapazes de encontrar na matéria a sua felicidade.

A nossa alma aspira a um pleno, a um bem infinito, a um bem que não envolva a menor sombra de mal: e só Deus é a plenitude dos bens, só Ele o bem infinito, só ele o bem por excelência.

O nosso entendimento não descansa senão na posse da verdade, e só Deus é o centro donde irradia a luz de todos os conhecimentos; possuí-lo, vê-lo, é possuir, é ver, é gozar a mesma verdade.

Mas como não se pode possuir a Deus plenamente nesta vida, não pode também haver nela felicidade perfeita. Se a queremos alcançar, esperemos que se nos abram as portas do céu, e então, vendo nós a Deus como Ele é, poderemos dizer com razão: “Agora sou feliz!”

Os que procuram a felicidade neste mundo poderão ser felizes na terra, não, porém, no céu! Gozarão de uma breve felicidade por alguns dias, mas cairão na infelicidade que dura eternamente!

Infeliz de quem procura a felicidade onde não há. A felicidade nesta vida não serve mais do que para nos privar da eterna.

Quem são os felizes neste mundo? Os pobres de espírito, os que choram os seus pecados, os que sofrem perseguição por amor da justiça, os puros de coração e os que têm fome e sede de justiça.

Se há felicidade neste mundo, é só a que nasce da virtude e da boa consciência (cfr. Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz).

Sabemos que é penoso e difícil caminhar em areia embaraçosa ou sobre blocos de pedra. O caminho para o céu é mais custoso ainda, pois Satanás e o mundo aumentam-lhe, de mil modos e incessantemente, a dificuldade e o perigo. A própria natureza convida a buscar prazeres, enquanto Jesus Cristo exige abnegação: “... o Reino dos Céus sofre violência, e violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12).

E nós? Onde buscamos a felicidade? Não podemos servir a dois senhores: Deus e o mundo.

Precisamos decidir! “Há constante combate entre o espírito e a carne, que ambos aspiram a felicidade de maneira bem diferente. Só serás feliz em Deus que é teu elemento vital e por quem foste criado. Queres honra? ‘Grande glória é seguir ao Senhor’. Aspiras riquezas? Deus possui tudo e dá tudo a seus escolhidos. Queres alegria? ‘Saboreia e experimenta quão doce é o Senhor’. Pobre coração que se contenta com uma gota, quando pode ter um oceano de felicidade!” (Frei Pedro Sinzig).

A verdadeira felicidade consiste em possuir Deus e em ter a alma saciada por Ele: “Sou a pessoa mais feliz. Já não desejo nada porque meu ser está saciado com o Deus-Amor” (Santa Teresa dos Andes).

Há perfeições que constituem a essência divina e que não pertencem senão a Deus: A eternidade, a unidade, a simplicidade, a imutabilidade e a imensidade. Há em Deus outras perfeições que se designam pelo nome de atributos operativos e que são os princípios dos seus atos; Ele os possui no supremo grau, mas permite que o homem os possua também em certo grau: A inteligência, a vontade e a onipotência. Deus possui ainda outras perfeições que se chamam atributos morais. São como que as virtudes de Deus, que as criaturas racionais devem procurar imitar: A sabedoria, a bondade, a santidade e a providência.

Está claro que somente em Deus encontramos a felicidade. N’Ele encontramos tudo!

Se encontramos tudo n’Ele, não há motivo para andarmos mendigando as coisas caducas desse mundo.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 01 de janeiro de 2013

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Onde está a verdadeira felicidade?”

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