“VIAGEM” AO INFERNO (Mt 25, 41)
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos”.
Hoje, infelizmente, quase não se prega mais sobre o Inferno Eterno. O Bem-aventurado João Paulo II escreveu sobre esse esquecimento dos Novíssimos do homem: “A Igreja não pode omitir, sem grave mutilação da sua mensagem essencial, uma catequese constante sobre o que a linguagem cristã tradicional designa como os quatro últimos fins do homem: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso”, e: “Novíssimos são chamados nos Livros Santos as últimas coisas que hão de acontecer ao homem. Os Novíssimos, ou últimas coisas do homem, são quatro: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso. Os Novíssimos chamam-se últimas coisas que acontecerão porque a Morte é a última coisa que nos acontece neste mundo; o Juízo de Deus é o último entre os juízos que temos de passar; o Inferno é o último mal que hão de sofrer os maus; e o Paraíso é sumo bem que hão de receber os bons. É bom pensarmos nos Novíssimos todos os dias e principalmente ao fazer a oração da manhã, assim que despertarmos; à noite, antes de deitar e todas as vezes que somos tentados a fazer algum mal, porque este pensamento é eficacíssimo para nos fazer evitar o pecado” (São Pio X), e também: “O segundo remédio (contra o pecado) é proposto pelo Eclesiástico: a recordação da morte e do dia do juízo: ‘Lembra-te de teus novíssimos e para sempre deixarás de pecar’ (7, 36). O sentido destas palavras é como se dissesse: Lembra-te, muitas e muitas vezes, que em breve terás de morrer. Naquele transe, ser-te-á sumamente desejável e absolutamente necessário alcançar a infinita misericórdia de Deus. Por isso, é indispensável que desde já tenhas a morte continuamente diante dos olhos” (Catecismo Romano, Parte III, VI, 25), e ainda: “Quanto ao que meditar, não há assunto mais útil do que as verdades da vida: a morte, o julgamento, o inferno e o céu. Devemos meditar especialmente na morte, imaginando estarmos para morrer numa cama, com o crucifixo nas mãos e próximos a entrar na eternidade” (Santo Afonso Maria de Ligório). São Filipe Néri, o santo da gargalhada, e São João Bosco, o santo da alegria, convidavam seus educandos a descerem em “viagem” ao Inferno Eterno, em vida, através da meditação, para não caírem nele depois da morte. “Desçamos” também nós ao Inferno Eterno enquanto estamos vivos, para não cairmos nele depois da morte... essa “viagem” fará muito bem para a nossa alma imortal; porque não estamos diante de uma lenda, patranha e história imaginosa, mas sim, diante de uma verdade... grande verdade... terrível verdade. Disse Jesus Cristo: “Apartai-vos de mim”. O maior mal que há no inferno não é o fogo. O que principalmente faz do inferno um lugar de tormentos, é o não se poder nele ver a Deus. Este é o maior suplício duma alma ali presa. Apartai-vos de mim... estar privada da vista de Deus por toda a eternidade. A lembrança de que perdeu a Deus, sumo bem, de que o perdeu por sua culpa e de que o perdeu para nunca mais o recuperar, é o verme que profundamente a está roendo, sem lhe deixar um só momento de repouso. Apartai-vos de mim... Perdido Deus, tudo está perdido. Dia de prêmios! Dia de castigos! Apartai-vos de mim. Que tremendo castigo! Apartai-vos de mim! De mim, que sou o vosso Criador, o vosso Pai, o vosso Deus! De mim, onde se encontra o centro de toda a felicidade. Apartai-vos de mim, porque não quisestes aproveitar do meu sangue, da minha Igreja e dos meus ministros para vos lavardes de vossas culpas! Apartai-vos de mim, porque de mim vivestes separados em vida! Apartai-vos de mim, porque não vos quisestes apartar daquele a quem servistes e partilhai com ele dos mesmos tormentos! Apartai-vos de mim, de meus Santos, de Anjos, de minha e vossa Mãe... e ide para o fogo eterno! A esta voz se precipitará no antro infernal os blasfemos, os ateus, os ímpios, os adúlteros, os impuros, os assassinos, os ladrões, os perseguidores da Igreja, os opressores dos justos - e sobre eles cairá a pedra que os fechará nessa prisão por toda a eternidade, tendo gravado com letras de fogo o terrível epitáfio, ditado por Deus: não vos conheço! (cfr. Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz). Que sofrimentos e angústias, para além de tudo o que se pode imaginar, causa aos condenados a sentença divina que recai incessantemente sobre as suas cabeças: Apartai-vos de mim... Imaginemos a sede eterna de Formosura infinita, a sede que sentem de Deus... sem uma só gota de água para refrigério! Imaginemos a fome eterna da bondade infinita, a fome que sentem de Deus... sem uma só migalha para a suavizar! Imaginemos as ânsias eternas da perfeição infinita, de possuir a Deus... sem plenitude que as satisfaça! Não há ali amizade, nem amor, nem consolação, nem refrigério, nem esperança; mas só amarguras e remorsos, invectivas e torturas. Há pesar e arrependimento, mas arrependimento tardio (cfr. Monsenhor Tihamer Tóth, A vida eterna). Todas as penas referidas nada são em comparação com a pena do dano. As trevas, a infecção, o pranto e as chamas não constituem a essência do inferno. O verdadeiro inferno é a pena de ter perdido a Deus! Dizia São Bruno: “Multipliquem-se os tormentos, contanto que não se prive de Deus”. E São João Crisóstomo: “Se disseres mil infernos de fogo, nada dirás comparável à dor daquele”. Santo Agostinho acrescenta que, se os réprobos gozassem da visão de Deus, “não sentiriam tormento algum, e o próprio inferno se converteria em paraíso”. Para compreender algo desta pena, consideremos: se alguém perde, por exemplo, uma pedra preciosa que valha cem escudos, sentirá grande mágoa; mas se esta pedra valesse duzentos, muitos mais sentiria. Portanto: quanto maior é o valor do objeto que se perde, tanto mais se sente a pena que ocasiona a perda… E como os réprobos perdem o bem infinito que é Deus, sentem — como diz Santo Tomás de Aquino — uma pena de algum modo infinita. Neste mundo somente os justos temem esta pena, disse Santo Agostinho. Santo Inácio de Loiola exclamava: “Senhor, tudo sofrerei, mas nunca de ficar privado de vós”. Os pecadores não fazem caso desta grande perda, porque vivem largos anos sem Deus, mergulhados em trevas. Na hora da morte, entretanto, reconhecerão a grandeza do bem que perderam. A alma, ao partir deste mundo, — diz Santo Antonino, — reconhece que foi criada por Deus e irresistivelmente deseja unir-se e abraçar-se com o Bem Supremo; achando-se, porém, em estado de pecado, Deus a repele. Se um galgo acorrentado vê perto de si esquisita presa, esforça-se para romper a cadeia e lançar-se ao seu encalço. A alma ao separar-se do corpo se sente naturalmente atraída para Deus. O pecado, porém, a afasta e arremessa pedras nela (Is 50,2). Todo o inferno, pois, se resume nas primeiras palavras da sentença: “Apartai-vos de mim...” (Mt 25,41). “Apartai-vos, dirá o Senhor, não quero que torneis a ver-me a face. Mesmo que se imaginassem mil infernos, nada se poderia conceber que equivalesse à pena de ser odiado por Cristo”. Quando Davi impôs a Absalão o castigo de que jamais comparecesse diante dele, Absalão sentiu dor tão profunda, que exclamou: “Dizei a meu pai que, ou me permita ver o seu rosto ou me dê a morte”. Vendo Filipe II que um nobre de sua corte se achava na igreja com pouco respeito, disse-lhe severamente: “Não consinto que doravante vos apresenteis diante de mim”. E tal foi a consternação e a dor daquele cortesão, que, ao chegar à sua casa, morreu de pesar. Que será, quando Deus despedir o réprobo para sempre? “Esconderei dele a minha face… e cairão sobre ele todos os males e aflições” (Dt 31,17). Já não sois meus, nem eu vosso, dirá Cristo aos condenados (Os 1, 9) no dia do juízo. É dor imensa para um filho ou uma esposa pensar que nunca tornará a ver seu pai ou seu esposo que acaba de morrer. Se, ao ouvir os gemidos da alma de um réprobo, lhe perguntássemos a causa de tamanha dor, que sentiria ela ao dizer-nos: “Choro, porque perdi a Deus e nunca mais o tornarei a ver”. Se ao menos o desgraçado pudesse amar a Deus no inferno e conformar-se com a vontade de Deus! Mas não; se o pudesse fazer, o inferno deixaria de ser inferno. Nem poderá resignar-se, nem lhe será dado amar a Deus. Viverá a odiá-lo eternamente; e esse há de ser o seu maior tormento: conhecer que Deus é o Sumo Bem, digno de infinito amor, e ver-se forçado a aborrecê-lo para sempre. “Sou aquele malvado despojado do amor de Deus”, respondeu o demônio quando interrogado por Santa Catarina de Gênova (cfr. Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte). As primeiras palavras: Apartai-vos de mim, significam a pena de dano, quer dizer, a exclusão da visão beatífica de Deus, na que consiste a felicidade eterna. Disse Jesus Cristo: “... malditos”. O inferno é lugar de maldição. O condenado odiará e amaldiçoará a Deus, e amaldiçoando-O, amaldiçoará também os benefícios que dele recebeu, a criação, a redenção, os sacramentos, especialmente os do batismo e da penitência, e, sobretudo, o Santíssimo Sacramento do Altar. Aborrecerá todos os anjos e com ódio implacável o seu anjo da guarda, os seus santos padroeiros e a Virgem Santíssima. Malditas serão por ele as três Pessoas divinas, especialmente a de Deus Filho, que morreu para salvar-nos, e as chagas, os trabalhos, o sangue, paixão e morte de Cristo Jesus (cfr. Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte). Observam São João Crisóstomo e Orígenes que não disse malditos de meu Pai, analogamente como havia dito aos justos; porque Deus não é autor da maldição, mas da bênção; não é autor das penas, mas dos prêmios. Entendamos: não é autor da pena enquanto que premia com maior gosto e propensão de ânimo e castiga contra sua vontade, como quem disse, e para satisfazer a sua justiça (cfr. Pe. Luis Maria Jimenez Font, Comentários dos quatro evangelhos). Os condenados ao inferno são chamados de malditos, insinuando que foram condenados por própria culpa (cfr. Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura, Texto e comentário). Disse Jesus Cristo: “...para o fogo eterno...” O inferno é um lugar de tormentos. É esta uma verdade tão firme e inabalável como todas que trazem o cunho da divina revelação. No inferno sofre-se! A Escritura Sagrada nos fala do inferno como de um lugar de torturas, e não de descanso ou refrigério. Terrível é cair nas mãos do Deus vivo; porque, assim como reserva ao justo uma eternidade de glória, assim tem preparado uma eternidade de tormentos para o pecador. O que no inferno se sofre não há palavras que o exprimam. Ali aglomerou Deus, para tormento dos condenados, o que há de mais aflitivo. Santa Teresa de Jesus viu o que lá se padece, e, descrevendo-o às suas religiosas com as mais vivas cores, termina dizendo que tudo que acabava de expor sobre as penas do inferno não podia comparar com a realidade! É que no inferno entornou Deus o cálice de suas vinganças, e para lá desarmou o arco de suas iras. Os tormentos do inferno são do corpo e da alma. A alma será castigada em cada uma de suas potências, o corpo em cada um de seus membros e sentidos. O viver entre os ferros de um cárcere é já um grande tormento; mas se o cárcere é eterno, se nele não entra uma réstia de sol, se nele não vivem só os companheiros do crime, mas também os executores da justiça, que não deixam um só momento de repouso aos encarcerados - que insuportável castigo! Pois, o inferno é isto... e mais ainda! No inferno há fogo! Quem, melhor que Jesus Cristo, sabe que nesse lugar existe? Pois Ele, no Evangelho, nos deixou bem claro que é ao fogo do inferno que hão de serem condenados os réprobos. – Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno. O corpo do condenado está ali inteiro, dos pés à cabeça, repassando de fogo, mais do que está o carvão em brasa. Por isso Isaías, falando do inferno, chama-lhe lago, e lago de fogo, e de fogo que não se extingue; de fogo com fumo, que faz arrancar lágrimas, e que, subindo e descendo por aquelas abóbadas enegrecidas, cega e sufoca, mas não asfixia! E que fogo será este, se é a ira de Deus que o atiça? Se é para castigar pecados e atormentar almas que ele foi criado? É fogo de tal natureza, que o deste mundo comparado com ele, não passa de fogo pintado. É fogo que sempre dura, que foi criado para atormentar seres imortais. Neste mundo cessam os tormentos, porque a morte lhes põe termo. Ali não entra a morte! Aquele fogo atormenta, mas não consome a substância em que lavra. A alma, metida naquele mar de chamas, tão inteira está hoje como amanhã, como passados muitos séculos. Eternamente no fogo. Que tormento! Que dor! Que desespero! Nós, que não aturamos por um instante o dedo sobre a chama de uma vela; nós, que fugimos dos raios do sol, posto a tão grande distância, unicamente porque não suportamos o seu calor; nós, que nos queixamos do ar abafado e quente... como suportaremos aquele fogo por toda a eternidade? Se um pecado grave basta para levar ao inferno como bastou a Lúcifer, quantos infernos não merecemos... nós, que cometemos tantos e tão feios pecados? Se a morte nos colhesse então, quando a maldição de Deus pesava sobre nós, que sorte nos tocaria neste momento? Agora estaríamos ardendo naquelas chamas, agora suportando a vivacidade daquele fogo, agora em companhia dos demônios, agora blasfemando de Deus, agora e para sempre em tormentos! (cfr. Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz). A pena do sentido que mais atormenta aos condenados é o fogo do inferno. O Senhor o mencionará especialmente no dia do juízo: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25,41). Mesmo neste mundo, o suplício do fogo é o mais terrível de todos. Entretanto, há tamanha diferença entre as chamas da terra e as do inferno, que, segundo afirma Santo Agostinho, em comparação daquelas, as nossas são como fogo pintado; ou como se fossem de gelo, acrescenta São Vicente Ferrer. E a razão consiste em que o fogo terreal foi criado para utilidade nossa, ao passo que o do inferno foi criado expressamente para castigo. “Muito diferentes são o fogo que se utiliza para uso do homem e o que serve para a justiça de Deus” (Tertuliano). A indignação de Deus é que acende essas chamas de vingança (Jr 15,14); e, por isso, Isaías chama espírito de ardor ao fogo do inferno. O condenado estará dentro dessas chamas, envolvido por elas, como um pedaço de lenha numa fornalha. Terá um abismo de fogo debaixo de seus pés, imensas massas de fogo sobre sua cabeça e ao derredor de si. Quando abrir os olhos, apalpar ou respirar... fogo há de respirar, apalpar e ver. Estará submerso em fogo como o peixe em água. E essas chamas não cercarão apenas o condenado, mas penetrarão nele, em suas próprias entranhas, para atormentá-las. Todo o corpo será pura chama; arderá o coração no peito; as vísceras, no ventre; o cérebro, na cabeça; nas veias, o sangue; a medula, nos ossos. Cada condenado converter-se-á numa fornalha ardente. Há pessoas que não suportam o ardor de um solo aquecido pelos raios do sol, estar junto a um braseiro num quarto fechado, não resistem à chama de uma lâmpada, e, contudo, não temem este fogo devorador, como lhe chama Isaías (Is 33,14). Assim como uma fera devora um tenro cordeirinho, assim as chamas do inferno devorarão o condenado (cfr. Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte). Inferno eterno. Há pessoas que crêem facilmente em todos os outros dogmas; só se revoltam contra este ponto. “É horrível! – dizem. – Eternamente! Viver condenados eternamente! Sem remédio, sem poder emendar nada! Viver sem esperança eternamente! Não! Não! O inferno não pode ser eterno! Será possível que um Deus amorosíssimo castigue uns momentos brevíssimos de pecado com uma pena eterna?” É verdade que o nosso modo de pensar humano se espanta e horroriza com esta ideia. Trememos. Não admira que nos queiramos desembaraçar desta verdade. Compreende-se que a queiramos ladear, e convencer-nos de que não é assim. Mas é inútil. Este dogma é tão certo que não podemos dar-lhe voltas. A Sagrada Escritura, que fala do “Deus bom” e, do “Deus misericordioso” e de Jesus Cristo “manso e humilde de coração”, refere-se também ao “verme que não morre” e ao “fogo que nunca se apaga”. O mesmo Jesus Cristo que propôs a parábola daquele pai que perdoou ao filho pródigo, narrou também a parábola do rico avarento sem coração que foi lançado no inferno, onde sofre os mais espantosos tormentos. Alguns dizem: o inferno não pode ser eterno! Porque, nesse caso o sacrifício de Cristo, a sua morte redentora na cruz, seria inútil. Ora, Deus não faz nada inutilmente. Mas se o inferno não é eterno, Deus sacrificou inutilmente o seu Filho unigênito. Se o inferno não é eterno, morreram inutilmente os mártires que queriam livrar-se da condenação eterna. Se o inferno não é eterno, foram inúteis todos os suores dos Apóstolos e dos missionários, que fizeram todo o possível para salvar da condenação eterna os que erravam nas sombras do paganismo. Se o inferno não é eterno, carecem de sentido aquelas palavras do Senhor, graves, impressionantes, e para sempre memoráveis: “Se a tua mão ou o teu pé são para ti ocasião de escândalo, corta-os e lança-os fora de ti; melhor te é entrares na vida eterna manco e coxo, do que com duas mãos ou dois pés seres precipitado no fogo eterno. E se teu olho é para ti ocasião de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor te é entrares na vida eterna com um só olho que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno” (Mt 18, 8-9). Ou aceitamos o dogma da condenação eterna, ou temos que blasfemar, dizendo que Deus não é sábio nas suas obras, mas caprichoso. Dizem que o inferno não é eterno porque “Deus é cheio de bondade e não pode ser tão cruel que dê castigo eterno ao pecado de um instante...” Assim alguns se procuram consolar a si mesmos. Procedem insensatamente. A bondade de Deus não é debilidade impotente, não é sentimentalismo efeminado. Deus é, com efeito, infinitamente bom, mas também é infinitamente santo e justiceiro (cfr. Monsenhor Tihamer Tóth, A vida eterna). Disse Jesus Cristo: “... preparado para o diabo e para os seus anjos”. O reino dos céus desde toda a eternidade está preparado para todos os homens que querem salvar-se; porém, o fogo eterno o preparou como à força e para castigar a audácia dos anjos (opinião de Orígenes, São João Crisóstomo, Teofilácto e Eutímio). Talvez foi esta a razão pelo qual nos disse que estava preparado desde a criação do mundo, como o reino dos céus. É preciso saber: O que fez espontaneamente e para os homens, o fez desde a criação do mundo, quer dizer, antes que criasse os homens mesmos; porém, o fogo e o castigo, os criou obrigado pelo pecado, e, não desde a criação do mundo, senão depois dele e logo que se cometeu a primeira culpa (cfr. Pe. Luis Maria Jimenez Fonte, Comentários dos quatro evangelhos).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 08 de janeiro de 2013
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