VIM TRAZER A ESPADA (Mt 10, 34)
“Não vim trazer paz, mas espada”.
O Senhor não vem trazer uma paz terrena e falsa, a mera tranquilidade pelo qual anseia o egoísmo humano, mas a luta contra as próprias paixões, contra o pecado e todas as suas consequências. A espada que Jesus Cristo traz à terra para essa luta é, segundo a própria Escritura, “a espada do espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6, 17), “viva, eficaz e penetrante..., que penetra até dividir a alma e o corpo, as junturas e as medulas e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4, 12). A Palavra de Deus, com efeito, produziu essas grandes separações de que aqui se fala. A doutrina do Evangelho não só provocará contradições da parte de seus inimigos, mas será também ocasião de divisões e lutas internas entre os homens. Não faz falta dizer que a causa destas guerras não é nem Jesus Cristo nem sua doutrina; é a malícia dos homens que se resistirão a abandonar seus vícios e a acomodarem suas vidas aos princípios evangélicos. Jesus Cristo, como anunciaram os anjos no seu nascimento (Lc 2, 14), veio estabelecer a paz entre os homens, mas os homens usam do seu livre arbítrio para expulsá-la (Pe. Juan Leal). Santo Hilário, Santo Agostinho e Teofilacto, dizem que essa ESPADA é a Palavra de Deus. Outros pensam que essa ESPADA é o amor de Deus, por cuja causa os filhos se separam dos pais (Eutímio). Uma coisa é certa: que significa o Evangelho. Disse ESPADA e não guerra, segundo São João Crisóstomo, para dar força à frase, porque com a ESPADA se separam as cabeças dos corpos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) Anápolis, 10 de maio de 2016
Bibliografia
Sagrada Escritura Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura, texto e comentário Pe. Juan de Maldonado, Comentário de São Lucas Edições Theologica
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