A CABEÇA DE ABSALÃO PRENDEU-SE NO CARVALHO

(2 Sm 18, 9-18)

 

“Aconteceu que Absalão encontrou-se de repente na presença dos homens de Davi. Absalão ia num burro, que se meteu debaixo dos galhos de um grande carvalho. A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho e ele ficou suspenso entre o céu e a terra enquanto o animal passava. Alguém o viu e veio dizer a Joab: ‘Acabo de ver Absalão suspenso num carvalho’. Respondeu Joab: ‘Pois se o viste, por que não o mataste ali mesmo? Eu te daria agora dez siclos de prata e um cinturão!’ O homem, porém, replicou a Joab: ‘Mesmo que pusesses em minhas mãos mil siclos de prata, não levantaria a mão contra o filho do rei! E foi diante de nós que o rei te ordenou, e também a Abisaí e a Etai: ‘Por amor de mim, tratai com brandura o moço Absalão’. Se eu mentisse a mim mesmo, do rei nada se oculta, e tu te terias conservado à distância’. Então Joab disse: ‘Não quero ficar perdendo tempo contigo’. Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho. Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram. Joab mandou soar então a trombeta, e o exército cessou de atacar Israel, porque Joab conteve o exército. Pegaram Absalão e o atiraram para dentro de uma grande fossa no meio da mata e jogaram em cima um montão de pedras. Todo o Israel fugiu, cada qual para a sua tenda. Em vida, Absalão tinha resolvido erigir para si a estela que está no vale do Rei, porquanto dizia: ‘Não tenho filhos que conservem a memória do meu nome’, e por isso deu seu nome àquele monumento, que ainda hoje é conhecido como o monumento de Absalão”.

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Inquietação.

 

Absalão era um homem inquieto, cruel e vingativo; buscando ansiosamente destruir o próprio pai, o rei Davi, ficou frente a frente com os inimigos: “Aconteceu que Absalão encontrou-se de repente na presença dos homens de Davi” (2 Sm 18, 9).

Quem espalha a maldade, vingança e ódio, vive inquieto e se depara continuamente com os inimigos: “Quem remove pedras, com elas se machuca” (Ecl 10, 9).

 

2.ª mensagem: O violento “coleciona” inimizades.

 

Absalão era violento e não respeitava limites; por isso, deparava-se continuamente com os rivais: “Aconteceu que Absalão encontrou-se de repente na presença dos homens de Davi” (2 Sm 18, 9).

Os violentos lutam continuamente para intimidar o próximo com ameaças e agressões; mas só “colecionam” inimizades e derrotas. Somente os medíocres usam da violência como arma.

 

3.ª mensagem: O ambicioso vive inseguro.

 

Absalão era ambicioso (forte desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias; cobiça; cupidez), para conquistar o que queria cometia injustiças e vivia inseguro, cercado de inimigos: “Aconteceu que Absalão encontrou-se de repente na presença dos homens de Davi” (2 Sm 18, 9).

A pessoa que abre o coração para a ambição fecha-o para a segurança… porque está disposta a cometer todas as injustiças e crimes para conseguir o que ambiciona: “Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem” (Pe. Antônio Vieira).

 

4.ª mensagem: Imprudência.

 

Absalão era ambicioso, violento… e também imprudente. Ao invés de usar um cavalo veloz para o combate e fuga, montava um burro… animal “teimoso”, “bobo” e “ignorante”: “Absalão ia num burro…” (2 Sm 18, 9).

Para combater os inimigos da nossa alma, não podemos confiar no nosso corpo “irmão burro” (São Francisco de Assis), porque ele é o nosso maior inimigo: Consideremos o terceiro inimigo, a carne, que é o pior de todos” (Santo Afonso Maria de Ligório). Devemos sim, contar com o “cavalo” veloz da fuga das ocasiões.

 

5.ª mensagem: Fuga rápida das ocasiões de pecar.

 

Absalão se deparou com os inimigos, e para fugir montava um burro “teimoso” e “lento”: “Absalão ia num burro…” (2 Sm 18, 9).

É grande sabedoria fugir das ocasiões de pecar… essa fuga não pode ser lenta e preguiçosa, mas deve ser rápida e imediata… não podemos dar atenção para o “burro” do nosso corpo que anda lentamente: “… pensemos em nossa salvação e fujamos das ocasiões perigosas” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

6.ª mensagem: É preciso dominar o corpo.

 

Absalão, mesmo sendo forte, não conseguiu dominar o burro: “Absalão ia num burro, que se meteu debaixo dos galhos de um grande carvalho” (2 Sm 18, 9).

Para não deixar o “burro” do nosso corpo andar livremente, é preciso dominá-lo com o “chicote” do jejum: “Se podes aguentar o jejum, fazes muito bem em jejuar um pouco mais do que a Igreja obriga, porque o jejum, além de elevar o espírito a Deus, reprime a sensualidade, facilita as virtudes e aumenta os merecimentos” (São Francisco de Sales).

 

7.ª mensagem: Oração fervorosa e contínua.

 

Absalão, tão forte fisicamente, não evitou que o burro entrasse debaixo dos galhos de um grande carvalho: “Absalão ia num burro, que se meteu debaixo dos galhos de um grande carvalho” (2 Sm 18, 9).

Para manter o “burro” do nosso corpo na direção correta é preciso usar com rigor as “rédeas” da oração fervorosa e contínua: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida e o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna” (Santo Afonso Maria de Ligório). Sem a oração esse “burro” não obedecerá as regras.

 

8.ª mensagem: Cuidado com os embaraços do mundo.

 

O burro de Absalão, não dominado, foi em direção ao grande carvalho e se meteu debaixo de seus galhos… Absalão ficou preso: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho” (2 Sm 18, 9).

É preciso tomar muito cuidado com o mundo, “grande carvalho”, que lança suas seduções, “galhos”, para embaraçar o “burro” do nosso corpo. Quem não evitar as seduções do mundo será embaraçado por ele: “Procedamos como quisermos, o mundo sempre nos fará guerra” (São Francisco de Sales), e: “… fujamos do mundo, porque nenhuma precaução é demais para nos assegurar a eterna salvação” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

9.ª mensagem: O mundo inimigo de Deus e das almas espirituais e imortais atrai para matar espiritualmente.

 

Absalão ficou preso no carvalho, porque o burro se meteu debaixo dos seus galhos: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho”(2 Sm 18, 9).

O nome carvalho significa: “longevidade”, “resistência” ou “árvore de múltiplas características”. Assim é o mundo, “grande carvalho”, inimigo da santidade… ele promete “vida longa”, “fortaleza” e muitas “qualidades” para os seus seguidores; mas prende-os nos “galhos” dos vícios: “O mundo, inimigo da nossa alma, são os grandes centros de população, onde o luxo e a vaidade encontram vasto campo em que saciar os seus apetites, onde os olhos topam com os objetos mais execrandos, onde os vícios mais abjetos deram em terra com as nobres estátuas das virtudes e se arvoraram eles em mentores da humanidade! Queres saber o que é o mundo? Olha para esses grandes degenerados, que, impelidos pela onda da revolução, levam a anarquia e a miséria por toda a parte, e não descansam enquanto se não virem maculados com o sangue de seus irmãos! Queres saber o que é o mundo? Olha para o que ele promete e o que ele dá: – Promete a felicidade e dá infortúnios!” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

10.ª mensagem: Cuidado com os maus pensamentos.

 

Absalão não ficou preso no carvalho pelos pés ou mãos; mas sim, pela cabeça: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho” (2 Sm 18, 9).

Devemos pensar sempre no bem e assim evitaremos o mal. Acostumemos a bons pensamentos e veremos que os maus não nos farão tanta guerra: “Pois os pensamentos tortuosos afastam de Deus” (Sb 1, 3). Milhões de pessoas são “presas” pelo mundo, “grande carvalho” pela cabeça, porque não evitam os maus pensamentos.

 

11.ª mensagem: Não vacilar na fé.

 

Absalão ficou preso ao carvalho… suspenso entre o céu e a terra: “e ele ficou suspenso entre o céu e a terra” (2 Sm 18, 9).

Quem vacila na fé fica “balançando”, “sem firmeza”… entre as coisas passageiras da terra e as coisas do alto que não passam: “Nunca poderá haver nem sombra de dúvida nas verdades que Deus nos revelou, e, por isso, a verdadeira fé é sempre uma fé firme. Andar com dúvidas sobre uma verdade de fé é duvidar da sabedoria infinita de Deus ou da sua infinita veracidade” (Pe. Leo J. Trese).

 

12.ª mensagem: Purgatório.

 

Absalão ficou entre o céu e a terra, preso ao carvalho… ficou suspenso: “e ele ficou suspenso entre o céu e a terra” (2 Sm 18, 9).

Quem morre na graça santificante, mas sem ter sido perdoada toda a pena, em que por seus pecados incorrem, tem de expiá-la antes de entrar no céu. Fica “suspenso” entre o céu e a terra (inferno) Santo Afonso Maria de Ligório ensina que o inferno está no centro da terra: “É de fé que existe inferno. No centro da terra se encontra esse cárcere, destinado ao castigo dos que se revoltaram contra Deus”.  Purgatório é o lugar onde as almas dos justos expiam os seus pecados antes de entrar no céu.

 

13.ª mensagem: O corpo passa… a alma fica.

 

O burro passou… e Absalão ficou suspenso, preso ao carvalho: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho e ele ficou suspenso entre o céu e a terra enquanto o animal passava” (2 Sm 18, 9).

Ninguém ficará para semente nesse mundo! O nosso corpo “irmão burro” (São Francisco de Assis) passará… será reduzido a pó; mas a nossa alma que é espiritual e imortal ficará, isto é, não morrerá… irá para o céu, inferno ou purgatório: “Segue-se, então, que é verdade que após a nossa morte nós seremos julgados e iremos para o céu, inferno ou purgatório, para onde a justiça e a santidade de Deus determinarem, ou ainda poderíamos dizer, para onde nós merecemos com os nossos atos” (Leituras de Doutrina Cristã).

 

14.ª mensagem: Mortificação dos sentidos externos.

 

O burro se meteu debaixo dos galhos e a cabeça de Absalão ficou presa no grande carvalho: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho” (2 Sm 18, 9).

Assim como Absalão ficou preso pela cabeça nos galhos do grande carvalho, podemos ser “laçados” pela “cabeça” pelas seduções (galhos) do  mundo “grande carvalho”. Para evitar que isso aconteça, devemos mortificar os sentidos externos (estão na cabeça): audição, visão, olfato, paladar e tato. O tato não está na cabeça, mas com certeza Absalão tentou se livrar usando as mãos: “A língua e o ouvido mortificam-se pela reserva nas conversas… o tato é muito particularmente perigoso… o cristão que quer se salvar mortifica a curiosidade dos olhos… quanto ao olfato, baste dizer que o uso imoderado de perfumes não é muitas vezes mais que um pretexto para satisfazer a sensualidade e talvez para excitar a luxúria” (Adolfo Tanquerey).

 

15.ª mensagem: O homem e o animal irracional.

 

Absalão ficou preso nos galhos do grande carvalho e o burro passou: “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho e ele ficou suspenso entre o céu e a terra enquanto o animal passava” (2 Sm 18, 9).

Os galhos do grande carvalho, isto é, as seduções (galhos) do mundo (grande carvalho) prende somente o homem, porque ele é uma criatura racional, composta de alma e corpo… sabe o que faz e peca; enquanto que o animal irracional não pode pecar. O mundo “laça” somente o homem… o animal passa: “O homem não é nem anjo nem animal; é um ser à parte por direito próprio, um ser com um pé no tempo e outro na eternidade” (Pe. Leo J. Trese).

 

16.ª mensagem: O triste fim dos vaidosos.

 

Absalão buscava desesperadamente as coisas passageiras desse mundo, cometendo ações desagradáveis… agora está preso nos galhos de um grande carvalho: “Alguém o viu e veio dizer a Joab: ‘Acabo de ver Absalão suspenso num carvalho’” (2 Sm 18, 10).

Os vaidosos buscam continuamente as coisas caducas desse mundo… cometem crimes e golpes para conquistar o desejado; mas acabam sendo presos pelas seduções (galhos) do mundo (grande carvalho). Um homem cheio de si é sempre vazio: “Correndo atrás da vaidade, os próprios homens se tornaram vaidade” (2 Rs 17, 15).

 

17.ª mensagem: Falsa liberdade.

 

Absalão, cheio de ambição e desejoso da liberdade, é preso pelos galhos de um grande carvalho: “Alguém o viu e veio dizer a Joab: ‘Acabo de ver Absalão suspenso num carvalho’” (2 Sm 18, 10).

Milhares de pessoas gritam pela liberdade, mas a buscam nos lugares errados, longe de Deus… e são presas pelos vícios (galhos) do mundo (grande Carvalho). A falsa liberdade não pode satisfazer um coração criado para as coisas do alto: “Ser livre para ser escravo… que falsa liberdade!” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

18.ª mensagem: Não contar com a ajuda das criaturas.

 

Uma pessoa viu que Absalão estava preso nos galhos do grande carvalho… suspenso entre o céu e a terra: “Alguém o viu e veio dizer a Joab: ‘Acabo de ver Absalão suspenso num carvalho’” (2 Sm 18, 10). Essa pessoa não ajudou Absalão a se livrar dos galhos, mas foi dizer a Joab o que tinha visto.

O coração das criaturas é falso e enganador. A maioria das pessoas não gosta de ajudar quem está em apuros… preferem dizer aos amigos, conhecidos e vizinhos as dificuldades do próximo, do que ajudá-lo: “O nosso fim é Deus, fonte de todos os bens, e devemos, como repetimos em nossa oração, confiar unicamente nele e em mais ninguém” (São Jerônimo Emiliani).

 

19.ª mensagem: Más línguas.

 

Joab foi avisado por alguém que Absalão estava numa situação difícil e desconfortável: “Alguém o viu e veio dizer a Joab: ‘Acabo de ver Absalão suspenso num carvalho’” (2 Sm 18, 10).

Os fofoqueiros e mexeriqueiros agem assim… gostam, por maldade, de comentar a vida alheia… mas permanecem com o coração fechado: “Feliz do que se protege contra a língua, que não passou pelo seu furor” (Eclo 28, 19).

 

20.ª mensagem: Descaso.

 

Uma pessoa viu Absalão preso no carvalho e simplesmente comunicou a Joab: “Alguém o viu e veio dizer a Joab” (2 Sm 18, 10).

Hoje, infelizmente, o descaso invadiu os corações. Descaso (procedimento próprio daquele que não dá importância ou atenção). Muitos até avisam os superiores e patrões sobre a situação difícil de alguém, mas cruza os braços e não pergunta se vão colaborar: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade” (1 Jo 3, 18).

 

21.ª mensagem: Crueldade.

 

Joab recebeu a notícia sobre a situação difícil de Absalão e agiu com crueldade: “Respondeu Joab: ‘Pois se o viste, por que não o mataste ali mesmo?’” (2 Sm 18, 11).

O mundo está cheio de pessoas cruéis (crueldade pode ser descrito como indiferença ao sofrimento, ou mesmo ao prazer que se sente em fazer sofrer ou em ver sofrer). Além de não ajudarem o próximo em dificuldades, o cruel sente prazer com o seu sofrimento ou em fazê-lo sofrer. O cruel é desumano e tirânico: “O homem cruel destrói sua própria carne” (Pr 11, 17).

 

22.ª mensagem: Covardia.

 

Joab queria que Absalão fosse assassinado estando preso aos galhos do grande carvalho: “Pois se o viste, por que não o mataste ali mesmo?” (2 Sm 18, 11).

O covarde agride quem não se defende ou não pode se defender. Aproveita da situação embaraçosa do próximo para destruí-lo.

 

23.ª mensagem: Pagar para matar o próximo.

 

Joab teria dado dinheiro e um cinturão ao soldado, se ele tivesse matado Absalão: “Eu te daria agora dez siclos de prata e um cinturão!” (2 Sm 18, 11).

Hoje, infelizmente, existem muitos “Joabs” espalhados pelo mundo mandando os seus “soldados” matarem pessoas em troca de dinheiro e de presentes. Esses “Joabs” e seus “soldados” pecam mortalmente: “Não matarás” (Ex 20, 13).

 

24.ª mensagem: Há algum caso em que é lícito matar alguém.

 

Joab queria que o soldado matasse Absalão, mas o soldado não quis: “O homem, porém, replicou a Joab: ‘Mesmo que pusesses em minhas mãos mil siclos de prata, não levantaria a mão contra o filho do rei!’” (2 Sm 18, 11).

É lícito matar alguém em defesa própria. Se um agressor injusto ameaça a minha vida ou a de um terceiro, e matá-lo é a única maneira de detê-lo, posso fazê-lo. Também é lícito matar um criminoso que ameaça tomar ou destruir bens de grande valor e não há outra maneira de pará-lo. Deve-se ter em conta que o princípio de defesa própria só se aplica quando se é vítima de uma agressão injusta. Nunca é lícito tirar a vida de um inocente para salvar a própria. Se naufrago com outra pessoa e só há alimentos para uma, não posso matá-la para salvar a minha vida.

 

25.ª mensagem: Dizer não ao assassinato.

 

O soldado disse não para Joab em relação em tirar a vida de Absalão, mesmo se ele aumentasse a soma em dinheiro: “Mesmo que pusesses em minhas mãos mil siclos de prata, não levantaria a mão contra o filho do rei!” (2 Sm 18, 12).

Jamais podemos tirar a vida de uma pessoa… nem o dinheiro nem presentes devem nos encorajar. É preciso dizer não ao mandante com convicção é ridículo ser matador de aluguel: “Só Deus dá a vida; só Deus pode tomá-la. Cada alma é individual e pessoalmente criada por Deus, e só Deus tem o direito de decidir quando o seu tempo de permanência na terra terminou” (Pe. Leo J. Trese).

 

26.ª mensagem: Fazer a própria vontade.

 

Joab não quis fazer a vontade do rei Davi, mas fez a própria vontade: “E foi diante de nós que o rei te ordenou, e também a Abisaí e a Etai: ‘Por amor de mim, tratai com brandura o moço Absalão’” (2 Sm 18, 12). Matou o moço Absalão.

É insuportável trabalhar com pessoas “adoradoras” da própria vontadeesse tipo de gente não é confiável e pode trair a qualquer momento: “A vontade própria não só conduz ao inferno na outra vida, como também nesta nos faz sofrer um inferno antecipado” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

27.ª mensagem: Desobediência.

 

Joab, apegado à própria vontade, desobedeceu abertamente ao rei Davi matando o moço Absalão: “Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho” (2 Sm 18, 14).

Quem desobedece segue a própria vontade, não respeita limites e comete loucuras. A desobediência pode gerar o luto: “Ó desobediência, que despojas o homem das virtudes e o revestes de vícios! Ó desobediência, que privas o homem da paz e lhe dás a guerra; que destróis a vida da alma e lhe oferece a morte!” (Santa Catarina de Sena, o Diálogo).

 

28.ª mensagem: Desprezar os bons conselhos.

 

Joab desprezou abertamente o bom conselho dado pelo soldado e matou o filho do rei Davi: “Então Joab disse: ‘Não quero ficar perdendo tempo contigo’” (2 Sm 18, 14).

Quem despreza os bons conselhos caminha na escuridão e comete erros graves: “Sem tomar conselho erra-se muito. Quantos erros se cometem no mundo por falta de conselho nas ocasiões difíceis, particularmente quando se pode prejudicar alguém!” (Santa Teresa de Jesus).

 

29.ª mensagem: Os três inimigos da nossa alma.

 

A carne, o Demônio e o mundo. Joab lançou três dardos contra Absalão transpassando o seu coração: “Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho” (2 Sm 18, 14).

Devemos tomar cuidado com os três inimigos da nossa alma espiritual e imortal: A carne, o Demônio e o mundo. São três “dardos” que podem matá-la espiritualmente, caso nos descuidamos: “… mais que nunca, deves estar prevenido para o combate, porque nossos inimigos, o mundo, o demônio e a carne, agora mais que nunca, se armarão para te atacar e fazer-te perder tudo o que tiveres conquistado” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

30.ª mensagem: Amor aos perseguidores.

 

O rei Davi pediu que fossem brandos com o seu filho Absalão, mesmo sendo perseguido por ele: “E foi diante de nós que o rei te ordenou, e também a Abisaí e a Etai: ‘Por amor de mim, tratai com brandura o moço Absalão’” (2 Sm 18, 12).

É preciso detestar e abominar as más ações dos perseguidores; mas é preciso amá-los e rezar pela conversão dos mesmos: “… amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5, 44).

 

31.ª mensagem: Indocilidade.

 

O soldado disse a Joab sobre o pedido do rei em relação a Absalão, que fosse tratado com brandura; mas Joab foi indócil: “Então Joab disse: ‘Não quero ficar perdendo tempo contigo’. Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho” (2 Sm 18, 14).

O indócil, isto é, indisciplinado e rebelde, despreza as ordens do superior para seguir os próprios caprichos.

 

32.ª mensagem: Orgulho.

 

Joab desprezou as palavras do soldado para seguir a própria ideia: “Então Joab disse: ‘Não quero ficar perdendo tempo contigo’” (2 Sm 18, 14).

O orgulhoso não é capaz de ouvir e seguir os conselhos do próximo, mesmo sabendo que está tomando uma atitude errada: “O orgulhoso é como um balão cheio de vento que se sente grande diante de si mesmo. Na verdade, toda a sua grandeza se reduz a um pouco de ar que se esvai rapidamente, quando o balão se rompe” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

33.ª mensagem: Deus vê tudo.

 

O soldado disse a Joab que era impossível ocultar algo aos olhos do rei Davi: “Se eu mentisse a mim mesmo, do rei nada se oculta”(2 Sm 18, 13).

Também é impossível ocultar as más ações do Rei Jesus! É grande loucura realizar más obras achando que as mesmas ficarão ocultas aos olhos de Deus… o Senhor vê tudo e sabe de tudo, até dos pensamentos mais íntimos: “Deus me vê! Ou só ou acompanhado, ou na rua ou em casa, ou na terra ou no mar, tenho sempre a Deus presente. Deus está em toda parte. Ele vê tudo, sabe de tudo. Nada passa despercebido a seus olhos” (Pe. Alexandrino Monteiro).

 

34.ª mensagem: Rebeldia dos mundanos.

 

Joab estava tão cego e cheio de si que chamou as palavras amigas do soldado de perda de tempo: “Então Joab disse: ‘Não quero ficar perdendo tempo contigo’” (2 Sm 18, 14).

Assim agem os mundanos! São pessoas cegas espiritualmente e cheias de rebeldia… desprezam as palavras amigas para mergulharem no mundo do crime:  “… extraviamo-nos do caminho da verdade; a luz da justiça não brilhou para nós” (Sb 5, 6).

 

35.ª mensagem: O mau exemplo também arrasta multidões.

 

Vendo o péssimo exemplo de Joab lançando dardos contra Absalão, os jovens escudeiros, seus seguidores, se acharam no direito de golpeá-lo: “Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 15).

As pessoas pendem mais para o mau exemplo do que para a luz, isto é, para a santidade… o bom exemplo. O mau exemplo também arrasta multidões: “Mais fácil é contrair uma doença do que dela se curar. Assim acontece que menos nos custa imitar o mau exemplo que outros nos dão, do que deixar nos arrastar pelo seu bom exemplo” (São Gregório Nazianzeno).

 

36.ª mensagem: É preciso “frear” os jovens.

 

Os dez jovens, escudeiros de Joab, não deixaram para depois, mas golpearam Absalão e o mataram: “Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 15).

Não pode deixar um jovem fazer os seus caprichos, mas é preciso orientá-lo no caminho da santidade. Um jovem libertino envereda pelo caminho do crime e envergonha a todos: “Não afastes do jovem a disciplina!” (Pr 23, 13).

 

37.ª mensagem: O jovem deve vencer o Maligno.

 

Os dez jovens, armados com lanças, mataram Absalão: “Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 15).

Assim como esses dez jovens, armados com dez lanças, mataram Absalão… os jovens, amigos e seguidores de Jesus Cristo, devem vencer o Demônio usando as “dez lanças”, isto é, os dez Mandamentos da Lei de Deus. Colocando em prática a Lei de Deus, o inimigo será vencido: “Eu vos escrevo, jovens, porque vencestes o Maligno” (1 Jo 2, 13).

 

38.ª mensagem: Tratar duramente o corpo.

 

Os dez jovens, escudeiros de Joab, cheios de força e coragem, mataram Absalão… o corpo de Absalão foi perfurado pelas dez lanças: “Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 15).

Assim como os dez jovens escudeiros transpassaram o corpo de Absalão matando-o… os jovens que quiserem conquistar a Vida Eterna devem “transpassar” os próprios corpos com a “lança” da mortificação “matando-os”, isto é, reduzindo-os à servidão: “Trato duramente o meu corpo e reduzo-o à servidão” (1 Cor 9, 27).

 

39.ª mensagem: Carne: pior inimigo da nossa alma.

 

Para matar Absalão, foram necessários três dardos e dez lanças. Era um jovem muito forte e valente: “Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho. Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 14-15).

A nossa carne é o pior inimigo da nossa alma, para “matá-la” é preciso muita força, valentia, garra e luta… ela não “morre” com uma pequena renúncia; mas é preciso “perfurá-la” continuamente com os “dardos” do jejum e com as “lanças” da oração contínua: “Consideremos o terceiro inimigo, a carne, que é o pior de todos” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

40.ª mensagem: Eliminar os vícios.

 

Joab e os dez jovens mataram Absalão, privando Israel de uma pessoa indesejável: “Tomou então três dardos e os lançou no coração de Absalão, que estava ainda vivo entre os galhos do carvalho. Logo chegaram dez jovens, escudeiros de Joab, e golpearam Absalão até que o mataram” (2 Sm 18, 14-15). Absalão era um “vicio” repugnante.

Assim como o indesejável Absalão foi assassinado… devemos também “assassinar” os vícios que nos tornam indesejáveis diante de Deus: “Tirai da minha vista as vossas más ações!” (Is 1, 16).

 

41.ª mensagem: Alegria somente com a vitória.

 

Depois da morte do indesejável e violento Absalão, Joab mandou tocar a trombeta e cessou o combate: “Joab mandou soar então a trombeta, e o exército cessou de atacar Israel, porque Joab conteve o exército” (2 Sm 18, 16).

Para tocarmos a “trombeta” da alegria na vitória e cessarmos o combate contra os inimigos da nossa alma espiritual e imortal, devemos estar seguros de que eles estão sob controlenão podemos permitir que levantem a cabeça para nos atingir: É na luta que provamos a Deus o nosso amor” (São João Maria Vianney).

 

42.ª mensagem: Quem deseja as honras do mundo será humilhado.

 

Absalão, desejoso de honras e monumentos, teve que conformar-se com uma fossa anônima como sepultura: “Pegaram Absalão e o atiraram para dentro de uma grande fossa no meio da mata e jogaram em cima um montão de pedras. Todo o Israel fugiu, cada qual para a sua tenda. Em vida, Absalão tinha resolvido erigir para si a estela que está no vale do Rei, porquanto dizia: ‘Não tenho filhos que conservem a memória do meu nome’, e por isso deu seu nome àquele monumento, que ainda hoje é conhecido como o monumento de Absalão” (2 Sm 18, 17-18).

Infeliz da pessoa que perde o tempo tão precioso se arrastando atrás das glórias e dos aplausos do mundo… querendo ser “eterna” num mundo que passará. A memória do ímpio não será lembrada: “A memória do justo é bendita, o nome dos ímpios apodrece” (Pr 10, 7).

 

43.ª mensagem: Os mundanos serão esquecidos após a morte.

 

Absalão não foi sepultado num monumento; mas sim, num local muito escondido… no meio da floresta, numa fossa e coberto por muitas pedras: “Pegaram Absalão e o atiraram para dentro de uma grande fossa no meio da mata e jogaram em cima um montão de pedras” (2 Sm 18, 17).

É esse o prêmio que o mundo dá para os seus seguidores: anonimato total. Os nomes dos amigos de Deus são lembrados com frequência em todo o mundo; enquanto que os nomes dos mundanos não são lembrados: “Os ímpios são derrubados e desaparecem, mas a casa dos justos subsiste” (Pr 12, 7).

 

44.ª mensagem: Inferno eterno.

 

O corpo de Absalão foi lançado numa grande fossa e lançaram muitas pedras sobre ele: “Pegaram Absalão e o atiraram para dentro de uma grande fossa no meio da mata e jogaram em cima um montão de pedras” (2 Sm 18, 17).

Quem faz o mal aqui na terra a exemplo de Absalão irá para o inferno, será lançado na “grande fossa” do inferno que está no centro da terra, como ensinam alguns teólogos; e não poderá sair de lá porque ele é eterno, “montão de pedras”, impossível de sair… é para sempre: “E irão estes para o castigo eterno…” (Mt 25, 46).

 

45.ª mensagem: Gostar de se aparecer.

 

Absalão era um jovem cheio de vaidade e gostava de se aparecer… não estava preocupado em pedir desculpas pela sua vida escandalosa; mas sim, queria que o seu nome ficasse na memória: “Em vida, Absalão tinha resolvido erigir para si a estela que está no vale do Rei, porquanto dizia: ‘Não tenho filhos que conservem a memória do meu nome’, e por isso deu seu nome àquele monumento, que ainda hoje é conhecido como o monumento de Absalão” (2 Sm 18, 18).

É repugnante ver pessoas com sede de se aparecerem… lutando e dando golpes para serem aplaudidas pelo público. Colocam o nome em tudo o que constrói. O nome dos tolos está em todos os lugares.

 

OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 06 de agosto de 2016

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Pe. Antônio Vieira, Escritos

Santo Afonso Maria de Ligório, Tempo e Eternidade; Preparação para a morte; A prática do amor a Jesus Cristo; A verdadeira esposa de Jesus Cristo

São Francisco de Sales, Filotéia

Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz

Pe. Leo J. Trese, A fé explicada

Pe. J. Bujanda, Manual de Teologia Dogmática

Leituras de Doutrina Cristã

Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística

São Jerônimo Emiliani, Das Cartas a seus confrades

Santa Catarina de Sena, o Diálogo

Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição

São Gregório Nazianzeno, Escritos

São João Maria Vianney, Escritos

 

 

 

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “A cabeça de Absalão prendeu-se no carvalho”

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