SALMO 42

 

1 Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me contra a gente impiedosa; do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor! 2 Sois vós o meu Deus e meu refúgio: por que me afastais? Porque ando tão triste e abatido pela opressão do inimigo? 3 Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada! 4 Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus! 5 Por que te entristeces, minha alma, a gemer no meu peito? Espera em Deus! Louvarei novamente o meu Deus Salvador!”

 

 

 

O Salmo 42, 1 diz: “Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me contra a gente impiedosa; do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor!”

 

COMENTÁRIOS

 

Pe. Maximiliano Garcia Cordero

 

O Pe. Maximiliano Garcia Cordero explica:  Agora o salmista mostra sua condição de perseguido. Ele entrega sua causa ao único que lhe pode ajudar e defender, seu Deus. Pede que o Senhor o julgue, porque sabe que nesse caso ficará clara a sua inocência diante da sociedade que não o compreende e o acusa. Seus inimigos são pessoas sem piedade, pois o exilaram de sua terra, afastando-o do santuário de Deus onde encontrava suas íntimas alegrias. Os malvados o expulsaram com violência. O salmista não explica porque os inimigos tomaram essa atitude injusta contra ele; porém, é de supor que seja vítima de pessoas materialistas e irreligiosas, que não suportavam a presença dele que procurava viver unido a Deus. Talvez a intriga surgisse de elementos da família levítica, que por interesses criados o afastou da casa de Deus por considerar importuna sua presença nela, pois com sua vida religiosa era uma acusação permanente contra seu modo de viver à margem da lei divina.

 

EUNSA

 

EUNSA comenta: A “gente sem piedade” pode ser os não judeus entre os quais vive o desterrado, ou simplesmente os desleais a Deus.

 

Pe. Marco M. Sales

 

O Pe. Marco M. Sales ensina: O salmista não teme o juízo de Deus, antes o considera, porque está seguro da própria inocência já que Deus fará triunfar a sua justiça e o libertará do mal que o oprime.

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Confiar somente na justiça do alto.

 

O salmista não perdeu tempo com a justiça dos homens, mas buscou a proteção em Deus: “Fazei justiça, meu Deus...” (Sl 42, 1).

Feliz da pessoa que confia na justiça e proteção do alto, porque Deus não é dúbio e não engana os seus filhos: “Pois Deus ama a justiça e jamais abandona seus fiéis” (Sl 37, 28).

 

2.ª mensagem: Não fazer justiça com as próprias mãos.

 

O salmista não agrediu ninguém com palavras nem fisicamente, confiou totalmente na justiça de Deus: “Fazei justiça, meu Deus...” (Sl 42, 1).

É errado fazer justiça com as próprias mãos; essa atitude não pode agradar a Deus. Devemos sim, confiar no Deus que faz justiça e protege os seus amigos: “Quando injuriado, não revidava; ao sofrer, não ameaçava, antes, punha a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça” (1 Pd 2, 23).

 

3.ª mensagem: Não deixar o injusto subir na vida pisando no próximo.

 

O salmista não agrediu os perseguidores com palavras nem fisicamente, mas não deixou que eles ficassem tranquilos diante das suas injustiças: “Fazei justiça, meu Deus...” (Sl 42, 1).

Não podemos ficar indiferentes diante das injustiças cometidas pelos perseguidores; devemos rezar pela conversão deles e pedir que Deus faça justiça: “Faze-me justiça, ó Deus, pois ando em minha integridade; eu confio em Deus, sem vacilar” (Sl 26, 1).

 

4.ª mensagem: Deus é refúgio seguro.

 

O salmista não correu para as criaturas pedindo refúgio e segurança; mas sim, implorou a ajuda do Deus que tudo pode: “... e defendei-me contra a gente impiedosa” (Sl 42, 1).

Somente em Deus é possível encontrar verdadeiro abrigo e proteção segura; porque o Senhor não nos despreza nas horas difíceis: “O Senhor é o refúgio do oprimido, seu abrigo nos momentos de aflição. Quem conhece o vosso nome, em vós espera, porque nunca abandonais quem vos procura” (Sl 9, 10-11).

 

5.ª mensagem: O inocente age com convicção.

 

O salmista era inocente, por isso não temeu pedir a ajuda do alto: “... e defendei-me contra a gente impiedosa” (Sl 42, 1).

Quem possui um coração inocente e percorre o caminho do bem pede a ajuda de Deus com convicção e o Senhor o atende: “Eles lutarão contra ti, mas nada poderão contra ti, porque eu estou contigo... para te libertar” (Jr 1, 19).

 

6.ª mensagem: Só Deus basta!

 

O salmista não se uniu aos impiedosos, mas pediu que o Senhor o defendesse deles... somente Deus lhe bastava: “... e defendei-me contra a gente impiedosa” (Sl 42, 1).

Quem vive unido a Deus não mendiga a amizade das pessoas impiedosas e más, porque somente o Senhor lhe basta: “Cada dia que passa compreendo que ‘só Deus basta’... Busca a Ele e encontrarás tudo” (Santa Teresa dos Andes).

 

7.ª mensagem: Evitar as pessoas impiedosas.

 

O salmista sabia muito bem do perigo que estava correndo e suplicou a ajuda do alto: “... e defendei-me contra a gente impiedosa” (Sl 42, 1).

O impiedoso se caracteriza pela falta de piedade, é difícil de ser suportado... é duro e cruel. Não temos obrigação de fazer amizade com essas pessoas: “O homem violento seduz o seu próximo e o guia pelo mau caminho” (Pr 16, 29).

 

8.ª mensagem: Não fazer amizade com o perverso.

 

O salmista pediu para Deus livrá-lo do homem perverso, isto é, daquele que possui má índole e maldade: “... do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor!” (Sl 42, 1).

Devemos viver na presença de Deus e fugir dos perversos... essas pessoas corrompem os corações tementes a Deus: “Não vos deixeis iludir: ‘As más companhias corrompem os bons costumes” (1 Cor 15, 33).

 

9.ª mensagem: O mentiroso é amigo do Demônio, pai da mentira.

 

O salmista não suportava a presença do mentiroso e pediu que Deus o libertasse dele: “... do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor!” (Sl 42, 1).

Quem quiser ser amigo de Deus deve se afastar completamente do caminho da mentira... deve libertar-se desse pecado: “A mentira é o degrau de todos os vícios” (São Vicente de Paulo).

 

10.ª mensagem: Não desagradar a Deus para agradar aos homens.

 

O salmista não aceitou a amizade com o homem perverso e mentiroso, mas pediu a ajuda de Deus para libertar-se dele: “... do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor!” (Sl 42, 1).

Milhares de pessoas abandonam a amizade de Deus para seguir os pecadores... tornam-se escravas dos mundanos: “Não quero que procureis agradar a homens, mas que agradeis a Deus, como de fato o fazeis” (Santo Inácio de Antioquia).

 

 

 

O Salmo 42, 2 diz: “Sois vós o meu Deus e meu refúgio: por que me afastais? Porque ando tão triste e abatido pela opressão do inimigo?”

 

COMENTÁRIOS

 

Pe. Maximiliano Garcia Cordero

 

O Pe. Maximiliano Garcia Cordero explica: Diante desta atitude de hostilidade e incompreensão, o salmista pede a proteção de Deus, que é o seu refúgio seguro; porém, que agora afasta dele incompreensivelmente. Sem conhecer o valor da dor após a morte, o justo do Antigo Testamento não compreende os caminhos secretos da Providência divina. A vida do salmista é um luto triste, sempre amargurada pela opressão do inimigo.

 

Pe. Marco M. Sales

 

O Pe. Marco M. Sales ensina: O salmista é seguro de amar a Deus e ser amado por Ele...  e, agora, porque o Senhor se afastou dele e o trata com desprezo? Ele, porém, não desanima e reza com mais insistência.

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1 .ª mensagem: Só Deus é Deus.

 

O salmista não fez uma “salada” de “deuses” como milhares de pessoas faziam naquele tempo e fazem até hoje, mas disse: “Sois vós o meu Deus” (Sl 42, 2).

Devemos acreditar na existência do Deus único e verdadeiro, e não construir um altar para vários “deuses”: “Deus é o único Deus” (Dt 7, 9).

 

2.ª mensagem: Deus é fiel.

 

O salmista que passava por muitas provações confia plenamente na fidelidade de Deus... e diz: Meu Deus: “Sois vós o meu Deus” (Sl 42, 2).

É preciso confiar na fidelidade do Criador e dizer-lhe com respeito e confiança: Meu Deus: “... o Deus fiel” (Dt 7, 9). Meu: Designativo de coisa que pertence à pessoa que fala. Usa-se como expressão de afeto, significando caro, querido.

 

3.ª mensagem: Não se envergonhar de Deus.

 

O salmista cheio de convicção dirigiu-se ao Deus verdadeiro sem se envergonhar: “Sois vós o meu Deus” (Sl 42, 2).

Milhares de pessoas sentem vergonha de pronunciar o Santo Nome de Deus; preferem dizer muitas baboseiras a pronunciar o Nome do Criador.

 

4.ª mensagem: Se refugiar em Deus.

 

O salmista não buscou refúgio nas criaturas fracas e falsas; mas sim, no Deus que tudo pode: “... e meu refúgio” (Sl 42, 2).

Somente em Deus é possível encontrar refúgio seguro, porque Ele é forte e não deixará que o inimigo nos prejudique: “Mas exulte de alegria todo aquele que em vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso nome! Porque ao justo abençoais com vosso amor, e o protegeis como um escudo!” (Sl 5, 12-13).

 

5.ª mensagem: Não se desesperar nas provações.

 

O salmista fala sobre o afastamento de Deus, mas não se desespera: “... por que me afastais?” (Sl 42, 2).

Devemos aceitar com calma as provações que vêm do alto... o Senhor prova os seus amigos: “O Senhor açoita os que dele se aproximam” (Jt 8, 27).

 

6.ª mensagem: “Acordar” Deus que dorme.

 

O salmista não se desesperou, mas também não ficou calado: “... por que me afastais?” (Sl 42, 2).

Não podemos ficar assustados diante das provações, mas devemos “acordar” Deus e pedir a sua ajuda: “É preciso acordar Deus que dorme na barca da nossa vida” (Santo Agostinho).

 

7.ª mensagem: Deus está por trás de tudo.

 

O salmista perguntou sobre o afastamento de Deus, mas não deixou de pedir a ajuda do Criador: “... por que me afastais?” (Sl 42, 2).

Deus está por trás de tudo! Ele não faz maldade, mas a permite. Tudo o que acontece na nossa vida é vontade de Deus ou permitido por Ele: “Os que quisermos permanecer eternamente, devemos cumprir a vontade do eterno Deus” (São Cipriano).

 

8.ª mensagem: Perseverar nas horas difíceis.

 

O salmista não desanimou diante do afastamento de Deus, mas perseverou esperando n’Ele: “... por que me afastais?” (Sl 42, 2).

Não podemos abandonar a caminhada para o céu por causa dos obstáculos e tentações que surgem pelo caminho; é nas horas difíceis que provamos se amamos verdadeiramente a Deus: “Quando eu penso: ‘Estou quase caindo!’ Vosso amor me sustenta Senhor! Quando o meu coração se angustia, consolais e alegrais minha alma” (Sl 93, 18-19).

 

9.ª mensagem: Sentir o peso da cruz sem abandoná-la.

 

O salmista sentiu o peso da perseguição dos inimigos, mas não deixou de confiar em Deus: “Porque ando tão triste e abatido pela opressão do inimigo?” (Sl 42, 2).

É preciso abraçar as cruzes de cada dia sem desanimar... quem foge da cruz não se salvará: “É pura ilusão quer servir a Deus longe da cruz” (Santa Margarida Maria Alacoque).

 

10.ª mensagem: Dialogar com Deus nas horas difíceis.

 

O salmista estava triste e abatido diante das provações, mas não deixou de dialogar com Deus... não abandonou a amizade do Criador por causa do sofrimento e da tristeza que estava sentindo: “Porque ando tão triste e abatido pela opressão do inimigo?” (Sl 42, 2).

Feliz da pessoa que dialoga com Deus nas horas difíceis, que não deixa a tristeza e o abatimento atrapalhar a sua amizade e união com o Criador: “Portanto, se queremos nos salvar, rezemos sempre. Recomendemo-nos a Jesus Cristo, nosso Redentor, especialmente no momento da tentação. Peçamos-lhe não só a perseverança final, mas também a graça de rezar sempre” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

 

 

O Salmo 42, 3 diz: “Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!”

 

COMENTÁRIOS

 

Pe. Maximiliano Garcia Cordero

 

O Pe. Maximiliano Garcia Cordero explica: Diante de tantos ataques, o salmista pede ao Senhor lhe envia luz e verdade. A luz e a verdade quando provém de Deus, supõe aprovação e complacência, e, portanto, são garantia de salvação e de liberação nas situações difíceis. É justamente o que deseja o salmista exilado: voltar à sua antiga situação de hóspede de Deus em seu templo, ficando próximo do altar, do monte santo, do tabernáculo sagrado.

 

EUNSA

 

EUNSA comenta: A luz e a verdade divinas estão personificadas: luz no sentido de amor e salvação; verdade, no de fidelidade e justiça.

 

 

Pe. Marco M. Sales

 

O Pe. Marco M. Sales ensina: O salmista não se desespera, mas reza com maior insistência: Envia a tua luz, ou seja, a luz do seu rosto, a tua benevolência e a tua verdade, mostra a tua fidelidade em cumprir a sua antiga promessa. Monte santo é aquele de Sião, onde está o santuário.

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Pedir a luz de Deus nos momentos “escuros” da vida.

 

O salmista que passava pela “escuridão” das provações pediu que o Senhor o iluminasse para não tropeçar: “Enviai vossa luz” (Sl 42, 3).

Quando as “nuvens” ameaçadoras surgirem sobre a nossa vida, devemos inclinar a cabeça diante de Deus e pedir que nos ilumine para caminharmos com segurança durante a provação: “O Senhor é Deus: ele nos ilumina!” (Sl 117, 27).

 

2.ª mensagem: Rezar com perseverança.

 

O salmista não se desesperou com o afastamento de Deus, mas insistiu no pedido: “Enviai vossa luz” (Sl 42, 3).

Quando a situação se torna difícil e complicada, não podemos desistir da luta; pelo contrário, devemos rezar com insistência e perseverança: “Contou-lhes ainda uma parábola para mostrar a necessidade de orar sempre, sem jamais esmorecer” (Lc 18, 1).

 

3.ª mensagem: Não seguir as criaturas.

 

O salmista não buscou apoio nas criaturas falsas e perigosas; mas sim, em Deus. Ele disse: vossa luz: “Enviai vossa luz” (Sl 42, 3).

Diante dos obstáculos que surgem todos os dias pelo caminho, devemos pedir a ajuda de Deus e não das criaturas... pedir a luz do alto: vossa luz: “Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: ‘Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de vós!” (Sl 15, 1-2).

 

4.ª mensagem: Somente a verdade nos libertará.

 

O salmista estava “preso” pelas dificuldades e perseguições dos inimigos... ele pediu que o Senhor lhe enviasse a verdade para libertá-lo: “Enviai... vossa verdade” (Sl 42, 3).

Os amigos do mundo e inimigos de Deus não suportam a verdade; por isso, devemos pedir ao Senhor que nos liberte dos inimigos através da verdade... que vivamos a verdade, e assim seremos livres: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32).

 

5.ª mensagem: Buscar a verdade somente em Deus.

 

O salmista disse: vossa verdade. Não quis se apoiar nas criaturas, porque possuem um coração mentiroso e interesseiro: “Enviai... vossa verdade” (Sl 42, 3).

Não devemos nos apoiar nas palavras dos mundanos, porque falam com facilidade e só dizem mentiras para nos enganar. Somente Deus é a fonte da verdade: vossa verdade: “Quem é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 37).

 

6.ª mensagem: Quem possui a verdade vive seguro.

 

O salmista não quis buscar outro caminho nas provações, mas permaneceu firme e do lado da verdade: “Enviai... vossa verdade” (Sl 42, 3).

As dificuldades que surgem pelo caminho não podem nos desviar da verdade; somente na verdade é possível encontrar segurança: “Se agires conforme a verdade, terás êxito em todas as tuas ações” (Tb 4, 6).

 

7.ª mensagem: A luz e a verdade guiam os nossos passos no caminho reto.

 

O salmista não se apoiou nas trevas nem na mentira, mas na luz e na verdade: “... elas serão o meu guia” (Sl 42, 3).

Para caminharmos com convicção e firmeza não podemos nos apoiar no erro; somente a luz do alto e a verdade pura podem nos sustentar: “Guia-me com tua verdade, ensina-me, pois tu és o meu Deus salvador” (Sl 25, 5).

 

8.ª mensagem: O caminho do céu é iluminado pela luz do alto e protegido pela verdade.

 

O salmista quis subir o Monte santo guiado pela luz e pela verdade: “... que me levem ao vosso Monte santo, até a vossa morada!” (Sl 42, 3).

Não existe caminho para o céu longe da luz e da verdade. Quem percorre outro caminho jamais subirá o Monte santo, isto é, o céu... porque Deus é Luz e Verdade: “Tu és a minha lâmpada, Senhor: o meu Deus ilumina as minhas trevas” (Sm 22, 29).

 

 

 

O Salmo 42, 4 diz: “Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!”

 

COMENTÁRIOS

 

Pe. Maximiliano Garcia Cordero

 

O Pe. Maximiliano Garcia Cordero explica: O salmista anseia ardentemente voltar ao templo que está no monte santificado pela presença de Deus, para nesse lugar dar graças ao Senhor e louvá-lo ao som da harpa.

 

Pe. Marco M. Sales

 

O Pe. Marco M. Sales ensina: Cheio de alegria o salmista imagina estar em Jerusalém, e explica o que faz. O altar do qual ele fala é aquele do holocausto, sobre o qual se oferecia sacrifício de ação de graças. Deus que alegra a minha juventude... o Deus da minha alegria, o Deus que é a fonte de toda a minha felicidade. Ele promete a Deus ação de graças acompanhada com a harpa.

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Ir ao encontro de Deus e não do mundo.

 

O salmista não segue as coisas terrenas, mas caminha para Deus: “Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria” (Sl 42, 4).

Quem quiser viver bem nesse mundo deve caminhar para Deus... somente Ele pode dar a verdadeira alegria, aquela que o mundo não possui: “Quem pode fazer-me mais feliz do que Deus? N’Ele encontro tudo” (Santa Teresa dos Andes).

 

2 .ª mensagem: A alegria do mundo é falsa.

 

O salmista não buscou a alegria no vazio do mundo, mas no templo... nos altares do Senhor: “Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria” (Sl 42, 4).

Deus não nos criou para a falsa alegria oferecida pelo mundo; mas sim, para a mais pura alegria que consiste em viver unido a Ele... vivendo piedosamente: “Fora de Deus só há alegria efêmera e paz ilusória” (Bem-aventurado Columba Marmion).

 

3.ª mensagem: Deus: fonte da verdadeira alegria.

 

O salmista não voltou as costas para a alegria que vem de Deus, para seguir a alegria efêmera oferecida pelo mundo: “Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria” (Sl 42, 4).

Quem vive “mergulhado” em Deus, alegria infinita, não necessita da alegria postiça que o mundo oferece. Quem possui Deus não mendiga as coisas da terra: “Sou a pessoa mais feliz. Já não desejo nada porque meu ser está saciado com o Deus Amor” (Santa Teresa dos Andes).

 

4.ª mensagem: Rezar com respeito.

 

O salmista é uma pessoa cheia de respeito para com Deus... quer louvá-lo cantando, acompanhado com instrumento musical: “Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!” (Sl 42, 4).

Feliz da pessoa que respeita a Deus principalmente no momento da oração... rezar é dialogar com o Criador: “Haja ordem na palavra e na súplica dos que oram, tranquilos e respeitosos. Pensemos estar na presença de Deus” (São Cipriano).

 

5.ª mensagem: Respeitar o Santo Nome de Deus.

 

O salmista não pronuncia o Santo Nome com desprezo e zombaria; mas sim, com o máximo de respeito: “... meu Senhor e meu Deus!” (Sl 42, 4).

Não devemos pronunciar o Santo Nome de Deus em vão... e quando o pronunciarmos, devemos fazê-lo com o máximo de respeito: “Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão’ (Ex 20, 7). O segundo mandamento pertence, como o primeiro, ao âmbito da virtude da religião e regula mais particularmente o uso que fazemos da palavra nas coisas santas. Entre todas as palavras da revelação há uma, singular, que é a revelação do nome de Deus. Deus confia seu nome àqueles que creem nele; revela-lhes em seu mistério pessoal. O dom do nome pertence à ordem da confiança e da intimidade. ‘O nome do Senhor é santo’. Eis por que o homem não pode abusar dele. Deve guardá-lo na memória num silêncio de adoração amorosa. Não fará uso dele a não ser para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo” (Catecismo da Igreja Católica).

 

6.ª mensagem: Ser escravo de Deus.

 

O salmista não chamou nenhuma criatura de Senhor e Deus, mas somente ao Criador: “... meu Senhor e meu Deus!” (Sl 42, 4).

Sejamos escravos do Senhor e Deus que nos dá a verdadeira liberdade. Quem quiser ser livre deve tornar-se escravo de Deus: “Agora libertos do pecado, e como escravos de Deus, frutificais para a santidade até a vida eterna, que é a meta final” (Rm 6, 22).

 

 

 

O Salmo 42, 5 diz: “Por que te entristeces, minha alma, a gemer no meu peito? Espera em Deus! Louvarei novamente o meu Deus Salvador!”

 

COMENTÁRIOS

 

Pe. Maximiliano Garcia Cordero

 

O Pe. Maximiliano Garcia Cordero explica: O salmista tem a esperança de voltar a louvar e contemplar a face de Deus, isto é, de gozar de sua benevolência na intimidade litúrgica do santuário.

 

EUNSA

 

EUNSA comenta: O estribilho adquire nova intensidade no final da oração, pois nesse contexto recebe toda sua força as palavras: Louvarei novamente; por que te entristeces, minha alma e espera em Deus. Deus como fonte de vida se faz presente em Jesus Cristo – quem me viu, viu o Pai (Jo 14, 9) - e em suas ações salvíficas, os sacramentos. Estes são as correntes de água viva – da graça divina – que podem acalmar a sede que o homem tem de Deus. As situações de provação, que também acontecem na vida do cristão, levam a buscar a Deus com mais força nessas fontes: As palavras e as ações de Jesus durante sua vida oculta e durante seu ministério público já eram salvíficas. Antecipavam o poder de seu mistério pascal. Anunciavam e preparavam o que iria dar à igreja quando tudo fosse realizado. Os mistérios da vida de Cristo são os fundamentos daquilo que agora, por meio dos ministros de sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos, pois “aquilo que era visível em nosso Salvador passou para seus mistérios” (São Leão Magno – Catecismo da Igreja Católica). As palavras deste salmo, que anteriormente se recitavam como parte do introito na liturgia da Missa, bem podem servir para fomentar as disposições pessoais antes de participar da Sagrada Eucaristia.

 

Pe. Marco M. Sales

 

O Pe. Marco M. Sales ensina: Na verdade, ele ainda está no exílio esmagado pela tribulação, e, portanto, ele repete pela terceira vez o coro das duas estrofes anteriores, o que é um grito de confiança na bondade e na misericórdia de Deus, que não abandona aquele que o ama sinceramente.

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Quem espera em Deus não pode estar triste.

 

O salmista diz para a sua alma não ficar triste, mas esperar em Deus: “Por que te entristeces, minha alma, a gemer no meu peito? Espera em Deus!” (Sl 42, 5).

Quem despreza o mundo e coloca a esperança no Criador não se entristece nas provações: “Espera em Deus, sê firme! Fortalece teu coração e espera em Deus!” (Sl 27, 14).

 

2 .ª mensagem: Somente Deus pode alegrar uma alma criada para o céu.

 

O salmista não manda sua alma esperar nas coisas passageiras e caducas desse mundo... mas sim, no Eterno: “Por que te entristeces, minha alma, a gemer no meu peito? Espera em Deus!” (Sl 42, 5).

As coisas passageiras da terra não podem satisfazer e alegrar uma alma imortal e espiritual... somente o Deus, fonte da alegria, pode fazê-lo: “Eu sou cada dia mais feliz, pois sou de nosso Senhor. Ele me dá a felicidade verdadeira... O amor a Jesus dá forças e alegria” (Santa Teresa dos Andes).

 

3 .ª mensagem: Deus não abandona os seus amigos.

 

Mesmo sendo esmagado pelo peso das provações, o salmista não perde a confiança no amor de Deus: “Louvarei novamente o meu Deus Salvador!” (Sl 42, 5).

É preciso confiar sempre no amor de Deus, principalmente nas dificuldades,  porque o Senhor não abandona um coração fiel: “O amado de Deus repousa tranquilo junto a ele; o Altíssimo o protege todo o dia” (Dt 33, 12).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 27 de agosto de 2016

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Pe. Maximiliano Garcia Cordero, Bíblia Comentada

EUNSA

Pe. Marco M. Sales, Il Vecchio Testamento

São Vicente de Paulo, Escritos

Santo Inácio de Antioquia, Ad Rom., 2, 1

Santa Teresa dos Andes, Cartas 81, 121 e 128

Santo Agostinho, Escritos

Santo Afonso Maria de Ligório, Escritos

Bem-aventurado Columba Marmion, Jesus Cristo: Ideal do monge

São Cipriano, Do Tratado sobre a Oração do Senhor; PL 4, 548

Catecismo da Igreja Católica, nn. 1115 e 2142-2143

São Leão Magno, Sermão 74, 2

Santa Margarida Maria Alacoque, Escritos

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “'Salmo 42”

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