OLHA PARA NÓS!

(At 3, 1-10)

 

1 Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona. 2 Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 3 Vendo a Pedro e João, que iam entrar no Templo, implorou que lhe dessem uma esmola. 4 Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’ 5 Ele os olhava atentamente, esperando receber deles alguma coisa. 6 Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’ 7 E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; 8 de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus. 9 Todo o povo viu-o andar e louvar a Deus; 10 reconheciam-no, pois era ele quem esmolava, assentado junto à Porta Formosa do Templo. E ficaram cheios de admiração e de assombro pelo que lhe sucedera”.

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Pedro, o primeiro.

 

São Pedro, primeiro Papa,  também aqui é colocado em primeiro lugar. “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona” (At 3, 1).

Depois que Jesus Cristo subiu ao Céu, São Pedro exerceu o supremo poder na Igreja: primeiro Papa.

 

2.ª mensagem: Vida de oração.

 

O primeiro Papa, São Pedro, e o discípulo predileto de Jesus Cristo, São João Evangelista, rezavam muito… não eram anjos; mas sim, homens… necessitavam da oração. “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona” (At 3, 1).

Aprendamos desses dois Apóstolos a reservar horários por dia para a oração: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

3.ª mensagem: Oração constante.

 

É a oração do sacrifício da tarde, que começava pelas três e era frequentado por grande número de Judeus piedosos. O longo rito durava até ao pôr do sol. Era este o segundo sacrifício do dia. Pela manhã tinha lugar outro, com ritos análogos, que começava com a aurora e durava até às nove da manhã, a hora de tércia. “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona” (At 3, 1).

Não basta rezar uma vez ao dia… mas a oração deve ser constante. Quem quiser vencer os obstáculos que surgem pelo caminho deve rezar sempre: “As armas são as orações contínuas e fervorosas a Deus para que nos socorra e para que não sejamos vencidos” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

4.ª mensagem: Profunda amizade.

 

Mesmo depois da Ascensão do Senhor, São Pedro e São João, continuaram com profunda amizade (At 4, 13; 8, 14, Jo 20, 2-9; 21, 7; Gl 2, 9). Já durante a vida de Jesus Cristo parece que sucedia o mesmo (Jo 13, 24; 18, 15; Lc 22, 8). “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona” (At 3, 1).

Feliz da pessoa que encontrou um verdadeiro amigo nesse mundo tão falso, interesseiro e violento: “Um amigo fiel é um poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro” (Eclo 6, 14).

 

5.ª mensagem: Mesmo ideal.

 

Eram dois Apóstolos apaixonados por Jesus Cristo, unidos intimamente no mesmo ideal, ainda que cada um com temperamento e gênio distintos. “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona” (At 3, 1).

As pessoas que se apaixonam por Nosso Senhor Jesus Cristo… podem ter temperamento diferente, mas caminham sempre na mesma direção: santidade de vida e agradar o Salvador em tudo.

 

6.ª mensagem: Coração caridoso.

 

Esse homem aleijado pedia esmola exatamente na porta do Templo, porque as pessoas que rezam possuem o coração caridoso e acolhedor. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

 

7.ª mensagem: Ânimo.

 

Esse homem aleijado dependia totalmente das pessoas para ser carregado até ao Templo e também das esmolas para sobreviver. Nenhum obstáculo o fazia desistir! “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam”(At 3, 2).

Infeliz de quem se desespera diante das dificuldades, provações e obstáculos. As montanhas existem para serem escaladas.

 

8.ª mensagem: Vontade de Deus.

 

Está claro que esse aleijado de nascença inclinava a cabeça diante da vontade do Criador… não reclamava, mas aceitava tudo com paciência. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

Quem faz a vontade de Deus vive feliz, mesmo passando por muitas provações e até humilhações: “O cumprimento da vontade de Deus nos traz a felicidade completa” (Bem-aventurado José Allamano), e: “O segredo para ser feliz ainda neste mundo, é cumprir a vontade de Deus” (São Basílio Magno).

 

9.ª mensagem: “Contraste?”

 

A porta chamada Formosa era muito “rica”: “… era entre todas a mais rica de ornatos de bronze, prata e ouro” (José Flávio). Enquanto que o homem aleijado era muito pobre.

“Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2). O homem aleijado não era pobre por causa da “riqueza” da porta Formosa.

Milhões de pessoas invejosas e caluniadoras atacam as construções católicas, principalmente a Basílica de São Pedro, dizendo que deveriam vendê-la para dar aos pobres. Por que não dizem o mesmo sobre os estádios de futebol espalhados pelo mundo? A Santa Igreja sabe muito bem conservar o que lhe pertence. Deus, Nosso Senhor, merece o melhor, o mais belo e caro. Não economizemos quando se trata de ornamentar a casa de Deus. Seria muito bom se os caluniadores somassem os milhões de pobres que a Santa Igreja ajuda! “Ninguém deve dar explicações ao caluniador. Não é isso que ele quer!” (Pe. Orlando Gambi). O caluniador quer a destruição do próximo.

 

10.ª mensagem: Pedir esmola, sim… roubar, jamais.

 

O homem pobre e aleijado não roubava, mas pedia esmolas todos os dias. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

Diante de uma dificuldade, o correto é pedir esmolas com educação e respeito… mas não roubar. É importante saber que o faminto que toma um pão, não rouba. Que o fugitivo que se apossa de um carro ou de um barco para escapar dos perseguidores que lhe ameaçam a vida ou a liberdade, não rouba.

 

11.ª mensagem: Pobre ou vagabundo?

 

Esse pobre merecia esmola, porque era verdadeiramente pobre e aleijado… precisava da ajuda do próximo para se locomover. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

O vagabundo não merece esmola… não trabalha por comodismo e preguiça. Leva vida errante, perambula, vagueia, vagabundeia… leva a vida no ócio, é indolente e vadio: “Os pobres que Jesus louva não são os vadios, os incapazes ou os preguiçosos, mas os que, trabalhando embora para melhorar licitamente a sua condição, não são ávidos de lucro e de riquezas, a ponto de colocar nelas seu tesouro, esquecendo os bens mais altos que os esperam… Jesus pede a todos os seus discípulos - que tenham pouco ou muito - que sejam ‘pobres em espírito’ de modo que a preocupação pela escassez de meios ou o apego às riquezas jamais se convertam em obstáculo à procura de Deus, não estorvem a amizade com ele, não agravem o coração com o cuidado excessivo pelo bem estar material” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

12.ª mensagem: “Figura” de quem ainda não foi batizado.

 

Esse homem é paralítico de nascença… todos nascem com o pecado original. O paralítico era carregado para a porta do Templo. Os pais ou responsáveis levam a criança nos braços para ser batizada. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

O sacramento do Batismo confere a primeira graça santificante, pela qual é perdoado o pecado original e também os atuais, se os há; redime toda a pena por eles devida; imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros da glória; e habilita-nos a receber os demais sacramentos.

 

13.ª mensagem: “Figura” da pessoa em pecado mortal.

 

Esse homem era paralítico, pobre e não conseguia chegar ao Templo sozinho… necessitava da ajuda do próximo. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

Quem está em pecado mortal vive paralisado na vida espiritual, é pobre espiritualmente porque tudo o que faz não passa do “telhado”: “É uma morte mais pavorosa porque não se manifesta exteriormente: não há o fedor da corrupção nem a frigidez rígida. É uma morte em vida, pela qual o pecador fica nu e isolado no meio do amor e abundância divinos. A graça de Deus flui ao seu redor, mas não pode entrar nele; o amor de Deus toca-o, mas não o penetra. Perdem-se todos os méritos sobrenaturais que o pecador havia adquirido antes do seu pecado. Todas as boas obras feitas, todas as orações pronunciadas, todas as Missas oferecidas, os sofrimentos padecidos por amor a Cristo, absolutamente tudo é varrido no momento de pecar” (Pe. Leo J. Trese).

 

14.ª mensagem: Paciência no sofrimento.

 

Ele não se desesperava diante do sofrimento, mas suportava tudo com paciência: paralítico, pobre e necessitava diariamente da ajuda das pessoas. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

O cristão não pode, portanto, assustar-se ou encolher-se diante das dificuldades que Deus permite na sua vida; pelo contrário, deve vê-las como provas sucessivas que com a ajuda divina há de superar, para receber o prêmio do Céu: “Não deixa o Senhor vir estas guerras e tentações aos seus senão para maior bem (…). Ele assim o quis, que a paciência nos trabalhos e o estar em pé por sua honra nas tentações, fosse o toque com que os seus amigos fossem provados. Porque não é sinal de amigo verdadeiro acompanhar no descanso, ficar parado em relação ao amigo no tempo da tribulação (…). Companheiros nos trabalhos e depois no Reino, deveis esforçar-vos em lutar virilmente nas guerras que contra vós se levantam para afastar-vos de Deus, pois que Ele é vosso auxílio na terra e vosso galardão no céu” (São João de Ávila).

 

15.ª mensagem: Pedir ajuda aos santos.

 

Esse homem pobre e paralítico pedia esmola aos que entravam no Templo. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

Nós, pobres pecadores… que caminhamos com dificuldades nesse mundo cheio de provações e obstáculos, devemos implorar a ajuda dos santos que já entraram no “Templo”, isto é, no céu: “Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por conseguinte, pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (Catecismo da Igreja Católica).

 

16.ª mensagem: Verdadeira caridade.

 

As pessoas que carregavam esse senhor, pobre e aleijado, possuíam uma autêntica caridade… porque faziam isso todos os dias. “Vinha, então, carregado, um homem que era aleijado de nascença, e que todos os dias era carregado à porta do Templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3, 2).

A caridade deve ser autêntica… verdadeira, sem interesse. Não devemos cansar de realizar o bem: “Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima” (Rm 12, 9-10).

 

17.ª mensagem: Pedir ajuda ao Papa.

 

O homem pobre e paralítico pediu também ajuda ao primeiro Papa, São Pedro. “Vendo a Pedro e João, que iam entrar no Templo, implorou que lhe dessem uma esmola” (At 3, 3).

Nós, pobres ignorantes, devemos também implorar a ajuda do Santo Padre, o Papa… não esmola material, mas “esmola” espiritual… para que nos guie no caminho da verdade: “Quando o Papa fala, toda questão está finda” (Santo Agostinho), e: “O Papa  nunca erra quando, com toda a força da sua autoridade, define alguma doutrina de fé e de moral” (Pe. João Colombo).

 

18.ª mensagem: Unido a Pedro.

 

O aleijado e pobre pediu também ajuda ao Apóstolo São João Evangelista, que estava unido a São Pedro. “Vendo a Pedro e João, que iam entrar no Templo, implorou que lhe dessem uma esmola” (At 3, 3).

Devemos pedir ajuda espiritual somente aos Bispos unidos a Pedro, isto é, ao Santo Padre, o Papa. Quem trabalha contra o Papa não merece o nosso respeito: “… a sagração episcopal, juntamente com o múnus de santificar, confere também os de ensinar e de reger. Estes, todavia, por sua natureza só podem ser exercidos em hierárquica comunhão com o Chefe e os demais membros do Colégio” (Concílio Vaticano II).

 

19.ª mensagem: Pedir com humildade.

 

O homem aleijado não pediu com arrogância e desrespeito ao primeiro Papa, São Pedro; mas sim, pediu implorando (suplicou, pediu instantemente, rogou…). Pediu com humildade. “Vendo a Pedro e João, que iam entrar no Templo, implorou que lhe dessem uma esmola”(At 3, 3).

Cada católico deve tratar o Santo Padre com respeito, humildade e amor… reconhecê-lo como Pai, Pastor e Mestre universal: “Todo e qualquer católico deve reconhecer o papa como Pai, Pastor e Mestre universal, e estar unido a ele de espírito e coração” (São Pio X).

 

20.ª mensagem: Amor pelos fiéis.

 

São Pedro, primeiro Papa, fixou os olhos no pobre e aleijado… fitou-o, não o desprezou.  “Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’” (At 3, 4).

O amor do Santo Padre pelos fiéis é verdadeiro e sem interesse. Ama-os de verdade… ama cada ovelha: “Como é belo o grito de uma alma oprimida que invoca de Roma a sua justiça! É uma ovelha do rebanho que, assaltada pelo lobo, com o seu balido clama ao pastor. E o Papa escuta esse rebanho de cordeiro, e lança a maldição sobre o lobo e sobre o seu reino” (Pe. João Colombo).

 

21.ª mensagem: Não desprezar as ovelhas.

 

Não somente São Pedro fitou o homem pobre e aleijado, São João Evangelista também fitou-o. “Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’” (At 3, 4).

O Bispo deve cuidar com amor dos seus fiéis, sem desprezá-los. Dar atenção a todas as ovelhas: “O Bispo na própria diocese é o Pastor legítimo, o Pai, o Mestre, o superior de todos os fiéis, eclesiásticos e leigos, que pertencem à mesma diocese” (São Pio X).

 

22.ª mensagem: Verdadeiros guias.

 

São Pedro pediu que o aleijado e pobre olhasse para ele e para São João… verdadeiros guias católicos. “Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’” (At 3, 4).

Devemos olhar para o Santo Padre, o Papa, e para os Bispos unidos a ele, quando necessitarmos de orientações verdadeiras e seguras: “Passaram e passarão todos os inimigos da verdade, como as ondas do Tibre passam sob as pontes de Roma; mas o Papa permanece e não muda. Quem não está com o Papa está no erro, porque só o Papa é a verdade” (Pe. João Colombo).

 

23.ª mensagem: Voltar as costas para as falsas religiões e seitas.

 

São Pedro disse ao aleijado: Olha para nós! “Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’” (At 3, 4).

Diante de milhares de igrejolas, espeluncas e outras cloacas… devemos olhar para o sucessor de São Pedro, o Papa, que nos convida: Olha para nós! Olha para a Igreja Católica Apostólica Romana, a única verdadeira fundada por Deus: “Cumpre agarrarmo-nos à religião cristã e à comunhão com aquela Igreja que é católica e como tal é denominada não só pelos seus adeptos, mas também pelos seus inimigos” (Santo Agostinho).

 

24.ª mensagem: Remédio legítimo? Somente na Igreja Católica!

 

São Pedro disse ao aleijado e pobre: Olha para nós! Não pediu que ele olhasse à sua volta. “Pedro, porém, fitando nele os olhos, junto com João, disse-lhe: ‘Olha para nós!’” (At 3, 4).

Quem está “aleijado” e “pobre” espiritualmente, deve buscar o verdadeiro remédio para seus males na Santa Igreja Católica Apostólica Romana… não nas falsas religiões e seitas. O “aleijado” que não consegue andar com segurança, encontrará nos sacramentos força para manter-se de pé e buscar a santidade… quem é “pobre” espiritualmente, encontrará na Santa Doutrina Católica a maior riqueza para a sua vida: “Quem não tem o conhecimento de Deus é um ignorante, ainda que seja um grande sábio” (Maria Lataste).

 

25.ª mensagem: Fidelidade.

 

O homem aleijado não perdeu tempo em olhar à sua volta, mas fixou os olhos em São Pedro e em São João Evangelistanão dividiu o coração entre a luz e as trevas. “Ele os olhava atentamente, esperando receber deles alguma coisa” (At 3, 5).

Quem ama a verdade não perde tempo com as baboseiras, heresias e mentiras dos inimigos da Santa Igreja, mas olha atentamente e com fidelidade para a sua hierarquia e seus ensinamentos: “Vive piedosamente na Igreja: se o fizeres nenhum dano te causam os pecados alheios, pois cada qual nela carregará seu próprio fardo” (Santo Agostinho).

 

26.ª mensagem: Receber alguma coisa boa.

 

Esse homem olhava atentamente para os Apóstolos, esperando receber algo de bom… algo que o ajudasse fisicamente. “Ele os olhava atentamente, esperando receber deles alguma coisa” (At 3, 5).

Devemos olhar atentamente para o Santo Padre e para os Bispos unidos a ele, esperançosos em receber alguma coisa boa para o nosso crescimento espiritual: “Em exercendo o ofício de ensinar, anunciem aos homens o Evangelho de Cristo. Este é, entre os principais deveres dos Bispos, o mais eminente” (Concílio Vaticano II).

 

27.ª mensagem: Pobreza.

 

O primeiro Papa, São Pedro, não possuía bens matérias, era extremamente pobre… não se preocupava com as coisas passageiras; grande exemplo para as pessoas que vivem apegadas às coisas caducas da terra. “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

Infeliz da pessoa que se revolta diante da pobreza. Precisamos praticar a paciência suportando a pobreza. É certo que é muito necessário praticar a conformidade, quando nos faltam os bens materiais. Diz Santo Agostinho: “Quem não tem Deus, não tem nada; quem tem Deus, tem tudo”. Possuindo Deus e estando unido à sua vontade, encontramos n’Ele todos os bens.

 

28.ª mensagem: Evitar notoriedade.

 

Os dois Apóstolos foram ao Templo para rezar, não para realizar milagres: “Observai que os dois Apóstolos não vão ao Templo com a intenção de fazer um milagre, porque, à imitação do seu mestre, evitavam tudo o que pudesse trazer-lhes notoriedade humana” (São João Crisóstomo). “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

Infelizmente, dentro da Igreja Católica, existem pessoas que fazem exatamente o contrário… sedentas de fama e de aplausos, fingem falar em línguas, em ter visões da Virgem Maria, Santos, Anjos… dizem que realizam curas… Quanta vaidade! Haja mentira! “O terceiro dano é cair ordinariamente a alma na vanglória ou em alguma vaidade, quando quer gozar em tais obras extraordinárias. O próprio prazer por essas maravilhas já é vaidade, não sendo proporcionado puramente em Deus e para Deus. Eis por que Nosso Senhor repreendeu seus discípulos quando manifestaram alegria por terem subjugado os demônios (Lc 10, 20); jamais lhes dirigiria esta reprimenda, se não fosse vão tal gozo (São João da Cruz).

 

29.ª mensagem: Verdadeiramente um milagre.

 

Os Apóstolos consideram, porém, que chegou o momento de que atue através deles a energia sobrenatural que receberam de Deus. “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

Foi realizado verdadeiramente um milagre, não essas mentiras e charlatanismo promovidos pelos protestantes e membros da Renovação Carismática “C”. Se existe um milagreiro em cada esquina, por que então os hospitais estão lotados de enfermos?

 

30.ª mensagem: Por si mesmo… força de Cristo.

 

O que no Evangelho fazia o Senhor por si mesmo e com o seu poder divino, fazem-no agora os Apóstolos no nome e com a força de Cristo. “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

O milagre não depende do querer… da invenção ou do fingimento: “A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede, para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. São as graças sacramentais dons próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, chamadas também ‘carismas’, segundo a palavra grega empregada por São Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Seja qual for seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja” (Catecismo da Igreja Católica).

 

31.ª mensagem: Poder de fazer milagres.

 

Cumpre-se a promessa do Senhor, que concedeu aos seus o poder de fazer milagres, sinais visíveis da chegada do Reino de Deus. Não são simples fatos extraordinários que se produzam casual ou repentinamente sem colaboração dos discípulos. O Senhor realiza-os movido pela fé dos Apóstolos, que é uma condição essencial. Os discípulos sabem que receberam um dom e operam de modo consequente. “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

Os discípulos receberam um dom; não fizeram “cursos” para realizar milagres como acontece em grupos da Renovação Carismática “C”. Essa atitude é revoltante!

 

32.ª mensagem: Deus fará de nós instrumentos capazes de realizar milagres.

 

Os milagres do Novo Testamento indicam uma situação especialmente intensa da graça divina. Mas não são um caso único na economia cristã de salvação. Repetem-se, segundo as circunstâncias e de modos diversos, atraídos pelas disposições interiores das pessoas de fé. “Mas Pedro lhe disse: ‘Nem ouro nem prata possuo. O que tenho, porém, isto te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, põe-te a caminhar!’” (At 3, 6).

Os milagres exigem a colaboração, isto é, a fé daqueles que vão ser curados. O coxo de nascença há de pôr algo da sua parte, ainda que seja um gesto tão simples como levantar o olhar para os dois Apóstolos: “Atrevo-me a assegurar que também o Senhor fará de nós instrumentos capazes de realizar milagres e até, se for preciso, dos mais extraordinários, se lutarmos diariamente por alcançar a santidade, cada um dentro do seu estado, no meio do mundo, no exercício da sua profissão, na vida normal e corrente. Daremos luz aos cegos… Quem não poderia contar mil casos de cegos, quase de nascença, que recobraram a vista, recebendo todo o esplendor da luz de Cristo? E de outros que eram surdos, e outros mudos, que não podiam ouvir ou articular uma palavra como filhos de Deus… E que purificam os seus sentidos, e já ouvem, e já se exprimem como homens, não como animais!… em nome de Jesus, os seus Apóstolos dão agilidade àquele aleijado, que era incapaz de uma ação útil… E àquele outro, um poltrão, que conhecia as suas obrigações, mas não as cumpria… – Em nome do Senhor, levanta-te e caminha! E um outro, já morto, apodrecido, que tresandava a cadáver, também ouviu a voz de Deus, como no milagre do filho da viúva de Naim – Rapaz, eu te ordeno: levanta-te! Faremos milagres como os de Cristo, milagres como os dos primeiros Apóstolos” (São Josemaría Escrivá).

 

33.ª mensagem: Levantou o aleijado.

 

São Pedro ajudou o homem aleijado e pobre a levantar-se… de um salto pôs-se em pé. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

Quem está “aleijado” espiritualmente, isto é, em pecado mortal, e se aproxima da Confissão arrependido, de um salto põe-se em pé espiritualmente, porque recupera a graça perdida: “O Sacramento da Penitência confere a graça santificante, com a qual são perdoados os pecados mortais e também os veniais que se confessaram e de que haja arrependimento; comuta a pena eterna em temporal, da qual também é perdoada uma parte maior ou menor, conforme as disposições do penitente; faz reviver o merecimento das boas obras feitas antes de se cometer o pecado mortal; dá à alma auxílios oportunos para não recair no pecado, e restitui a paz à consciência” (São Pio X).

 

34.ª mensagem: Progresso na vida espiritual.

 

O aleijado ficou de pé e começou a andar… não ficou parado… acomodado. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

A pessoa que vive na graça de Deus (graça santificante) não consegue ficar inativa… mas caminha apressadamente na vida espiritual, buscando a santidade com fervor, alegria e fé: “Uma alma inflamada do amor de Deus não consegue ficar inativa” (Santa Teresa do Menino Jesus).

 

35.ª mensagem: Gratidão.

 

O homem aleijado, depois de curado, não foi procurar os prazeres do mundo, isto é, recuperar o tempo perdido, mas entrou no Templo com os Apóstolos. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

Devemos agradecer continuamente a Deus, porque o nosso Criador nos ajuda todos os dias. A nossa vida deve ser um hino de agradecimento a Deus: “Não há dever mais urgente do que o de agradecer”(Santo Ambrósio).

 

36.ª mensagem: Seguir os passos de quem nos ajuda.

 

O homem aleijado não ficou do lado de fora do Templo conversando com as pessoas desconhecidas… mas seguiu os dois Apóstolos, entrando com eles no Templo. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

Devemos seguir as pessoas que nos ajudam a progredir no caminho da santidade… e fugir das pessoas mundanas e pervertidas: “Quem andar com o virtuoso, será também virtuoso. Estando com os bons, eu garanto que alcançará o Paraíso. Pelo contrário, permanecendo com os perversos, sua alma corre grande perigo” (São João Bosco).

 

37.ª mensagem: Alegria em poder caminhar.

 

O aleijado ficou muito feliz em poder caminhar… andando, saltando e louvando a Deus.  Não era mais preciso ficar sentado no meio da poeira. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

Quando uma pessoa abandona a vida de pecado… deixa de ser “aleijada” espiritualmente, sente grande alegria em poder caminhar na presença de Deus… servindo-o com fé, amor, perseverança e fervor: “Os santos encontravam um paraíso sobre a terra em conversar interiormente com Deus, em alegrar-se com suas grandezas, perfeições e beatitude infinita e inalterável” (Pe. Luís Bronchain).

 

38.ª mensagem: Nenhuma revolta.

 

O aleijado, depois de curado, não se revoltou contra Deus por ter nascido assim… mas entrou no Templo louvando o Criador. “E, tomando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante seus pés e calcanhares se firmaram; de um salto pôs-se em pé e começou a andar. E entrou com eles no Templo, andando, saltando e louvando a Deus” (At 3, 7-8).

Devemos conformar com a vontade de Deus… tudo o que acontece na nossa vida, ou é vontade d’Ele ou foi permitido por Ele. Deus está por trás de tudo!

 

39.ª mensagem: Mudança de vida.

 

O aleijado mudou completamente de vida. Não estava mais prostrado na poeira… nem esmolando… nem sendo carregado pelas pessoas. Estava andando, pulando e louvando a Deus com alegria. “Todo o povo viu-o andar e louvar a Deus; reconheciam-no, pois era ele quem esmolava, assentado junto à Porta Formosa do Templo. E ficaram cheios de admiração e de assombro pelo que lhe sucedera” (At 3, 9-10).

Quem muda de vida, isto é, se converte… abandona o caminho do pecado, deixa as pessoas admiradas. Não mendiga mais as coisas desse mundo… mas sim, serve a Deus, louva-o e caminha pela via da luz. Jamais podemos abandonar e desprezar quem vive nas trevas… para Deus tudo é possível: “Nunca devemos considerar os homens como perdidos e sem esperança de salvação, nem deixar de ajudar com todo empenho os que se encontram em perigo nem demorar em prestar-lhes auxílio. Pelo contrário, reconduzamos ao bom caminho os que se afastaram da verdadeira vida e alegremo-nos com a sua volta à comunhão daqueles que vivem reta e piedosamente” (Santo Astério de Amaséia).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 21 de julho de 2017

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura (texto e comentário)

Edições Theologica

José Flávio, Antiguidades, XIV, 4, 3

São Basílio Magno, Escritos

Pe. Orlando Gambi, Paz e Bem

São João da Cruz, Obras Completas

Pe. Leo J. Trese, A fé explicada

Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina

São João de Ávila, Audi, filia, cap. 29

Santo Ambrósio, Escritos

São João Bosco, O cristão bem formado

Catecismo da Igreja Católica, 2003, 956

Pe. João Colombo, Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as festas do Senhor e dos Santos

Maria Lataste, Escritos

Santo Astério de Amaséia, Escritos

Pe. Luís Bronchain, Meditações para todos os dias do ano

Santa Teresa do Menino Jesus, Escritos

São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 262

São João Crisóstomo, Homilia sobre os Atos dos Apóstolos, 7

Pontifício Instituto Bíblico de Roma

Pe. Lorenzo Turrado, Bíblia comentada

Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus Cristo

Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual

Santo Agostinho, Escritos

Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 21; Christus Dominus, 12

São Pio X, Catecismo Maior

 

 

 

 

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