NUMA MANJEDOURA (Lc 2, 1-7)
“1 Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. 2 Esse recenseamento foi o primeiro enquanto Quirino era governador da Síria. 3 E todos iam se alistar, cada um na própria cidade. 4 Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, na cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, 5 para se inscrever com Maria, sua mulher, que estava grávida. 6 Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala”.
São Beda escreve: “Assim como o Filho de Deus, vindo na carne mortal, nasce de uma Virgem, dando a entender que a virtude da virgindade muito lhe agrada”. Ó virgens, se pretendeis casar-vos, conservai então cuidadosamente o vosso primeiro amor para a pessoa que o céu vos destinar. É uma fraude apresentar-lhe um coração que já foi possuído, usado e gasto pelo amor, em vez de um coração inteiro e sincero. Mas se, por vossa felicidade, vos sentis chamadas para as núpcias castas e virginais do Cordeiro imaculado... Então conservai com toda a delicadeza de consciência todo o vosso amor para este divino Esposo, que, sendo a própria pureza, nada ama mais do que a pureza e a quem são devidas todas as primícias, máxime as do amor (São Francisco de Sales). “Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Esse recenseamento foi o primeiro enquanto Quirino era governador da Síria. E todos iam se alistar, cada um na própria cidade. Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, na cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, para se inscrever com Maria, sua mulher, que estava grávida” (Lc 2, 1-5).
São Beda comenta: “... assim também vindo ao mundo em tempo de paz, ensina a buscá-la, dignando-se visitar aos que a amam”. Quando temos a convicção de que Deus está em nós e em nós exerce uma ação, uma solicitude paternal, entregamo-nos a Ele com doce confiança, pomos em suas mãos com toda a segurança o cuidado de todos os nossos interesses, e assim gozamos de perfeita paz e serenidade (Adolfo Tanquerey). “Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Esse recenseamento foi o primeiro enquanto Quirino era governador da Síria. E todos iam se alistar, cada um na própria cidade. Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, na cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, para se inscrever com Maria, sua mulher, que estava grávida” (Lc 2, 1-5).
Santo Ambrósio ensina: “Jesus Cristo fez-se criança para que tu pudesses ser homem perfeito”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Ambrósio escreve: “Jesus Cristo foi envolvido em paninhos para que tu fosses liberto dos laços da morte”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório comenta: “Vede como o Menino Jesus obediente oferece as mãozinhas, oferece os pés e se deixa enfaixar. Cada vez que o divino Infante se deixava enfaixar, pensava nas cordas com que um dia devia ser amarrado no Getsêmani, naquelas que depois deviam prendê-lo à coluna, e nos pregos que deviam fixá-lo na cruz”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Deixava-se de boa mente enfaixar, a fim de livrar as nossas almas dos lações do inferno”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório comenta: “Jesus, estreitado nas faixas, volve-se a nós e convida-nos a que nos unamos consigo pelos laços do amor”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Ambrósio explica: “Jesus Cristo desceu à terra para que tu pudesses subir ao Céu”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Ambrósio ensina: “Jesus Cristo não teve lugar na sala para que tu tivesses no Céu muitas mansões”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Ambrósio comenta: “Jesus, sendo rico, fez-se pobre por nós, para que vos enriquecêsseis com a sua pobreza”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Ambrósio ensina: “As lágrimas daquele Menino que chora purificam-me, aquelas lágrimas lavam os meus pecados”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório comenta: “O Filho de Deus se fez pequenino, para nos fazer grandes”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório explica: “Jesus deu-se a nós, a fim de que nós nos demos a Ele”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Jesus Menino veio mostrar-nos o seu amor a fim de que nós lhe respondamos com o nosso”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório ensina: “Se desejamos luz, Ele veio para nos iluminar”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório explica: “Se queremos força para resistir aos inimigos, Ele veio exatamente para nos confortar”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório comenta: “Se queremos o perdão e a salvação, eis que veio para nos perdoar e nos salvar”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Se queremos o dom supremo do divino amor, Ele veio para abrasar-nos o coração”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório explica: “Entram na cidade, dirigem-se para a casa do ministro imperial, a fim de pagarem o tributo e serem alistados nos registros dos súditos de César. Mas quem os reconhece? Quem lhes vai ao encontro? Quem lhes oferece agasalho? Eles são pobres, e como pobres são desprezados; são tratados ainda pior do que os pobres, e até repulsos”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório ensina: “Chegada a Belém, Maria entendeu que se aproximava a hora de seu parto. Avisou a São José, e este diligenciou achar agasalho em uma casa dos habitantes de Belém, a fim de não ter de levar sua esposa à hospedaria, lugar pouco conveniente para uma tenra donzela. Ninguém quis atender-lhe o pedido. A estalagem de Belém foi figura daqueles corações ingratos que dão acolhida a tantas criaturas miseráveis e não a Deus”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Quantos há que amam os parentes, os amigos, até os animais, mas não amam a Jesus Cristo e nenhum caso fazem de sua graça e do seu amor”. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
A vida de Jesus na manjedoura não era uma vida desocupada como a dos outros meninos. Nesse estado, e que os olhos humanos somente veem um Menino que parece dormir, Jesus cuida continuamente de cada um de nós, e aproveita-se de todos os momentos para nos salvar. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Nessa manjedoura, Jesus, que sabe de tudo, parece ignorante; Ele, que pode tudo, parece que não pode nada; Ele, que enche a imensidade, está reduzido à forma de um menino; e Ele, que é a palavra eterna, está mudo. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Posto que tão pequeno na sua manjedoura, abate-se muito mais ainda no seu próprio conceito. O pensamento de que a sua humanidade é tirada do nada, leva-o a conservar-se, diante da augusta majestade de seu Pai, na mais humilde reverência e como que um nada. Ora, nós devemos humilhar-nos muito mais, porque não somente somos nada, mas ao nada temos juntado o pecado; e por este duplo motivo cabe-nos em sorte o abandono, a confusão e o desprezo. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
Comprazo-me, dizia São Paulo, nas minhas enfermidades e misérias, porque sei que, quanto mais me humilhar diante de Deus, mais Ele se chegará para mim e me comunicará as suas graças. Para corrigir o nosso orgulho, o divino Menino põe a sua alegria em ver-se nas mais profundas humilhações, em ser como que o último dos homens reclinado sobre uma manjedoura. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
O Verbo de Deus, querendo fazer-se homem, podia não nascer duma mulher, mas aparecer de repente homem feito, tal qual Adão; preferiu passar pelo estado de infância, como o mais desprezado. Querendo nascer de uma mulher, podia escolher uma ilustre princesa; preferiu escolher alguém que ganhava o seu sustento trabalhando. Querendo nascer na Judéia, podia nascer em Jerusalém; escolheu uma pequena povoação. Nessa povoação escolheu uma gruta. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
O Verbo encarnado, descido do céu à terra, nada tomava mais a peito do que ensinar os homens a tratar-se uns aos outros com toda a mansidão e caridade. Mas não quer esperar tanto tempo para dar ao mundo este ensino; e não podendo ainda articular sons, prega-lhes com o exemplo a virtude, que é o primeiro desejo do seu Coração. No Menino Jesus a mansidão é muito mais admirável. Nele, a mansidão não é natural, mas uma virtude, refletida e voluntária; ou antes, é a mansidão personificada, a bondade e a brandura pintadas em todas as feições do seu rosto. “Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala” (Lc 2, 6-7).
OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) Anápolis, 14 de novembro de 2016
Bibliografia
Sagrada Escritura São Beda, Escritos São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística Santo Ambrósio, Expositio Evangelii secundum Lucam Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações H. Hamon, Meditações para todos os dias do ano
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