ELE SERÁ GRANDE (Lc 1, 32)
“Ele será grande”.
E essa grande verdade podemos provar na Sagrada Escritura. 1.º “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1, 1). 2.º “Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” (Jo 20, 28). 3.º “Aos quais pertencem os patriarcas, e dos quais descende o Cristo, segundo a carne, que é acima de tudo, Deus bendito pelos séculos! Amém” (Rm 9, 5). 4.º “Aguardando a nossa bendita esperança, a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus” (Tt 2, 13). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Não pode o homem encontrar em si mesmo recursos e força para santificar-se; somente Deus é santo e somente Deus pode santificá-lo. O próprio Deus quer ser o santificador das suas criaturas e, em Jesus bendito, oferece em profusão, a cada homem, os meios para que se santifique (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Cristo, Bom Pastor, que destes a vida por vosso rebanho, andastes à procura da ovelha perdida através de montes e colinas... e a reencontrastes. Depois de a terdes achado, eis que a carregastes naqueles ombros que levariam o lenho da cruz. Tomando convosco a ovelhinha, assim a reconduzistes à vida do céu... Tivemos necessidade de que vós, ó Deus, tomásseis nossa carne e morrêsseis para nos dar a vida. Morremos convosco para ser justificados; convosco ressuscitamos, porque convosco fomos crucificados. E porque convosco ressuscitamos, fomos convosco glorificados (São Gregório Nazianzeno). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Adoro-vos, ó Jesus, meu Senhor... Vós sois Rei. Eu vos vejo em espírito assentado num trono à direita de Deus... Tudo depende deste trono. Tudo o que depende de Deus e do império do céu está submetido a esse trono: eis o vosso império! (J. B. Bossuet). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Senhor, como é bom amar a paz! Amar a paz é o mesmo que possuí-la. E quem não quer ver crescer o objeto de seu amor? Se desejo que poucos estejam em paz comigo, pouca será a paz que terei... Dai-me, pois, a paz, Senhor! Para poder dá-la aos outros, primeiro a tenha eu; que a possua eu, primeiro! (Santo Agostinho). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Jesus meu, quem pudera dar a entender a majestade com que vos mostrais e quão Senhor de todo este mundo, dos céus e de outros mil mundos e de inumeráveis mundos e céus que poderíeis criar! (Santa Teresa de Jesus). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Deus, buscava eu o meio de alcançar força suficiente para gozar-vos, mas não o teria encontrado, se não me tivesse apoiado no Mediador entre Deus e os homens, o Homem Cristo Jesus, acima de tudo Deus bendito nos séculos (Santo Agostinho). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Cristo, só vós sois visível, manifestais a imagem do Pai onipotente e assim nos dais a conhecer a grandeza do Pai e do Filho. Como o Pai, poderoso nas esferas celestes, assim vós, seu Filho, sois, no nosso universo, o Primeiro... e o Senhor de todo poder... Sois nosso modelo, nosso coordenador e timoneiro; sois nossa estrada e nossa porta que leva à luz. Sois a imagem da justiça. Sois nossa estrela e nossa luz (Das Orações dos Primeiro Cristãos). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus, seu poder é infinito, mas o Pai não quer que o use em vantagem própria. Não deve o Messias ser um triunfador, mas “o servo de Deus” enviado para salvar os homens pela humildade, a pobreza, a obediência, a cruz. E Jesus não se afasta um ápice do caminho que o Pai lhe indicou. A vitória que o demônio alcançou no jardim do Éden transforma-se em plena derrota no deserto da Palestina: Vai-te Satanás! (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Senhor... com toda a minha alma e vida, vos amei. Serei feliz de ver-vos e dar-me-eis o repouso, já não viverei desde então neste mundo... receberei a vida que desconhece pena e preocupação, angústia, perseguidor e perseguido, opressor e oprimido, tirano e vítima... As feridas de meus pés curar-se-ão em vós, ó caminho de todos os peregrinos! O cansaço de meus membros encontrará repouso em vós, ó Cristo, crisma da nossa unção! Em vós, cálice da nossa salvação, desaparecerá a tristeza do meu coração. Em vós, nossa consolação e nossa alegria, enxugar-se-ão as lágrimas de meus olhos (São Simeão de Selêucia). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Salve, cabeça ensanguentada, coroada de espinhos, ferida, rasgada, batida pela cana, coberta de escarros! Salve! Em vossa face tão suave vemos os sinais da morte; perdeu a cor, mas sob aquela espantosa palidez adora-vos a corte celeste. Ó Jesus, tão ferido, tão esmagado e condenado pelos nossos pecados! Ó Santa face, fazei que aos olhos deste indigno pecador resplandeça um sinal de vosso amor! Pequei, perdoai-me! Não me rejeiteis para longe de vós. Enquanto a morte se aproxima de vós, inclinai um pouco para mim vossa cabeça e deixai que repouse entre meus braços. E quando também eu tiver de morrer, vinde logo, ó Jesus, sede meu socorro. Protegei-me e libertai-me! Partirei quando quiserdes, meu querido Jesus, mas ficai então junto de mim! Apertar-vos-ei ao peito, porque me amais, mas então, mostrai-vos a mim naquela cruz que me salvou! (São Bernardo de Claraval). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Falando à samaritana, dissestes: Quem beber da água que eu der, jamais terá sede. Como são reais e verdadeiras estas palavras pronunciadas por vós. Verdade eterna! Sim, quem bebe daquela água, já não terá sede de coisa alguma terrena, mas ficará muito mais sequioso das coisas do céu. É um tormento de que mal se pode fazer ideia pela sede natural, neste mundo. Com que ansiedade, Senhor, desejo esta sede, pois seu alto valor me fazeis compreender! (Santa Teresa de Jesus). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Sois luz eterna, luz de sabedoria que, falando através da nuvem da carne, dizeis aos homens: Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda em trevas, mas terá a luz da vida. Se eu seguir o sol deste mundo, faça eu o que fizer para não o abandonar, será ele a me abandonar, pois deve fazer, cada dia, o curso que lhe foi imposto. Ao contrário, vós, Senhor Nosso Jesus Cristo, embora enquanto velado pela nuvem da carne, não apareceis claramente a todos, todavia, tendes todos sob o poder de vossa sabedoria. Deus meu, estais em toda parte todo inteiro! E se jamais me separar de vós, jamais vos ocultareis de mim (Santo Agostinho). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó Amigo verdadeiro, quão mal vos paga quem vos é traidor! Ó verdadeiros cristãos! Vinde chorar com vosso Deus! Não só por Lázaro correram aquelas piedosas lágrimas, mas também pelos que não haveriam de querer ressuscitar, ainda que sua Majestade os chamasse em altas vozes. Ó Bem meu, como tínheis presentes as culpas que eu contra vós cometi! Acabai já com elas, Senhor! Acabai já com elas e com as de todos os homens! Ressuscitai estes mortos! Sejam vossos brados, Senhor, tão possantes, que lhes deis essa mesma vida que não vos pedem, para que depois, Deus meu, saiam do abismo de seus deleites (Santa Teresa de Jesus). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
Ó doce e suave enxerto! Vós, suprema doçura, vos dignastes unir-vos com nossa amargura... Vós, infinito, conosco finitos... E não bastava à vossa caridade ter feito com a criatura esta união? Não! Por isto, ó Verbo eterno, regastes esta árvore com vosso Sangue... Nosso dever é conformar-nos convosco, ó Cristo, e nos enxertar em vós pelo caminho dos trabalhos, da cruz e dos santos desejos, de modo que por vós, ó Vida, produzamos frutos de vida... E assim se vê que nos criastes sem nós, mas não nos quereis salvar sem nós! Quando enxertados em vós, então os ramos que destes à nossa árvore darão seus frutos (Santa Catarina de Sena). “Ele será grande” (Lc 1, 32).
OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) Anápolis, 07 de dezembro de 2017
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