“... tecendo uma coroa de espinhos”

(Mt 27, 29)

 

A cabeça do Inocentíssimo Cordeiro fora coroada com uma coroa de agudíssimos espinhos.

Não acusemos os espinhos, eles não têm culpa, mas sim, os pensamentos perversos dos homens é que traspassaram a cabeça de Nosso Senhor.

Prostremos-nos aos pés do Imaculado Cordeiro e contemplemos o Preciosíssimo Sangue que escorre de Sua Sagrada cabeça; peçamos-Lhe perdão com profunda dor e verdadeiro arrependimento, pelas vezes que consentimos em pensamentos vergonhosos: “...roga-lhe que te traspasse com um daqueles espinhos, consagrados pelo seu preciosíssimo sangue, a fim de que não o tornes mais a ofender” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Os carrascos, não satisfeitos em colocar uma coroa de espinhos na cabeça do Servo Sofredor, batem-Lhe ferozmente na Sacrossanta cabeça com uma cana, para que os agudos espinhos penetrem a Sua cabeça: “Essa coroa, tão dolorosa e humilhante para Jesus, é doce e gloriosa para nós. Quando Deus quis libertar a Israel, apareceu a Moisés na forma de uma sarça ardente que queimava sem se consumir. Assim Jesus, mostrando-nos a fronte traspassada de espinhos e o coração abrasado de amor, anuncia-nos a hora tão desejada da Redenção. Sua coroa de espinhos pressagia-nos o império que nos dará sobre o mundo, o inferno e as paixões; o fogo do seu amor assegura-nos que Ele é o Rei pacífico, o Príncipe da paz do qual fala Isaías 9, 5, e que seu reino, embora semeado de espinhos, não é, no fundo, senão doçura e suave caridade. Ó mistérios consoladores e animadores!” (Pe. Luis Bronchain).

Além de coroar o Senhor com uma coroa de espinhos e bater em Sua cabeça, os carrascos tratam-no como a um rei de teatro, e cheios de maldade e zombaria saúdam-no como rei dos judeus.

Nosso Amado Senhor, que nunca cometera um pecado, sofreu terrivelmente. Contemplemos a Sua cabeça coroada de espinhos e aprendamos a abraçar as mortificações e sofrimentos por amor a Ele.

Carlos V, rei da França, descendente de São Luis, ao morrer mandou que lhe apresentassem a coroa de espinhos da santa Capela e a coroa da sagração dos reis. Mandando colocar a primeira diante dele, com piedade e devoção ordenou pôr a segunda a seus pés. Em seguida, dirigindo-se à de Jesus, disse: “Diadema sagrado da nossa recordação dos mistérios da nossa Redenção! E tu, coroa real, quão preciosa és e vil! Preciosa, pelo mistério da justiça que encerras e excutas; vil, excessivamente vil, pelas angústias de consciência que proporcionas e pelos perigos em que colocas as almas no concernente à sua salvação”.

Olhemos para o Manso Cordeiro coroado de espinhos e aprendamos a viver a humildade, o desapego das coisas passageiras da terra e mortificar a nossa carne.

A coroa de espinhos nos ensina a vivermos nesse mundo percorrendo o caminho carpetado de espinhos, porque esse é o caminho percorrido pelos fiéis amigos do Manso Cordeiro.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 02 de abril de 2007

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “...tecendo uma coroa de espinhos”

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