CHEGOU...

(Jo 19, 17)

 

“... e chegou ao chamado ‘Lugar da Caveira’ – em hebraico chamado Gólgota”.

 

Jesus Cristo não TOMOU (pegou) a cruz e ficou PARADO... ESTÁTICO... COM PREGUIÇA de CARREGÁ-LA... DESANIMADO... mas a CARREGOU até o CALVÁRIO.

Para agradar a Deus não basta TOMAR a cruz, isto é, PEGÁ-LA... ACEITÁ-LA; mas é preciso CARREGAR a mesma todos os dias até o Calvário, isto é, até o fim da vida... até o último suspiro: “Alguns abraçam a cruz no começo, quando ela vem. Se ela continua, dizem: Agora não posso mais. Deus, no entanto, quer que continuemos a levá-la com paciência até a morte, mesmo que seja contínua” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Devemos PERSEVERAR no SOFRIMENTO! É preciso suportar o peso da cruz sem jamais desanimar... é preciso caminhar com passos firmes até o fim da vida. Quem DESANIMAR será condenado... quem DESISTIR irá para o inferno. Quem briga com a cruz será esmagado por ela: “No caminho da cruz, só o primeiro passo é difícil. O medo das cruzes é a nossa grande cruz. Tudo vai bem se carregamos bem a nossa cruz” (São João Maria Vianney).

De nada vale ter suportado o peso da cruz por longo tempo, se no fim se morre na VIDA CÔMODA, PREGUIÇOSA e LONGE de Deus!

É preciso imitar a PERSEVERANÇA de Jesus Cristo em CARREGAR a cruz. Ele a CARREGOU até o Calvário.

Para conquistar o céu é preciso SUPORTAR o peso da cruz até o fim... é preciso PERSEVERAR no caminho do Calvário sem jamais abandonar o SOFRIMENTO.

Não basta PERSEVERAR no caminho do Calvário por um determinado tempo; mas é preciso CAMINHAR até o fim: “Retirar-se do bem começado, do caminho da fé e do seguimento de Cristo, quer dizer pôr em perigo a própria salvação... Quem retrocede condena-se voluntariamente e jamais atingirá a meta: é um fraco, um vil, um desertor; enquanto deve o cristão ser forte, intrépido e perseverante... Não há dúvida: quem quiser ganhar sua alma para a vida eterna deve perseverar no bem, sem se assustar com a aspereza das provações...” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

Nosso Senhor não ficou PARADO, não RETROCEDEU, não RECUOU... mas CARREGOU a cruz até o fim: “Um cristão, mais do que qualquer outra pessoa, deve contar sempre e por toda a parte com a cruz e o sofrimento” (Pe. Richard Gräf).

CARREGUEMOS a nossa cruz até o fim; Nosso Senhor prometeu o céu aos PERSEVERANTES: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22). É preciso PERSEVERAR com a cruz às costas... Jesus Cristo não prometeu a ninguém vida cômoda e fácil aqui na terra: “Se eles me perseguiram, também vos perseguirão” (Jo 15, 20).

Não tenhamos medo de ABRAÇAR, BEIJAR e CARREGAR a cruz de cada dia: “Na cruz está a salvação, na cruz a vida, na cruz a proteção contra os inimigos... eis que tudo se encerra na cruz e em morrer nela; não há outro caminho para a vida e para a verdadeira paz, senão a via da santa cruz e da mortificação quotidiana” (Tomás de Kempis).

CARREGUEMOS a cruz sem olharmos para as máximas e vaidades do mundo... mas sim, fixemos os olhos no Calvário, e então sentiremos forças para PERSEVERARMOS até o fim: “O monte Calvário é o monte dos amantes. Todo o amor que não tiver por origem a Paixão do Salvador é frívolo e perigoso” (São Francisco de Sales).

 

ORAÇÃO: Senhor, como é possível que eu, ingrato, em vez de vos agradar, vos tenha  dado tanto desgosto? Mas a aversão que me fazeis sentir pelos meus pecados me faz saber que quereis me perdoar. Perdoai-me, pois, e não permitais que vos seja ingrato nunca mais. Fazei que eu vença tudo para vos agradar. Em vós esperei, Senhor: “Não serei confundido eternamente”. Ó rainha do céu e minha mãe, levai-me a Deus. Amém!

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 19 de fevereiro de 2015

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Santo Afonso Maria de Ligório, Uma estrada de salvação

Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz

Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina

Pe. Richard Gräf, O cristão e a dor

São João Maria Vianney, Sermões

Tomás de Kempis, Imitação de Cristo

São Francisco de Sales, Tratado do Amor de Deus

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Chegou...”.

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